Taxas de variação homóloga
em valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Março de 2017/2016)
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1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor
volume e preço do comércio internacional português de mercadorias de Janeiro a
Março de 2017, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche,
utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos
correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base
elementares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão ainda
preliminar, sendo preliminar também a versão dos correspondentes dados de 2016.
Na comparação entre os dois anos, foram tomadas em consideração as
numerosas alterações pautais da Nomenclatura Combinada verificadas entre 2016 e
2017, envolvendo 405 agregados de produtos a 8 dígitos, num total de 1434
posições pautais para o conjunto dos dois anos.
Para o cálculo dos índices de
preço as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas
às importações e exportações com movimento no período em análise, foram
agregadas em 11 grupos de produtos e 38 subgrupos (ver Anexo).
2 – Nota metodológica
O método utilizado no cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra
representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que
integram produtos com relativa homogeneidade, posteriormente ponderados para o
respectivo grupo e destes para o total.
Os índices de preço são obtidos a partir de uma primeira amostra automática
construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro
de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à
evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado
produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de
um comportamento aparentemente anormal, pode ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação
por mercados de origem ou de destino de posições pautais com peso relevante que
se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra aqueles que apresentam
um comportamento coerente na proximidade do intervalo encontrado.
Também produtos dominantes
incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados
e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem
encontrados desvios sensíveis entre eles.
3 – Balança Comercial
De
acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de
mercadorias no primeiro trimestre de 2017 aumentou +9,2% face ao ano anterior,
com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 83,0%, em
2016, para 84,0%, em 2017.
As importações (somatório das chegadas de mercadorias provenientes do
espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um
acréscimo em valor de +15,7%, terão registado um aumento em volume de +9,2% e
um acréscimo em preço de +6,0%.
Por sua vez, o acréscimo em valor de +17,1% das exportações terá resultado
de um incremento em volume de +13,4%, com o preço a crescer +3,2%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se
importante atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando
excluído dos produtos do grupo “Energéticos”.
De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos
energéticos, terão registado acréscimos em valor, volume e preço
respectivamente de +11,9%, +9,6% e +2,0%.
Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +14,0%,
em resultado de num incremento em volume de +13,5% e de um pequeno aumento do preço,
+0,4%.
O défice da balança comercial decresceu -1,3%, com o grau de cobertura das
importações pelas exportações a subir de 86,3% para 87,9%.
A evolução em volume das exportações constitui uma
medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em
análise uma taxa de crescimento de +13,4%, ou+13,5% quando se excluem os
produtos “Energéticos”.
Nos primeiros três meses de
2017, o saldo da balança comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de
produtos considerados, que representaram 31,7% das exportações e 18,1% das
importações totais, designadamente: “Madeira,
cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Produtos
acabados diversos” e “Aeronaves e
embarcações”.
4 – Importações
No primeiro trimestre de 2017, os grupos de produtos com maior peso nas
importações de mercadorias foram: “Químicos”
(16,8% do total), “Máquinas, aparelhos e
partes” (16,7%), “Agro-alimentares”
(14,7%), “Material de transporte
terrestre e partes” (13,2%) e
“Energéticos” (11,7%).
De acordo com os cálculos
efectuados, à excepção dos grupos “Calçado,
peles e couros” (-1,3%) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (-43,4%), pouco representativo, para o qual não foram
calculados indicadores de volume e preço, todos os restantes registaram taxas
de crescimento anual em valor positivas, com destaque para o grupo “Energéticos” (+56,4%).
Por sua vez, à excepção do grupo “Calçado,
peles e couros” (-2,2%), em todos os restantes se verificaram taxas de
crescimento em volume positivas, com destaque para as “Máquinas, aparelhos e partes” (+19,3%) e “Material de transporte
terrestre e partes”, principalmente veículos automóveis (+17,4%).
Na óptica da evolução em preço, exceptuando os grupos “Têxteis e vestuário” (‑1,9%), “Material
de transporte terrestre” (-1,2%) e “Madeira,
cortiça e papel” (‑1,1%), todos
os restantes acusaram aumentos,
sobressaindo o grupo “Energéticos” (+48,9%),
seguido do grupo “Minérios e metais”
(+12,7%).
No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos e
respectivos subgrupos de produtos, os três indicadores.
5 – Exportações
Em 2016, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de
mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e
partes” (15,4% do total), “Químicos”
(13,2%), “Agro-alimentares” (12,0%) e
“Material de transporte terrestre e
partes” (10,5%).
Em todos os grupos de produtos se registaram crescimentos em valor, com
destaque para o grupo “Energéticos”
(+74,5%), seguido dos grupos “Minérios e
metais” (+20,9%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (+19,0%), “Agro-alimentares”
(+18,9%) e “Químicos” (+17,1%). Também
em volume ocorreram aumentos em todos os grupos de produtos, com taxas de crescimento
a dois dígitos nos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (+26,6%), “Produtos
acabados diversos” (+16,5%), “Agro-alimentares”
(+15,9%), “Químicos” (+14,7%), “Energéticos” (+11,0%) e “Calçado, peles e couros” (+10,1%).
Verificaram-se decréscimos em
preço nos grupos “Máquinas, aparelhos e
partes” (‑6,0%), “Produtos acabados
diversos (-3,8%), “Madeira, cortiça e
papel” (-1,3%) e “Calçado, peles e
couros” (-0,8%). Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Energéticos” (+57,2%) e “Minérios e metais” (+11,3%).
No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos e respectivos
subgrupos, os três indicadores.
6 – Anotações
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais,
que serviu de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, foi de 88,2% e 86,6%, respectivamente no primeiro
trimestre de 2016 e de 2017, na Importação, e de 91,0% e 89,8%, do lado da Exportação.
Os cálculos efectuados, tanto
para o 1º trimestre de 2016 como de 2017, assentam em versões preliminares do
Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10-7-2017, incluindo
já correcções introduzidas nos dois meses subsequentes á primeira divulgação
dos dados de 2017. A experiência indica que correcções posteriores incidirão,
em princípio, principalmente no cálculo dos índices de valor e de volume,
mantendo-se próximos os índices de preço.
Na figura seguinte encontra-se definido o conteúdo dos grupos e subgrupos
de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura Combinada em uso na
União Europeia.
22 de Julho de 2017
ANEXO
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