Evolução recente do comércio internacional no "Ramo Automóvel"
(2017-2018)
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(2017-2018)
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1 – Nota introdutória
O
comércio internacional português de veículos automóveis, suas partes, acessórios
e componentes diversos, que designamos aqui por ‘Ramo automóvel’, tem um
peso importante no comércio internacional português, tendo representado na
estrutura das importações globais, em 2017 e 2018, respectivamente 13,6% e 14,2%,
e % na estrutura das exportações 15,5% e 18,0%.
Neste
trabalho, para além dos produtos que integram o Capítulo 87 da Nomenclatura
Combinada foram incluídos outros componentes desta indústria dispersos por
outros capítulos, como motores, dispositivos eléctricos, assentos, pneus e
muitos outros, que não sendo exaustivos, por limitação imposta pelos descritivos
da NC, complementam o tipo de produtos em causa.
2 – Balança Comercial
De acordo com os dados de base divulgados pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), a Balança Comercial deste conjunto de produtos foi
deficitária no período em análise. Entre os dois anos, as importações cresceram
+12,6% e as exportações +22,8%, descendo o défice de -950 milhões de euros para
-200 milhões, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir
de 90,0% para 98,1%. Os maiores défices incidiram nos “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto” e nos “Outros veículos”, tendo as “Partes, acessórios e componentes diversos”,
registado confortáveis saldos positivos.
3.1- Veículos ligeiros de passageiros e uso misto
Em 2018,
o conjunto dos veículos automóveis ligeiros de passageiros e uso misto representou
44,5% das importações (47,1% em 2017) e 33,0% das exportações do ‘Ramo automóvel’ (25,4% em 2017). Em 2018, os
veículos novos pesaram 80,4% nas importações e 99,5% nas exportações de automóveis
ligeiros de passageiros, predominando nas primeiras os veículos a diesel e nas segundas
os veículos a gasolina.
Entre os
veículos usados, com pouca expressão nas exportações, sobressaem também, nas
importações, os veículos com motor a diesel.
Começam a
ter algum significado as importações de veículos com motor a gasolina/eléctrico,
diesel/eléctrico ou apenas eléctrico.
No quadro
em ANEXO pode observar-se os diversos conjuntos de produtos com uma maior
desagregação, incluindo a cilindrada dos veículos.
3.2- Outros veículos
Em 2018, o conjunto dos restantes veículos
representou 12,5% das importações (13,2% em 2017) e 9,8% das exportações (10,7%
em 2017), englobando, para além dos ‘Veículos
para transporte de mercadorias’ e dos ‘Veículos
para 10 ou mais pessoas’, os ‘Veículos
para usos especiais’, como por exemplo de auto-socorro, carros de bombeiros
ou carros-betoneira, ‘Tractores e outros
veículos’, como carros blindados de combate, reboques, semi-reboques e
veículos sem dispositivo de elevação de carga utilizados em fábricas, armazéns,
portos e aeroportos, e ainda os ‘Chassis
com motor’ e as ‘Carroçarias,
incluindo as cabines’.
Nas importações
destaca-se o conjunto dos ‘Tractores e outros
veículos’, principalmente tractores, reboques e semi-reboques, seguidos de
perto pelos ‘Veículos para transporte de
mercadorias’.
Nas exportações
sobressaem os ‘Veículos para transporte
de mercadorias’, seguidos dos ‘Veículos
para 10 ou mais pessoas’.
3.3- Partes, acessórios e componentes diversos
Em 2018, o
conjunto das “Partes, acessórios e
componentes diversos”, muito diversificado, representou 43,0% das importações
do ‘Ramo automóvel’ (39,7% em 2017) e
57,2% das exportações (63,9% em 2017), a que correspondeu um saldo positivo de
+1,4 mil milhões de Euros (+1,7 mil milhões em 2017).
Na
vertente das importações destacaram-se,
em 2018, as aquisições do conjunto ‘Outras partes e acessórios’, como
caixas de velocidades, acessórios de carroçarias, travões e servofreios, tubos
de escape, “airbags”, volantes e caixas de direcção.
Seguiram-se
os ‘Outros componentes’, principalmente
pneus, os ‘Motores’, tanto a diesel
como de explosão, e os ‘Componentes eléctricos’, como cablagens,
aparelhos de iluminação e sinalização, baterias e aparelhos de ar condicionado
Nas exportações predominaram as de ‘Outras partes e acessórios’, como tubos
de escape, “airbags”, caixas de velocidades,
acessórios de carroçaria, travões e servofreios, volantes e caixas de direcção.
Seguiram-se
os ‘Outros componentes’, como pneus, conta-quilómetros,
fechaduras e obras de borracha vulcanizada, e os ‘Componentes eléctricos’, como rádios com gravador ou reprodutor de
som, cablagens, distribuidores e bobinas de ignição.
No quadro
em ANEXO pode observar-se a grande diversidade dos restantes produtos.
4 – Principais mercados
4.1 - Importações
Os
principais fornecedores das importações portuguesas de Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias encontram-se
na União Europeia (93,1% em 2018 e 94,0% em 2017). Em 2018, o principal mercado
de origem foi a Alemanha (29,5% do Total em 2018 e 33,4% em 2017), seguida da
Espanha (21,7% e 21,3%) e da França (20,2% e 17,7%). Estes três países mais de
70% dos fornecimentos nos dois anos.
Entre os
restantes formecedores destacaram-se a Bélgica (5,6% em 2018 e 4,8%em 2017), a
Itália (4,4% e 3,9%), a Turquia (3,3% e 2,9%), o Reino Unido (2,4% e 3,7%) e os
Países Baixos (2,3% e 2,5%).
Também os
principais fornecedores de Partes,
acessórios e componentes diversos se encontram no espaço comunitário (94,0%
em 2018 e 92,8% em 2017), predominando também aqui os mesmos três países, embora
por outra ordem: a Espanha (37,3% do Total em 2018 e 36,2% em 2017), a Alemanha
(27,9% e 26,0%) e a França (9,4% e 10,0%), também com uma quota superior a 70%
nos dois anos.
4.2 - Exportações
Os principais
destinos das exportações portuguesas de Veículos
automóveis, chassis com motor e carroçarias encontram-se também na União
Europeia (90,4% em 2018 e 79,6% em 2017).
Em 2018,
o principal mercado foi a Alemanha (24,0% do Total em 2018 e 28,0% em 2017),
seguida da França (16,9% e 13,1%), da Itália (10,5% em 2018 e apenas 4,7% em
2017), do Reino Unido (9,8% e 11,1%) e da Espanha (9,2% e 11,1%), cobrindo
estes cinco países 70,4% das exportações em 2018 e 68,0% em 2017.
Também os
principais destinos das Partes,
acessórios e componentes diversos se encontram no espaço comunitário (91,0%
em 2018 e 90,5% em 2017), predominando aqui as exportações para Espanha (29,1% do
Total em 2018 e 28,4% em 2017), Alemanha (21,8% e 22,4%), França (14,3% e
15,2%) e Reino Unido (8,2% e 8,8%), cobrindo estes quatro países 73,4% das exportações
em 2018 e 74,8% em 2017.
Alcochete,
23 de Fevereiro de 2019.
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