1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2022 e 2023, em versões preliminares com última actualização em 10 de Julho de 2023, as exportações de mercadorias em 2023 aumentaram em valor, em termos homólogos, +5,2% (+1651 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +2,9% (+1281 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos
códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um
acréscimo de +4,2% (+962 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +7,6% (+689 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +9,4% (+2864 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -12,1% (-1583 milhões de Euros).
O défice comercial externo (Fob-Cif), -3,2%, situou-se em -11264 milhões de
Euros (inferior em 370 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 1902 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 2272 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 73,2%, em 2022, para 74,8%, em 2023.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Maio de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu
de 688 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 577 Euros/Ton.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,8% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2023 sobe de 74,8%, no
comércio global, para 79,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,8%
do Total, cresceram +4,2%, contribuindo com +3,0 pontos percentuais (p.p.) para uma
taxa de ‘crescimento’ global de +5,2%.
As exportações para o espaço extracomunitário (29,2% do Total), cresceram +7,6%,
contribuindo com +2,2 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,5%),
a França (13,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,3%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,7%),
Angola (1,8%) e a Polónia (1,5%), que representaram 74,7% do total.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +15,6% nas nossas
exportações (+80,1 milhões de Euros).
Ocorreram
decréscimos nos grupos de produtos “Madeira, cortiça e papel” (-7,1
milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-2,2 milhões), “Têxteis e
vestuário” (-1,6 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,0 milhões
de Euros).
Os acréscimos
incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+47,3
milhões de Euros), Químicos (+13,8 milhões), “Minérios e metais” (+11,8
milhões), “Produtos acabados diversos” (+8,0 milhões),“Material de
transporte terrestre e partes” (+7,6 milhões), “Energéticos” (+3,3 milhões),
“Aeronaves, embarcações e partes” (+307 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+5,2%) pertenceram à França (+1,3 p.p.), à Espanha
(+0,7 p.p.), à Alemanha (+0,6 p.p.), a Marrocos, Bélgica e Reino Unido (+0,5
p.p. cada), às Provisões de Bordo intracomunitárias e Angola (+0,3 p.p. cada) e
à Turquia e Eslováquia (+0,2 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam aos EUA (-0,59 p.p.), aos Países Baixos
(-0,27 p.p.) e à Finlândia (-0,18 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em França, Espanha, Alemanha, Bélgica, Provisões de Bordo, Eslováquia,
Polónia, Suécia, Roménia e República Checa.
Os maiores decréscimos ocorreram com os Países Baixos, Finlândia,
Itália, Dinamarca e Irlanda.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Reino Unido, o Japão, Angola, a Turquia, a
Austrália, a Arábia Saudita, o Brasil, a China, a África do Sul, a Suíça, as
Provisões de Bordo e os Emiratos Árabes Unidos.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os dos EUA, do Panamá, da Argentina, do Catar e da Noruega.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Maio de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,4% do total, registaram um acréscimo de +9,4% e
contribuíram com +6,6 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +2,9%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -12,1% representando 25,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -3,6 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,4% do
Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (6,8%), dos Países Baixos (5,2%),
da Itália (4,9%), da China (4,6%), do Brasil (3,8%), da Bélgica (3,0%), dos EUA
(2,4%) e da Polónia (2,1%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 77,7% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+2,9%) destacou-se o da Espanha, (+2,0 p.p.), seguida da Irlanda (+1,5
p.p.), da França (+1,0 p.p.), da Polónia e Alemanha (+0,5 p.p. cada), dos
Países Baixos (0,4 p.p.), da Itália e Ucrânia (0,3 p.p. cada), da Rep. Checa e
Reino Unido (0,2 p.p. cada).
Os
principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,1 p.p.), na
Nigéria (-0,9 p.p.), no Azerbaijão (-0,8 p.p.) e na Federação Russa (-0,7 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Maio de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Maio de 2023, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1447 milhões de Euros), ao
Reino Unido (+1027 milhões), aos EUA (+1011 milhões), a Angola (+503 milhões) e
a Marrocos (+280 milhões). O maior défice, a grande distância dos
restantes, pertenceu a Espanha (-6403 milhões de Euros), seguida da China (-1743
milhões), da Alemanha (‑1485 milhões), do Brasil (-1329 milhões) e dos Países
Baixos (-1103 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em
Janeiro-Maio de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (15,0% do Total e +886 milhões de Euros face ao ano
anterior), “Químicos” (14,0% e +24 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (13,2% e +866 milhões) e “Agro-alimentares” (12,7% e +289 milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (10,3% e -47 milhões de Euros), “Produtos
acabados diversos” (9,7% e +323 milhões), “Têxteis e vestuário”
(7,8% e -444 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,1% e -12 milhões), “Energéticos” (6,7% e -199 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,0%
e +19 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -6 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2023 os
grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,7% do Total e +522 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% e
+522 milhões), “Agro-alimentares” (14,9%
e +768 milhões), “Energéticos” (12,0
%) e -1133 milhões), e “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e +1188 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -178 milhões
de Euros), “Produtos acabados
diversos” (5,7% e +175 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -52 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e
+28 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +24 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,7% e -91 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira
posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,5% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,4%), a Alemanha
(10,9%), os EUA (6,3%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países
Baixos (3,7%), a Bélgica (2,7%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,5%).
Estes dez
destinos representaram 74,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,4% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da
Alemanha, do Canadá e dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a
França (6,8%), os Países Baixos (5,2%), a Itália (4,9%), a China (4,6%), o
Brasil (3,8%), a Bélgica (3,0%), os EUA (2,4%) e a Polónia (2,1%).
Estes dez países cobriram 77,7% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Julho de 2023.
ANEXO
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