sexta-feira, 12 de maio de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Março de 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Março de 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o 1º Trimestre de 2022 e 2023, em versões preliminares com última actualização em 10 de Maio de 2023, as exportações de mercadorias em 2023 aumentaram em valor, em termos homólogos, +13,2% (+2406 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +9,1% (+2271 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +8,9% (+1 184 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +25,0% (+1222 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +15,6% (+2753 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -6,6% (-483 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) -2,0% ao situar-se em -6569 milhões de Euros (inferior em 135 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 1570 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 1705 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,1%, em 2022, para 75,8%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Março de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 639 Euros/ton, no mesmo período de 2022, para 585 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Abril).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 12,5% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, em 2023 o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 75,8%, no comércio global, para 80,9%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No 1º Trimestre de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,3% do Total, cresceram +8,9% contribuindo com +6,5 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +13,2%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,7% do Total), cresceram +25,0%, contribuindo com +6,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,4%), a França (13,3%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,8%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,2%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,9%) e a Polónia (1,4%), que representaram 74,9% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +26,0% nas nossas exportações (+78,9 milhões de Euros), envolvendo acréscimos nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+36,7 milhões), Químicos (+14,9 milhões), “Minérios e metais” (+12,7 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+4,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (+4,0 milhões), “Energéticos” (+2,3 milhões), “Agro-alimentares” (+1,9 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,4 milhões), “Calçado, peles e couros” (+715 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+683 mil Euros) . 

O único decréscimo ocorreu no grupo de produtos “Madeira, cortiça e papel” (-592 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+13,2%) pertenceram a Espanha (+2,0 p.p.), aos EUA (+1,9 p.p.), à França (+1,6 p.p.), à Alemanha (+1,4 p.p.), ao Reino Unido (+1,0 p.p.), a Marrocos (+0,5 p.p.), e às Provisões de Bordo, tanto Intra como Extracomunitárias, Angola e Brasil (+0,4 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam aos Países Baixos, Finlândia e Canadá (-0,1 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, França, Alemanha, Provisões de Bordo, Bélgica, Suécia, Eslováquia, Rep. Checa, Polónia, Roménia e Itália. 

Os maiores decréscimos ocorreram com os Países Baixos, Finlândia, Dinamarca e Letónia.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, a Argélia, o Japão, as Provisões de Bordo, Angola, o Brasil, a Austrália, a Turquia, e a África do Sul.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Panamá, do Catar, da Argentina, da Noruega e do Canadá.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Março de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,9% do total, registaram um acréscimo de +15,6% e contribuíram com +11,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +9,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -6,6% representando 25,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -1,9 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,2% do Total), seguida da Alemanha (11,4%), da França (6,8%), dos Países Baixos (5,1%), da Itália (4,9%), da China (4,4%), do Brasil (4,0%), da Bélgica (3,2%), da Irlanda (3,0%) e dos EUA (2,5%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,4% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+9,1%) destacou-se o da Espanha, (+3,9 p.p.), seguida da Irlanda (+2,6 p.p.), da França (+1,2 p.p.), do Brasil (+0,9 p.p.), da Alemanha (+0,8 p.p.), dos Países Baixos, Polónia e Itália (0,6 p.p. cada) e da Ucrânia (+0,4 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram na Federação Russa (-1,3 p.p.), no Azerbaijão (-1,0%), nos EUA (-0,9 p.p.) e na Nigéria (‑0,8 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o 1º Trimestre de 2023 e o de 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Março de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+908 milhões de Euros), aos EUA (+706 milhões), ao Reino Unido (+647 milhões), a Angola (+295 milhões) e a Marrocos (+165 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3793 milhões de Euros), seguida da China (-1006 milhões), da Alemanha (‑844 milhões), do Brasil (-821 milhões) e da Irlanda (-667 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2023 face ao ano anterior (ver ANEXO).

Em Janeiro-Março de 2023, à excepção dos grupos “Energéticos” e “Aeronaves, embarcações e partes”, todos os restantes registaram acréscimos no valor das exportações face ao mesmo período de 2022.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,9% e +642 milhões face a 2022), “Químicos” (14,3% e +464 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +574 milhões), “Agro-alimentares” (12,7% e +322 milhões) e “Minérios e metais” (10,3% e +53 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,6% e +284 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,9% e +34 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,1% e +57 milhões), “Energéticos” (6,6% e -67 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,1% e +46 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -3 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023, no período em análise, à excepção dos grupos “Energéticos”, “Têxteis e vestuário” e “Minérios e metais”, e do grupo “Aeronaves, embarcações e partes” com ‘crescimento nulo, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao ano anterior, nos restantes sete grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,6% e +626 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,1% e +424 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +674 milhões), “Energéticos” (12,5 %) e -505 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,6% e +871 milhões). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,0% e -35 milhões).  “Produtos acabados diversos” (5,7% e +158 milhões), “Têxteis e vestuário” (47% e -39 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,1% e +34 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +60 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e ‘crescimento’ nulo).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no 1º Trimestre de 2023 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,3%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,8%), a Itália (4,2%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,9%), a Polónia (1,4%) e as “Provisões de Bordo para países terceiros” (1,3%). Estes dez destinos representaram 71,6% das exportações totais.

 6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,2% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da Alemanha e do Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,4%), a França (6,8%), os Países Baixos (5,1%), a Itália (4,9%), a China (4,4%), o Brasil (4,0%), a Bélgica (3,2%), a Irlanda (3,0%) e os EUA (2,5%).

Estes dez países cobriram 78,4% das importações totais.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                       face a 2022, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 12 de Maio de 2023.

 

ANEXO




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