quarta-feira, 31 de julho de 2024

Comércio Externo de Macau (2019-23) e Portugal-Macau (2019-23 e Jan-Maio 2023-24)

 

Comércio Externo de Macau
(2019-2023)
e
Portugal-Macau
(2019-2023 e Janeiro-Maio 2023-2024)

                                                    disponível para download  >> aqui )       

1 - Introdução

Macau, território administrado por Portugal desde meados do séc, XVI durante mais de 400 anos, voltou para a soberania chinesa em 20 de Dezembro de 1999, constituindo actualmente aRegião Administrativa Especial de Macau” (RAEM). Em Outubro de 2003, por iniciativa do Governo Central da China, foi criado o “Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau)”, em coordenação, actualmente, com nove países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Sediado em Macau, o também designado por “Fórum de Macau” é, como se define no portal do ‘Secretariado Permanente’, “um mecanismo multilateral de cooperação intergovernamental centrado no desenvolvimento económico e comercial, tendo como objectivos consolidar o intercâmbio económico e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, dinamizar o papel de Macau enquanto plataforma de cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa e fomentar o desenvolvimento comum do Interior da China, dos Países de Língua Portuguesa e da RAEM”. De três em três anos realiza-se em Macau uma Conferência Ministerial, onde se planificam os “Planos de Acção para a Cooperação Económica e Comercial”.

Na nomenclatura internacional de países para efeitos estatísticos do comércio mantém–se a distinção entre China Continental (também designada por Interior da China) e as actuais Regiões Administrativas Especiais de Macau e Hong-Kong.

Neste trabalho vai-se analisar a evolução do comércio externo de mercadorias de Macau face ao mundo e aos países do “Fórum de Macau” e, com maior pormenor, entre Portugal e Macau. Não se dispondo, com origem em fontes oficiais, de dados estatísticos relativos ao comércio externo de mercadorias de Macau com base no “Sistema Harmonizado” (SH), foram neste trabalho utilizados dados de base disponíveis no “International Trade Centre” (ITC) para o período 2019-2023, calculados a partir de dados baseados em estatísticas COMTRADE, da ONU. A análise da evolução do comércio de Portugal com Macau entre 2019 e 2023 e período de Janeiro a Maio de 2023 e 2024 tem por base dados estatísticos do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE), em versão definitiva até 2023 e preliminar para 2024, com última actualização em 10 de Julho de 2024.

2 – Comércio da China, incluindo as RAE de Hong-Kong                              e Macau, com os PALOP

O comércio externo da China, incluindo as Regiões Administrativas Especiais de Hong-Kong e Macau, com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), membros do Fórum, assenta na sua quase totalidade em importações e exportações da China Continental.

Nas importações destaca-se Angola, seguida da Guiné Equatorial, constituídas essencialmente por petróleo, e Moçambique, estas centradas em minérios como titânio, e Gás. Nas exportações sobressai Angola e Moçambique, com valores da mesma ordem de grandeza ao longo do período em análise.

No período de 2019 a 2023, à excepção do ano de 2022 (106,7%), as importações da China (incluindo Hong-Kong e Macau) com os PALOP, mantiveram-se abaixo do nível de 2019.

Por sua vez as exportações, após uma ligeira quebra em 2020, cresceram até 2023 a um ritmo significativo, atingindo 201,3% do valor que detinham em 2019.

3 – Comércio externo de Macau

Após um ligeiro decréscimo em 2020, as importações e as exportações mantiveram-se acima do nível que detinham em 2019.

As importações, após um crescimento acentuado em 2021 (152,3%), mantiveram-se próximo desse nível até 2023. Por sua vez as exportações, tendo crescido até 2022 (142,8%), desaceleraram no ano seguinte (123,5%).

3.1- Balança Comercial de Macau

De acordo com os dados de base de fonte ITC disponíveis, a Balança Comercial de Macau no período de 2019 a 2023 foi desfavorável, tendo o défice aumentado respectivamente e -9,8 mil milhões de Euros para -15,1 mil milhões, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 8,5% para 7,0%.


3.2 – Importações por Grupos de Produtos

Em 2023 as principais importações de mercadorias em Macau incidiram no grupo de produtos “Agro-alimentares” (18,3% e 15,5% em 2022), principalmente bebidas alcoólicas, peixe, crustáceos e moluscos,  carnes e miudezas, preparados à base de cereais ou leite, leite e lacticínios, “Minérios e metais” (16,3% e 12,9%), principalmente pedras e metais preciosos e bijutaria, “Químicos” (15,8% e 21,2%), principalmente óleos essenciais, perfumaria e cosmética, “Máquinas, aparelhos e partes” (12,6% e 15,8%), com destaque para as máquinas e aparelhos eléctricos, “Calçado, peles e couros” (11,4% e 10,4%), com as obras de couro e artigos de viagem em evidência e “Produtos acabados diversos” (11,0% e 10,5%), principalmente artigos de relojoaria.

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (6,6% nos dois anos), principalmente vestuário,  “Energéticos” (5,0% e 4,4%), designadamente combustíveis e óleos minerais, “Material de transporte terrestre e partes” (2,2% e 2,0%), principalmente veículos automóveis, “Madeira. cortiça e papel” (0,7% e 0,6%), como papel, cartão e suas obras, material impresso, madeira e suas obras, e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1% em ambos os anos), essencialmente aparelhos aéreos e suas partes.

Na figura seguinte constam, por Grupos de Produtos, os principais produtos importados em 2022 e 2023, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (SH-2).


3.3 – Exportações por Grupos de Produtos


Entre as exportações destacaram-se, em 2023, os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (26,7% e 22,8% no ano anterior), principalmente aparelhos eléctricos, “Minérios e metais” (23,2% e 25,1%), como pedras e metais preciosos e bijutaria, “Produtos acabados diversos” (14,3% e 18,6%), com destaque para os artigos de relojoaria, e “Têxteis e vestuário” (11,7% e 10,9%), essencialmente vestuário excepto de malha e seus acessórios. Seguiram-se o “Calçado, peles e couros” (8,8% e 9,0%), “Agro-alimentares” (7,3% nos dois anos) e “Químicos” (6,5% e 4,4%). Com pesos muito inferiores alinharam-se depois os grupos “Aeronaves, embarcações e partes”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Madeira, cortiça e papel”, tendo sido nulas as exportações de “Energéticos”.

Na figura seguinte constam, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados em 2022 e 2023, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (SH-2).

3.4 – Mercados de origem e de destino

São idênticos os principais mercados das importações de Macau em 2023 e seus pesos no  Total, quando considerados a partir de dados de base do “ITC” ou do “Anuário Estatísticico 2023–Macau”. Já o mesmo não acontece relativamente às exportações. 

Para efeitos estatísticos são consideradas autonomamente as Região Administrativas Especiais de Macau e Hong-Kong, separadas do que se designa no Anuário Estatístico por “interior da China” (China Continental). Em 2023, segundo o ITC, as principais importações couberam à China Continental (28,6%), seguida da França (16,1%), da Itália (11,8%), da Suíça (6,8%), do Japão (6,1%), dos EUA (6,0%) e de Hong-Kong (5,2%). As exportações dominantes terão incidido em Hong-Kong (84,4%), seguido da China (Cont.) (7,8%), dos EUA (4,8%), do Vietname (1,1%), de Taiwan (0,6%) e de Singapura (0,5%).

Portugal terá representado 0,2% das importações, sendo praticamente nulas as exportações.

4 – Comércio de Portugal com Macau

No período de 2019 a 2023 o ritmo de evolução anual das importações manteve-se abaixo do nível de 2019 mas sempre acima de 73,7%. Por sua vez as exportações, após uma subida considerável em 2020 (169,6%), desceram sucessivamente abaixo do nível que detinham em 2019, atingindo 30,7% desse nível em 2023.

4.1 – Balança Comercial

No período em análise a Balança Comercial de Portugal com Macau foi favorável a Portugal, com saldos positivos oscilando entre +19,6 milhões de Euros em 2020 e +25,7 milhões em 2019, situando-se em +23,9 milhões em 2023. Nos primeiros cinco meses de 2024 o saldo foi de +10,4 milhões, representando uma quebra de -2,4% face ao período homólogo do ano anterior.

As importações, que em 2020 atingiram +2,3 milhões de Euros, decresceram sucessivamente a partir de então, situando-se em +421 mil Euros em 2023. No período de Janeiro a Maio de 2024, face ao período homólogo de 2023, cresceram +22,6%, fixando-se em +285 mil Euros.

Por sua vez as exportações, que em 2019 ultrapassaram os +27 milhões de Euros, desceram nos três anos seguintes para um patamar em torno de +20 milhões de Euros, subindo em 2024 para +24,3 milhões. No período de Janeiro a Maio de 2024 decresceram -1,9% face ao mesmo período do ano anterior, situando-se em +10,7 milhões de Euros.  

4.2 – Importações por Grupos de Produtos

No período de Janeiro a Maio de 2024 as principais importações com origem em Macau ocorreram no grupo “Químicos” (81,0% do Total em 2024 e apenas 9,7% em 2023), designadamente produtos químicos orgânicos, como antibióticos.

Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (7,7% e 13,6%), com destaque para livros e outro material impresso, “Têxteis e vestuário” (5,1% e 13,3%), principalmente vestuário, “Calçado, peles e couros” (3,6% e 3,1%), principalmente calçado e obras de couro, e “Produtos acabados diversos” (1,7% e 55,3%, em2023 centradas em quadros, pinturas e desenhos).

Na figura seguinte constam, por Grupos de Produtos, os principais produtos importados no período de Janeiro-Maio de 2023-2024, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (SH-2).

4.3 – Exportações por Grupos de Produtos

Nos primeiros cinco meses de 2024 o grupo de produtos dominante nas exportações foi “Agro-alimentares” (79,1% e 71,2% no ano anterior), com destaque para as bebidas alcoólicas, conservas de peixe, preparações e conservas de carnes, seguido à distância pelo grupo “Químicos” (11,7% e 17,0%), principalmente constituído por produtos farmacêuticos.

Alinharam-se depois os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (3,1% e 5,3%), com destaque para aparelhos eléctricos como fios, cabos, aparelhos de interrupção e quadros eléctricos, “Produtos acabados diversos” (2,3% e 1,5%), principalmente produtos cerâmicos, “Calçado, peles e couros” (1,4% e 2,1%), com as obras de couro em evidência, “Minérios e metais” (1,3% e 0,9%), principalmente obras de ferro ou aço, “Têxteis e vestuário” (0,6% e 1,3%), principalmente vestuário, tapetes e outros revestimentos de matérias têxteis e “Madeira, cortiça e papel” (0,5% e 0,6%) com destaque para os livros e outro material impresso.

Na figura seguinte constam, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados no período de Janeiro-Maio de 2023-2024, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (SH-2).


Alcochete, 21 de Julho de 2024.


ANEXO








quarta-feira, 24 de julho de 2024

Comércio Internacional de mercadorias de Portugal com a China (2022-2023 e Janeiro-Maio 2023-2024)

 

Comércio Internacional
de mercadorias
de Portugal com a China
2022-2023
Janeiro-Maio 2023-2024

                                         ( disponível para download  >> aqui )       

1 - Introdução

Na nomenclatura internacional de países para efeitos estatísticos do comércio internacional mantém–se a distinção entre China Continental (também designada por Interior da China) e as actuais Regiões Administrativas Especiais de Macau e Hong-Kong. Neste trabalho, ao referir-se “China” estamos a considerar apenas a China Continental, sendo o comércio com Macau e Hong-Kong objecto de análises autónomas.

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio internacional de Portugal com a China nos anos de 2022 e 2023 e período de Janeiro a Maio de 2023 e 2024, com base em dados estatísticos do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva para 2022 e 2023 e preliminar para 2024, com última actualização em 10 de Julho de 2024.

2 – Comércio de Portugal com a China

Ao longo do último quinquénio, o ritmo de evolução anual do valor das importações portuguesas com origem na China (2019=100) foi sustentadamente crescente, atingindo em 2022 um crescimento significativo face a 2019 (188,8%), tendo desacelerado em 2023 (176,8%).

Por sua vez o ritmo das exportações portuguesas com este destino, à excepção do ano 2020 (94,3%), manteve-se até 2022 ligeiramente acima do nível de 2019, tendo registado um acréscimo significativo em 2023 (127,8%).

2.1 – Balança Comercial                                                                                     (2022-2023 e Janeiro-Maio 2023-2024)

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com a China é fortemente deficitária. Em 2023, face ao ano anterior, o défice decaiu -10%, tendo-se situado em cerca de -4,5 mil milhões de Euros. Nos primeiros cinco meses de 2024, o défice da Balança aumentou +0,7% em termos homólogos, atingindo cerca de -1,8 mil milhões de Euros. O grau de cobertura (Fob-Cif) das importações pelas exportações situou-se em 14,7% em 2023 e em 12,6% no período de Janeiro a Maio de 2024.

2.2- Importações por grupos de produtos

No período de Janeiro a Maio de 2024 as principais importações de Portugal com origem na China incidiram no grupo de produtos “Máquinas, aparelhos e partes”, a grande distância dos restantes grupos (48,6% do Total em 2024 e 48,5% em 2023), com destaque para as ‘máquinas e aparelhos eléctriicos’ (definição do conteúdo dos Grupos de Produtos em Anexo).

Seguiram-se os grupos “Químicos” (11,9% e 10,8%), “Produtos acabados diversos” (9,9% e 8,7%), “Têxteis e vestuário” (8,4% e 8,0%) e “Minérios e metais” (7,7% nos dois anos).

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (4,2% e 5,3%), “Calçado, peles e couros” (4,0% e 3,5%), “Agro-alimentares” (3,3% e 3,4%), “Madeira, cortiça e papel” (1,8% e 1,4%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2% e importações praticamente nulas em 2023), centradas em embarcações, e Energéticos” (0,1% e 2,6%).

Na figura seguinte constam, por Grupos de Produtos, os principais produtos importados nos anos de 2022 e 2023, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (NC-2).


2.3 - Exportações por grupos de produtos

As principais exportações no período de Janeiro a Maio de 2024 couberam ao grupo de produtos “Minérios e metais” (35,1% em 2023 e 19,3% em 2024), com o cobre e suas obras em evidência.

Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (18,8% e 19,5%), destacando-se as máquinas e aparelhos eléctricos, “Madeira, cortiça e papel” (16,0% e 21,8%), principalmente pastas de papel e cortiça e suas obras, “Químicos” (9,0% e 7,3%), com destaque para os artigos de  plástico e de borracha, “Agro-alimentares” (8,2% e 8,6%), principalmente produtos da pesca e bebidas, “Têxteis e vestuário” (5,7% e 7,0%), como artigos têxteis para uso técnico e vestuário de malha, “Produtos acabados diversos”, (4,3% e 3,8%), principalmente aparelhos de óptica e de precisão, “Calçado, peles e couros” (2,2% e 1,9%) e “Material de transporte terrestre e partes” (0,7% e 0,8%), tendo sido praticamente nulas as exportações dos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” e “Energéticos”.

Na figura seguinte constam, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados nos anos de 2022 e 2023, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura.


Alcochete, 12 de Julho de 2024.

 

ANEXO



sexta-feira, 19 de julho de 2024

Quotas de mercado das exportações portuguesas nas importações de Países Terceiros (2019-2023)

 

Evolução das quotas de mercado 
das exportações portuguesas nas importações
dos principais Países Terceiros de destino
por Grupos de Produtos
(2019-2023)

                                                  disponível para download  >> aqui )       


1 - Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução das quotas de mercado das exportações portuguesas de mercadorias para os dez principais Países Terceiros de destino no período de 2019 a 2023, por Grupos de Produtos (ver conteúdo em Anexo), com base em estatísticas do “International Trade Centre” (ITC) para as importações nesses mercados e, visando uma maior aproximação à realidade, a base de dados do (INE) para as exportações portuguesas em valores (Cif), calculados a partir do seu valor (Fob) em versões já definitivas, por aplicação de um factor fixo (Fob=Cif x 0,9533).

O peso da exportação portuguesa de mercadorias para os Países Terceiros ao longo dos últimos cinco anos desceu de 29,3% em 2019, para 28,5% em 2021, tendo-se invertido essa tendência a partir de então, atingindo 29,8% do Total em 2023.

2 – Os 10 principais destinos Extra-UE27 das exportações                          em 2023 por Grupos de Produtos

3 – Evolução das quotas de mercado das exportações portuguesas            nas importações dos 10 principais Países Terceiros de destino              por Grupos de produtos (2019-2023)

Nas páginas seguintes apresentam-se quadros, por Grupos de Produtos, para os 10 principais mercados da exportação portuguesa com destino ao espaço Extra-UE27 em 2023:

          - Valor das exportações (Fob) entre 2019 e 2023;

          - Importação global em cada um dos países (Cif);

          - Quotas de Mercado (Cif/Cif), calculadas por aplicação aos valores (Fob)                 das exportações portuguesas de um factor fixo (Fob=Cif x 0,9533).

Nos quadros referentes às importações nos Países Terceiros, constantes das estatísticas do “International Trade Centre” (ITC), vão assinalados os casos em que a informação se reporta a “Mirror data”, ou seja, a informação relativa aos seus parceiros comerciais.

3.1 - Agro-alimentares


3.2 - Energéticos


3.3 - Químicos


3.4 - Madeira, cortiça e papel


3.5 - Têxteis e vestuário


3.6- Calçado, peles e couros


3.7 - Minérios e metais


3.8 - Máquinas, aparelhos e partes


3.9 - Material de transporte terrestre e partes


3.10 - Aeronaves, embarcações e partes


3.11 - Produtos acabados diversos




ANEXO




Alcochete, 9 de Julho de 2024.




sábado, 13 de julho de 2024

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Maio 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Maio 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2023 em versão definitiva, e de 2024 em versão preliminar, com última actualização em 10 de Julho de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 decresceram, em termos homólogos, -0,4% (-131 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -1,9% (-861 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -0,2% (-58 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo de -0,8% (-74 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) decresceram -2,2% (-716 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -1,3% (145 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -6,5% face a 2023, situou-se em -10420 milhões de Euros (inferior em 729 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam desagravamentos de 658 milhões no comércio intracomunitário e de 71 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,0%, em 2023, para 76,2%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Maio de 2024 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 577 Euros/Ton, no mesmo período de 2023, para 597 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Junho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,7% no total das importações em 2024 e 7,4% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,2% no comércio global, para 79,0%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,9% do Total, decresceram -0,2%, contribuindo com -0,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de -0,4%. As exportações para o espaço extracomunitário, 29,1% do Total, decresceram -0,8%, contribuindo com uma taxa negativa de -0,2 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,3%), a França (12,9%), a Alemanha (11,5%), os EUA (6,6%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,8%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,5%), países que representaram 74,9% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -33,3% nas nossas exportações (-196,8 milhões de Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+704 mil Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+489 mil Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-67,0 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (‑33,6 milhões), Químicos (-32,7 milhões), “Produtos acabados diversos” (-30,9 milhões) e “Minérios e metais” (-21,0 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,1 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,6 milhões), “Têxteis e vestuário” (-2,5 milhões), e “Calçado, peles e couros” (-1,6 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de -0,4 p.p. couberam a Angola e França (-0,6 p.p.cada), à Turquia (-0,4 p.p.), à Espanha e Países Baixos (-0,3 p.p. cada), à Irlanda, China e Eslováquia (-0,2 p.p. cada) e a Israel e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+0,5 p.p.), ao Brasil , EUA, Finlândia e Gibraltar (+0,3 p.p. cada), à Itália e Reino Unido/Irl NT (+0,2 p.p. cada), e à Rep. Checa e Marrocos (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Finlândia, Itália, República Checa, Dinamarca, Bélgica, Polónia, Hungria e Grécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Espanha, Países Baixos, Irlanda, Eslováquia, Provisões de Bordo, Lituânia e Roménia. 


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se o Brasil, os EUA, Gibraltar, o Reino Unido/Irl.NT, o Egipto, Marrocos, o Vietname, a Ucrânia e Ceuta.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Angola, da Turquia, da China, do Japão, da África do Sul, de Israel, da Argélia, do Panamá, da Noruega e da Arábia Saudita.

3.2 – Importações

Em 2024 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,1% do total, registaram um decréscimo de -2,2% e contribuíram com -1,6 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -1,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -1,3% representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -0,3 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,7% do Total), seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,0%), dos Países Baixos e da Itália (5,2% cada), da China (4,6%), do Brasil (3,6%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Polónia (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,1% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-1,7%), destacaram-se os da Argélia (+0,5 p,p,), da Nigéria (+0,4 p.p.), do Azerbaijão, Turquia e Arábia Saudita (+0,3 p.p. cada), da Áustria (+0,2 p.p.),  e da Itália, Marrocos, França e Roménia (+0,1 p.p. cada). Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-1,2 p.p.), na Irlanda (-0,6 p.p.), nos EUA, Polónia e Brasil (-0,3 p.p.cada), na China e P.Baixos (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Maio de 2024 e 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Maio de 2024, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1260 milhões), a França (+1228 milhões) e  ao Reino Unido (+1097 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5863 milhões de Euros), seguida da China (-1750 milhões), da Alemanha (‑1326 milhões), dos Países Baixos (-1147 milhões) e do Brasil (-1078 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e -94 milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (14,1% e +427 milhões), “Químicos” (13,3% e -262 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e -64 milhões), “Minérios e metais” (10,1% e -97 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,6% e ‑48 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,4% e +252 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,3% e -144 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -50 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,7% e -91 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes (0,7% e +39 milhões de Euros).

5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,1% e +153 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,3% e -485 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +65 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,9% e +272 milhões), “Energéticos” (10,7% e -585 milhões) e “Minérios e metais” (9,0% e -153 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,0% e valor praticamente nulo), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -112 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,9% e -114 milhões),“Calçado, peles e couros” (1,8% e valor praticamente nulo) e “Aeronaves. Embarcações e partes” (0,9% e +99 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil França, EUA e Ucrânia.

Seguiram-se no “ranking” a França (12,9%), a Alemanha (11,5%), os EUA (6,6%), o Reino Unido e Irl NT (4,8%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,5%).

Estes dez destinos representaram 74,9% da exportação total.

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 33,4% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Áustria, França e Malta).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (7,0%), os Países Baixos  e Itália (5,2% cada), a China (4,6%), o Brasil (3,6%), a Bélgica (3,1%), o EUA (2,2%) e a Polónia (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,1% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                       face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Julho de 2024.

ANEXO