sábado, 11 de agosto de 2018

Série mensal - Jan-Jun 2018 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Junho de 2018 

( disponível para download  >> aqui )



1 - Balança comercial


De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Agosto de 2018, no 1º Semestre de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,6% face ao mesmo período do ano anterior (+1829 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +8,8% (+2999 milhões de Euros).

As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +9,5% (+1950 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -1,7% (-121 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +9,0% (+2326 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +8,2% (+673 milhões de Euros).

Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +18,1%, ao situar-se em -7634 milhões de Euros (um acréscimo do défice de 1169 milhões de Euros, cabendo 375 milhões ao comércio intracomunitário e 794 milhões ao extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 81,1%, em 2017, para 79,5%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos seis primeiros meses de 2017 se situou em 354 Euros/Ton, subiu para 427 Euros/Ton em igual período de 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,0% e 7,4% do total no período de Janeiro-Junho de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe em 2018 de um total de 79,5% para 83,6%.


2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações
No 1º Semestre de 2018, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,5% do total (74,5% em 2017), cresceram em valor +9,5%, contribuindo com +7,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +6,6%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,5% do total em 2018 (25,5% em 2017), registaram um decréscimo em valor -1,7%, contribuindo negativamente, com -0,4 p.p., para a taxa de crescimento global. 


Os principais mercados em 2018 foram a Espanha (25,4%), a França (13,1%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,8%), Angola e a Bélgica (2,5% cada), Marrocos (1,4%), o Brasil e a Polónia (1,3% cada), países que representaram 78,4% do total.

Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,5% neste 1º Semestre (-135 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos de produtos, tendo as maiores descidas incidido nos grupos “Agro-alimentares” (‑46,3 milhões de Euros), “Químicos” (-33,0 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑26,7 milhões), “Produtos acabados diversos” (-11,8 milhões) e “Minérios e metais” (‑9,6 milhões).
Os maiores acréscimos couberam aos grupos “Energéticos” (+2,2 milhões de Euros), principalmente refinados do petróleo, e “Material de transporte terrestre e partes” (+1,4 milhões de Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+6,6%), couberam a Espanha (+1,5 p.p.), Alemanha (+1,3 p.p.), França (1,2 p.p.), Itália (+0,7 p.p.) e Áustria (+0,5 p.p.).
Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,4 p.p.) e Taiwan, Cabo Verde e Irlanda (-0,1 p.p. cada).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário no 1º Semestre de 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido dos da Alemanha, da França, da Itália e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois a Eslováquia, a Polónia, a Suécia, a Bélgica, a Hungria, a Roménia, as Provisões de bordo, a Eslovénia, os Países Baixos e a Bulgária.
Os maiores decréscimos couberam à Irlanda e ao Luxemburgo.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para a Tunísia, seguida das Provisões de Bordo, do Brasil, da Austrália e do Canadá. Os maiores decréscimos couberam a Angola, China, Arábia Saudita, Líbano, Taiwan, Costa do Marfim, Irão e Emiratos Árabes.

3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que representaram 76,0% do total (75,9% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +9,0% e contribuíram com +6,8 p.p. para uma taxa de crescimento global de +8,8%.


As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +8,2%, representando 24,0% do total em 2018 (24,1% em 2017), com um contributo para o crescimento de +2,0 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,2%), a Alemanha (14,0%) e a França (7,8%). Seguiram-se a Itália (5,4%), os Países Baixos (5,2%), a China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Federação Russa (1,7%), os EUA (1,6%) e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,6% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+8,8%) destacam-se a Espanha (+2,5 p.p.), a Alemanha (+1,5 p.p.), a França (+1,0 p.p.), o Cazaquistão (+0,6 p.p.), os Países Baixos (+0,5 p.p.), a Itália (+0,4 p.p.), a China, a Argélia e a Bélgica (+0,3 p.p. cada).


Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa e a Singapura (-0,5 p.p. cada), seguidos dos do Brasil e da Colômbia (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam a França (+966 milhões de Euros), Reino Unido (+914 milhões) e EUA (+863 milhões). Seguiram-se Marrocos (+314 milhões) e Angola (+310 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4113 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1710 milhões), da Itália (-814 milhões), dos Países Baixos (-812 milhões) e da China (‑778 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em 2018, representando 80,7% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do total e TVH -0,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (14,2% e TVH +38,2%), “Químicos” (11,8% e TVH -3,3%), “Agro-alimentares” (11,6% e TVH +3,3%) “Minérios e metais” (9,9% e TVH +8,3%), “Produtos acabados diversos” (9,5% e TVH +7,2%) e “Têxteis e vestuário” (9,3% e TVH + 1,7%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+1,2 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+223 milhões), “Produtos acabados diversos” (+188 milhões), “Energéticos” (+161 milhões) e “Agro-alimentares” (+110 milhões de Euros).
O maiores decréscimo incidiu no grupo “Químicos” (-120 milhões de Euros).

5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,2% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +12,3%), “Químicos” (16,4% do total e TVH de +8,1%), “Agro-alimentares” (14,4% e TVH de +3,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e TVH de +11,7%) e “Energéticos” (12,0% e TVH de +15,5%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra de -85 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+704 milhões de Euros), “Energéticos” (+596 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+509 milhões), “Químicos” (+458 milhões) e “Minérios e metais” (+303 milhões). 


6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro a Junho de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil,  EUA e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,8%), Angola (2,5%), a Bélgica (2,5%), e Marrocos (1,4%). Estes dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 31,2% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, antecedida da França, Alemanha, EUA e Países Baixos).
Seguiram-se a Alemanha (14,0%), a França (7,8%), a Itália (5,4%), os Países Baixos (5,2%), a China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Rússia (1,7%) e os EUA (1,6%).
Estes dez países cobriram 75,2% das importações totais. 

Alcochete, 11 de Agosto de 2018.


Sem comentários:

Enviar um comentário