1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Setembro de 2022 em versão definitiva e de 2023 em
versão preliminar, com última actualização em 9 de Novembro, as exportações de
mercadorias em 2023 decresceram, em termos homólogos, -0,6% (-364 milhões de
Euros), a par de um decréscimo das importações de -3,9% (-3179 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo
de -0,7% (-303 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros
decrescido ‑0,4% (-61 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +3,8% (+2141 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -20,7% (-5320 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -12,4% face a 2022, situou-se em -19967 milhões de
Euros (superior em 365 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 2444 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 5259 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 72,1%, em 2022, para 74,5%, em 2023.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Setembro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 843 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 571 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Outubro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
12,0% no total das importações em 2023 e 6,8% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em sobe em 2023 de 74,5%, no
comércio global, para 79,0%.
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,4%
do Total, decresceram -0,7%, contribuindo com -0,5 pontos percentuais (p.p.)
para uma taxa de ‘crescimento’ global de -0,6%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,6% do Total), decresceram
-0,4%, com um contributo de -0,1 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,6%), a França (13,2%), a Alemanha
(10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,1%),
os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,7%) e as Provisões de
Bordo (1,5%), que representaram 74,4% do total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido,
registou no período em análise um decréscimo de -4,2% nas nossas exportações (-43,6
milhões de Euros).
Ocorreram
decréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (-42,0
milhões de Euros), Químicos (-20,1 milhões), “Madeira, cortiça e papel”
(-17,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (-8,0 milhões), “Têxteis
e vestuário” (-4,1 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,5
milhões).
Os acréscimos
incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+34,3
milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+8,5
milhões), “Minérios e metais” (+3,3 milhões), “Aeronaves, embarcações
e partes” (+2,8 milhões) e “Energéticos” (+1,4 milhões de
Euros).
Entre os principais
destinos, os maiores contributos positivos
para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (-0,6%) pertenceram à França (+0,8 p.p.), a Marrocos (+0,4
p.p.), à Bélgica, China e Roménia (+0,2 p.p. cada) e à Polónia, Provisões de
Bordo, Brasil, Turquia e Suécia (+0,1 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam a Espanha (-0,6 p.p.), aos Países Baixos
(-0,5 p.p.), aos EUA (-0,4 p.p.), à Itália e Gibraltar (-0,3 p.p. cada) e à Espanha (-0,2 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em França, seguidos dos da Bélgica, Roménia, Polónia, Provisões de
Bordo, Suécia, República Checa e Eslováquia. Os maiores decréscimos ocorreram
com a Espanha, Países Baixos, Itália, Finlândia, Dinamarca, Irlanda e Lituânia.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Japão, os Emiratos Árabes Unidos, a China,
a Austrália, o Brasil e a Turquia.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os dos EUA, de Gibraltar, das Provisões de Bordo, da Argentina,
do Panamá, da Noruega, de Israel, do Reino Unido e de Angola.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Setembro de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 73,9% do total, registaram um acréscimo de +3,8% e
contribuíram com +2,6 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -3,9%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -20,7% representando 26,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -6,5 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,6% do
Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (6,8%), dos Países Baixos (5,3%),
da China (5,0%), da Itália (4,9%), do Brasil (3,9%), da Bélgica (3,1%), dos EUA
(2,3%) e da Polónia (1,9%).
Estes países representaram, no seu conjunto, 78,4% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (-3,9%), destacaram-se os da Irlanda e Espanha, (+0,8 p.p. cada), seguidos
dos da França (+0,6 p.p.), da Alemanha e Polónia (+0,3 p.p. cada), da Ucrânia,
Suíça e República Checa (+0,1 p.p. cada).
Os
principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,1 p.p.), Brasil
(-0,8 p.p.), Nigéria (-0,7 p.p.), Azerbaijão (-0,5 p.p.), Federação Russa (-0,4
p.p.), Turquia e China (-0,3 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de
Janeiro a Setembro de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Setembro de 2023, os maiores saldos positivos
da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2387 milhões de Euros), aos
EUA (+1986 milhões), ao Reino Unido (+1886 milhões), a Angola (+804 milhões) e a
Marrocos (+423 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-11389 milhões de Euros), seguida da China (-3374 milhões), da
Alemanha (‑2708 milhões), do Brasil (-2307 milhões) e dos Países Baixos (-2012 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
No
período de Janeiro-Setembro de 2023, os grupos que detiveram maior peso na
estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do Total e +912
milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (13,6% e -383 milhões), “Agro-alimentares”
(13,4% e +388 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5%
e +764 milhões) e “Minérios e metais” (10,2% e -357
milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e +453 milhões), “Têxteis
e vestuário” (7,7% e -254 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (6,9% e -583 milhões), “Energéticos”
(6,8% e -1225 milhões), “Calçado, peles e
couros” (3,2% e -47 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,6% e -31 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
Em 2023 os
grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,7% do Total e +467 milhões de Euros face ao ano
anterior), “Químicos” (17,3% e -368 milhões), “Agro-alimentares”
(15,5% e +837 milhões), “Energéticos”
(12,0% e ‑5068 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e +1942 milhões
de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -554 milhões
de Euros), “Produtos acabados
diversos” (6,0% e +178 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -223 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,1%
e -208 milhões), “Calçado, peles e couros”
(1,8% e +22 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -203 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira
posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,6% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois das Provisões de
Bordo Extra-UE) e dos EUA, “Calçado,
peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,2%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,1%),
os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,7%) e Provisões de Bordo
P. Terceiros (1,5%).
Estes dez destinos representaram 74,4% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,6% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da
Alemanha e dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a
França (6,8%), os Países Baixos (5,3%), a China (5,0%), a Itália (4,9%), o
Brasil (3,9%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,3%) e a Polónia (1,9%).
Estes dez
países cobriram 78,4% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Novembro de 2023.
Sem comentários:
Enviar um comentário