segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Comércio Externo da Turquia e Portugal-Turquia - 2018-22 e Jan-Julho 2022-23

 

Comércio Externo da Turquia
Portugal-Turquia
2018-2022
Janeiro-Julho 2022-2023

( disponível para download  >> aqui )


1 - Introdução

Neste trabalho é feita uma breve análise do Comércio Externo da Turquia ao longo do período 2018-2022, com base em dados calculados pelo ’International Trade Centre’ (ITC) a partir de dados de fonte “Turkish Statistical Institute” (TURKSTAT).

Segue-se uma análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país entre 2018 e 2022 e período de Janeiro a Julho de 2022 e 2023, com base em versões definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE) para os anos de 2018 a 2022 e versão preliminar para o período em análise de 2023.

2 – Comércio Externo da Turquia (2018-2022)

2.1 – Balança Comercial

Entre os anos 2018 e 2022 a Balança Comercial da Turquia foi deficitária, com o saldo a situar-se em -104,7 mil milhões de Euros em 2022.

Em 2022 as importações aumentaram +51,5% face ao ano anterior e as exportações +27,5%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 69,9%.

O ritmo de crescimento anual das exportações face ao valor que detinham em 2018 manteve-se acima do ritmo das importações até 2021, tendo-se invertido a posição em 2022.

2.2 – Importação

Em 2022, numa análise das importações de mercadorias por grupos de produtos (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo), as principais importações na Turquia incidiram nos grupos“Energéticos” (26,5% do Total com 18,7% em 2021), “Minérios e metais” (20,8% e 25,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% e 18,8%) e “Químicos” (15,2% e 18,4%). Entre os restantes, de referir os grupos “Agro-alimentares” (6,4% e 6,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (4,9% e 5,8%) e “Têxteis e vestuário” (4,2% e 4,3%).

De acordo com os dados calculados pelo ITC, em 2022 as importações turcas com origem em Portugal terão totalizado 1,3 milhões de Euros, cabendo os maiores pesos aos grupos de produtos “Calçado, peles e couros” (12,3% do grupo), “Madeira, cortiça e papel” (1,7%), “Têxteis e vestuário” (0,7%) e “Minérios e metais” (0,7%).

2.3 – Exportação

Em 2022 as principais exportações de mercadorias da Turquia incidiram no grupo de produtos “Minérios e metais” (21,0% com 23,2% em 2021), “Maquinas, aparelhos e partes” (14,3% e 14,6%), “Têxteis e vestuário” (13,9% e 15,3%), “Agro-alimentares” (11,8% e 11,1%), “Químicos” (11,5% e 10,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (10,7% e 11,2%).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (6,4% e 3,8%), “Produtos acabados diversos” (6,2% nos dois anos), “Madeira, cortiça e papel” (2,0% e 1,7%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5% nos dois anos) e “Calçado, peles e couros” (0,8% em ambos os anos).

De acordo com os dados do ITC, em 2022 as exportações da Turquia para Portugal terão totalizado 1,4 milhões de Euros, cabendo os maiores pesos aos grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,6% do grupo), “Calçado, peles e couros” (1,6%), “Minérios e metais” (1,2%), “Têxteis e vestuário” (0,6%) e “Químicos”  (0,5%).  

2.4 – Principais mercados

Em 2022 o principal mercado de origem das importações na Turquia foi a Rússia (16,2% do Total), seguida da China (11,4%).

Seguiu-se um conjunto de países não especificados (9,5%), a Alemanha (6,6%), a Suiça e os EUA (4,2% cada).

Do lado das exportações salientou-se a Alemanha (8,3% do Total), seguida dos EUA (6,6%), do Iraque (5,4%), do Reino Unido (5,1%) e da Itália (4,2%).

Portugal, de acordo com os dados do ITC, como já foi referido, em 2022 terá pesado 0,4% nas importações e 0,6% nas exportações.

3 – Comércio de Portugal com a Turquia                                                        (2018-2022 e Janeiro-Julho 2022-2023)

3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com o Turquia foi deficitária entre 2018 e 2022, bem como no período de Janeiro a Julho de 2022-2023.

Nos primeiros sete meses de 2023, face ao mesmo período do ano anterior, as importações decresceram -24,6%% e as exportações aumentaram +15,8%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 59,2% para 90,9%.


Face ao nível que detinham em 2018, entre 2018 e 2022, como se pode observar na figura seguinte, o ritmo de crescimento anual do valor das exportações, com uma desaceleração em ambas as vertentes em 2020, manteve-se sempre acima do ritmo de crescimento das importações.

3.2 – Importação

Numa análise por grupos de produtos (ver a composição dos grupos em Anexo), as principais importações portuguesas com origem na Turquia no período de Janeiro a Julho de 2023 incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (24,7% e 21,6% em 2022), centrado em tractores, veículos de passageiros e para o transporte de mercadorias, suas partes e peças, “Químicos” (23,7% e 17,7%), principalmente hidrocarbonetos cíclicos e carbonatos, “Máquinas, aparelhos e partes” (16,2% e 9,5%), muito diversificadas, com destaque para os aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e congeladores, transformadores e conversores eléctricos, aparelhos de aquecimento diversos e máquinas de lavar roupa, entre muitos outros, “Têxteis e vestuário” (13,4% e 18,3%), com destaque para os fios de algodão, e “Minérios e metais” (11,6% e 24,3%), principalmente ferro, aço e suas obras, e alumínio e suas obras.

Com pesos inferiores a dois dígitos seguiram-se neste período os grupos “Produtos acabados diversos” (3,4% e 2,6%), “Agro-alimentares” (3,1% e 2,2%), “Madeira, cortiça e papel” (2,0% e 1,9%), “Calçado, peles e couros” (1,7% e 1,8%), “Energéticos” (0,2% com importação nula em 2022), tendo sido nulas nos dois anos as importações do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”.

Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

3.3 – Exportação

Nos primeiros sete meses de 2023 as principais exportações para a Turquia couberam aos grupos de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (42,5% e 23,3% em 2022), com destaque para os automóveis de passageiros, “Madeira, cortiça e papel” (18,9% e 20,9%), como papel e cartão para escrita, impressão ou outros fins gráficos,  pastas de papel, cortiça aglomerada e suas obras, papel e cartão ‘kraft’, e “Químicos” (17,0% e 34,4%), principalmente ácidos policarboxílicos, pneus novos, colofónias e ácidos resínicos, polímeros de etileno e polímeros de cloreto de vinilo.

Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (5,1% e 7,0%), muito diversificadas, como acumuladores, quadros, painéis e outros suportes eléctricos, caixas de fundição, fios e cabos eléctricos, partes de motores de pistão, e transformadores eléctricos, entre outros, “Energéticos” (4,9% e nulo em 2022), designadamente refinados de petróleo, “Têxteis e vestuário” (3,7% e 4,1%), com destaque para fibras sintéticas e artificiais, e tecidos impregnados para uso técnico, entre outros, “Calçado, peles e couros” (3,3% e 3,2%), em sua grande parte obras de couro e artigos de viagem, “Produtos acabados diversos” (2,0% e 2,2%), como obras de pedra, mobiliário, aparelhos de óptica, médicos, de medida ou de precisão, “Minérios e metais” (1,5% e 1,4%), como recipientes para gases, cordas e cabos, construções e suas partes, em ferro ou aço, talheres, guarnições, ferragens e semelhantes em metais comuns, “Agro-alimentares” (0,8% e 3,4%), como farinhas, pós e ‘pellets’, café, vinhos e produtos à base de cereais, e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2%  e 0,1%), designadamente embarcações de recreio ou de desporto.

Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).



ANEXO



Alcochete, 17 de Setembro de 2023.

 

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