terça-feira, 18 de março de 2025

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro 2025

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro de 2025)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para Janeiro de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com última actualização em 12 de Março de 2025, as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +11,7% (+741 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +8,4% (+682 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +15,8% (+723 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +1,0% (+18 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +10,4% (+632 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +2,4% (+49 milhões de Euros).

O défice comercial externo (Fob-Cif), -3,3% face a 2024, situou-se em -1698 milhões de Euros (inferior em 59 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 91 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 32 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 78,3% em 2024, para 80,7% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em Janeiro de 2025 o preço de importação do petróleo bruto desceu de 549 Euros/Ton em 2024, para 544 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Fevereiro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 8,9% no total das importações em 2025 e 6,1% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 80,7% no comércio global, para 83,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em Janeiro de 2025 as exportações para a UE (expedições), que representaram 74,9% do Total, cresceram +15,8%, contribuindo com +11,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +11,7%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 25,1% do Total, cresceram +1,0%, contribuindo com uma taxa de +0,3% para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (24,6%), a Alemanha (19,8%), a França (11,6%), os EUA (4,7%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,2%), a Itália (4,0%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,6%), as Provisões de Bordo Extra-UE (1,4%) e a  Polónia (1,3%), países que representaram 77,5% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou em Janeiro um acréscimo de +24,0% nas nossas exportações (+16,7 milhões de Euros).

Ocorreram acréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (8,9 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+5,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (+3,2 milhões), “Minérios e metais” (+2,6 milhões) e Químicos (+1,5 milhões).

Os maiores decréscimos incidiram nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (-2,4 milhões) e “Energéticos” (-1,7 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+11,7%) pertenceram à Alemanha (+10,5 p.p.), seguida de Gibraltar (+0,9 p.p.), dos Países Baixos (+0,8 p.p.), da Espanha (+0,7 p.p.) e das Provisões de Bordo Extra-UE.

Os maiores contributos negativos couberam aos EUA (-0,8 p.p.), à França (-0,7 p.p.), ao Brasil (-0,4 p.p.) e a Marrocos, Provisões de Bordo Intra-EU e Itália (-0,2 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pelos Países Baixos, Espanha, Dinamarca. Suécia e Finlândia. Os principais decréscimos couberam a França, Provisões de Bordo, Itália e Bulgária.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos

nas exportações destacaram-se Gibraltar, Israel, Provisões de Bordo, Panamá e Angola.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os dos EUA, Brasil,Ceuta, Japão e Marrocos.

3.2 – Importações

Em Janeiro de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,4% do total, registaram um acréscimo de +10,4% e contribuíram com +7,8 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +8,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +2,4% representando 23,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,6 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em Janeiro de 2025 foram a Espanha (32,9% do Total).

Seguiram-se a Alemanha (11,8%), a França (6,9%), os Países Baixos (5,4%), a Irlanda (5,1%), a China (5,0%), a Ttália (4,8%), a Bélgica (3,2%), o Brasil (3,1%) e a Polónia (1,6%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 79,7% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em Janeiro de 2025 (+8,4%), destacou-se o da Irlanda (+5,0 p.p.), seguido dos da Espanha e dos Países Baixos (+1,0 p.p. cada), da China (+0,8 p.p.), da Alemanha e França (+0,6 p.p.), do Brasil (+0,4 p.p.) e de Taiwan, Bélgica e EUA (+0,2 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram na Nigéria (-0,8 p.p.), Argélia (-0,7 p.p.), Arábia Saudita (-0,6 p.p.), Noruega (-0,5 p.p.) e Japão e Índia (-0,3 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre Janeiro de 2025 e Janeiro de 2024.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em Janeiro de 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à Alemanha (+365 milhões de Euros), à França (+215 milhões), ao Reino Unido (+200 milhões), aos EUA (+196 milhões) e a Gibraltar (+78 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1151 milhões de Euros), seguida da Irlanda (-400 milhões), da China (-391 milhões), dos Países Baixos (-231 milhões) e do Brasil (-181 milhões).



5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (12,7% do Total e +799 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,1% e +45 milhões), “Agro-alimentares” (13,8% e +60 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,8% e -127 milhões), “Minérios e metais” (9,3% e +42 milhões), “Produtos acabados diversos” (8,6% e -13 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (6,9% e +22 milhões), “Energéticos” (6,1% e -56 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,1% e -34 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e +9 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -6 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em Janeiro de 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (20,3% do Total e +452 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,9% e +57 milhões), “Agro-alimentares” (15,7% e +95 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,5% e -34 milhões), “Minérios e metais” (9,0% e +6 milhões) e “Energéticos” (8,9% e ‑28 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,1% e +35 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,3% e +54 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,7% e -10 milhões), “Calçado, peles e couros” (12,0% e +26 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e +28 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro de 2025 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (19,8%), a França (12,86%), os EUA (4,7%), o Reino Unido e Irl NT (4,2%), a Itália (4,0%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,6%), as “Provisões de Bordo Extra-UE” (1,4%) e a Polónia (1,3%).

Estes dez destinos representaram 77,5% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,9% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois dos EUA e da França.

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (6,9%), os Países Baixos (5,4%), a Irlanda (5,1%), a China (5,0%), a Itália (4,8%), a Bélgica (3,2%), o Brasil (3,1%) e a Polónia (1,6%).

Estes dez países cobriram 81,3% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                       face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 18 de Março de 2025.

ANEXO






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