1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o 1º Trimestre de 2022 e 2023, em versões preliminares com última
actualização em 10 de Maio de 2023, as exportações de mercadorias em 2023 aumentaram em
valor, em termos homólogos, +13,2% (+2406 milhões de Euros), a par de um
aumento das importações de +9,1% (+2271 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos
códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +8,9% (+1 184 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +25,0% (+1222 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +15,6% (+2753 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -6,6% (-483 milhões de Euros).
O défice comercial externo (Fob-Cif) -2,0% ao situar-se em -6569 milhões de Euros (inferior em 135 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 1570 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 1705 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,1%, em 2022, para 75,8%, em 2023.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Março de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu
de 639 Euros/ton, no mesmo período de 2022, para 585 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Abril).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
12,5% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, em 2023 o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 75,8%, no
comércio global, para 80,9%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No 1º
Trimestre de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,3%
do Total, cresceram +8,9% contribuindo com +6,5 pontos percentuais (p.p.) para
uma taxa de ‘crescimento’ global de +13,2%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,7% do Total), cresceram
+25,0%, contribuindo com +6,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,4%),
a França (13,3%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,8%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,2%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,5%),
Angola (1,9%) e a Polónia (1,4%), que representaram 74,9% do total.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +26,0% nas nossas
exportações (+78,9 milhões de Euros), envolvendo acréscimos nos grupos
de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+36,7 milhões), Químicos (+14,9
milhões), “Minérios e metais” (+12,7 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (+4,2 milhões), “Produtos acabados
diversos” (+4,0 milhões), “Energéticos” (+2,3 milhões), “Agro-alimentares”
(+1,9 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,4 milhões), “Calçado,
peles e couros” (+715 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+683 mil
Euros) .
O único decréscimo
ocorreu no grupo de produtos “Madeira, cortiça e papel” (-592 mil
Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+13,2%) pertenceram a Espanha (+2,0 p.p.), aos EUA
(+1,9 p.p.), à França (+1,6 p.p.), à Alemanha (+1,4 p.p.), ao Reino Unido (+1,0
p.p.), a Marrocos (+0,5 p.p.), e às Provisões de Bordo, tanto Intra como
Extracomunitárias, Angola e Brasil (+0,4 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam aos Países Baixos, Finlândia e Canadá (-0,1
p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, França, Alemanha, Provisões de Bordo, Bélgica, Suécia, Eslováquia,
Rep. Checa, Polónia, Roménia e Itália.
Os maiores decréscimos ocorreram com os Países Baixos, Finlândia,
Dinamarca e Letónia.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Marrocos, a Argélia, o Japão, as Provisões de Bordo,
Angola, o Brasil, a Austrália, a Turquia, e a África do Sul.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os do Panamá, do Catar, da Argentina, da Noruega e do Canadá.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Março de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,9% do total, registaram um acréscimo de +15,6% e
contribuíram com +11,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +9,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -6,6% representando 25,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -1,9 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,2% do Total), seguida
da Alemanha (11,4%), da França (6,8%), dos Países Baixos (5,1%), da Itália (4,9%),
da China (4,4%), do Brasil (4,0%), da Bélgica (3,2%), da Irlanda (3,0%) e dos EUA
(2,5%).
Estes países representaram, no seu conjunto, 78,4% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+9,1%) destacou-se o da Espanha, (+3,9 p.p.), seguida da Irlanda (+2,6
p.p.), da França (+1,2 p.p.), do Brasil (+0,9 p.p.), da Alemanha (+0,8 p.p.),
dos Países Baixos, Polónia e Itália (0,6 p.p. cada) e da Ucrânia (+0,4 p.p.).
Os principais contributos negativos incidiram na Federação Russa (-1,3 p.p.), no Azerbaijão (-1,0%), nos EUA (-0,9 p.p.) e na Nigéria (‑0,8 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o 1º Trimestre de 2023 e o
de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Março de 2023, os maiores saldos positivos
da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+908 milhões de Euros), aos
EUA (+706 milhões), ao Reino Unido (+647 milhões), a Angola (+295 milhões) e a Marrocos
(+165 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-3793 milhões de Euros), seguida da China (-1006 milhões), da Alemanha
(‑844 milhões), do Brasil (-821 milhões) e da Irlanda (-667 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2023 face ao ano anterior (ver ANEXO).
Em
Janeiro-Março de 2023, à excepção dos grupos “Energéticos” e
“Aeronaves, embarcações e partes”, todos os restantes registaram acréscimos
no valor das exportações face ao mesmo período de 2022.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,9% e +642 milhões face a 2022), “Químicos”
(14,3% e +464 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1%
e +574 milhões), “Agro-alimentares” (12,7%
e +322 milhões) e “Minérios e metais” (10,3% e +53 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,6% e +284 milhões), “Têxteis
e vestuário” (7,9% e +34 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,1% e
+57 milhões), “Energéticos” (6,6% e -67 milhões),
“Calçado, peles e couros” (3,1% e +46 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,6% e -3 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
Em 2023,
no período em análise, à excepção dos grupos “Energéticos”, “Têxteis
e vestuário” e “Minérios e metais”, e do grupo “Aeronaves, embarcações e
partes” com ‘crescimento nulo, foi positiva a taxa de variação
homóloga em valor, face ao ano anterior, nos restantes sete grupos de produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,6% e +626 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,1% e +424 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +674 milhões), “Energéticos” (12,5 %) e -505 milhões),
“Material de transporte terrestre e
partes” (11,6% e +871 milhões). Seguiram-se os grupos “Minérios e
metais” (9,0% e -35 milhões). “Produtos acabados diversos” (5,7% e +158
milhões), “Têxteis e vestuário” (47% e -39 milhões),
Madeira, cortiça e papel” (3,1% e +34 milhões), “Calçado, peles e
couros” (1,8% e +60 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e ‘crescimento’
nulo).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no 1º Trimestre de 2023 a primeira
posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,3%), a
Alemanha (11,0%), os EUA (6,8%), a Itália (4,2%), os Países Baixos (3,8%), a
Bélgica (2,5%), Angola (1,9%), a Polónia (1,4%) e as “Provisões de Bordo
para países terceiros” (1,3%). Estes dez destinos representaram 71,6% das
exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,2% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da
Alemanha e do Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,4%), a
França (6,8%), os Países Baixos (5,1%), a Itália (4,9%), a China (4,4%), o
Brasil (4,0%), a Bélgica (3,2%), a Irlanda (3,0%) e os EUA (2,5%).
Estes dez
países cobriram 78,4% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Maio de 2023.
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