sábado, 11 de janeiro de 2025

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Novembro 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Novembro 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Novembro de 2023 em versão definitiva, e de 2024 em versão preliminar com última actualização em 9 de Janeiro de 2025, as exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +3,0% (+2168 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +1,7% (+1665 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +3,9% (+1985 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +0,9% (+183milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +1,7% (+1246 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +1,7% (+419 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -2,0% face a 2023, situou-se em -24871 milhões de Euros (inferior em 503 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 739 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 236 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,8%, em 2023, para 74,8%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”, com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Novembro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 588 Euros/Ton, em 2023, para 574 Euros/Ton, em 2024. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Dezembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,6% no total das importações em 2024 e 7,0% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 74,8% no comércio global, para 77,8%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,2% do Total, cresceram +3,9%, contribuindo com +2,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +3,0%. As exportações para o espaço extracomunitário, 28,8% do Total, cresceram +0,9%, contribuindo com +0,3 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,9%), a Alemanha (12,6%), a França (12,1%), os EUA (6,7%), o Reino Unido/Irl.NT (4,5%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Marrocos e a Polónia (1,5% cada), destinos que representaram 75,4% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -19,5% nas nossas exportações (-229,5milhões de Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+7,3 milhões de Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-113,0 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-38,7 milhões), “Agro-alimentares” (‑20,2 milhões), Químicos (-19,8 milhões), “Minérios e metais”    (-15,9 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (-12,3 milhões). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑5,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (-5,1 milhões) “Aeronaves, embarcações e partes” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,0 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de +3,0% couberam a França (-0,7 p.p.), Turquia e Angola (-0,3 p.p. cada), China e Prov. Bordo Intra-UE (­-0,2 p.p. cada), Roménia, Eslováquia e Reino Unido/Irl NT (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+2,1 p.p.), Espanha (+0,9 p.p.), EUA (+0,6 p.p.), Marrocos e Gibraltar (+0,3 p.p. cada), Itália e Bélgica (+0,2 p.p. cada), Brasil, Finlândia e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Itália, Bélgica, Finlândia, Dinamarca, Polónia, e República Checa. Os maiores decréscimos ocorreram em França, Provisões de Bordo, Roménia, Eslováquia e Irlanda.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Gibraltar, Marrocos, Brasil, Egipto, Suíça, Cabo Verde, Ucrânia, Ceuta e Argentina.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido/Irl NT, Angola, Turquia, China, Japão, Emiratos, Austrália, Panamá, Singapura e Provisões de Bordo.

3.2 – Importações

Em 2024, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +1,7% e uma contribuição de +1,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +1,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +1,7% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,8% do Total), seguida da Alemanha (11,4%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,1%), da China (4,8%), do Brasil (3,4%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,3%) e da Irlanda (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+1,7%) destacaram-se os da Irlanda (+0,6 p.p.), da França (+0,5 p.p.), da Turquia (+0,3 p.p.), do Azerbaijão, Itália, Alemanha e Países Baixos (+0,2 p.p. cada), dos EUA, Argélia e Áustria (+0,1 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram na Espanha (-0,4 p.p.), Polónia e Nigéria (-0,2 p.p.), China e Brasil (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Novembro de 2024 e de 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Novembro de 2024 os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2705 milhões de Euros), Reino Unido/Irl. NT (+2223 milhões), França (+1861 milhões), Angola (854 milhões) e Marrocos (642 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes coube a Espanha (­­-13243 milhões de Euros), seguida da China (-4182 milhões), Países Baixos (-2867 milhões), Brasil (-2277 milhões) e Alemanha (‑1946 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,8% do Total e -129 milhões face ao ano anterior), “Químicos” (14,8% e +1299 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (14,7% e +1019 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e -375 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +109 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑119 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,1% e -223 milhões), “Energéticos” (7,0% e +585 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,7% e +75 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e -118 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +44 milhões de Euros).

5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,2% e +491 milhões de Euros), “Químicos” (18,0% e +1180 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +271 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,% e +267 milhões) e “Energéticos” (10,6% e ‑906 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,8% e -41 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,1% e +146 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,9% e ­­­­+30 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,9% e -72 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +112 milhões) e “Aeronaves. embarcações e partes” (1,0% e +187 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois das Provisões de Bordo para países terceiros e dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e EUA).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (12,6%), a França (12,1%), os EUA (6,7%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,5%), o Reino Unido/Irl.NT (3,3%), a Bélgica (2,6%), Marrocos e a Polónia (1,5% cada).

Estes dez destinos representaram 74,2% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,8% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil e Áustria).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,4%), França (7,2%), Países Baixos  (5,6%), Itália (5,1%), China (4,8%), Brasil (3,4%), Bélgica (3,1%), EUA (2,3%) e Irlanda (2,2%).

Estes dez países cobriram 77,8% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                       face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 10 de Janeiro de 2025.

ANEXO










































































































































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