sábado, 14 de outubro de 2017

Comércio Portugal-Brasil (2012-2016 e 1º Sem 2017)

Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com o Brasil
-2012 a 2016 e 1º Semestre de 2017 -

(disponível para download > aqui )

1 – Nota introdutória
O Brasil ocupou em 2016 e 1º Semestre de 2017 a 10ª posição entre os mercados de origem das importações portuguesas de mercadorias e o 13º lugar entre os mercados de destino das nossas exportações. Em 2016 pesou 1,7% nas importações globais e 1,1% nas exportações, quotas que subiram respectivamente para 1,8% e 1,3% no 1º Semestre de 2017.
A par de Portugal, o Brasil foi um dos fundadores, em 1996, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que tem entre os seus objectivos, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus actuais nove membros.
Vai-se neste trabalho analisar a evolução das importações e exportações de mercadorias entre Portugal e o Brasil ao longo dos últimos cinco anos (2012 a 2016) e no 1º Semestre de 2017, face ao homólogo do ano anterior, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Outubro de 2017.
2 – Alguns dados sobre o comércio internacional do Brasil
De acordo com dados veiculados pelo International Trade Centre, medidos em Euros, o saldo (fob) da Balança Comercial de mercadorias do Brasil decresceu entre 2012 e 2014, ano em que se tornou negativo, para crescer a partir de então, atingindo +43,1 mil milhões de Euros em 2016, com um grau de cobertura (fob) das importações pelas exportações de 134,7%.

Os principais parceiros do Brasil, em ambas as vertentes comerciais, são os EUA e a China, respectivamente com 17,5% e 17,0% no total das importações em 2016 e 12,6% e 19,0% do lado das exportações.
Na vertente da exportação registou-se um decréscimo de -2,8%, tendo-se verificado aumentos em apenas três dos onze grupos de produtos considerados: “Material de transporte terrestre e partes” (+15,8%), “Aeronaves, embarcações e partes” (+33,6%) e “Produtos acabados diversos” (+44,3%). O principal decréscimo incidiu no grupo “Energéticos” (-29,8%).

Os grupos de produtos em que Portugal registou as maiores quotas foram “Têxteis e vestuário” (0,9% das exportações brasileiras deste grupo), “Energéticos” e “Calçado, peles e couros” (0,7% cada), “Produtos acabados diversos” (0,6%), “Químicos” e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% cada). 
3 – Comércio de Portugal com o Brasil
3.1 – Evolução do peso do Brasil nas importações
         e nas exportações globais (2000-2016)
O peso das importações portuguesas com origem no Brasil no contexto global aumentou sustentadamente entre 2000 e 2007 (de 1,0% para 2,3%). 
A partir de 2007 o seu comportamento foi algo irregular, decrescendo nos dois anos seguintes (1,7% em 2009) para aumentar depois até 2011, ano em que atingiu o valor máximo dos últimos 17 anos (2,5%), voltando a decrescer significativamente até 2013 (1,5%). Estabilizou então até 2015, para voltar a aumentar em 2016 (1,7%). 

Por sua vez, o peso das exportações portuguesas para o Brasil, que em 2003 havia atingido o seu nível mais baixo (0,4%), aumentou até 2013 (1.6%), para decrescer a partir de então até 2016 (1,1%).  
3.2 – Posição do Brasil nas trocas de Portugal no âmbito da CPLP
Em 2016 o Brasil foi a origem de 52,7% das importações de Portugal a partir do conjunto dos seus parceiros na CPLP, seguido de Angola com 40,5%, e o destino de 20,1% das exportações, precedido de Angola com 55,9%.

3.3 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com o Brasil é desfavorável a Portugal, temdo-se situado o défice em -516 milhões de Euros em 2016.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), com última actualização em 9-10-2017, no 1º Semestre de 2017 as importações decresceram ‑3,7% em termos homólogos, com as exportações a aumentarem acentuadamente, +59,1%, dando origem a uma descida significativa do défice, de -408 milhões de Euros para -254 milhões, com um grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações de 58,2%.
No 1º Semestre de 2017 o contributo das importações com esta origem para a taxa de variação homóloga das importações globais portuguesas, +14,3%, foi de +0,3 pontos percentuais (p.p.).
Por sua vez, o contributo das nossas exportações no mesmo período foi de +0,1 p.p., para uma taxa de variação homóloga do total das exportações de +12,3%.

3.4 – Importações por grupos de produtos
As maiores importações portuguesas com origem no Brasil incidiram, nos últimos cinco anos e 1º Semestre de 2017, nos grupos de produtos “Agro-alimentares”, com destaque para a fruta, café e soja, e também milho em 2016, e “Energéticos”, designadamente petróleo bruto.
Em 2016 assistiu-se a um reforço substancial das importações do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, essencialmente aeronaves e também as suas partes, com repercussão no 1º semestre de 2017. Neste 1º Semestre assistiu-se também a um aumento significativo do peso do grupo “Minérios e metais”, centrado no ferro e aço. Seguiram-se, com mais de 10 milhões de Euros, os grupos “Químicos”, “Máquinas, aparelhos e partes”, “Madeira, cortiça e papel” e “Calçado, peles e couros”.

3.5 – Exportações por grupos de produtos
As principais exportações para o Brasil no período em análise inserem-se no grupo de produtos “Agro-alimentares”, com destaque para o azeite, peixe congelado, bacalhau e vinho.
No 1º semestre de 2017 seguiram-se, por ordem decrescente de valor, os grupos “Energéticos”, essencialmente constituído por produtos refinados do petróleo, “Aeronaves, embarcações e partes”, designadamente partes de veículos aéreos, e “Máquinas, aparelhos e partes”, bastante diversificados.

Neste grupo de produtos, entre as máquinas e aparelhos mecânicos destacaram-se os moldes e caixas de fundição, aparelhos com função própria, aparelhos para tratamento de matérias que impliquem mudança de temperatura, refrigeradores, congeladores e partes de motores de pistão. Entre as máquinas e aparelhos eléctricos sobressairam as partes de aparelhos de rádio e televisão, os aparelhos fotográficos digitais e câmaras de vídeo, os aparelhos de interrupção, seccionamento e protecção, as partes de motores e geradores eléctricos, os grupos electrogéneos e conversores, os fornos eléctricos industriais ou de laboratório, telefones, aparelhos de sinalização, transformadores, conversores eléctricos e bobinas de reactância e autoindução, entre outros.
Ainda com mais de 10 milhões de Euros seguiram-se as exportações dos grupos “Minérios e metais”, principalmente artefactos de joalharia com metais preciosos e ferramentas intercambiáveis para ferramentas manuais, mecânicas ou máquinas-ferramentas, de “Químicos”, com destaque para o plástico, borracha e suas obras, e de “Produtos acabados diversos”, como obras de pedra (mós e artefactos semelhantes, abrasivos naturais ou artificiais, pedras de cantaria ou construção trabalhadas), móveis, produtos cerâmicos, aparelhos de óptica e médicos, aparelhos de controlo e precisão, artigos de relojoaria, vidro e suas obras.

14 de Outubro de 2017





























































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