quarta-feira, 6 de março de 2019

Comércio internacional no "Ramo automóvel" (2017-2018)



Evolução recente do comércio internacional no "Ramo Automóvel"
(2017-2018)

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1 – Nota introdutória
O comércio internacional português de veículos automóveis, suas partes, acessórios e componentes diversos, que designamos aqui por ‘Ramo automóvel’, tem um peso importante no comércio internacional português, tendo representado na estrutura das importações globais, em 2017 e 2018, respectivamente 13,6% e 14,2%, e % na estrutura das exportações 15,5% e 18,0%.
Neste trabalho, para além dos produtos que integram o Capítulo 87 da Nomenclatura Combinada foram incluídos outros componentes desta indústria dispersos por outros capítulos, como motores, dispositivos eléctricos, assentos, pneus e muitos outros, que não sendo exaustivos, por limitação imposta pelos descritivos da NC, complementam o tipo de produtos em causa.
2 – Balança Comercial


De acordo com os dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a Balança Comercial deste conjunto de produtos foi deficitária no período em análise. Entre os dois anos, as importações cresceram +12,6% e as exportações +22,8%, descendo o défice de -950 milhões de euros para -200 milhões, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 90,0% para 98,1%. Os maiores défices incidiram nos “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto” e nos “Outros veículos”, tendo as “Partes, acessórios e componentes diversos”, registado confortáveis saldos positivos.



3.1- Veículos ligeiros de passageiros e uso misto

Em 2018, o conjunto dos veículos automóveis ligeiros de passageiros e uso misto representou 44,5% das importações (47,1% em 2017) e 33,0% das exportações do ‘Ramo automóvel’ (25,4% em 2017). Em 2018, os veículos novos pesaram 80,4% nas importações e 99,5% nas exportações de automóveis ligeiros de passageiros, predominando nas primeiras os veículos a diesel e nas segundas os veículos a gasolina.
Entre os veículos usados, com pouca expressão nas exportações, sobressaem também, nas importações, os veículos com motor a diesel.

Começam a ter algum significado as importações de veículos com motor a gasolina/eléctrico, diesel/eléctrico ou apenas eléctrico.


No quadro em ANEXO pode observar-se os diversos conjuntos de produtos com uma maior desagregação, incluindo a cilindrada dos veículos.

3.2- Outros veículos
Em 2018, o conjunto dos restantes veículos representou 12,5% das importações (13,2% em 2017) e 9,8% das exportações (10,7% em 2017), englobando, para além dos ‘Veículos para transporte de mercadorias’ e dos ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’, os ‘Veículos para usos especiais’, como por exemplo de auto-socorro, carros de bombeiros ou carros-betoneira, ‘Tractores e outros veículos’, como carros blindados de combate, reboques, semi-reboques e veículos sem dispositivo de elevação de carga utilizados em fábricas, armazéns, portos e aeroportos, e ainda os ‘Chassis com motor’ e as ‘Carroçarias, incluindo as cabines’


Nas importações destaca-se o conjunto dos ‘Tractores e outros veículos’, principalmente tractores, reboques e semi-reboques, seguidos de perto pelos ‘Veículos para transporte de mercadorias’.
Nas exportações sobressaem os ‘Veículos para transporte de mercadorias’, seguidos dos ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’.
3.3- Partes, acessórios e componentes diversos
Em 2018, o conjunto das “Partes, acessórios e componentes diversos”, muito diversificado, representou 43,0% das importações do ‘Ramo automóvel’ (39,7% em 2017) e 57,2% das exportações (63,9% em 2017), a que correspondeu um saldo positivo de +1,4 mil milhões de Euros (+1,7 mil milhões em 2017).
Na vertente das importações destacaram-se, em 2018, as aquisições do conjunto ‘Outras partes e acessórios’, como caixas de velocidades, acessórios de carroçarias, travões e servofreios, tubos de escape, “airbags”, volantes e caixas de direcção.
Seguiram-se os ‘Outros componentes’, principalmente pneus, os ‘Motores’, tanto a diesel como de explosão,  e os ‘Componentes eléctricos’, como cablagens, aparelhos de iluminação e sinalização, baterias e aparelhos de ar condicionado
Nas exportações predominaram as de ‘Outras partes e acessórios’, como tubos de escape, “airbags”, caixas de velocidades, acessórios de carroçaria, travões e servofreios, volantes e caixas de direcção.
Seguiram-se os ‘Outros componentes’, como pneus, conta-quilómetros, fechaduras e obras de borracha vulcanizada, e os ‘Componentes eléctricos’, como rádios com gravador ou reprodutor de som, cablagens, distribuidores e bobinas de ignição.

No quadro em ANEXO pode observar-se a grande diversidade dos restantes produtos.
4 – Principais mercados
4.1 - Importações
Os principais fornecedores das importações portuguesas de Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias encontram-se na União Europeia (93,1% em 2018 e 94,0% em 2017). Em 2018, o principal mercado de origem foi a Alemanha (29,5% do Total em 2018 e 33,4% em 2017), seguida da Espanha (21,7% e 21,3%) e da França (20,2% e 17,7%). Estes três países mais de 70% dos fornecimentos nos dois anos.
Entre os restantes formecedores destacaram-se a Bélgica (5,6% em 2018 e 4,8%em 2017), a Itália (4,4% e 3,9%), a Turquia (3,3% e 2,9%), o Reino Unido (2,4% e 3,7%) e os Países Baixos (2,3% e 2,5%).

Também os principais fornecedores de Partes, acessórios e componentes diversos se encontram no espaço comunitário (94,0% em 2018 e 92,8% em 2017), predominando também aqui os mesmos três países, embora por outra ordem: a Espanha (37,3% do Total em 2018 e 36,2% em 2017), a Alemanha (27,9% e 26,0%) e a França (9,4% e 10,0%), também com uma quota superior a 70% nos dois anos.


4.2 - Exportações

Os principais destinos das exportações portuguesas de Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias encontram-se também na União Europeia (90,4% em 2018 e 79,6% em 2017).
Em 2018, o principal mercado foi a Alemanha (24,0% do Total em 2018 e 28,0% em 2017), seguida da França (16,9% e 13,1%), da Itália (10,5% em 2018 e apenas 4,7% em 2017), do Reino Unido (9,8% e 11,1%) e da Espanha (9,2% e 11,1%), cobrindo estes cinco países 70,4% das exportações em 2018 e 68,0% em 2017.

Também os principais destinos das Partes, acessórios e componentes diversos se encontram no espaço comunitário (91,0% em 2018 e 90,5% em 2017), predominando aqui as exportações para Espanha (29,1% do Total em 2018 e 28,4% em 2017), Alemanha (21,8% e 22,4%), França (14,3% e 15,2%) e Reino Unido (8,2% e 8,8%), cobrindo estes quatro países 73,4% das exportações em 2018 e 74,8% em 2017.




       
Alcochete, 23 de Fevereiro de 2019.




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