Comércio Internacional
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Julho de 2025 (versão preliminar com última
actualização em 9 de Setembro de 2025) e de 2024 (versão definitiva),
as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +0,7% (+329
milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +6,3% (+3932
milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo
de +2,8% (+934 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros
decrescido -4,4% (-605 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +9,5% (+4359 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -2,6 % (-427 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), +24,6% face a 2024, situou-se em -18224 milhões de
Euros (superior em 3602 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos
de 3425 milhões no comércio intracomunitário e 178 milhões no extracomunitário.
Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações desceu de 76,5% em 2024, para 72,5% em 2025.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Julho o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 594 Euros/Ton,
em 2024, para 511 Euros/Ton, em 2025.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Agosto).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
8,9% no total das importações em 2025 e 5,6% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 72,5% no
comércio global, para 75,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2025,
no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram
72,4% do Total, cresceram +2,8%, contribuindo com +2,0 pontos percentuais
(p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +0,7%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, 27,6% do Total, decresceram em
valor -4,4%, com um contributo negativo de -1,3 p.p. para o crescimento global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (26,1%), a Alemanha (13,9%), a França
(12,1%), os EUA (6,1%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,5%), a Itália (4,4%),
os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,3%), destinos
que representaram 76,1% do Total.
Angola, que no ano de 2024 ocupou a
5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de
Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +9,6% nas nossas
exportações com este destino (+54,9 milhões de Euros).
Por
Grupos de Produtos ocorreram acréscimos nos grupos “Produtos acabados
diversos” (+24,4 milhões), “Minérios e metais” (+19,6 milhões de
Euros), “Agro-alimentares” (+13,5 milhões), “Madeira, cortiça e
papel” (+5,4 milhões) e Químicos (+5,3 milhões) e “Calçado, peles
e couros” (+167 mil Euros).
Os decréscimos
incidiram em “Material de transporte terrestre e partes” (-4,5 milhões),
“Têxteis e vestuário” (-3,0 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes”
(-2,7 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,8
milhões) e “Energéticos” (-1,6 milhões).
Entre os principais destinos, o maior contributo positivo para o ‘crescimento’ das exportações neste período
(+0,7%) pertenceu à Alemanha (+1,4 p.p.), seguida da Espanha (+0,8 p.p.), Turquia
(+0,3 p.p.), e Irlanda, Angola, Hungria, Canadá,
Dinamarca, Países Baixos e China (+0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas exportações
para o espaço comunitário (expedições)
incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda,
Hungria, Dinamarca, Países Baixos e Roménia. Os principais decréscimos couberam
à Finlândia, França, Provisões de Bordo, Grécia e Bélgica.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se a Turquia, Ucrânia, Angola, Panamá, Canadá, Taiwan, Egipto e
China.
Entre os decréscimos evidenciaram-se
os EUA, seguidos da Argélia, Marrocos, Brasil, Provisões de Bordo, Austrália, Moçambique,
Gibraltar, Argentina, Rússia, Ceuta, Cabo Verde e Reino Unido/Irl NT.
3.2 – Importações
No
período de Janeiro a Julho de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 76,0% do total, registaram um acréscimo de +9,5% e
contribuíram com +7,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +6,3%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -2,6% representando 24,0% do total, com um contributo negativo para
o ‘crescimento’ global de -0,7 p.p..
O
principal mercado de origem das importações foi a Espanha (31,9% do Total)
seguida da Alemanha (11,7%), da França (7,3%), dos Países Baixos (5,9%), da Itália
(5,1%), da China (4,9%), da Irlanda (3,6%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%)
e dos EUA (2,1%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.
Entre os contributos positivos para a taxa
de variação homóloga das importações (+6,3%),
destacaram-se a Irlanda (+1,9 p.p.), a Espanha (+1,6 p.p.), os Países Baixos (+1,1
p.p.), a Alemanha (+0.9 p.p.), a França (+0,7 p.p.), a China e a Bélgica (+0,5
p.p. cada), a Itália (+0,3 p.p.) e a Hungria (+0,2 p.p.).
Os principais contributos negativos incidiram
no Brasil (-0,7 p.p.), na Noruega e na Arábia Saudita (-0,5 p.p.cada), na Nigéria
(-0,4 p.p.), na Índia, Áustria e Japão (-0,2 p.p. cada) e no Azerbaijão (-0,1
p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor nas importações com origem
Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise
de 2025 e de 2024.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise de 2025, os maiores saldos positivos da
balança (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1518 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1482
milhões), à França (+979 milhões), a Angola (+466 milhões) e a Marrocos (+293
milhôes).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-8650 milhões de Euros), seguida da China (-2861 milhões), dos Países
Baixos (-2251 milhões), da Irlanda (-2055 milhões) e da Itália (-1282 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na
estrutura foram “Químicos” (16,0% do Total e +434 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% e
+534 milhões), “Agro-alimentares” (14,1%
e +95 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(12,5% e +221 milhões), “Minérios
e metais” (9,8% e -51 milhões) e “Produtos
acabados diversos” (9,2% e -137 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário” (7,2% e +1,0 milhão), “Madeira
cortiça e papel” (6,6% e -122 milhões), “Energéticos”
(5,6% e -737 milhões), “Calçado, peles e
couros” (2,8% e +16 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%
e +75 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2025 os
grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(19,8% do Total e +2204 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,4% e +196 milhões), “Agro-alimentares” (15,8% e +788 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,0% e +1034 milhões).
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (8,9%
e -790 milhões), “Minérios e metais” (8,8%
e +154 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,2% e +337 milhões), “Têxteis
e vestuário” (4,8% e +192 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8%
e +54 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +56 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,6% e -294 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11
grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(2ª posição depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos” (2ª
posição depois da Alemanha), “Calçado,
peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (13,9%), a
França (12,1%), os EUA (6,1%), o Reino Unido/Irl NT (4,5%), a Itália (4,4%), os
Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,3%).
Estes dez
destinos representaram 76,1% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 31,9% do total.
A excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois do
Brasil e dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,7%), a
França (7,3%), os Países Baixos (5,9%), a Itália (5,1%), a China (4,9%), a
Irlanda (3,6%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,8%) e os EUA (2,1%).
Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025 face a 2024, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 11 de Setembro de 2025.
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