terça-feira, 16 de outubro de 2018

Série mensal Jan-Ago 2018 - Comércio Internacional



Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Agosto de 2018 

( disponível para download  >> aqui )



1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Outubro de 2018, nos primeiros oito meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +7,3% face ao mesmo período do ano anterior (+2658 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +8,6% (+3917 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +10,0% (+2693 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -0,4% (-36 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +7,6% (+2634 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +11,6% (+1282 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +13,6%, ao situar-se em -10526 milhões de Euros (um acréscimo de 1259 milhões de Euros face a igual período do ano anterior, com uma redução de 59 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 1318 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,6%, em 2017, para 78,7%, em 2018.

A taxa de variação homóloga das exportações para os países terceiros, por meses acumulados, tornou-se negativa em Março de 2018, tendo-se atenuado ao longo dos meses seguintes.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos oito primeiros meses de 2017 se situou em 362 Euros/Ton, subiu para 425 Euros/Ton em 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,6% e 7,7% do total no período de Janeiro-Agosto de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2018, de 78,7% para 83,1%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 75,8% do total (73,9% em 2017), cresceram em valor +10,0%, contribuindo com +7,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +7,3%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 24,2% do total em 2018 (26,1% em 2017), registaram um decréscimo em valor -0,4%, contribuindo negativamente, com -0,1 p.p., para a taxa de crescimento global. 


Os principais mercados de destino no período de Janeiro a Agosto de 2018 foram a Espanha (25,3%), a França (12,8%), a Alemanha (11,6%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,3%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,9%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,4%), o Brasil, Polónia e Marrocos (1,3% cada), e a China (1,2%), países que representaram 79,1% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,2% nos primeiros oito meses do ano (-180 milhões de Euros), envolvendo nove dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑49,5 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑43,2 milhões), “Químicos” (-39,7 milhões), “Produtos acabados diversos” (-19,3 milhões) e “Minérios e metais” (‑13,6 milhões de Euros).
Os dois acréscimos couberam aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,5 milhões de Euros), envolvendo essencialmente embarcações e estruturas flutuantes, e “Energéticos” (+169 mil Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+7,3%), couberam a Espanha (+1,8 p.p.), França (+1,3 p.p.), Alemanha (1,1 p.p.), Itália (+0,9 p.p.) e Áustria (+0,4 p.p.).
Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3 p.p.),  Taiwan e Reino Unido (-0,1 p.p. cada).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário no período de Janeiro a Agosto de 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido dos da frança, da Alemanha, da Itália e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Eslováquia, a Suécia, a Bélgica, as Provisões de bordo, a Roménia e a Hungria.
Os maiores decréscimos couberam ao Reino Unido e à Irlanda.


Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para os EUA, seguidas das Provisões de Bordo, da Tunísia, da Austrália, da Argentina, do Canadá, de Israel, da Rússia e da Turquia. 

Os maiores decréscimos couberam a Angola, China, Líbano, Arábia Saudita, Gibraltar, Taiwan, Irão, Ghana, Emiratos e Costa do Marfim.


3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que representaram 75,1% do total (75,8% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +7,6% e contribuíram com +5,8 p.p. para uma taxa de crescimento global de +8,6%.


As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +11,6%, representando 24,9% do total em 2018 (24,2% em 2017), com um contributo para o crescimento de +2,8 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,1%), a Alemanha (13,8%) e a França (7,5%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Federação Russa (1,7%), os EUA (1,6%) e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,1% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+8,6%) destacam-se a Espanha (+1,9 p.p.), a Alemanha (+1,4 p.p.), a França (+0,9 p.p.), o Cazaquistão (+0,8 p.p.), os Países Baixos e a China (+0,4% cada), a Itália, a Bélgica e a Turquia (+0,3 p.p. cada).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam a Singapura e à Federação Russa (-0,7 p.p. cada), seguidos do Brasil e da Colômbia (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1280 milhões de Euros), a França (+1256 milhões) e ao Reino Unido (+1152 milhões). Seguiram-se Marrocos (+396 milhões) e Angola (+330 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5545 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2310 milhões), dos Países Baixos (-1090 milhões), da China (-1080 milhões) e da Itália (‑1013 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em 2018, representando 80,1% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,2% do total e TVH -0,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,4% e TVH +36,4%), “Químicos” (11,9% e TVH -0,7%), “Agro-alimentares” (11,9% e TVH +5,1%) “Minérios e metais” (9,9% e TVH +10,0%), “Têxteis e vestuário” (9,4% e TVH + 2,3%) e “Produtos acabados diversos” (9,4% e TVH +6,8%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+1,4 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+349 milhões), “Energéticos” (+324 milhões), “Produtos acabados diversos” (+232 milhões), “Agro-alimentares” (+223 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (+148 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram no grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-35 milhões de Euros),  “Químicos” (-32 milhões), “Calçado, peles e couros” (-13 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (-12 milhões de Euros).

5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,1% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,1%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +10,4%), “Químicos” (16,2% do total e TVH de +8,4%), “Agro-alimentares” (14,7% e TVH de +3,3%), “Energéticos” (12,6% e TVH de +18,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e TVH de +10,9%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra de -188 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos nos grupos “Energéticos” (+969 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+796 milhões), “Químicos” (+619 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+606 milhões) e “Minérios e metais” (+438 milhões de Euros). 


6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro a Agosto de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil,  EUA e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,8%), a Alemanha (11,6%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,3%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,9%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,4%), e o Brasil (1,3%). Estes dez países cobriram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações


Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 31,1% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, antecedida da Alemanha, da França, dos EUA e dos Países Baixos).
Seguiram-se a Alemanha (13,8%), a França (7,5%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Rússia (1,7%) e os EUA (1,6%).
Estes dez países cobriram 74,6% das importações totais.

Alcochete, 16 de Outubro de 2018.


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