Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro de 2025)
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para Janeiro de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com última actualização em 12 de Março de 2025, as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +11,7% (+741 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +8,4% (+682 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +15,8% (+723 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +1,0% (+18 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +10,4% (+632 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +2,4% (+49 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -3,3% face a 2024, situou-se em -1698 milhões de
Euros (inferior em 59 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento
de 91 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 32 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 78,3% em 2024, para 80,7% em 2025.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em
Janeiro de 2025 o preço de importação do petróleo bruto desceu de 549 Euros/Ton em 2024,
para 544 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Fevereiro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
8,9% no total das importações em 2025 e 6,1% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 80,7% no
comércio global, para 83,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em Janeiro de 2025 as
exportações para a UE (expedições), que representaram 74,9% do Total, cresceram
+15,8%, contribuindo com +11,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’
global de +11,7%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, 25,1% do Total, cresceram +1,0%, contribuindo
com uma taxa de +0,3% para o crescimento global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (24,6%), a Alemanha (19,8%), a França
(11,6%), os EUA (4,7%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,2%), a Itália (4,0%),
os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,6%), as Provisões de Bordo Extra-UE
(1,4%) e a Polónia (1,3%), países que
representaram 77,5% do Total.
Angola, que no ano de 2024 ocupou a
5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de
Marrocos e do Brasil, registou em Janeiro um acréscimo de +24,0% nas nossas exportações
(+16,7 milhões de Euros).
Ocorreram
acréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (8,9 milhões
de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+5,8 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+3,2 milhões), “Minérios e metais” (+2,6 milhões)
e Químicos (+1,5 milhões).
Os
maiores decréscimos incidiram nos grupos “Aeronaves, embarcações e
partes” (-2,4 milhões) e “Energéticos” (-1,7 milhões de Euros).
Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período
(+11,7%) pertenceram à Alemanha (+10,5 p.p.), seguida de Gibraltar (+0,9 p.p.),
dos Países Baixos (+0,8 p.p.), da Espanha (+0,7 p.p.) e das Provisões de Bordo
Extra-UE.
Os maiores contributos negativos couberam aos EUA (-0,8 p.p.), à França (-0,7 p.p.), ao Brasil (-0,4 p.p.) e a Marrocos, Provisões de Bordo Intra-EU e Itália (-0,2 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas exportações
para o espaço comunitário (expedições)
incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pelos Países Baixos, Espanha,
Dinamarca. Suécia e Finlândia. Os principais decréscimos couberam a
França, Provisões de Bordo, Itália e Bulgária.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos
nas exportações destacaram-se Gibraltar, Israel, Provisões de Bordo, Panamá e Angola.Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os dos
EUA, Brasil,Ceuta, Japão e Marrocos.
3.2 – Importações
Em Janeiro
de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,4% do
total, registaram um acréscimo de +10,4% e contribuíram com +7,8 p.p. para uma
taxa de variação homóloga global de +8,4%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +2,4% representando 23,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +0,6 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em Janeiro de 2025 foram a Espanha
(32,9% do Total).
Seguiram-se
a Alemanha (11,8%), a França (6,9%), os Países Baixos (5,4%), a Irlanda (5,1%),
a China (5,0%), a Ttália (4,8%), a Bélgica (3,2%), o Brasil (3,1%) e a Polónia
(1,6%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 79,7% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações em Janeiro de
2025 (+8,4%), destacou-se o da Irlanda (+5,0 p.p.), seguido dos da Espanha e
dos Países Baixos (+1,0 p.p. cada), da China (+0,8 p.p.), da Alemanha e França
(+0,6 p.p.), do Brasil (+0,4 p.p.) e de Taiwan, Bélgica e EUA (+0,2 p.p. cada).
Os
principais contributos negativos incidiram na Nigéria (-0,8 p.p.),
Argélia (-0,7 p.p.), Arábia Saudita (-0,6 p.p.), Noruega (-0,5 p.p.) e Japão e
Índia (-0,3 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem
intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre Janeiro de 2025 e
Janeiro de 2024.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em Janeiro de 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial
(Fob-Cif) couberam à Alemanha (+365 milhões de Euros), à França (+215 milhões),
ao Reino Unido (+200 milhões), aos EUA (+196 milhões) e a Gibraltar (+78
milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-1151 milhões de Euros), seguida da Irlanda (-400 milhões), da China
(-391 milhões), dos Países Baixos (-231 milhões) e do Brasil (-181 milhões).
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na
estrutura foram “Químicos” (12,7% do Total e +799 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,1% e
+45 milhões), “Agro-alimentares” (13,8%
e +60 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(9,8% e -127 milhões), “Minérios e metais” (9,3% e +42 milhões), “Produtos acabados diversos” (8,6% e
-13 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário” (6,9% e +22 milhões), “Energéticos”
(6,1% e -56 milhões), “Madeira cortiça e
papel” (6,1% e -34 milhões), “Calçado,
peles e couros” (2,9% e +9 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,6% e -6 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em Janeiro
de 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (20,3% do Total e +452 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,9% e +57 milhões), “Agro-alimentares” (15,7% e +95
milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (11,5% e -34 milhões), “Minérios
e metais” (9,0% e +6 milhões) e “Energéticos” (8,9% e ‑28 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (6,1% e +35 milhões), “Têxteis
e vestuário” (5,3% e +54 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,7% e
-10 milhões), “Calçado, peles e couros”
(12,0% e +26 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e +28 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro de 2025 a primeira posição em 7
dos 11 grupos de produtos com 24,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos
“Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da
Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes”
(2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (19,8%), a
França (12,86%), os EUA (4,7%), o Reino Unido e Irl NT (4,2%), a Itália (4,0%),
os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,6%), as “Provisões de Bordo Extra-UE”
(1,4%) e a Polónia (1,3%).
Estes dez
destinos representaram 77,5% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,9% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois dos EUA
e da França.
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a
França (6,9%), os Países Baixos (5,4%), a Irlanda (5,1%), a China (5,0%), a
Itália (4,8%), a Bélgica (3,2%), o Brasil (3,1%) e a Polónia (1,6%).
Estes dez
países cobriram 81,3% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025 face a 2024, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 18 de Março de 2025.
ANEXO
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