Comércio Internacional de Mercadorias
de Portugal com Hong-Kong
2014-2017
e Janeiro a Maio de 2017-2018
2014-2017
e Janeiro a Maio de 2017-2018
(disponível para download > aqui )
1 – Nota introdutória
O
presente trabalho incide sobre o comércio externo da Região Administrativa
Especial chinesa de Hong-Kong, considerada autonomamente para fins estatísticos
no âmbito do comércio internacional.
Neste trabalho encontra-se reunido um
breve conjunto de dados sobre o comércio externo de Hong-Kong face ao mundo, para
o que se utilizaram dados disponibilizados pelo International Trade Centre (ITC).
Analisa-se também aqui, com algum
detalhe, a evolução das importações e das exportações de mercadorias entre
Portugal e Hong-Kong ao longo dos últimos quatro anos (2014 a 2017) e no
período acumulado de Janeiro a Maio de 2017 e 2018, com base em dados
estatísticos divulgados pelo Instituto
Nacional de Estatística de Portugal (INE), com última actualização em 17 de
Julho de 2018.
2 – Alguns dados sobre o comércio externo de Hong-Kong
De acordo com dados divulgados pelo International Trade Centre (ITC) para os
anos de 2015 a 2017, a Balança Comercial de mercadorias (fob-cif) de Hong-Kong é
deficitária. Após uma quebra das importações em 2016 face ao ano anterior, ‑1,9%,
assistiu-se em 2017, em termos homólogos, a um acréscimo de +5,6%. Por sua vez,
as exportações, que em 2016 haviam crescido +1,5%, voltaram a aumentar em 2017,
+4,3%, situando-se o grau de cobertura das importações pelas exportações em
93,3%.
Segundo
os dados disponíveis, em 2017 os principais mercados de origem das importações
chinesas foram a China (44,6%), Taiwan (7,2%), Singapura (6,4%), Japão (6,1%),
Coreia do Sul (5,5%) e EUA (5,2%).
No mesmo
ano, os mercados de destino dominantes foram ainda a China (54,1%) e os EUA
(7,7%).
Em 2017
Portugal pesou apenas 0,03% nas importações e 0,06% nas exportações de
Hong-Kong.
Numa
análise da evolução das importações por
Grupos de Produtos (ver em tabela anexa o conteúdo com base nos capítulos da Nomenclatura
Combinada (NC) / Sistema Harmonizado (SH) – Anexo-3),
verifica-se que o grupo com maior peso em 2017 foi o de “Máquinas, aparelhos e partes” (62,1% do Total), seguido do grupo “Minérios e metais” (13,5%). Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos”
(6,6%), “Agro-alimentares” (4,8%), “Químicos” (4,0%), “Têxteis e vestuário” (3,3%), “Energéticos”
(2,1%) e “Calçado, peles e couros”
(1,8%). As maiores quotas de Portugal ao nível de cada grupo incidiram em “Produtos acabados diversos” (0,14%) e “Têxteis e vestuário” (0,11%).
Nas
Exportações destacou-se, em 2017, também o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (63,4% do Total), a grande distância
dos restantes, em que se destacaram os grupos “Minérios e metais” (17,0%), “Produtos
acabados diversos” (7,2%), “Têxteis e
vestuário” (4,0%) e “Químicos” (3,5%).
As maiores
quotas de Portugal ao nível de cada grupo de produtos incidiram em “Madeira, cortiça e papel” (0,16%) e “Produtos acabados diversos” (0,11%).
3 – Comércio de mercadorias de Portugal com Hong-Kong
As
importações anuais de Portugal com origem em Hong-Kong tiveram um comportamento
irregular desde o início do século, com acréscimos e decréscimos significativos.
A partir de 2015, ano em que atingiram um dos seus níveis mais baixos, e até
2017, cresceram sustentadamente.
Por sua
vez as exportações, com um comportamento também irregular entre 2000 e 2007,
cresceram significativamente a partir de então até 2010, podendo considerar-se
tendencialmente crescentes até 2017.
3.1 – Balança Comercial
A Balança
Comercial de mercadorias de Portugal com Hong-Kong é favorável a Portugal, com
elevados graus de cobertura anuais das importações pelas exportações.
Ao longo
dos últimos quatro anos o maior saldo positivo ocorreu em 2016, com -110
milhões de Euros.
Nos
primeiros cinco meses de 2018, face ao mesmo período do ano anterior, o saldo positivo
aumentou +6,5%, na sequência de uma quebra das importações de -8,4% e de um
pequeno aumento das exportações (+1,6%), com o grau de cobertura das
importações pelas exportações a situar-se em 340,6%.
3.2 – Importações por grupos de produtos
Ao longo
dos últimos quatro anos e primeiros cinco meses de 2018, as principais importações
portuguesas de mercadorias com origem em Hong-Kong incidiram no grupo de
produtos “Máquinas, aparelhos e partes”, que
representou 56,6% do total nos primeiros cinco meses de 2018 e 44,8% em igual
período do ano anterior.
Seguiram-se,
entre os principais, os grupos “Produtos
acabados diversos” (13,9% em 2018), “Têxteis
e vestuário” (9,0%), “Calçado, peles
e couros” (5,9%), “Madeira, cortiça e
papel” (5,4%), e “Minérios e metais”
(5,0%).
No
conjunto dos primeiros cinco meses de 2018 verificaram-se acréscimos em quatro
dos onze grupos de produtos. O maior acréscimo em termos homólogos
ocorreu no grupo “Máquinas, aparelhos e
partes” (+1,3 milhões de Euros), onde os principais aumentos incidiram nas
importações de material de informática, memórias e circuitos integrados (+1,1
milhões de Euros) e de aparelhos de som e imagem (+1,1 milhões). De referir
aqui uma quebra verificada nas importações de transformadores, cabos e
aparelhos para distribuição de energia (-915 mil Euros).
Seguiram-se
acréscimos nos grupos “Madeira, cortiça e
papel” (+229 mil Euros), essencialmente papel e cartão (+201 mil Euros), “Material de transporte terrestre e partes”
(+171 mil Euros), com destaque para as partes de carroçarias e seus acessórios (+227
mil Euros) e “Têxteis e vestuário”
(+100 mil Euros), onde se verificou um aumento das importações de vestuário
(+263 mil Euros), contra uma quebra nos têxteis e suas obras (-164 mil Euros).
No mesmo
período os maiores decréscimos
incidiram nos grupos “Calçado, peles e
couros” (-1,6 milhões de Euros), com destaque para o calçado (-1,1
milhões), “Químicos” (-631 mil Euros),
“Minérios e metais” (-618 mil), com
maior incidência nas pedras e metais preciosos (-160 mil), no ferro, aço e suas
obras (-142 mil) e em metais comuns não especificados e suas obras (-254 mil),
e “Produtos acabados diversos” (-508
mil Euros), designadamente produtos acabados não especificados (-620 mil), como
bonecas, relógios de pulso, brinquedos de plástico ou quadros, pinturas e desenhos
feitos à mão, e também aparelhos
científicos de precisão (-155 mil), tendo-se aqui verificado um aumento das
importações de mobiliário e candeeiros (+234 mil Euros).
Em quadro
anexo (Anexo-1) pode observar-se a
desagregação de cada Grupo de Produtos das importações de mercadorias em Subgrupos.
3.3 – Exportações por grupos de produtos
O grupo
de produtos dominante, ao longo dos últimos quatro anos e primeiros cinco meses
de 2018 nas exportações portuguesas de mercadorias para Hong-Kong, foi “Produtos acabados diversos”, que
representou 40,3% do total no período
em análise de 2018, contra e 29,4% em igual período do ano anterior.
Seguiram-se
os grupos “Máquinas, aparelhos e partes”
(14,0%), “Têxteis e vestuário” (13,8%),
“Minérios e metais” (9,5%), “Químicos” (7,3%), “Agro-alimentares” (4,7%), “Material
de transporte terrestre e partes” (4,5%), “Madeira, cortiça e papel” (3,1%) e “Calçado, peles e couros” (2,8%).
Nos
primeiros cinco meses de 2018 verificaram-se acréscimos nos grupos “Produtos acabados diversos” (+6,6
milhões de Euros), designadamente produtos acabados não especificados (+5,9
milhões de Euros), com destaque para os relógios de pulso, “Minérios e metais” (+4,4 milhões), principalmente pedras e metais
preciosos, “Madeira, cortiça e papel”
(+1,1 milhões), essencialmente papel e cartão, e “Material de transporte terrestre e partes” (+927 mil Euros), em
automóveis de passageiros.
Os
principais decréscimos ocorreram nos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑5,3 milhões de Euros), principalmente em aparelhos de
som e imagem (-2,5 milhões), transformadores, cabos e aparelhos de distribuição
de energia (-936 mil Euros) e material de informática, memórias e circuitos
integrados (-492 mil Euros), “Químicos”
(-3,9 milhões de Euros), com destaque para a borracha e suas obras (‑3,9
milhões), “Agro-alimentares” (-2 milhões), como carnes e lacticínios (-667 mil
Euros), bebidas alcoólicas (-388 mil), conservas e preparações alimentares (‑285 mil) e
produtos da pesca (-116 mil Euros), e “Têxteis
e vestuário” (-951 mil Euros), quebra centrada no vestuário (-1,2 milhões
de Euros).
Em quadro
anexo (Anexo-2) pode observar-se a
desagregação de cada Grupo de Produtos das exportações de mercadorias em
Subgrupos.
Também em
anexo se apresentam as balanças comerciais de mercadorias de Portugal com Hong-Kong,
por grupos de produtos, para os anos de 2014 a 2017 e primeiros cinco meses de
2017 e 2018 (Anexo-4).
Alcochete,
4 de Agosto de 2018.
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