quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Comércio Internacional no "Ramo Automóvel" (2023-2024 e Janeiro-Setembro 2024-2025)

 

Comércio Internacional
no 'Ramo automóvel'
2023-2024
Janeiro-Setembro 2024-2025


( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

O comércio internacional português de veículos automóveis, suas partes, acessórios e componentes diversos, que designamos aqui por ‘Ramo automóvel’, tem um peso importante no comércio internacional português, tendo representado as suas importações, nos primeiros nove meses do ano, 14,2% do Total e 13,3% em 2024, com respectivamente 16,4% e 16,6% nas exportações.

Neste trabalho, para além dos produtos que integram o Capítulo 87 da Nomenclatura Combinada, foram incluídos outros componentes desta indústria dispersos por variados capítulos, como motores, dispositivos eléctricos, assentos, pneus e muitos outros, que embora não sendo exaustivos, complementam o tipo de produtos em causa.

2 – Balança Comercial

De acordo com os dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões definitivas para 2023 e 2024 e preliminar para 2025, a Balança Comercial deste conjunto de produtos, embora deficitária, registou elevados graus de cobertura das importações pelas exportações, respectivamente 95,7% e 92,9% em 2023 e 2024 e 82,5% nos primeiros nove meses de 2025.

3 – Importações e exportações por tipos de produtos

No período de Janeiro a Setembro de 2025 predominaram, nas importações, os “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto” (51,0% do Total, com um acréscimo de +1,1 mil milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior).

Nas exportações destacaram-se “Outros veículos”, a par de “Partes, acessórios e componentes diversos” (respectivamente 38,7% e 38,6% do Total, com decréscimos de -199 e -205 milhões de Euros relativamente ao mesmo período de 2024).


3.1- Veículos ligeiros de passageiros e uso misto

Nos primeiros nove meses de 2025 os veículos novos pesaram 73,8% nas importações de automóveis ligeiros de passageiros e uso misto, predominando os veículos a gasolina, seguidos de perto pelos veículos com motor eléctrico.

Por sua vez, no mesmo período, a importação de veículos usados representou 24,4% do Total, com destaque para os veículos com motor a gasolina, seguidos dos veículos com motor eléctrico.

Os veículos com motor diesel e eléctrico, novos ou usados, pesaram 1,2% no Total. Por sua vez as autocaravanas e outros veículos, novos ou usados, representaram 0,2% dos veículos ligeiros.

Na vertente da exportação, de Janeiro a Setembro de 2025 os automóveis ligeiros de passageiros novos representaram 99,3% do Total, em sua grande parte veículos com motor a gasolina. A exportação de veículos usados representou apenas 0,7% do Total.


Nos quadros em ANEXO pode observar-se, na importação e na exportação, os diversos conjuntos de produtos com uma maior desagregação, incluindo a cilindrada dos veículos.

3.2- Outros veículos

No período de Janeiro a Setembro de 2025 o conjunto dos restantes veículos, incluindo-se aqui chassis com motor e carroçarias com cabine, representou 11,8% das importações do sector, com uma quebra de -22 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior.

Para além dos ‘Veículos para transporte de mercadorias’ (50,7% do Total), englobam-se aqui ‘Outros veículos’ (34,7%), como tractores, carros blindados de combate, reboques, semi-reboques e veículos sem dispositivo de elevação de carga utilizados em fábricas, armazéns, portos e aeroportos, ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’ (8,8%), ‘Veículos para usos especiais’ (3,6%), como por exemplo carros de auto-socorro, carros de bombeiros ou carros-betoneira, ‘Chassis com motor’ (1,7%) e ‘Carroçarias, incluindo as cabines’ (0,5%).

As exportações destes produtos representaram, no mesmo período, 38,7% das exportações do sector, com uma quebra de -199 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, destacando-se aqui os ‘Veículos para transporte de mercadorias’ (75,0% do Total), seguidos dos ‘Outros veículos’ (9,0%), dos ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’ (7,7%), das ‘Carroçarias, incluindo as cabines’ (6,4%), dos ‘Veículos para usos especiais’ (1,5%) e dos ‘Chassis com motor’ (0,4%).


3.3- Partes, acessórios e componentes diversos

No período em análise de 2025, o conjunto das “Partes, acessórios e componentes diversos”, muito diversificado, representou 37,2% das importações do ‘Ramo automóvel’ a que correspondeu um saldo positivo de +361 milhões de Euros.

 

Destacaram-se as aquisições do conjunto ‘Outras partes e acessórios’ (59,4% do Total), como caixas de velocidades, acessórios de carroçarias, travões e servo-freios, volantes e caixas de direcção, suspensão e amortecedores, “airbags”, rodas e suas partes, entre outros. Seguiram-se ‘Outros componentes’ (16,3%), principalmente pneus, os ‘Motores’ (14,4%), tanto a diesel como de explosão, e os ‘Componentes eléctricos’ (9,9%), como aparelhos de iluminação e sinalização, cablagens, baterias e aparelhos de ar condicionado, entre outros.

No mesmo período, o conjunto destes produtos, também muito diversificado, representou 38,6% das exportações do ‘Ramo automóvel’ a que correspondeu um saldo negativo de -205 milhões de Euros.

Predominaram aqui as exportações de ‘Outras partes e acessórios’ (43,7%), como acessórios de carroçaria, tubos de escape, caixas de velocidades, “airbags”, volantes e caixas de direcção, travões e servo-freios,. Seguiram-se os ‘Outros componentes’ (40,1%), como pneus, conta-quilómetros, fechaduras e obras de borracha vulcanizada, os ‘Componentes eléctricos’ (16,0%), como rádios com gravador ou reprodutor de som , cablagens, distribuidores e bobinas de ignição, entre outros, e os “Motores” (apenas 0,1% do Total).

No quadro em ANEXO pode observar-se a grande diversidade dos restantes produtos.

4 – Principais mercados de origem e de destino

4.1 -Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias


- Importações

Os principais mercados de origem das importações portuguesas de Veículos automóveis (ligeiros e outros), chassis com motor e carroçarias’ encontram-se na União Europeia (88,0% nos primeiros nove meses de 2025 e 87,8% no período homólogo do ano anterior). O principal fornecedor neste período foi a Alemanha (24,8% do Total em 2025 e 20,8% em 2024), seguida da Espanha (23,6% e 27,0%) e da França (16,0% e 14,1%), cobrindo estes três países mais de 60% das importações nos dois anos.


Entre os restantes fornecedores destacaram-se a Bélgica (9,1% e 8,8%), a Turquia (3,8% e 3,1, %), o Reino Unido/Irl NT (3,3% e 2,8%), a Itália (2,4% e 3,4%), os Países Baixos (2,2% e 3,1%), a Eslováquia (2,0% e 1,3%), a Suécia (2,0 e 2,4%) e a Polónia (1,8% e 1,6%).

- Exportações

Os principais mercados de destino das exportações encontram-se também na União Europeia (69,2% nos primeiros nove meses de 2025 e 73,4% no mesmo período de 2024). Destacaram-se aqui a Alemanha (20,6% e 21,0%), a Espanha (13,6% e 14,4%), a França (12,9% e 13,3%) e a Itália (8,4% e 10,9%), países que representaram mais de metade das exportações nos dois anos. Entre os países terceiros sobressaíu o Reino Unido (12,9% em 2025 e 13,2% no ano anterior), seguido da Turquia (6,7% e 2,3%).


4.2 -Partes, acessórios e componentes diversos


- Importações

Os principais mercados de origem das importações encontram-se também situados na União Europeia (88,8% no período em análise de 2025 e 89,4% em 2024), com destaque para a Espanha (33,1% e 34,5%), Alemanha (20,4% e 23,5%) e França (10,4% e 10,0%).

Em termos globais alinharam-se depois, com pesos inferiores, a Hungria (5,3% e 2,5%), a Polónia (5,0% e 4,8%), a República Checa (4,5% e 3,0%), a Itália (2,9% e 3,5%), Marrocos (2,5% e 2,0%), a China (2,3% e 2,1%), o Japão (2,1% e 2,4%), a Bélgica (1,9% e 1,8%), os Países Baixos (1,8% e 2,2%) e a Turquia (1,4% e 1,3%).


- Exportações

Os principais mercados de destino das exportações encontram-se também na União Europeia (84,4% nos primeiros nove meses de 2025 e 83,8% no mesmo período de 2024), destacando-se aqui a Espanha (32,3% e 30,9%), a Alemanha (23,3% e 25,7%) e a França (9,6% e 9,2%).

Entre os restantes mercados de destino, intra e extracomunitários, seguiram-se os EUA (4,9% e 5,5%), o Reino Unido/Irl NT (4,4% e 4,5%), a Eslováquia (3,3% nos dois anos), a Roménia (3,1% e 2,1%), a Bélgica (2,0% e 1,8%), a Itália (2,0% e 2,3%), a República Checa (1,7% e 1,8%), a Suécia (1,6% e 1,4%), a Polónia (1,4% e 1,3%), a Áustria (1,3% e 1,4%), a Turquia (1,3% e 1,1%) e a Coreia do Sul (1,2% e 1,6%).


Alcochete, 10 de Dezembro de 2025.

ANEXO-1


ANEXO-2



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