Comércio Internacional
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Setembro de 2025 (versão preliminar com última actualização em 10 de Novembro de 2025) e de 2024 (versão definitiva), as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +1,9% (+1097 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +6,5% (+5155 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo
de +3,5% (+1481 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros
decrescido -2,2% (-384 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +9,0% (+5267 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -0,5 % (-112 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), +20,4% face a 2024, situou-se em -23 998 milhões
de Euros (superior em 4 058 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 3 786 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo de 272 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações desceu de 74,8% em 2024, para 71,5% em 2025.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Setembro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 586 Euros/Ton,
em 2024, para 499 Euros/Ton, em 2025.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Outubro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
9,2% no total das importações em 2025 e 5,7% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025,
de 71,5% no comércio global, para 74,3%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2025,
no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram
72,2% do Total, cresceram +3,5%, contribuindo com +2,5 pontos percentuais
(p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +1,9%.
As exportações para o espaço extracomunitário, 27,8% do Total, decresceram em valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,6 p.p. para o crescimento global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a Alemanha (14,2%), a França
(11,9%), os EUA (6,2%), o Reino Unido incl. Irlanda NT e a Itália (4,4% cada), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e a as Prov.Bordo para
Países Terceiros (1,4%), destinos que representaram 75,9% do Total.
Angola, que no ano de 2024 ocupou a
5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de
Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +7,7% nas nossas
exportações com este destino (+57,9 milhões de Euros).
Por
Grupos de Produtos ocorreram acréscimos em “Produtos acabados
diversos” (+36,5 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+14,7
milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,4 milhões), Químicos (+6,1
milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+4,0 milhões) e “Minérios e
metais” (+3,9 milhões de Euros)
Os decréscimos
incidiram em “Material de transporte terrestre e partes” (-6,3 milhões),
“Aeronaves, embarcações e partes” (-5,0 milhões), “Têxteis e
vestuário” (-4,7 milhões), “Energéticos” (-2,7 milhões de Euros) e “Calçado,
peles e couros” (+51 mil Euros).
Entre os principais destinos, o maior contributo positivo para o ‘crescimento’ das exportações neste período
(+1,9%) pertenceu à Alemanha (+2,2 p.p.), seguida da Espanha (+0,5 p.p.), da Turquia
(+0,3 p.p.) e da Irlanda, Angola, Hungria, Dinamarca
e Canadá (+0,1 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam aos EUA (-0,5 p.p.), à Finlândia e
Argélia (-0,3 p.p. cada), seguidos de Marrocos, França, Brasil, Países Baixos,
R.Unido/Irl NT, Provisões de Bordo Intra-UE e Provisões de Bordo para Países
Terceiros (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas exportações
para o espaço comunitário (expedições)
incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda,
Hungria, Dinamarca, Bélgica e Roménia. Os principais decréscimos couberam
à Finlândia, França, Países Baixos, Provisões de Bordo e Suécia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se a Turquia, Angola, Ucrânia, Taiwan, Panamá, Egipto, Canadá e
Noruega.
Entre os decréscimos evidenciaram-se
os EUA, seguidos da Argélia, Marrocos, Brasil, Moçambique, Provisões de Bordo, Austrália
e Cabo Verde.
3.2 – Importações
No
período de Janeiro a Setembro de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 75,8% do total, registaram um acréscimo de +9,0% e
contribuíram com +6,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +6,5%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -0,5% representando 24,2% do total, com um contributo negativo para
o ‘crescimento’ global de -0,1 p.p..
O
principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total)
seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,8%), da China
e Itália (5,0% cada), da Irlanda (3,6%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (3,0%) e
dos EUA (2,2%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações (+6,5%), destacaram-se a Irlanda (+2,2 p.p.),
a Espanha (+1,5 p.p.), a Alemanha (+1,1 p.p.), a França (+0,6 p.p.), os Países
Baixos (+0,5 p.p.), a China e Bélgica (0,4% cada) e a Hungria e EUA (+0,2 p.p. cada).
Os principais contributos negativos incidiram
na Noruega (-0.4 p.p.), Azerbaijão e Arábia Saudita (-0,3 p.p.cada), Brasil e Nigéria
(-0,2 p.p. cada), Áustria, Índia e Japão (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor nas importações com origem
Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise
de 2025 e de 2024.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise de 2025, os maiores saldos positivos da
balança (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1885 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1776
milhões), à França (+1066 milhões), a Angola (+639 milhões) e a Marrocos (+379
milhôes).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-11445 milhões de Euros), seguida da China (-3738 milhões), dos Países
Baixos (-2806 milhões), da Irlanda (-2627milhões) e do Brasil (-1733 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2025
os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(16,6% do Total e +1298 milhões
de Euros face ao ano anterior),
“Máquinas, aparelhos e partes” (15,3% e +547 milhões), “Agro-alimentares” (14,3% e +93 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e +558 milhões),
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,7% e -63 milhões),
“Produtos acabados diversos” (9,1% e -181 milhões),
“Têxteis e vestuário” (7,0% e -4 milhões),
Madeira, cortiça e papel” (6,5% e -162 milhões),
“Energéticos” (5,7% e -831 milhões),
“Calçado, peles e couros” (2,8% e +13 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +80
milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2025
os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(19,8% do Total e +2771 milhões
de Euros face ao ano anterior),
“Máquinas, aparelhos e partes” (17,4% e +128 milhões), “Agro-alimentares” (16,1% e +1105 milhões) e“Material de transporte terrestre e partes” (12,8% e +1305 milhões).
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (9,2%
e -831 milhões), “Minérios e metais” (8,5%
e +202 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,2% e +396 milhões), “Têxteis
e vestuário” (4,8% e +167 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8%
e +38 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +63 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8% e -190 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11
grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(2ª posição depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos”
(2ª posição depois da Alemanha), “Calçado,
peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (14,3%), a
França (11,9%), os EUA (6,2%), o Reino Unido/Irl NT (4,4%), a Itália (4,4%), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de
Bordo para Países Terceiros (1,4%).
Estes dez
destinos representaram 75,9% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,0% do total.
A excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois dos EUA,
França, Brasil e Alemanha).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a
França (7,2%), os Países Baixos (5,8%), a China (5,0%), a Itália (5,0%), a
Irlanda (3,6%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (3,0%) e os EUA (2,2%).
Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025 face a 2024, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Novembro de 2025.


























Sem comentários:
Enviar um comentário