Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Período acumulado Janeiro-Agosto 2017
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1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 9 de Outubro de 2017, nos primeiros
oito meses de 2017 as exportações de mercadorias cresceram em valor +11,5% face
ao mesmo período do ano anterior (+3739 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +14,1% (+5567 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +8,2% (+2038 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros cresciam +21,9% (+1701 milhões de Euros). Por sua vez, as
importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas)
aumentaram +11,0% (+3384 milhões de Euros), com as importações originárias dos
países terceiros a crescerem +24,7% (+2183 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+26,1%, ao situar-se em -8841 milhões de Euros (um acréscimo de 1827 milhões, cabendo
1345 milhões ao comércio intracomunitário e 483 milhões ao extracomunitário).
Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações nos oito primeiros meses do ano desceu de 82,3%, em 2016, para 80,4%,
em 2017.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos, e logo na balança comercial. O valor médio unitário de
importação do petróleo, que nos oito primeiros meses de 2016 se situou em 265
Euros/Ton, subiu para 345 Euros/Ton no mesmo período de 2017.
Para além da variação da cotação internacional do barril
de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também
um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se excluirmos do total das importações e das
exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”
(respectivamente 11,5% e 7,3% do total no período de Janeiro-Agosto de 2017), o
grau de cobertura (Fob-Cif) das importações pelas exportações dos restantes
produtos desce de 85,6% para 84,2%, com o aumento do défice, em termos
homólogos, a descer de +26,1% para +22,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período acumulado de Janeiro a Agosto de 2017, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 74,0% do total (76,2%
em 2016), cresceram em valor +8,2%, contribuindo com +6,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de
crescimento global de +11,5%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 26,0% do total em
2017 (23,8% em 2016), registaram um crescimento em valor de +21,9%,
contribuindo com +5,2 p.p. para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados de destino das nossas mercadorias em 2017 foram a Espanha (25,3%),
a França (12,5%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,3%), os
Países Baixos (4,1%), a Itália (3,5%), Angola (3,3%), a Bélgica (2,4%), a China
(1,5%) e o Brasil (1,4%), países que absorveram no seu conjunto 77,3% das nossas
exportações.
Angola, o
segundo mercado de destino das exportações para os países terceiros depois dos
EUA, que vinha apresentando no passado recente sucessivos decréscimos em termos
homólogos nas exportações na quase totalidade dos 11 grupos de produtos
considerados, registou nos oito primeiros meses do ano um aumento global de +44,4%,
com decréscimos em apenas dois dos grupos, designadamente “Energéticos” (-8,6%), e “Aeronaves,
embarcações e partes” (-73,7%), principalmente barcos de pesca.
Entre os
trinta principais países de destino, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+11,5%), couberam a Espanha (+1,9 p.p.), Angola e EUA (+1,1 p.p.
cada), França (0,9 p.p.), Países Baixos e Alemanha (+0,7 p.p. cada), Brasil e
Itália (0,5 p.p. cada), e China (+0,4 p.p.). O maior contributo negativo coube
à Argélia (-0,5 p.p.), seguida de Moçambique (-0,1 p.p.).
O maior
acréscimo no valor das exportações para o espaço comunitário (expedições), em termos homólogos, verificou-se
em Espanha, seguindo-se a França, os Países Baixos, a Alemanha, a Itália, as Provisões
de Bordo e o Reino Unido. Com menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Roménia,
a Bélgica, o Luxemburgo, a Eslováquia e a Dinamarca. O maior decréscimo coube à Irlanda.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para Angola e EUA, seguidos do Brasil, China, Taiwan, Gibraltar, Tajiquistão,
Marrocos, Líbano e México.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Agosto de 2017, as importações
com origem na UE (chegadas), que representaram 75,6% do total (77,7% em 2016), contribuíram
com +8,5 p.p., para uma taxa de crescimento global de
+14,1%.
As importações com origem no espaço
extracomunitário registaram um acréscimo de +24,7%, representando 24,4% do total
(22,3% no período homólogo de 2016), com um contributo para o crescimento de +5,5
p.p..
Os principais
mercados de origem das importações nos sete primeiros meses do ano foram a
Espanha (31,6%), a Alemanha (13,7%) e a França (7,3%). Seguiram-se a Itália (5,5%),
os Países Baixos (5,3%), a China (3,0%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,7%),
a Federação Russa (2,5%), o Brasil (1,8%) e os EUA (1,5%), conjunto de países
que representou 77,6% das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+14,1%) destacam-se a
Espanha (+3,1 p.p.), a Alemanha (+2,2%) e a Federação Russa (+1,2 p.p.).
Seguiram-se os Países Baixos (+0,9 p.p.), a Itália (+0,8 p.p.), a França e o
Azerbaijão (0,6 p.p. cada), a China e a
Bélgica (0,4 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam a Angola (-1,1 p.p.), à Argélia (‑0,2
p.p.) e, com cerca de -0,1 p.p. cada, à Irlanda, Brasil e Rep. Checa.
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores decréscimos e acréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif)
coube aos EUA (+1252 milhões de Euros), seguidos do Reino Unido (+1223
milhões), da França (+1219 milhões), de Angola (+1071 milhões) e de Marrocos (+399
milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5081
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2040 milhões), da Itália (‑1189
milhões), da Rússia (‑1021 milhões) e dos Países Baixos (-914 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2) em uso na União Europeia, foram
aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver
Anexo).
Os grupos
com maior peso nas exportações de
mercadorias, representando 79,8% do total no período em análise de 2017, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do
total, com uma taxa de variação homóloga de +13,3%), “Químicos” (12,9% e TVH +10,1%), “Agro-alimentares” (12,1% e TVH +11,6%) “Material de transporte terrestre e partes” (10,5% e TVH +7,7%), “Têxteis e vestuário” (9,9% e TVH +4,4%),
“Minérios e metais” (9,6% e TVH +14,9%)
e “Produtos acabados diversos” (9,4%
e TVH +10,6%).
Registaram-se acréscimos em valor, em termos
homólogos, em todos os grupos de produtos. Os maiores aumentos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Energéticos” (+766
milhões), “Máquinas, aparelhos e partes”
(+658 milhões), “Agro-alimentares” (+458
milhões), “Minérios e metais” (+452
milhões de Euros) e “Químicos” (+430 milhões).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,3% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (16,7%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +16,2%) “Químicos” (16,4% do total e TVH de +8,8%), “Agro-alimentares” (15,4% e TVH de +9,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e TVH de +11,9%)
e “Energéticos” (11,5% e TVH de +38,9%).
Também nas importações se verificaram acréscimos em
todos os grupos de produtos, sendo os mais significativos, medidos em Euros, nos
grupos “Energéticos” (+1449 milhões),
“Máquinas, aparelhos e partes” (+1051
milhões), “Minérios e metais” (+747
milhões), “Agro-alimentares” (+614
milhões), “Químicos” (+597 milhões) e “Material de transporte
terrestre e partes” (+587 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou nos
primeiros oito meses de 2017 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos
com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,5%), a
Alemanha (11,4%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,3%), os Países Baixos (4,1%),
a Itália (3,5%), Angola (3,3%), a Bélgica (2,4%) e China (1,5%). Estes dez
países cobriram 75,8% das exportações totais.
6.2 –
Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou também o primeiro lugar em
oito dos onze grupos de produtos, com 31,6% do total, sendo as excepções os
grupos “Energéticos” (2ª posição), a
seguir à Rússia, “Material de transporte terrestre
e partes”, (2ª posição), depois da Alemanha, e “Aeronaves, embarcações e partes”, em que ocupou o 4º lugar,
antecedida de Singapura, EUA e Brasil.
Seguiram-se a Alemanha (13,7%), a França (7,3%), a
Itália (5,5%), os Países Baixos (5,3%), a China (3,0%), a Bélgica (2,8%), o
Reino Unido (2,7%), a Rússia (2,5%) e o Brasil (1,8%). Estes dez países cobriram 76,1% das importações totais.
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