quarta-feira, 20 de março de 2019

Série mensal-Janeiro 2019-Comércio Internacional



Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 12 de Março de 2019, em Janeiro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,1% face ao ano anterior (+196 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +16,6% (+990 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +7,3% (+266 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -6,2% (-70 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +15,9% (+710 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +18,5% (+280 milhões de Euros).

Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +66,1%, ao situar-se em -1996 milhões de Euros (um acréscimo de 794 milhões de Euros face a Janeiro ao ano anterior, com um aumento de 445 milhões no comércio intracomunitário e de 349 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,9%, em 2019, para 71,4%, em 2018.





A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que em Janeiro de 2018 se situou em 425 Euros/Ton, desceu para 372 Euros/Ton em Janeiro de 2019.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,8% e 6,0% do total em Janeiro de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 71,4% para 76,1%.

2 – Evolução mensal



3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em Janeiro de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 78,8% do total (76,5% em Janeiro de 2018), cresceram em valor +7,3%, contribuindo com +5,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +4,1%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 21,2% do total em Janeiro de 2019 (23,5% em 2018), registaram um decréscimo em valor de -6,2%, contribuindo negativamente, com -1,5 p.p., para a taxa de crescimento global. 

Os principais mercados de destino das exportações foram a Espanha (25,2%), a Alemanha (13,1%), a França (12,9%), o Reino Unido (6,3%), a Itália (4,7%), os EUA (4,3%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica e Angola (2,0% cada), a Polónia (1,4%), o Brasil (1,3%), a Áustria, a Suíça e a Suécia (1,2% cada), países que representaram 80,7% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,7% em Janeiro de 2019 (-18,3 milhões de Euros), envolvendo sete dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑15,1 milhões de Euros), “Madeira, cortiça e papel” (‑3,9 milhões), “Produtos acabados diversos” (-2,4 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,2 milhões).
O maior acréscimo coube ao grupo “Minérios e metais” (+3,7 milhões de Euros), seguido de “Energéticos” (+968 mil Euros) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+775 mil Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+4,1%), couberam à Alemanha (+2,0 p.p.) a Espanha (+1,8 p.p.), à Itália (+1,0 p.p.), aos Países Baixos, Turquia e Suíça (+0,3 p.p. cada), seguidos da Eslováquia, Áustria, Suécia e França (+0,2 p.p. cada). Os maiores contributos negativos couberam à Bélgica e ao Brasil (‑0,9 p.p. cada), a Angola (‑0,4 p.p.),  à China (-0,3 p.p.) e à Finlândia, Argélia, EUA e Hungria (-0,1 p.p. cada).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário em Janeiro de 2019, em termos homólogos, verificou-se na Alemanha, seguido dos da Espanha e da Itália. Com menor expressão alinharam-se depois a Eslovénia, os Países Baixos, a Eslováquia, a Áustria, a Suécia, a França, as Provisões de bordo, a Dinamarca e a Irlanda. Os maiores decréscimos couberam à Bélgica, seguida da Finlândia, da Bulgária e da Hungria.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram no Egipto, Turquia, Suíça, Noruega, Provisões de bordo, Canadá e Marrocos. Os maiores decréscimos couberam ao Brasil, Tunísia, Angola, China, Argélia e EUA.

3.2 - Importações
Em Janeiro de 2019 as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 74,3% do total (74,7% em Janeiro de 2018), registaram um acréscimo de +15,9% e contribuíram com +11,9 p.p. para uma taxa de crescimento global de +16,6%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +18,5%, representando 25,7% do total em Janeiro de 2019 (25,3% em igual mês de 2018), com um contributo para o crescimento global de +4,7 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em Janeiro de 2019 foram a Espanha (29,2%), a Alemanha (13,4%) e a França (10,7%). Seguiram-se os Países Baixos (5,3%), a Itália (4,2%), a China (4,1%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,2%), os EUA (1,9%) a Turquia e o Azerbaijão (1,3% cada), países que representaram no seu conjunto 76,6% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+16,6%) destacam-se a França (+5,1 p.p.), a Espanha (+2,2 p.p.), a Alemanha (+1,7 p.p.), a China (+1,5 p.p.), os Países Baixos (+1,1 p.p.), a Bélgica (+0,8 p.p.), a Turquia, Índia e EUA (+0,6 p.p. cada), e a Arábia Saudita e o Paquistão (+0,3% cada). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à Rússia (-1,6 p.p.), ao Brasil (‑1,3 p.p.), à Argélia (-0,4 p.p.) e a Angola e Itália (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+163 milhões de Euros), aos EUA (+81 milhões), a Angola (+47 milhões), a Marrocos (+38 milhões) e à Suíça (+32 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-778 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑283 milhões), da China (-241 milhões), dos Países Baixos (-176 milhões) e da Bélgica (‑113 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em Janeiro de 2019, representando 81,9% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (16,7% e TVH +19,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,6% do total e TVH -2,0%),  “Químicos” (12,1% e TVH +4,3%), “Agro-alimentares” (11,4% e TVH +0,8%) “Minérios e metais” (9,5% e TVH +4,6%), “Produtos acabados diversos” (9,5% e TVH +10,8%) e “Têxteis e vestuário” (9,1% e TVH + 1,9%).
Mais de 70% do acréscimo global de +196 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”.
As exportações registaram decréscimos em quatro dos onze grupos: “Aeronaves, embarcações e partes” (-36 milhões de Euros), “Energéticos” (-23 milhões), “Calçado, peles e couros” (-19 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-13 milhões).

5.2 – Importações
Em Janeiro de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 70,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +20,4%), “Químicos” (16,5% do total e TVH de +19,8%), “Agro-alimentares” (12,9% e TVH +7,9%), “Energéticos” (11,8% e TVH de +0,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,4% e TVH +2,7%).
Em todos os grupos de produtos se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+271 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+210 milhões de Euros) e “Químicos” (+190 milhões). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro de 2019 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, antecedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (13,1%), a França (12,9%), o Reino Unido (6,3%), a Itália (4,7%), os EUA (4,3%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,0%), Angola (2,0%), e a Polónia (1,4%). Estes dez países cobriram 75,8% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 29,2% do total, sendo a excepção os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2º lugar, antecedida da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, Países Baixos, EUA e Canadá).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,4%), a França (10,7%), os Países Baixos (5,3%), a Itália (4,2%), a China (4,1%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,2%), os EUA (1,9%) e o Iraque (1,4%).
Estes dez países cobriram 75,3% das importações totais.

Alcochete, 19 de Março de 2019.


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