Comércio Externo da TurquiaPortugal-Turquia2018-2022Janeiro-Julho 2022-2023
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1 - Introdução
Neste trabalho é
feita uma breve análise do Comércio Externo da Turquia ao longo do período
2018-2022, com base em dados calculados pelo ’International Trade Centre’
(ITC) a partir de dados de fonte “Turkish Statistical Institute”
(TURKSTAT).
Segue-se uma
análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país entre
2018 e 2022 e período de Janeiro a Julho de 2022 e 2023, com base em versões
definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE)
para os anos de 2018 a 2022 e versão preliminar para o período em análise de 2023.
2 – Comércio
Externo da Turquia (2018-2022)
2.1 – Balança
Comercial
Entre os anos 2018 e 2022 a Balança Comercial da Turquia
foi deficitária, com o saldo a situar-se em -104,7 mil milhões de Euros em 2022.
Em 2022 as importações aumentaram +51,5% face ao ano
anterior e as exportações +27,5%, com o grau de cobertura das importações pelas
exportações a situar-se em 69,9%.
O ritmo de crescimento anual das exportações face ao
valor que detinham em 2018 manteve-se acima do ritmo das importações até 2021,
tendo-se invertido a posição em 2022.
2.2 –
Importação
Em 2022, numa
análise das importações de mercadorias por grupos de produtos (ver definição do conteúdo
dos grupos em Anexo), as principais importações na Turquia incidiram nos
grupos“Energéticos” (26,5% do Total com 18,7% em 2021), “Minérios e
metais” (20,8% e 25,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% e 18,8%)
e “Químicos” (15,2% e 18,4%). Entre os restantes, de referir os grupos “Agro-alimentares”
(6,4% e 6,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (4,9% e 5,8%)
e “Têxteis e vestuário” (4,2% e 4,3%).
De acordo com os dados calculados pelo ITC, em 2022
as importações turcas com origem em Portugal terão totalizado 1,3
milhões de Euros, cabendo os maiores pesos aos grupos de produtos “Calçado,
peles e couros” (12,3% do grupo), “Madeira, cortiça e papel” (1,7%),
“Têxteis e vestuário” (0,7%) e “Minérios e metais” (0,7%).
2.3 –
Exportação
Em 2022 as
principais exportações de mercadorias da Turquia incidiram no grupo de produtos
“Minérios e metais” (21,0% com 23,2% em 2021), “Maquinas, aparelhos e
partes” (14,3% e 14,6%), “Têxteis e vestuário” (13,9% e 15,3%), “Agro-alimentares”
(11,8% e 11,1%), “Químicos” (11,5% e 10,6%) e “Material de
transporte terrestre e partes” (10,7% e 11,2%).
Seguiram-se
os grupos “Energéticos” (6,4% e 3,8%), “Produtos acabados diversos”
(6,2% nos dois anos), “Madeira, cortiça e papel” (2,0% e 1,7%), “Aeronaves,
embarcações e partes” (1,5% nos dois anos) e “Calçado, peles e couros”
(0,8% em ambos os anos).
De acordo com os dados do ITC, em 2022 as exportações
da Turquia para Portugal terão totalizado 1,4 milhões de Euros, cabendo os
maiores pesos aos grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,6% do grupo), “Calçado,
peles e couros” (1,6%), “Minérios
e metais” (1,2%), “Têxteis e vestuário” (0,6%) e “Químicos” (0,5%).
2.4 –
Principais mercados
Em 2022 o principal mercado de origem das importações
na Turquia foi a Rússia (16,2% do Total), seguida da China (11,4%).
Seguiu-se um conjunto de países não especificados
(9,5%), a Alemanha (6,6%), a Suiça e os EUA (4,2% cada).
Do lado das exportações salientou-se a Alemanha (8,3%
do Total), seguida dos EUA (6,6%), do Iraque (5,4%), do Reino Unido (5,1%) e da
Itália (4,2%).
Portugal, de acordo com os dados do ITC, como já foi
referido, em 2022 terá pesado 0,4% nas importações e 0,6% nas exportações.
3 – Comércio de Portugal com a Turquia (2018-2022 e Janeiro-Julho 2022-2023)
3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com o Turquia foi
deficitária entre 2018 e 2022, bem como no período de Janeiro a Julho de
2022-2023.
Nos primeiros sete meses de 2023, face ao mesmo período
do ano anterior, as importações decresceram -24,6%% e as exportações aumentaram
+15,8%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 59,2%
para 90,9%.
3.2 – Importação
Numa análise por grupos de produtos (ver a
composição dos grupos em Anexo), as principais importações portuguesas com
origem na Turquia no período de Janeiro a Julho de 2023 incidiram nos grupos “Material
de transporte terrestre e partes” (24,7% e 21,6% em 2022), centrado em tractores,
veículos de passageiros e para o transporte de mercadorias, suas partes e
peças, “Químicos” (23,7% e 17,7%), principalmente hidrocarbonetos cíclicos
e carbonatos, “Máquinas, aparelhos e partes” (16,2% e 9,5%), muito
diversificadas, com destaque para os aparelhos de ar condicionado,
refrigeradores e congeladores, transformadores e conversores eléctricos,
aparelhos de aquecimento diversos e máquinas de lavar roupa, entre muitos
outros, “Têxteis e vestuário” (13,4% e 18,3%), com destaque para os fios
de algodão, e “Minérios e metais” (11,6% e 24,3%), principalmente ferro, aço e suas obras, e alumínio e suas obras.
Com pesos inferiores a dois dígitos seguiram-se neste
período os grupos “Produtos acabados diversos” (3,4% e 2,6%), “Agro-alimentares”
(3,1% e 2,2%), “Madeira, cortiça e papel” (2,0% e 1,9%), “Calçado,
peles e couros” (1,7% e 1,8%), “Energéticos” (0,2% com importação nula
em 2022), tendo sido nulas nos dois anos as importações do grupo “Aeronaves,
embarcações e partes”.
Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos
desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).
3.3 – Exportação
Nos primeiros sete meses de 2023 as principais
exportações para a Turquia couberam aos grupos de produtos “Material de
transporte terrestre e partes” (42,5% e 23,3% em 2022), com destaque para
os automóveis de passageiros, “Madeira, cortiça e papel” (18,9% e 20,9%),
como papel e cartão para escrita, impressão ou outros fins gráficos, pastas de papel, cortiça aglomerada e suas
obras, papel e cartão ‘kraft’, e “Químicos” (17,0% e 34,4%),
principalmente ácidos policarboxílicos, pneus novos, colofónias e ácidos
resínicos, polímeros de etileno e polímeros de cloreto de vinilo.
Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e
partes” (5,1% e 7,0%), muito diversificadas, como acumuladores, quadros,
painéis e outros suportes eléctricos, caixas de fundição, fios e cabos
eléctricos, partes de motores de pistão, e transformadores eléctricos, entre
outros, “Energéticos” (4,9% e nulo em 2022), designadamente refinados de
petróleo, “Têxteis e vestuário” (3,7% e 4,1%), com destaque para fibras
sintéticas e artificiais, e tecidos impregnados para uso técnico, entre outros,
“Calçado, peles e couros” (3,3% e 3,2%), em sua grande parte obras de
couro e artigos de viagem, “Produtos acabados diversos” (2,0% e 2,2%),
como obras de pedra, mobiliário, aparelhos de óptica, médicos, de medida ou de precisão, “Minérios e metais”
(1,5% e 1,4%), como recipientes para gases, cordas e cabos, construções e suas
partes, em ferro ou aço, talheres, guarnições, ferragens e semelhantes em metais
comuns, “Agro-alimentares” (0,8% e 3,4%), como farinhas, pós e
‘pellets’, café, vinhos e produtos à base de cereais, e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,2% e 0,1%),
designadamente embarcações de recreio ou de desporto.
Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos
desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).
Alcochete, 17 de Setembro de 2023.
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