Evolução das exportações e importações
de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
(2019-2023)
(disponível para download >> aqui)
1 - Introdução
A evolução do
nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos
Industriais Transformados (PIT), com maior valor acrescentado do que
os restantes, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo
na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial.
Pretende-se neste
trabalho analisar, a partir de dados de base de fonte INE para os anos
de 2019 a 2023, em versões já definitivas, a evolução do comércio internacional
português destes produtos.
Os níveis de intensidade tecnológica considerados
são os propostos pela OCDE, definidos com base na Rev.3 da “International Standard Industrial Classification”
(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353; Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34,
352, 359; Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351 e Baixa tecnologia - 15 a
22, 36 e 37).
A partir da tabela
correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC
Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a
oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as
sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8
abrangendo o período de 2007 a 2023.
2 – Balança comercial de Produtos Industriais Transformados por níveis de intensidade tecnológica (2019-2023)
Ao longo do
período de 2019 a 2023, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial anual portuguesa
de “Produtos Industriais Transformados” foi negativo, tendo-se
verificado um acréscimo de 1,3 mil milhões de Euros em 2023, face ao ano
anterior.
No período em análise foi negativo o saldo da
Balança Comercial dos produtos de Alta e de Média-alta tecnologia, não suficientemente
compensado pelos saldos positivos verificados nos produtos de Média-baixa e de
Baixa tecnologia.
3 – Exportação de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica (2019-2023)
Entre 2019 e 2023 o peso dos Produtos Industriais
Transformados na exportação global oscilou entre 94,6%, em 2019, e 93,3% em
2021 e 2022, tendo-se situado em 93,6% em 2023.
Em 2023, o maior peso entre os níveis de
intensidade tecnológica incidiu na Baixa tecnologia (33,0% e 33,3% em
2022), seguida da Média-alta tecnologia (30,3% e 29,8%), da Média-baixa
tecnologia (24,1% e 25,8%) e da Alta tecnologia (12,5% e 11,1%).
O peso dos produtos de Alta tecnologia no
total das exportações de Produtos Industriais Transformados, que havia subido
de 10,7% em 2019 para 11,5% em 2020, decaiu em 2021 para 9,9%, para recuperar sucessivamente
nos
Aqui se enquadram, por ordem decrescente do seu
peso em 2023, os “Produtos farmacêuticos” (31,4% do total deste nível), o
“Equipamento de rádio, TV e comunicações” (30,8%), os “Instrumentos
médicos, ópticos e de precisão” (29,3%), o “Equipamento de escritório e
computação” (4,6%) e os produtos da área “Aeronáutica e aeroespacial”
(3,8%).
O peso dos produtos de Média-alta
tecnologia, que em 2019 havia atingido 32,6% do total dos Produtos Industriais Transformados,
decresceu tendencialmente a partir de então, situando-se em 30,3% em 2023.
Aqui se englobam, por ordem decrescente do seu valor em 2023, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (41,9% do total deste nível), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (22,8%), os “Produtos químicos excepto farmacêuticos” (17,3%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (14,4%) e o “Equipamento ferroviário e de transporte n.e.” (3,7%).
Por sua vez, o conjunto dos produtos de Média-baixa tecnologia, após uma quebra de 2019 para 2020, de 22,9% para 21,8%, viram o seu peso subir nos dois anos seguintes para 23,7% e 25,8%, caindo para 24,1% em 2023.
Incluem-se aqui, por ordem decrescente do seu peso em 2023, produtos “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustíveis nucleares” (24,8% do total deste nível), “Produtos da borracha e do plástico” (24,7%), “Fabrico de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (20,2%), “Metalurgia de base” (15,3%), “Produtos minerais não metálicos” (14,1%) e “Construção e reparação naval” (0,9%).
Por fim, nos produtos de Baixa tecnologia, assistiu-se
a uma desaceleração sucessiva do seu peso no período em análise, de 33,9%, em
2019, para 33,0 em 2023.
Em 2023 incluem-se a este nível os “Produtos
alimentares, bebidas e tabaco” (34,5%), os “Têxteis, vestuário,
couros e calçado” (33,5%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (13,3%),
“Manufacturas n.e. e reciclagem” (10,5%) e a “Madeira e produtos da
madeira e cortiça” (8,2%).
Ao longo do período de 2019 a 2023 cresceu
significativamente o ritmo de crescimento nominal das exportações de Produtos
Industriais Transformados, com destaque para os produtos de Alta tecnologia e
de Média-baixa tecnologia.
3.1 – Partição das exportações entre espaço Intra e Extra UE-27 em 2022 e 2023
As exportações de Produtos Industriais
Transformados têm a União Europeia por principal destino (69,4% em 2023 e 69,8%
em 2022).
No período em análise, o maior peso do espaço Intra-UE nas exportações de Produtos Industriais Transformados coube ao nível de Média-alta tecnologia (74,7% em 2023 e 75,6% em 202120,8% e 70,6%), a Alta tecnologia (63,9% e 69,0%) e a Média-baixa tecnologia (63,6% e 62,3%).
4 – Importação de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica (2019-2023)
O peso dos Produtos Industriais Transformados na
importação global portuguesa, que em 2020 atingira 86,2%, decaiu nos dois anos
seguinte, 85,4% em 2021 e 81,1% em 2022, recuperando o crescimento em 2023, ao
situar-se em 85,4%.
Em 2023, o maior peso entre os níveis de
intensidade tecnológica da importação incidiu na Média-alta tecnologia (38,5%
e 36,9% em 2022), seguida da Baixa tecnologia (25,6% e 25,3%), da Média-baixa
tecnologia (18,6% e 20,6%) e da Alta tecnologia (17,3% e 17,1%).
O peso dos produtos de Alta tecnologia no
total das importações de Produtos Industriais Transformados, que em 2019
representava 19,1%, desceu sucessivamente até 2022, quando atingiu 17,1%, para
subir para 17,3% em 2023.
Aqui se
enquadram, em 2023, por ordem decrescente do seu peso, o “Equipamento de
rádio, TV e comunicações” (32,6% do total deste nível), os “Produtos
farmacêuticos” (32,5%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão”
(17,5%), o “Equipamento de escritório e computação” (11,2%) e os
produtos da área “Aeronáutica e aeroespacial” (6,2%).
O peso dos produtos de Média-alta
tecnologia, que em 2019 e 2020 representaram 38,7% do total dos Produtos Industriais
Transformados, decresceu sucessivamente até 2022 (36,9%), subindo para 38,5% em
2023.
Aqui se englobam, por ordem decrescente do seu
valor em 2023, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (36,3% do
total deste nível), os “Produtos químicos excepto farmacêuticos” (29,0%),
as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (21,1%),
as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (11,5%) e o “Equipamento
ferroviário e de transporte n.e.” (2,2%).
Por sua vez, o conjunto dos produtos de Média-baixa
tecnologia, num patamar em torno de 16,5% em 2019 e 2020, viram aa suas importações crescer nos dois anos
seguintes, para 19,6% e 20,6%, descendo para 18,6% em 2023.
Inclui-se aqui “Metalurgia de base” (32,2%
do total deste nível), “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustíveis
nucleares” (21,5%), “Produtos da borracha e do plástico” (20,0%), “Fabrico
de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (17,0%), “Produtos minerais não metálicos” (9,0%)
e “Construção e reparação naval” (0,3%).
Os produtos de Baixa tecnologia ao longo do período em análise mantiveram-se num patamar entre 24,8%, em 2021, e 26,3%, em 2020.
Entre 2019 e 2023 cresceu significativamente nos dois últimos anos o ritmo de crescimento nominal das importações de Produtos Industriais Transformados.
4.1 – Partição das importações entre espaço Intra e Extra UE-27 em 2022 e 2023
As importações de Produtos Industriais
Transformados têm a União Europeia por principal origem (80,6% em 2023 e 78,0%
em 2022).
Em 2023, o maior peso nas importações de Produtos
Industriais Transformados, no âmbito do espaço Intra-UE, coube aos produtos de Média-alta
tecnologia (83,5%, com 80,6% em 2022) e de Baixa tecnologia (82,8% e
80,4%),.
Seguiu-se a Média-baixa tecnologia (76,0% e
73,7%) e a Alta tecnologia (75,7% e 73,8%).
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