Comércio
Externo da Índia
2019-2023
e Portugal-Índia
2020-2024
( disponível para download >> aqui )
A Índia, com uma população superior a 1,4 mil milhões de habitantes, idêntica à da China, compreende 28 “Estados”
e 8 “Territórios da União”.
Os antigos territórios
coloniais portugueses de Goa, Damão e Diu, e enclaves de Dadrá e Nagar Aveli, que
constituíam o então chamado “Estado Português da Índia”, estão agora integrados
no “Conselho Zonal do Oeste” da Índia, que compreende os estados de Goa,
Guzerate, Maarastra e os territórios da União de Dadrá e Nagar Aveli, Damão e
Diu.
As importações anuais portuguesas de
mercadorias com origem na Índia atingiram em 2024 um crescimento em valor de +57,3%
face a 2020, ao mesmo tempo que as exportações, acompanhando de perto, embora com níveis inferiores, o ritmo de
crescimento das importações, atingiram +47,5%.
Neste
trabalho é feita uma breve análise do Comércio Externo da Índia ao longo do período
2019-2023, com base em dados calculados pelo ’International Trade Centre’
(ITC) a partir de dados de fonte ‘COMTRADE’, da ONU, para o período
2019-2022, e do 'Directorate
General of Commercial Intelligence Statistics,' da Índia, para 2023.
Segue-se
uma análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país,
com base em versões definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de
Portugal’ (INE) para os anos de 2020 a 2023 e preliminares para
2024.
2 –
Comércio Externo da Índia (2019-2023)
2.1
– Balança Comercial
Entre os anos 2019
e 2023 a Balança Comercial da Índia foi deficitária, com o saldo a situar-se em
-222,5 mil milhões de Euros em 2023.
Nesse ano as importações terão decaído -11,2% face ao ano anterior e as exportações -7,8%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 64,2%.
2.2 – Importação
Em 2023, numa análise das importações de mercadorias por grupos de
produtos (ver Anexo), as principais importações na Índia incidiram nos
grupos “Energéticos” (32,8% do Total em 2023 e 37,8% em 2022), “Máquinas,
aparelhos e partes” (19,8% e 17,0%),“Minérios e metais” (19,3% e 18,0%) e “Químicos” (13,7% e 14,2%).
Entre os restantes, de referir os grupos “Agro-alimentares” (4,7%
em ambos os anos) e “Produtos acabados diversos” (3,3% e 2,7%)
De acordo com os
dados calculados pelo ITC com base em estatísticas da Índia, em 2023 as importações
indianas com origem em Portugal terão totalizado cerca de 189 milhões de Euros,
cabendo os maiores pesos aos grupos de produtos “Madeira, cortiça e papel” (48
milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (45 milhões), “Minérios
e metais” (35 milhões), “Químicos” (34 milhões) e “Produtos
acabados diversos” (10 milhões de Euros).
2.3 – Exportação
Em 2023 as principais exportações de mercadorias da Índia incidiram no
grupo de produtos “Energéticos” (20,7% e 21,8% em 2022), “Minérios e
metais” (17,3% e 18,6%), “Químicos” (16,2% nos dois anos), “Maquinas,
aparelhos e partes” (14,3% e 11,9%), e “Agro-alimentares” (11,4% em
ambos os anos).
Seguiram-se, entre os principais, os grupos “Têxteis e vestuário”
(8,1% e 8,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (4,9% e 4,8%)
e “Produtos acabados diversos” (3,6% e 3,3%).
Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (1,5% e 1,0%), “Calçado, peles e couros” (1,3%
e 1,4%) e “Madeira, cortiça e papel” (0,9% nos dois anos).
De acordo com os
dados calculados pelo ITC, em 2023 as exportações da Índia para Portugal terão
totalizado 1092 milhões de Euros, cabendo os maiores valores aos grupos “Energéticos”
(240 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (239 milhões), “Químicos”
(179 milhões), “Minérios e metais” (172 milhões) e “Agro-alimentares”
(87 milhões de Euros).
2.4 – Principais mercados
Em 2023 o
principal mercado de origem das importações indianas foi a China (18,1% do
Total). Seguiram-se a Federação Russa (10,0%), os EUA (6,3%), os Emiratos
(5,6%), a Arábia Saudita (5,2%), o Iraque (4,4%), a Indonésia (3,6%), a Coreia
do Sul (2,9%), o Japão, Suíça e Austrália (2,8% cada) e a Alemanha (2,7%).
Portugal terá representado apenas 0,03%.
Do lado das
exportações destacaram-se os EUA (17,6% do Total), seguidos dos Emiratos (7,7%),
dos Países Baixos (5,4%), da China (3,8%), do Reino Unido (3,1%), de Singapura
(2,8%), do Bangladesh (2,6%), da Arábia Saudita (2,5), da Alemanha (2,2%) e de
Hong-Kong (2,0%). Portugal terá representado 0,3% das exportações indianas.
3 – Comércio de Portugal com a Índia (2020-2024)
3.1 – Balança Comercial
Ao longo do último
quinquénio a Balança Comercial de Portugal com o Índia foi deficitária. O maior
défice ocorreu em 2022, com -1024 milhões de Euros, tendo-se situado em -889
milhões em 2024, na sequência de uma redução das importações de -2,4% face ao
ano anterior e de um acréscimo das exportações de +8,7%.
3.2 – Importação
Numa análise por
grupos de produtos (ver a composição dos grupos em Anexo), as
principais importações portuguesas com origem na Índia em 2024 incidiram nos
grupos “Têxteis e vestuário” (22,7% e 24,3% em 2022), “Químicos” (17,1%
e 18,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,9% e 5,4%) e “Minérios e
metais” (15,7% e 14,6%). Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares”
(8,2% e 7,8%), “Energéticos” (7,3% e 7,2%), “Calçado, peles e couros”
(6,3% em ambos os anos), “Material de transporte terrestre e partes” (3,0%
e 2,2%), “Produtos acabados diversos” (2,6% e 2,8%), “Madeira,
cortiça e papel” (1,1% e 1,0%), tendo sido nulas nos dois anos as
importações do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”.
Na figura seguinte
encontram-se relacionados, por Grupos de Produtos, os principais produtos
importados em 2024, e correspondentes valores em 2023, definidos a dois dígitos
da Nomenclatura.
3.3 – Exportação
Em 2024 as
principais exportações para a Índia couberam aos grupos de produtos “Madeira,
cortiça e papel” (33,2% e 26,4% em 2023), “Máquinas, aparelhos e partes”
(19,8% e 19,4%), “Minérios e metais” (18,6% e 21,3%) e “Químicos”
(16,7% e 18,7%).
Seguiram-se os
grupos “Produtos acabados diversos” (4,2% e 6,3%), “Têxteis e
vestuário” (3,8% e 3,7%), “Calçado, peles e couros” (1,8% e 2,0%), “Agro-alimentares”
(1,2% e 1,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,4% e 0,3%)
e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,3% em ambos os anos), tendo sido
praticamente nulas as exportações do grupo “Energéticos”.
Na figura seguinte encontram-se relacionados, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados em 2024, e correspondentes valores em 2023, definidos a dois dígitos da Nomenclatura.
Alcochete, 11 de Março de
2025.
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