domingo, 13 de outubro de 2024

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Agosto 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Agosto 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Agosto de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar, com última actualização em 10 de Outubro de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +2,0% (+1031 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +0,4% (+254 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +2,6% (+943 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +0,6% (+89 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) decresceram -0,1% (-27 milhões) e as originárias dos Países Terceiros aumentaram +1,5% (+282 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -4,3% face a 2023, situou-se em -17 310 milhões de Euros (inferior em 777 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 970 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 193 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,2%, em 2023, para 75,4%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”, com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Agosto o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 565 Euros/Ton, em 2023, para 593 Euros/Ton, em 2024. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Setembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,2% no total das importações em 2024 e 7,4% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 77,4% no comércio global, para 78,7%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,9% do Total, cresceram +2,6%, contribuindo com +1,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +2,0%. As exportações para o espaço extracomunitário, 29,1% do Total, cresceram +0,6%, contribuindo com +0,2 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,4%), a Alemanha (12,7%), a França (12,3%), os EUA (7,1%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,5%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e o Brasil (1,4%), países que representaram 75,4% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -25,6% nas nossas exportações (-229,0 milhões de Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+3,9 milhões de Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-91,3 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-34,0 milhões), “Agro-alimentares” (‑33,7 milhões), Químicos (-29,8 milhões, “Minérios e metais” (-19,2 milhões de Euros) e “Material de transporte terrestre e partes” (-10,8 milhões). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,9 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,6 milhões), “Calçado, peles e couros” (-2,2 milhões de Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,4 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de +2,0 p.p. couberam a França (-0,8 p.p.), Turquia (-0,5 p.p.), Angola (-0,4 p.p.), China (-0,3 p.p.), Países Baixos e Prov. Bordo Intra-UE (­-0,2 p.p. cada), Irlanda, Eslováquia, Roménia e Israel (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+2,1 p.p.), EUA (+0,8 p.p.), Espanha (+0,5 p.p.), Gibraltar e Brasil (+0,3 p.p. cada), Finlândia e Itália (+0,2 p.p. cada), Rep. Checa, Marrocos e Bélgica (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Finlândia, Itália, República Checa, Bélgica, Dinamarca e Suécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Países Baixos, Provisões de Bordo,  Irlanda, Eslováquia e Roménia. 


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os dos EUA, de Gibraltar, do Brasil, do Egipto, de Marrocos, de Cabo Verde, da Suíça, da Ucrânia e da Argentina.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os da Turquia, da Angola, da China, do Japão, dos Emiratos, da Austrália, de Israel, do Panamá, da Argélia e da Noruega.

3.2 – Importações

Em 2024, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,7% do total, registaram um decréscimo de -0,1% e uma contribuição praticamente nula para a taxa de variação homóloga global de +0,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +1,5% representando 26,3% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,7% do Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (7,0%), dos Países Baixos (5,3%), da Itália (5,1%), da China (4,8%), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Polónia (1,7%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,0% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+0,4%), destacaram-se os do Azerbaijão (+0,5 p.p.), da Turquia e França (+0,3 p.p. cada), da Nigéria, Itália, Argélia e Alemanha (+0,2 p.p. cada) e da Irlanda, Áustria e Índia (+0,1 p.p. cada).  Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-0,7 p.p.), na Polónia (-0,3 p.p.), no Brasil (-0,2 p.p.), e nos Países Baixos, EUA, China e Hungria (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Agosto de 2024 e de 2023.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Agosto de 2024, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2202 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1608 milhões), a França (+1577 milhões) a Angola (579 milhões) e Marrocos (402 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, coube a Espanha (-9568 milhões de Euros), seguida da China (-3016 milhões), dos Países Baixos (-1826 milhões), do Brasil (-1715 milhões) e da Alemanha (‑1384 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (15,1% e +1026 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e -136 milhões), “Agro-alimentares” (14,2% e +654 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,5% e -606 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +34 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑44 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,4% e +404 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,2% e -236 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8% e +46 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e -158 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +48 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França e EUA.


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (12,7%), a França (12,3%), os EUA (7,1%), o Reino Unido e Irl NT (4,5%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e o Brasil (1,4%).

Estes dez destinos representaram 75,4% da exportação total.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,7% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil e Áustria).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,5%), França (7,0%), Países Baixos  (5,3%), Itália (5,1%), China (4,8%), Brasil (3,5%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Polónia (1,7%).

Estes dez países cobriram 77,0% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                                               face a 2023, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 13 de Outubro de 2024.


ANEXO



Sem comentários:

Enviar um comentário