sábado, 30 de julho de 2022

Exportações e Inportações de Produtos Industriais Transformados - 2017-2021 e 1º Trimerstre 2021-2022

 

Exportações e Importações de
Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica

(2017-2021 e 1º Trimestre 2021-2022)

                                                   ( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, com maior valor acrescentado do que os restantes, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial.

Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base de fonte INE para os anos de 2017 a 2021 e 1º Trimestre de 2021 e 2022 (definitivos de 2017 a 2020 e preliminares para 2021 e 2022, com última actualização em 11/7/2022), a evolução do comércio internacional português destes produtos, por níveis de intensidade tecnológica.

2 – Metodologia

Os níveis de intensidade tecnológica considerados são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification” (ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353; Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359; Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351 e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).

A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2022, com alguns ajustamentos introduzidos à tabela utilizada em trabalhos anteriores.

3 – Balança comercial dos Produtos Industriais                                            Transformados, por níveis de intensidade tecnológica

Ao longo dos últimos cinco anos e 1º Trimestre de 2021 e 2022, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa do conjunto dos Produtos Industriais Transformados foi negativo. 

Neste período o saldo da balança dos produtos de Média-baixa e de Baixa tecnologia foi positivo, enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia foi negativo.

4 – Exportação de Produtos Industriais Transformados,                              por níveis de intensidade tecnológica

Em termos anuais, entre 2017 e 2021 o peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global portuguesa oscilou entre 94,6%, em 2019, e 93,3%, em 2021, situando-se em 94,3% e 92,7% respectivamente no 1º Trimestre de 2021 e 2022.

Por níveis de intensidade tecnológica, no 1º Trimestre de 2022 o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados incidiu na Baixa tecnologia (34,5%), seguida da Média-alta (29,9%), da Média-baixa (25,7%) e da Alta tecnologia (9,9%).


O peso da Alta tecnologia no total das exportações de produtos industriais transformados subiu de 9,3% em 2017 para 11,5% em 2020, caindo para 9,9% em 2021. No 1º Trimestre de 2022, face ao homólogo do ano anterior, desceu de 10,4% para 9,9%.

A este nível encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Trimestre de 2022, as componentes “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (35,5%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (32,6%), os “Produtos farmacêuticos” (21,6%), os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (5,6%) e o “Equipamento de escritório e computação” (4,7%).

O peso da Alta tecnologia no total das exportações de produtos industriais transformados subiu de 9,3% em 2017 para 11,5% em 2020, caindo para 9,9% em 2021. No 1º Trimestre de 2022, face ao homólogo do ano anterior, desceu de 10,4% para 9,9%.

A este nível encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Trimestre de 2022, as componentes “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (35,5%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (32,6%), os “Produtos farmacêuticos” (21,6%), os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (5,6%) e o “Equipamento de escritório e computação” (4,7%).

Após ter aumentado entre 2017 e 2019 de 29,7% para 32,6%, o peso da Média-alta tecnologia no Total desceu nos dois anos seguintes para 31,9%, para no 1º Trimestre de 2022, face ao homólogo do ano anterior, descer de 33,6% para 29,9%. Neste Trimestre este nível engloba, por ordem decrescente de valor em 2022, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (39,6%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (23,1%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (19,6%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (14,0 %) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (3,6%).

Entre 2017 e 2020 o peso da Média-baixa tecnologia decresceu sucessivamente de 24,9% para 21,8%, para em 2021 subir para 23,8%. No 1º Trimestre de 2022 aumentou de 23,2%, em 2021, para 25,7%. Aqui perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Trimestre de 2022, os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (25,4%), os “Produtos da borracha e do plástico” (24,1%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (19,3%), a “Metalurgia de base” (17,1%), os “Produtos minerais não metálicos” (13,4%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,7%).

Por fim, na Baixa tecnologia, o seu peso no Total decresceu de 36,1%, em 2017, para 34,4% em 2021. No 1º trimestre de 2022, face ao homólogo do ano anterior, subiu de 32,8% para 34,5%. Alinham-se neste nível as componentes “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (36,7%), os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (30,3%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (14,7%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (9,4%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (8,9%).

Entre 2017 e 2021, o ritmo de ‘crescimento’ nominal anual do conjunto das exportações de Produtos Industriais Transformados, face a 2017, cresceu sustentadamente até 2019 (109,0%, com 2017=100), decaindo em 2020 abaixo do nível de 2017 (97,3%), para recuperar significativamente o crescimento em 2021 (114,2%). 

4.1 – Mercados de destino das exportações

As exportações globais de Produtos Industriais Transformados, têm por principal destino o espaço comunitário. No 1º Trimestre de 2022 as exportações para o espaço comunitário (Reino Unido excluído) representaram 72,5% do Total destes produtos (71,5% em 2021) e 27,5% para os países terceiros (28,5% em 2021). 

Os países constantes do quadro anterior foram os principais destinos das mercadorias portuguesas, em termos globais, no ano de 2021.

Entre estes quinze países destacam-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, no 1º Trimestre de 2022, a Espanha (24,6% do total), seguida da França (14,2%) e da Alemanha (11,7%). Com pesos inferiores alinharam-se depois, entre os principais, os EUA (6,1%), a Itália (4,8%), o Reino Unido (4,5%) e os Países Baixos (4,4%).

Neste Trimestre a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia (24,6%), seguida aqui pela Espanha (14,7%), EUA (9,9%), França (7,2%), Reino Unido (4,6%), Angola (3,2%), Bélgica (2,7%), Itália e Suécia (2,5% cada).

Nas figuras seguintes representa-se a distribuição do valor das exportações para cada destes quinze mercados, por níveis de intensidade tecnológica.

5 – Importação de Produtos Industriais Transformados,                              por níveis de intensidade tecnológica

Ao longo do último quinquénio, o peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa oscilou entre 84,0% em 2018, e 86,3%, em 2020. No 1º Trimestre de 2021 representou 86,1% do Total, descendo para 81,9% em 2022, de acordo com os dados preliminares disponíveis.

No 1º Trimestre de 2022 o maior peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (37,2%). Seguiu-se a Baixa tecnologia (24,3%), a Média-baixa tecnologia (21,2%) e a Alta tecnologia (17,3%).


Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no período em análise de 2022, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (33,3%), os “Produtos farmacêuticos” (30,6%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (17,3%), o “Equipamento de escritório e computação” (13,0%) e os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (5,8%).

No mesmo período, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (36,2%), os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (29,6%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (20,0%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (11,5%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (2,7%).

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor, a “Metalurgia de base” (37,6%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (21,1%), os “Produtos da borracha e do plástico” (19,1%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (14,1%), os “Produtos minerais não metálicos” (7,9%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,2%).

Na Baixa tecnologia alinham-se os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (42,1%), os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (32,9%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (11,0%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (9,9%), e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (5,5%).

As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente entre 2017 e 2019, bem como em todos os níveis de intensidade tecnológica, tendo-se o ritmo de crescimento anual com maior amplitude verificado na Alta tecnologia (141,9% face a 2017).

Em 2020 assistiu-se a una acentuada desaceleração em todos os níveis de intensidade tecnológica, a que se seguiu em 2021 uma significativa recuperação do crescimento extensiva a todps os níveis.


5.1 – Mercados de origem das importações

À semelhança das exportações, as importações globais portuguesas têm por principal origem o espaço comunitário.

 No 1º Trimestre de 2022 as importações provenientes do espaço comunitário (Reino Unido excluído) representaram 77,8% do Total destes produtos industriais (81,5% em igual período de 2021), contra 22,2% das oriundas dos países terceiros (18,5% em 2021).

Neste 1º Trimestre de 2022 o maior peso da União Europeia nas importações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (80,3%). Seguiram-se a a Baixa tecnologia (79,5%), a Alta tecnologia (75,9%) e a Média-baixa tecnologia (73,0%).

Os quinze países constantes do quadro seguinte representaram 83,2% das importações globais portuguesas no 1º Trimestre de 2022 e 86,7% das importações de Produtos Industriais Transformados.

Entre estes países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (33,4% do total), seguida da Alemanha (14,0%). Com pesos inferiores alinham-se depois os Países Baixos (6,1%), a Itália (5,9%), a China (5,0%) e a Bélgica (3,4%).

No 1º Trimestre de 2022 a Espanha ocupou a primeira posição na Baixa tecnologia (44,4%), na Média-baixa tecnologia (42,8%) e na Média-alta tecnologia (28,8%), cabendo à Alemanha a primeira posição ao na Alta tecnologia (23,1%).

Nas figuras seguintes representa-se a distribuição do valor das exportações para cada destes quinze mercados, por níveis de intensidade tecnológica.



Alcochete, 30 de Julho de 2022.

 



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