sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro-Julho 2025

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Julho de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Julho de 2025 (versão preliminar com última actualização em 9 de Setembro de 2025) e de 2024 (versão definitiva), as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +0,7% (+329 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +6,3% (+3932 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +2,8% (+934 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -4,4% (-605 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +9,5% (+4359 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -2,6 % (-427 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +24,6% face a 2024, situou-se em -18224 milhões de Euros (superior em 3602 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 3425 milhões no comércio intracomunitário e 178 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 76,5% em 2024, para 72,5% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Julho o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 594 Euros/Ton, em 2024, para 511 Euros/Ton, em 2025. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Agosto).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 8,9% no total das importações em 2025 e 5,6% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 72,5% no comércio global, para 75,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,4% do Total, cresceram +2,8%, contribuindo com +2,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +0,7%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 27,6% do Total, decresceram em valor -4,4%, com um contributo negativo de -1,3 p.p. para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (26,1%), a Alemanha (13,9%), a França (12,1%), os EUA (6,1%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,5%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,3%), destinos que representaram 76,1% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +9,6% nas nossas exportações com este destino (+54,9 milhões de Euros).

Por Grupos de Produtos ocorreram acréscimos nos grupos “Produtos acabados diversos” (+24,4 milhões), “Minérios e metais” (+19,6 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+13,5 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+5,4 milhões) e Químicos (+5,3 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+167 mil Euros).

Os decréscimos incidiram em “Material de transporte terrestre e partes” (-4,5 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,0 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,7 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,8 milhões) e “Energéticos” (-1,6 milhões).

Entre os principais destinos, o maior contributo positivo para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+0,7%) pertenceu à Alemanha (+1,4 p.p.), seguida da Espanha (+0,8 p.p.), Turquia (+0,3 p.p.), e Irlanda, Angola, Hungria, Canadá, Dinamarca, Países Baixos e China (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam aos EUA (-1,0 p.p.), à Finlândia (-0,3 p.p.), à Argélia, Marrocos e Brasil (-0,2 p.p. cada), seguidos da França, Provisões de Bordo P.Terceiros, Gibraltar, Provisões de Bordo Intra-UE e Bélgica (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda, Hungria, Dinamarca, Países Baixos e Roménia. Os principais decréscimos couberam à Finlândia, França, Provisões de Bordo, Grécia e Bélgica.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, Ucrânia, Angola, Panamá, Canadá, Taiwan, Egipto e China.

Entre os decréscimos evidenciaram-se os EUA, seguidos da Argélia, Marrocos, Brasil, Provisões de Bordo, Austrália, Moçambique, Gibraltar, Argentina, Rússia, Ceuta, Cabo Verde e Reino Unido/Irl NT.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Julho de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,0% do total, registaram um acréscimo de +9,5% e contribuíram com +7,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +6,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -2,6% representando 24,0% do total, com um contributo negativo para o ‘crescimento’ global de -0,7 p.p..

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (31,9% do Total) seguida da Alemanha (11,7%), da França (7,3%), dos Países Baixos (5,9%), da Itália (5,1%), da China (4,9%), da Irlanda (3,6%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%) e dos EUA (2,1%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+6,3%), destacaram-se a Irlanda (+1,9 p.p.), a Espanha (+1,6 p.p.), os Países Baixos (+1,1 p.p.), a Alemanha (+0.9 p.p.), a França (+0,7 p.p.), a China e a Bélgica (+0,5 p.p. cada), a Itália (+0,3 p.p.) e a Hungria (+0,2 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram no Brasil (-0,7 p.p.), na Noruega e na Arábia Saudita (-0,5 p.p.cada), na Nigéria (-0,4 p.p.), na Índia, Áustria e Japão (-0,2 p.p. cada) e no Azerbaijão (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor nas importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período em análise de 2025, os maiores saldos positivos da balança (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1518 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1482 milhões), à França (+979 milhões), a Angola (+466 milhões) e a Marrocos (+293 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8650 milhões de Euros), seguida da China (-2861 milhões), dos Países Baixos (-2251 milhões), da Irlanda (-2055 milhões) e da Itália (-1282 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (16,0% do Total e +434 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% e +534 milhões), “Agro-alimentares” (14,1% e +95 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +221 milhões), “Minérios e metais” (9,8% e -51 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,2% e -137 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,2% e +1,0 milhão), “Madeira cortiça e papel” (6,6% e -122 milhões), “Energéticos” (5,6% e -737 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e +16 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +75 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,8% do Total e +2204 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,4% e +196 milhões), “Agro-alimentares” (15,8% e +788 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,0% e +1034 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos” (8,9% e -790 milhões), “Minérios e metais” (8,8% e +154 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,2% e +337 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e +192 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +54 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +56 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -294 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11 grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (13,9%), a França (12,1%), os EUA (6,1%), o Reino Unido/Irl NT (4,5%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,3%).

Estes dez destinos representaram 76,1% da exportação total.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,9% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois do Brasil e dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,7%), a França (7,3%), os Países Baixos (5,9%), a Itália (5,1%), a China (4,9%), a Irlanda (3,6%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,8%) e os EUA (2,1%).

Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                        face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 11 de Setembro de 2025.


ANEXO



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