1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Dezembro de 2022, em versão definitiva, e de 2023, em
versão preliminar, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2024, as
exportações de mercadorias em 2023 decresceram, em termos homólogos, -1,0% (-800
milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -4,1% (-4527
milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -1,4% (-799 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado aproximadamente o mesmo valor nos dois anos. Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +2,8% (+2138 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -20,0% (-6665 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -12,0% face a 2022, situou-se em -27356 milhões de
Euros (inferior em 3727 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 2938 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 6665 milhões no extracomunitário.
Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações subiu de 71,6%, em 2022, para 73,9%, em 2023.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Dezembro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 741 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 587 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional
do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face
ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em
Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,6% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2023, de 73,9% no
comércio global, para 78,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2023 as
exportações para a UE (expedições), que representaram 70,2% do Total, decresceram
-1,4%, contribuindo com -1,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’
global de -1,0%. As exportações para
o espaço extracomunitário (29,8% do Total), com aproximadamente o mesmo valor
nos dois anos, tiveram um contributo praticamente nulo para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (13,0%), a Alemanha (10,8%),
os EUA (6,7%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,3%), os
Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,6%) e as Provisões de Bordo
P.Terceiros (1,5%), que representaram 74,5% do total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -11,2% nas nossas exportações (-159,6 milhões de
Euros).
Os
maiores decréscimos ocorreram nos grupos de produtos “Agro-alimentares”
(‑73,7 milhões de Euros), Químicos (-44,4 milhões), “Madeira, cortiça
e papel” (‑23,1 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-18,9
milhões), seguidos de “Têxteis e vestuário” (-4,3 milhões), “Calçado,
peles e couros” (-2,8 milhões), “Minérios e metais” (-2,7 milhões) e
“Aeronaves, embarcações e partes” (-1,7 milhões de Euros). Os acréscimos
incidiram nos grupos de produtos “Material de transporte terrestre e partes”
(+6,8 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+5,1 milhões) e “Energéticos”
(+116 mi Euros).
Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período
(-1,0%) pertenceram à França (+0,5 p.p.), a Marrocos (+0,4 p.p.) e aos EUA, China
e Brasil (0,2 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam a Espanha (-0,7 p.p.), aos Países Baixos
(-0,5 p.p.), a Gibraltar e à Itália (-0,3 p.p. cada) e ao Reino Unido/Irl NT,
Prov. Bordo para Terceiros e Angola (-0,2 p.p. cada).
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se Marrocos, a Argélia, os EUA, a China, o Japão, o Brasil, os
Emiratos Árabes Unidos, a Turquia e a Austrália.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de
Gibraltar, do Reino Unido, das Provisões de Bordo, de Angola, de Israel, da
Argentina, do Panamá, da
Noruega. da África do Sul e de Hong-Kong.
3.2 - Importações
Em 2023 as
chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total,
registaram um acréscimo de +2,8% e contribuíram com +2,0 p.p. para uma taxa de
variação homóloga global de -4,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -20,0% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -6,1 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,8% do
Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (7,0%), do Brasil (5,3%), da
China e Itália (5,0% cada), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,2%), dos EUA (2,1%)
e da Polónia (1,9%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,3% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (-4,1%), destacaram-se os da Irlanda (+0,7 p.p.), da França (0,6 p.p.),
da Espanha, (+0,5 p.p.), da Polónia, Países Baixos, Suíça e Alemanha (+0,1p.p.
cada).
Os
principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,1 p.p.), Brasil
(-0,8 p.p.), Nigéria (-0,6 p.p.), Azerbaijão (-4,0 p.p.) e China, Angola e Federação
Russa (-0,3 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Dezembro de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Dezembro de 2023, os maiores saldos positivos
da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2983 milhões), à França (+2802
milhões de Euros), ao Reino Unido (+2496 milhões), a Angola (+992 milhões) e a Marrocos
(+555 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-15458 milhões de Euros), seguida da China (-4452 milhões), da
Alemanha (‑3757 milhões), dos Países Baixos (-2892 milhões) e do Brasil (-2627
milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2023,
os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e
partes” (15,4% do Total e +801 milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (13,9% e +675
milhões), “Químicos” (13,7% e -195 milhões),
“Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +502 milhões) e “Minérios
e metais” (10,1% e -330 milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e +465 milhões), “Têxteis
e vestuário” (7,6% e -329 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (6,9% e -782 milhões), “Energéticos”
(6,6% e -1475 milhões), “Calçado, peles e
couros” (3,0% e -122 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,6% e -9 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
Em 2023 os
grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (18,0% do Total e +315 milhões de Euros face ao ano
anterior), “Químicos” (17,2% e -625 milhões), “Agro-alimentares”
(15,6% e +890 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,0% e +2307 milhões) e “Energéticos” (11,6% e ‑6019 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (8,9% e -709 milhões
de Euros), “Produtos acabados
diversos” (6,1% e +165 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -297 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0%
e -390 milhões), “Calçado, peles e couros”
(1,7% e -47 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8% e -117 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2023 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(2ª posição, depois das Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e
Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e
partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil
e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,0%), a
Alemanha (10,8%), os EUA (6,7%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,3%),
os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,6%) e Provisões de Bordo
P.Terceiros (1,5%).
Estes dez
destinos representaram 74,5% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,8% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da
Alemanha, da França, EUA, Brasil e Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a
França (7,0%), os Países Baixos (5,3%), a China e a Itália (5,0% cada), o
Brasil (3,5%), a Bélgica (3,2%), os EUA (2,1%) e a Polónia (1,9%).
Estes dez
países cobriram 78,3% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Fevereiro de 2024.
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