1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2021 e 2022, com última
actualização em 11 de Julho de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em
valor, em termos homólogos, +22,3% (+5815 milhões de Euros), a par de um
aumento das importações de +37,2% (+11770 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Maio de 2022 um
acréscimo de +22,1% (+4122 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +22,9% (+1693 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +28,3% (+6699 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros +63,6% (+5071 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +106,0% ao situar-se em --11573
milhões de Euros (superior em 5956 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 2578 milhões no comércio intracomunitário e de 3378
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 82,2%, em 2021, para 73,3%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro
a Maio de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 375 para 688 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Junho).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
16,6% no total das importações em 2022 e 8,3% do lado das exportações, o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, no comércio
global, de 73,3% para 80,6%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Maio, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 71,4% do Total, cresceram +22,1%, contribuindo com +15,8 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +22,3%. As exportações para o espaço extracomunitário
(28,6% do Total), cresceram +22,9%, contribuindo com +6,5 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,2%),
a França (12,7%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,2%), a Itália (4,7%), o Reino
Unido incl. Irlanda NT (4,4%), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), a
Polónia (1,4%) e as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,3%), destinos
que representaram 75,4% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 52,0%
nas nossas exportações (+177,1 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos
todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+46,6
milhões), “Agro-alimentares” (+35,0 milhões), “Produtos acabados
diversos” (+26,9 milhões), Químicos (+25,5 milhões), “Minérios e
metais” (+46,1 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+10,9 milhões),
“Têxteis e vestuário” (+4,5 milhões), “Aeronaves, embarcações e
partes” (+4,2 milhões), “Energéticos” (+3,9 milhões), “Calçado,
peles e couros” (+2,8 milhões) e “Material de transporte terrestre e
partes” (+694 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+22,3%) pertenceram a Espanha (+5,9 p.p.), aos EUA
(+3,6 p.p.), à Alemanha (+2,3 p.p.), à França (+2,0 p.p.), às Provisões de
Bordo Extra e aos Países Baixos (+1,2 p.p. cada), à Itália (+1,1 p.p.), à Suécia
(+0,5 p.p.) e à Irlanda (+0,4 p.p.). Os maiores contributos negativos
couberam a Marrocos (-0,6 p.p.), ao Japão (‑0,3 p.p.), a Angola e China (-0,1
p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália, seguidos das Provisões
de Bordo, Suécia, Irlanda, Bélgica, Finlândia, Polónia e Áustria. O maior
decréscimo coube a Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Angola, Panamá e Turquia, seguidos da
Noruega, Brasil, Israel, Canadá e Suíça.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Gibraltar, Austrália, Rússia e Vietname.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 70,0% do total, registaram um acréscimo de +28,3% e contribuíram
com +21,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +37,2%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +63,6%, representando 30,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +16,0 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,4% do
Total) e a Alemanha (11,5%).
Seguiram-se
a França (6,0%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,7%) a China (4,6%), o
Brasil (4,0%), os EUA (3,6%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (2,0%).
Estes países representaram, no seu conjunto, 76,8% do total das importações.
Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+37,2%) destacou-se o da Espanha, (+12,1 p.p.), seguida dos EUA (+2,9 p.p.), do Brasil (2,6 p.p.), da Alemanha (+2,3 p.p.), da China (+2,0 p.p.), dos Países Baixos (+1,4 p.p.), da Itália (+1,3 p.p.) e da Bélgica (+1,1 p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Ucrânia (‑0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária (não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Nos primeiros cinco meses de 2022, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1468 milhões de Euros) e ao
Reino Unido (+951 milhões). Seguiram-se os EUA (+719 milhões), Angola (+317 milhões)
e Marrocos (+167 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-5717 milhões de Euros), seguida da China (-1745 milhões), da Alemanha
(‑1506 milhões), do Brasil (‑1383 milhões) e da Nigéria (-842 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).
No
período de Janeiro a Maio de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material
de transporte terrestre e partes”, registaram acréscimos nas exportações
face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,7% do Total e
+1165 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (12,8% e +287 milhões), “Agro-alimentares” (12,4% e +738 milhões), “Minérios e metais”
(11,5% e +962 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes”
(11,3% e -148 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,2% e +394 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,3%
e +427 milhões), “Energéticos” (8,3% e +1114 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,8% e +606 milhões), “Calçado, peles e couros”
(3,1% e +237 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,7% e +31
milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face
ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,0% e +1724 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,3% e +622 milhões), “Energéticos” (16,6% e +4110 milhões), “Agro-alimentares” (13,6% e +1269 milhões), e “Minérios e
metais” (10,0% e +1330 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (9,0% e +499 milhões de Euros), “Produtos acabados
diversos” (5,7% e +489 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +668
milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +429 milhões), “Calçado,
peles e couros” (1,7% e +231 milhões) e “Aeronaves, embarcações e
partes” (1,0% e +137 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Maio de 2022 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida da Irlanda, Brasil, França e EUA).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,7%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (7,2%), a Itália (4,7%), o Reino Unido/Irl NT (4,4%), Países
Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%).
Estes dez
países representaram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,6% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha,
EUA, Brasil, Canadá e França).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a
França (6,0%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,7%), a China (4,6%), o
Brasil (4,0%), os EUA (3,6%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (2,0%). Estes dez
países cobriram 76,8% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 13 de Julho de 2022.
ANEXO
Sem comentários:
Enviar um comentário