Comércio Externo da Fed.RussaPortugal-Fed.Russa2018-2022Janeiro-Julho 2022-2023
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1 - Introdução
Neste trabalho é
feita uma breve análise do Comércio Externo da Federação Russa ao longo do
período 2018-2022, com base em dados calculados pelo ’International Trade
Centre’ (ITC) a partir de dados de fonte “Estatísticas Alfandegárias
Russas” para 2018-2021 e dos seus parceiros comerciais para 2022 (mirror
data).
Segue-se uma
análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país entre
2018 e 2022 e período acumulado de Janeiro a Julho de 2022 e 2023, com base em versões
definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE)
para os anos de 2018 a 2022 e versão preliminar para o período em análise de 2023.
2 – Comércio
Externo da Fed.Russa (2018-2022)
2.1 – Balança
Comercial
Entre os anos 2018 e 2022 a Balança Comercial da Fed.Russa
foi ‘superavitária’, com o saldo a situar-se em +354,2 mil milhões de Euros em
2022.
Em 2022 as importações decresceram -25,1% face ao ano
anterior e as exportações aumentaram +29,7%, com o grau de cobertura das
importações pelas exportações a situar-se em 290,7%.
O ritmo do nível das importações manteve-se até 2021 acima do
nível que detinham em 2018, desacelerando significativamente em 2022. Por sua
vez o ritmo das exportações, que havia desacelerado até 2020, inverteu essa
tendência, atingindo 141,9% em 2022, face ao nível que detinham em 2018.
2.2 –
Importação
Em 2022, numa análise das importações de mercadorias por grupos de produtos (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo), as principais importações na Fed.Russa incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (31,1% do Total e 28,7% em 2021), “Químicos” (22,8% e 18,1%) e “Agro-alimentares” (12,3% e 11,3%). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (8,6% e 11,6%), “Minérios e metais” (8,2% e 8,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (7,9% e 9,4%), “Têxteis e vestuário” (5,8% e 4,5%), “Calçado, peles e partes” (2,3% e 1,6%), “Madeira, cortiça e papel” (1,4% nos dois anos), “Energéticos” (1,1% e 0,8%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e 1,7%).
2.3 –
Exportação
Em 2022 as
principais exportações de mercadorias da Fed.Russa incidiram no grupo de
produtos “Energéticos” (68,5% do Total e 43,1% em 2021).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (13,3%, com 18,5% em 2021), “Químicos”
(7,0% e 7,2%), “Agro-alimentares” (5,8% e 6,6%), “Madeira, cortiça e
papel” (2,5% e 3,4%), “Produtos acabados diversos” (1,2% e 16,0%) e “Maquinas,
aparelhos e partes” (1,1% e 3,4%).
De acordo com os dados do ITC, em 2022 as exportações
da Fed.Russa para Portugal terão totalizado 619 milhões de Euros (0,1% do
Total), cabendo os maiores pesos aos grupos de produtos “Calçado, peles e
couros” (0,8% do grupo), “Agro-alimentares” e “Químicos” (0,3%
cada), “Têxteis e vestuário” (0,2%), “Energéticos” e “Madeira,
cortiça e papel” (0,1% cada).
2.4 –
Principais mercados
Não se encontrando disponíveis na base de dados do
ITC dados das importações e exportações da Fed.Russa para 2022, vão aqui ser comparados
os valores correspondentes aos anos de 2020 e 2021.
Em 2021
o principal mercado de origem e de destino das importações e das exportações da
Fed.Russa foi a China, com respectivamente 24,8% e 14,0% do Total.
Do
lado das importações seguiram-se, entre os principais mercados, a Alemanha
(9,3%), os EUA (5,9%), a Bielorrússia (5,3%), a Coreia do Sul (4,4%), a França
(4,2%), a Itália (4,1%), o Japão (3,1%), o Cazaquistão (2,4%), a Turquia (2,2%),
a Polónia (2,0%), o Vietname (1,7%), o Reino Unido, a Índia e os Países Baixos (1,5%
cada).
Do
lado das exportações salientaram-se depois os Países Baixos (8,6%), a Alemanha
(6,0%), a Turquia (5,4%), a Bielorrússia (4,7%), o Reino Unido (4,5%), a Itália
(3,9%), o Cazaquistão (3,8%), os EUA (3,6%), a Coreia do Sul e a Polónia (3,4%
cada), o Japão (2,2%), a França e a Finlândia (2,0% cada), a Índia (1,9%), a
Bélgica (1,8%) e a Ucrânia (1,7%).
3 – Comércio de Portugal com a Federação
Russa
Como se pode
observar na figura seguinte, face ao nível que detinha em 2010, a partir de
2015 o ritmo de crescimento das importações, com um pico em 2017 (381,4%), exceptuando
o ano de 2020, manteve-se até 2022 sempre acima do ritmo das exportações.
Em 2022 assistiu-se a uma desaceleração acentuada em ambas as vertentes, atingindo as exportações um nível inferior ao de 2010.
3.1 – Balança Comercial
(2018-2022 e Janeiro-Julho 2022-2023)
A Balança Comercial de Portugal com o Fed.Russa foi
deficitária entre 2018 e 2022, bem como no período de Janeiro a Julho de 2022 e
2023.
Nos primeiros sete meses de 2023, face ao mesmo
período do ano anterior, as importações e as exportações decresceram acentuadamente,
respectivamente -62,2% e -72,6%.
Registou-se uma redução do défice de -468 para -148
milhões de Euros, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer
de 34,1% para 24,7%.
Numa análise por grupos de produtos (ver a
composição dos grupos em Anexo), a principal importação portuguesa com
origem na Fed.Russa no período de Janeiro a Julho de 2023 incidiu no grupo de
produtos “Energéticos” (54,4% do Total e 67,3% em 2022), essencialmente
gás de petróleo em 2023, tendo predominado o Fuel em 2022, produto que não se
importou em 2023.
Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares”
(29,1% e 12,6%), centrado no bacalhau, e “Químicos” (15,8% e 13,7%),
principalmente acrilonitrilo, hidróxido de magnésio, ureia e misturas de
nitrato de cálcio e de amónio.
As importações dos restantes grupos foram muito
reduzidas, nulas ou praticamente nulas.
Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).
3.3 – Exportação
Nos primeiros sete meses de 2023 as principais exportações para a Fed.Russa couberam aos grupos de produtos “Agro-alimentares” (62,4% e 24,9% no mesmo período de 2022), como azeitonas preparadas, vinhos, preparações para alimentação de animais e café torrado, e “Máquinas, aparelhos e partes” (16,0% e 14,7%), muito diversificadas, principalmente diversos aparelhos aquecidos electricamente e caixas de fundição.
Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Calçado,
peles e couros” (7,1% em 2023 e 8,2% em 2022), principalmente calçado com a
parte superior em couro, “Madeira, cortiça e papel” (4,0% e 19,9%),
designadamente folhas de madeira para folheados e contraplacados (não foi
exportada em 2023 cortiça aglomerada, o principal produto no semestre homólogo), “Químicos”
(3,1% e 9,4%), como chapas e folhas de plástico, enzimas, produtos cosméticos e
corantes, “Têxteis e vestuário” (2,7% e 3,8%), principalmente redes para
a pesca e outras, cordéis, cordas e cabos, produtos têxteis de mesa, toucador e
cozinha, e artigos para guarnição de interiores, “Produtos acabados
diversos” (2,6% e 10,5%), como pedra natural de cantaria ou construção,
ladrilhos de cerâmica, aparelhos de iluminação, móveis e assentos, mesmo
transformáveis em cama, e “Minérios e metais” (1,6% e 7,0%), designadamente
prata, facas de vários tipos, barras e perfis de cobre, talheres em metais
comuns, fogões de sala, de cozinha, grelhadores e aparelhos não eléctricos para
aquecimento. As exportações dos restantes grupos de produtos foram muito
reduzidas ou mesmo nulas.
Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos
desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).
ANEXO
Alcochete, 24 de Setembro de 2023.
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