terça-feira, 2 de maio de 2023

Export/Import de Produtos Industriais Transformados por níveis (2018-2022)

 

Exportações e importações
de Produtos Industriais Transformados,
por níveis de intensidade tecnológica
(2018-2022)


(disponível para download >> aqui )


1 - Introdução

A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados (PIT), com maior valor acrescentado do que os restantes, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial.

Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base de fonte INE para os anos de 2018 a 2021 em versões definitivas e 2022 em versão preliminar, com última actualização em 10/04/2023), a evolução do comércio internacional português destes produtos.

Os níveis de intensidade tecnológica considerados são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353; Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359; Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351 e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).

A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2022.

2 – Balança comercial dos Produtos Industriais Transformados                  por níveis de intensidade tecnológica

Ao longo do período de 2018 a 2022, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial anual portuguesa de “Produtos Industriais Transformados” foi negativo, tendo-se verificado um acréscimo de quatro mil milhões de Euros em 2022, face ao ano anterior.

No período em análise foi negativo o saldo da Balança Comercial dos produtos de Alta e de Média-alta tecnologia, não suficientemente compensado pelos saldos positivos verificados nos produtos de Média-baixa e de Baixa tecnologia.


3 – Exportação de Produtos Industriais transformados,                              por níveis de intensidade tecnológica

Entre 2018 e 2022 o peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global oscilou entre 94,6%, em 2019, e 93,3% em 2021, tendo-se situado em 93,4% em 2022.

Em 2022, o maior peso entre os níveis de intensidade tecnológica incidiu na Baixa tecnologia (33,4% e 34,4% em 2021), seguida da Média-alta tecnologia (29,9% e 31,9%), da Média-baixa tecnologia (25,9% e 23,7%) e da Alta tecnologia (10,8% e 9,9%).

O peso dos produtos de Alta tecnologia no total das exportações de Produtos Industriais Transformados, que havia subido de 8,8% em 2018 para 11,5% em 2020, decaiu em 2021 para 9,9%, para recuperar parcialmente em 2022, atingindo 10,8% do total.

Aqui se enquadram, por ordem decrescente do seu peso em 2022, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (34,9% do total deste nível), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (30,0%), os “Produtos farmacêuticos” (25,6%), os produtos da área “Aeronáutica e aeroespacial” (4,8%) e o “Equipamento de escritório e computação” (4,7%).

O peso dos produtos de Média-alta tecnologia, que em 2019 havia atingido 32,6% do total dos Produtos Industriais Transformados, decresceu tendencialmente a partir de então, situando-se em 29,9% em 2022.

Aqui se englobam, por ordem decrescente do seu valor em 2022, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (39,5% do total deste nível), os “Produtos químicos excepto farmacêuticos” (22,5%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (20,5%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (13,7%) e o “Equipamento ferroviário e de transporte n.e.” (3,8%).

Por sua vez, o conjunto dos produtos de Média-baixa tecnologia, após uma quebra entre 2018 e 2020, de 24,3% para 21,8%, viram o seu peso subir sucessivamente, atingindo 25,9% dos (PIT) em 2022.

Incluem-se aqui, por ordem decrescente do seu peso em 2022, produtos “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustíveis nucleares” (29,7% do total deste nível), “Produtos da borracha e do plástico” (22,7%), “Fabrico de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (18,3%), “Metalurgia de base” (15,6%), “Produtos minerais não metálicos” (13,0%) e “Construção e reparação naval” (0,7%).

Por fim, nos produtos de Baixa tecnologia, após uma queda de 35,2% para 33,9% entre 2018 e 2019, assistiu-se a uma recuperação para 34,9% em 2020, decaindo sucessivamente nos dois anos seguintes, para se situar em 33,4% dos (PIT) em 2022.

Incluem-se a este nível os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (34,7%),  “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (31,5%), “Pasta, papel, cartão e publicações” (16,0%), “Manufacturas n.e. e reciclagem” (9,5%) e “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (8,3%).

Entre 2018 e 2022 cresceu significativamente o ritmo de crescimento nominal das exportações de Produtos Industriais Transformados, com destaque para os produtos de Alta tecnologia e de Média-baixa tecnologia.

3.1–Partição das exportações entre espaço Intra e Extra UE-27                   em 2021 e 2022

As exportações de Produtos Industriais Transformados têm a União Europeia por principal destino (69,7% em 2022 e 71,0% em 2021).

No período em análise, o maior peso das exportações de Produtos Industriais Transformados coube aos produtos de Média-alta tecnologia (75,6% em 2022 e 75,5% em 2021).

Seguiu-se a Baixa tecnologia (70,6% e 70,5%), a Alta tecnologia (68,0% e 69,8%) e a Média-baixa tecnologia (62,4% e 66,0%).



4 – Importação de Produtos Industriais transformados,                              por níveis de intensidade tecnológica

O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa, que em 2018 representava 84,0%, aumentou nos dois anos seguintes, atingindo 86,3% em 2000.

A partir de 2000 o seu peso decresceu sucessivamente, tendo-se situado em 81,2% em 2022.

Em 2022, o maior peso entre os níveis de intensidade tecnológica da importação incidiu na Média-alta tecnologia (36,9% e 37,9% em 2021), seguida da Baixa tecnologia (25,5% e 24,9%), da Média-baixa tecnologia (20,5% e 19,6%) e da Alta tecnologia (17,1% e 17,7%).

O peso dos produtos de Alta tecnologia no total das importações de Produtos Industriais Transformados, que havia subido de 15,9% em 2018 para 19,1% em 2020, decaiu sucessivamente a partir de então, situando-se em 17,1% em 2022.

Aqui se enquadram, em 2022, por ordem decrescente do seu peso, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (35,9% do total deste nível), os “Produtos farmacêuticos” (28,9%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (16,9%), o “Equipamento de escritório e computação” (11,8%) e os produtos da área “Aeronáutica e aeroespacial” (6,5%).

O peso dos produtos de Média-alta tecnologia, que em 2019 havia atingido 40,2% do total dos Produtos Industriais Transformados, decresceu sucessivamente a partir de então, situando-se em 36,9% em 2022.

Aqui se englobam, por ordem decrescente do seu valor em 2022, os “Produtos químicos excepto farmacêuticos” (34,8%), os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (30,7% do total deste nível), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (20,5%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (11,4%) e o “Equipamento ferroviário e de transporte n.e.” (2,6%).

Por sua vez, o conjunto dos produtos de Média-baixa tecnologia, num patamar entre 16,4% e 16,8% de 2018 a 2020, viram aa suas importações crescer nos dois anos seguintes, atingindo 20,5% em 2022.

Inclui-se aqui “Metalurgia de base” (34,5% do total deste nível), “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustíveis nucleares” (24,2%), “Produtos da borracha e do plástico” (18,4%), “Fabrico de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (14,6%),  “Produtos minerais não metálicos” (8,1%) e “Construção e reparação naval” (0,3%).

Os produtos de Baixa tecnologia tiveram um comportameto irregular, mas tendencialmente decrescente, tendo decaído o seu peso de 27,0%, em 2018, para 25,5% em 2022.

Incluem-se aqui “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (44,4% do total deste nível), “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (31,2%), “Manufacturas n.e. e reciclagem” (9,9%),  “Pasta, papel, cartão e publicações” (9,6%) e “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (4,8%).


Entre 2018 e 2022 cresceu significativamente o ritmo de crescimento nominal das importações de Produtos Industriais Transformados, com destaque para os produtos de Média-baixa tecnologia e de Alta tecnologia.


4.1–Partição das importações entre espaço Intra e Extra UE-27                   em 2021 e 2022

As importações de Produtos Industriais Transformados têm a União Europeia por principal origem (77,8% em 2022 e 79,4% em 2021).

Em 2022, o maior peso nas importações de Produtos Industriais Transformados coube aos produtos de Média-alta tecnologia (80,5%, com 81,5% em 2021).

Seguiu-se a Baixa tecnologia (79,9% e 80,8%), a Média-baixa tecnologia (73,9% e 73,7%) e a Alta tecnologia (73,8% e 79,8%). 


Alcochete, 1 de Maio de 2023.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário