Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Agosto 2024)
De acordo
com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período
de Janeiro a Agosto de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar,
com última actualização em 10 de Outubro de 2024, as exportações de mercadorias
em 2024 cresceram, em termos homólogos, +2,0% (+1031 milhões de Euros), a par
de um acréscimo das importações de +0,4% (+254 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações
para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais
27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +2,6% (+943 milhões
de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo
de +0,6% (+89 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas)
decresceram -0,1% (-27 milhões) e as originárias dos Países Terceiros aumentaram
+1,5% (+282 milhões de Euros).
O défice comercial externo (Fob-Cif), -4,3% face a
2023, situou-se em -17 310 milhões de Euros (inferior em 777 milhões ao do ano
anterior), a que correspondeu um desagravamento de 970 milhões no comércio
intracomunitário e um agravamento de 193 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações subiu de 74,2%, em 2023, para 75,4%, em 2024.
A variação do preço de
importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”,
com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de
Janeiro a Agosto o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 565
Euros/Ton, em 2023, para 593 Euros/Ton, em 2024.
Para
além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em
dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes
da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês
de Setembro).
Se excluirmos do total das
importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,2% no total das
importações em 2024 e 7,4% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações sobe, em 2024, de 77,4% no comércio global, para 78,7%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2024, no período em
análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,9% do Total,
cresceram +2,6%, contribuindo com +1,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de ‘crescimento’ global de +2,0%. As
exportações para o espaço extracomunitário, 29,1% do Total, cresceram +0,6%,
contribuindo com +0,2 p.p. para a taxa de variação global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,4%), a Alemanha (12,7%), a França
(12,3%), os EUA (7,1%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,5%), a Itália (4,3%), os Países
Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e o Brasil (1,4%), países que
representaram 75,4% do Total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -25,6% nas nossas exportações (-229,0 milhões de
Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+3,9 milhões de Euros), ocorreram
decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras
incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-91,3 milhões de
Euros), “Produtos acabados diversos” (-34,0 milhões), “Agro-alimentares”
(‑33,7 milhões), Químicos (-29,8 milhões, “Minérios e metais” (-19,2
milhões de Euros) e “Material de transporte terrestre e partes” (-10,8
milhões). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,9
milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,6 milhões), “Calçado, peles e
couros” (-2,2 milhões de Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(-1,4 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de
variação homóloga de +2,0 p.p. couberam a França (-0,8 p.p.), Turquia (-0,5
p.p.), Angola (-0,4 p.p.), China (-0,3 p.p.), Países Baixos e Prov. Bordo
Intra-UE (-0,2 p.p. cada), Irlanda, Eslováquia, Roménia e Israel (-0,1 p.p.
cada).
Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha
(+2,1 p.p.), EUA (+0,8 p.p.), Espanha (+0,5 p.p.), Gibraltar e Brasil (+0,3
p.p. cada), Finlândia e Itália (+0,2 p.p. cada), Rep. Checa, Marrocos e Bélgica
(+0,1 p.p. cada).
Os
maiores acréscimos nas expedições
para o espaço comunitário incidiram na
Alemanha, Espanha, Finlândia, Itália, República Checa, Bélgica, Dinamarca e
Suécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Países Baixos, Provisões
de Bordo, Irlanda, Eslováquia e Roménia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os dos EUA, de Gibraltar, do Brasil, do Egipto, de Marrocos, de
Cabo Verde, da Suíça, da Ucrânia e da Argentina.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os da Turquia, da Angola, da China, do
Japão, dos Emiratos, da Austrália, de Israel, do Panamá, da Argélia e da
Noruega.
Em 2024,
no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 73,7% do total, registaram um decréscimo de -0,1% e uma contribuição praticamente nula para a taxa de variação homóloga global de +0,4%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +1,5% representando 26,3% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +0,4 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,7% do
Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (7,0%), dos Países Baixos (5,3%),
da Itália (5,1%), da China (4,8%), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,1%), dos EUA
(2,2%) e da Polónia (1,7%).
Estes países representaram, no
seu conjunto, 77,0% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise
(+0,4%), destacaram-se os do Azerbaijão (+0,5 p.p.), da Turquia e França (+0,3
p.p. cada), da Nigéria, Itália, Argélia e Alemanha (+0,2 p.p. cada) e da
Irlanda, Áustria e Índia (+0,1 p.p. cada).
Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-0,7
p.p.), na Polónia (-0,3 p.p.), no Brasil (-0,2 p.p.), e nos Países Baixos, EUA,
China e Hungria (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores
acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das
importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Agosto de 2024 e
de 2023.
4 – Saldos da Balança Comercial
No
período de Janeiro a Agosto de 2024, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2202 milhões de Euros), ao Reino
Unido (+1608 milhões), a França (+1577 milhões) a Angola (579 milhões) e
Marrocos (402 milhões). O maior défice, a grande distância dos
restantes, coube a Espanha (-9568 milhões de Euros), seguida da China (-3016 milhões),
dos Países Baixos (-1826 milhões), do Brasil (-1715 milhões) e da Alemanha (‑1384
milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2024,
os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos”
(15,1% e +1026 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos
e partes” (14,7% do Total e -136 milhões), “Agro-alimentares” (14,2% e +654
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,5% e -606 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +34
milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑44
milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Energéticos” (7,4% e +404 milhões), “Têxteis e vestuário”
(7,2% e -236 milhões), “Madeira cortiça e
papel” (6,8% e +46 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e -158 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,7% e +48 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França e EUA.
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (12,7%), a
França (12,3%), os EUA (7,1%), o Reino Unido e Irl NT (4,5%), a Itália (4,3%), os
Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e o Brasil (1,4%).
Estes dez destinos representaram
75,4% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,7% do total.
A excepção foi o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil e Áustria).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,5%),
França (7,0%), Países Baixos (5,3%), Itália
(5,1%), China (4,8%), Brasil (3,5%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Polónia (1,7%).
Estes dez países cobriram 77,0% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024 face a 2023, por meses homólogos não acumulados
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