quarta-feira, 12 de julho de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Maio de 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Maio de 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2022 e 2023, em versões preliminares com última actualização em 10 de Julho de 2023, as exportações de mercadorias em 2023 aumentaram em valor, em termos homólogos, +5,2% (+1651 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +2,9% (+1281 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +4,2% (+962 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +7,6% (+689 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +9,4% (+2864 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -12,1% (-1583 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -3,2%, situou-se em -11264 milhões de Euros (inferior em 370 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 1902 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 2272 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,2%, em 2022, para 74,8%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Maio de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 688 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 577 Euros/Ton. 


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Junho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,8% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2023 sobe de 74,8%, no comércio global, para 79,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,8% do Total, cresceram +4,2%, contribuindo com +3,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +5,2%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,2% do Total), cresceram +7,6%, contribuindo com +2,2 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,5%), a França (13,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,3%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,7%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,5%), que representaram 74,7% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +15,6% nas nossas exportações (+80,1 milhões de Euros).

Ocorreram decréscimos nos grupos de produtos “Madeira, cortiça e papel” (-7,1 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-2,2 milhões), “Têxteis e vestuário” (-1,6 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,0 milhões de Euros).

Os acréscimos incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+47,3 milhões de Euros), Químicos (+13,8 milhões), “Minérios e metais” (+11,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (+8,0 milhões),“Material de transporte terrestre e partes” (+7,6 milhões), “Energéticos” (+3,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+307 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+5,2%) pertenceram à França (+1,3 p.p.), à Espanha (+0,7 p.p.), à Alemanha (+0,6 p.p.), a Marrocos, Bélgica e Reino Unido (+0,5 p.p. cada), às Provisões de Bordo intracomunitárias e Angola (+0,3 p.p. cada) e à Turquia e Eslováquia (+0,2 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam aos EUA (-0,59 p.p.), aos Países Baixos (-0,27 p.p.) e à Finlândia (-0,18 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em França, Espanha, Alemanha, Bélgica, Provisões de Bordo, Eslováquia, Polónia, Suécia, Roménia e República Checa. 

Os maiores decréscimos ocorreram com os Países Baixos, Finlândia, Itália, Dinamarca e Irlanda.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Reino Unido, o Japão, Angola, a Turquia, a Austrália, a Arábia Saudita, o Brasil, a China, a África do Sul, a Suíça, as Provisões de Bordo e os Emiratos Árabes Unidos.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os dos EUA, do Panamá, da Argentina, do Catar e da Noruega.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Maio de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,4% do total, registaram um acréscimo de +9,4% e contribuíram com +6,6 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +2,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -12,1% representando 25,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -3,6 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,4% do Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (6,8%), dos Países Baixos (5,2%), da Itália (4,9%), da China (4,6%), do Brasil (3,8%), da Bélgica (3,0%), dos EUA (2,4%) e da Polónia (2,1%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,7% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+2,9%) destacou-se o da Espanha, (+2,0 p.p.), seguida da Irlanda (+1,5 p.p.), da França (+1,0 p.p.), da Polónia e Alemanha (+0,5 p.p. cada), dos Países Baixos (0,4 p.p.), da Itália e Ucrânia (0,3 p.p. cada), da Rep. Checa e Reino Unido (0,2 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,1 p.p.), na Nigéria (-0,9 p.p.), no Azerbaijão (-0,8 p.p.) e na Federação Russa (-0,7 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o  período de Janeiro a Maio de 2023 e de 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Maio de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1447 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1027 milhões), aos EUA (+1011 milhões), a Angola (+503 milhões) e a Marrocos (+280 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6403 milhões de Euros), seguida da China (-1743 milhões), da Alemanha (‑1485 milhões), do Brasil (-1329 milhões) e dos Países Baixos (-1103 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em Janeiro-Maio de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% do Total e +886 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (14,0% e +24 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,2% e +866 milhões) e “Agro-alimentares” (12,7% e +289 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (10,3% e -47 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (9,7% e +323 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,8% e -444 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,1% e -12 milhões), “Energéticos” (6,7% e -199 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,0% e +19 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -6 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,7% do Total e +522 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% e +522 milhões), “Agro-alimentares” (14,9% e +768 milhões), “Energéticos” (12,0 %) e -1133 milhões), e “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e +1188 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -178 milhões de Euros),   “Produtos acabados diversos” (5,7% e +175 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -52 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +28 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +24 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e -91 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,5% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,3%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,7%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,5%).

Estes dez destinos representaram 74,7% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,4% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Alemanha, do Canadá e dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a França (6,8%), os Países Baixos (5,2%), a Itália (4,9%), a China (4,6%), o Brasil (3,8%), a Bélgica (3,0%), os EUA (2,4%) e a Polónia (2,1%).

Estes dez países cobriram 77,7% das importações totais.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                       face a 2022, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 12 de Julho de 2023.

ANEXO




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