quarta-feira, 13 de julho de 2022

Comércio Internacional de mercadorias - Série Mensal - Jan-Mai 2022

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Maio de 2022

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2021 e 2022, com última actualização em 11 de Julho de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +22,3% (+5815 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +37,2% (+11770 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Maio de 2022 um acréscimo de +22,1% (+4122 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +22,9% (+1693 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +28,3% (+6699 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +63,6% (+5071 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +106,0% ao situar-se em --11573 milhões de Euros (superior em 5956 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 2578 milhões no comércio intracomunitário e de 3378 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 82,2%, em 2021, para 73,3%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Maio de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2021, de 375 para 688 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Junho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 16,6% no total das importações em 2022 e 8,3% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, no comércio global, de 73,3% para 80,6%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Maio, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,4% do Total, cresceram +22,1%, contribuindo com +15,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +22,3%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,6% do Total), cresceram +22,9%, contribuindo com +6,5 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,2%), a França (12,7%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,2%), a Itália (4,7%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,4%), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), a Polónia (1,4%) e as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,3%), destinos que representaram 75,4% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 52,0% nas nossas exportações (+177,1 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+46,6 milhões), “Agro-alimentares” (+35,0 milhões), “Produtos acabados diversos” (+26,9 milhões), Químicos (+25,5 milhões), “Minérios e metais” (+46,1 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+10,9 milhões), “Têxteis e vestuário” (+4,5 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+4,2 milhões), “Energéticos” (+3,9 milhões), “Calçado, peles e couros” (+2,8 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+694 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+22,3%) pertenceram a Espanha (+5,9 p.p.), aos EUA (+3,6 p.p.), à Alemanha (+2,3 p.p.), à França (+2,0 p.p.), às Provisões de Bordo Extra e aos Países Baixos (+1,2 p.p. cada), à Itália (+1,1 p.p.), à Suécia (+0,5 p.p.) e à Irlanda (+0,4 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,6 p.p.), ao Japão (‑0,3 p.p.), a Angola e China (-0,1 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália, seguidos das Provisões de Bordo, Suécia, Irlanda, Bélgica, Finlândia, Polónia e Áustria. O maior decréscimo coube a Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Angola, Panamá e Turquia, seguidos da Noruega, Brasil, Israel, Canadá e Suíça.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Gibraltar, Austrália, Rússia e Vietname.

3.2 - Importações

Em 2022, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 70,0% do total, registaram um acréscimo de +28,3% e contribuíram com +21,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +37,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +63,6%, representando 30,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +16,0 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,4% do Total) e a Alemanha (11,5%).

Seguiram-se a França (6,0%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,7%) a China (4,6%), o Brasil (4,0%), os EUA (3,6%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (2,0%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 76,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+37,2%) destacou-se o da Espanha, (+12,1 p.p.), seguida dos EUA (+2,9 p.p.), do Brasil (2,6 p.p.), da Alemanha (+2,3 p.p.), da China (+2,0 p.p.), dos Países Baixos (+1,4 p.p.), da Itália (+1,3 p.p.) e da Bélgica (+1,1 p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Ucrânia (‑0,2 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária (não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Nos primeiros cinco meses de 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1468 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+951 milhões). Seguiram-se os EUA (+719 milhões), Angola (+317 milhões) e Marrocos (+167 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5717 milhões de Euros), seguida da China (-1745 milhões), da Alemanha (‑1506 milhões), do Brasil (‑1383 milhões) e da Nigéria (-842 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).

No período de Janeiro a Maio de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material de transporte terrestre e partes”, registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,7% do Total e +1165 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (12,8% e +287 milhões), “Agro-alimentares” (12,4% e +738 milhões), “Minérios e metais” (11,5% e +962 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,3% e -148 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,2% e +394 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,3% e +427 milhões), “Energéticos” (8,3% e +1114 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,8% e +606 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,1% e +237 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,7% e +31 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022, no período em análise, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,0% e +1724 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,3% e +622 milhões), “Energéticos” (16,6% e +4110 milhões), “Agro-alimentares” (13,6% e +1269 milhões), e “Minérios e metais” (10,0% e +1330 milhões).

Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,0% e +499 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +489 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +668 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +429 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +231 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,0% e +137 milhões de Euros). 


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Maio de 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da Irlanda, Brasil, França e EUA).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,7%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,2%), a Itália (4,7%), o Reino Unido/Irl NT (4,4%), Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,7% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total.

A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha, EUA, Brasil, Canadá e França).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a França (6,0%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,7%), a China (4,6%), o Brasil (4,0%), os EUA (3,6%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (2,0%). Estes dez países cobriram 76,8% das importações totais.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022                        face a 2021, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Julho de 2022.

ANEXO


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