Importação e exportação de produtos
da Madeira, Cortiça e suas obras
1 - Nota introdutória
Neste trabalho pretendeu-se
analisar a evolução recente da importação e da exportação do conjunto dos
produtos da “Madeira, cortiça, e suas obras” (excluindo o mobiliário de
madeira) que, desde 2014, pesou em média 1,3% nas importações globais e 3,1%
nas exportações.
São aqui utilizados dados de
base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), definitivos
para o período de 2014 a 2017, provisórios para 2018 e preliminares para 2019,
com última actualização em 10-10-2019.
2 – Balança Comercial
No quadro seguinte pode
observar-se a evolução da Balança Comercial do conjunto destes produtos no
último quinquénio e no período de Janeiro a Agosto de 2018 e 2019.
Nos primeiros oito meses de 2019 as importações
cresceram em valor +4,0% (+25,7 milhões de Euros) e as exportações +3,9% (+45,1
milhões), com o saldo positivo a aumentar +3,8% (+19,4 milhões de Euros) e o elevado
grau de cobertura das importações pelas exportações a manter-se praticamente
estável.
O ritmo de ‘crescimento’ anual
das importações deste conjunto de produtos entre 2014 e 2018 (2014=100), sustentadamente
crescente, atingiu 133,6% em 2018.
As exportações, após terem
aumentado em 2015 face ao ano anterior, decresceram ligeiramente em 2016, para
recuperarem sucessivamente a partir de então, atingindo 110,5% em 2018.
Na figura seguinte consta o
peso relativo percentual dos produtos da “Madeira e suas obras”,
excluindo mobiliário, e dos produtos da “Cortiça e suas obras”, nas
importações e nas exportações deste conjunto de produtos no período de Janeiro
a Agosto de 2019.
Passa-se
a analisar, separadamente, as importações e as exportações dos produtos da
Madeira e dos produtos da Cortiça, e suas respectivas obras.
3 – Madeira e suas obras
3.1 – Balança Comercial
De 2014 a 2018 e período
de Janeiro a Agosto de 2019, a Balança Comercial dos produtos da madeira e suas
obras tornou-se deficitária a partir de 2016, inclusive, tendo registado saldos
negativos de -124,4 milhões de Euros, em 2018, e de -78,0 milhões no período de
Janeiro a Agosto de 2019. O grau de cobertura das importações pelas
exportações, que em 2014 era de 116,4%, desceu para 84,0% em 2018, situando-se
em 85,9% nos primeiros oito meses de 2019.
O ritmo de ‘crescimento’ anual
das importações deste conjunto de produtos entre 2014 e 2018 (2014=100), foi
sustentadamente crescente do lado das importações, atingindo 127,1% em 2018.
Por sua vez o ritmo das exportações manteve-se sempre abaixo do nível que
detinham em 2014, decrescendo até 2017 (86,4%), tendo recuperado um pouco em
2018 (91,7%).
3.2 – Importação
No
quadro seguinte encontram-se relacionados os produtos importados, definidos a
quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.
Nos primeiros
oito meses de 2019, os principais produtos totalizaram 97,7% destas
importações (igual peso no ano anterior), incidindo maioritariamente na “Madeira
em bruto mesmo descascada ou esquadriada” (17,3% do total), na “Lenha,
estilhas, partículas e desperdícios de madeira” (17,1%), nos “Painéis de
fibras e matérias lenhosas” (13,5%), na “Madeira, serrada, cortada ou
desenrolada com espessura superior a 6mm” (11,2%).
Com
peso inferior a dois dígitos, seguiram-se os “Paínéis de partículas de
madeira ou matérias lenhosas mesmo aglomeradas” (9,3%), as “Obras de
carpintaria para construções” (5,8%), a “Madeira contraplacada,
compensada ou folheada” (5,6%), as “Outras obras de madeira, como
cabides, bobinas, fósforos, etc.” (3,8%), a “Madeira perfilada,
aplainada ou malhetes” (3,4%), as “Folhas de madeira para folheados e
contraplacados, ou madeira serrada com até 6mm de espessura, já aparelhada de
alguma forma” (3,3%), os “Caixotes, caixas, grades, barricas, paletes e
outros” (2,7%), o “Carvão vegetal, mesmo aglomerado” (2,0%), os “Artefactos
de madeira para mesa ou cozinha” (1,7%), e a “Madeira marchetada,
incrustada, estojos e semelhantes, objectos de ornamentação e outros artigos de
madeira excepto móveis” (0,9%).
No
período de Janeiro a Agosto de 2019 as importações de Madeira e suas obras com origem no espaço
Intra-comunitário pesaram 68,0% do total (72,1% em igual período do ano
anterior).
O
principal fornecedor, a grande distância dos restantes, foi a Espanha, com
45,1% do total (45,9% em2018). Seguiram-se o Uruguai (14,3%), a França (6,7%),
o Brasil (4,3%) e os EUA (3,3%).
3.3 – Exportação
Os principais
produtos exportados de
Janeiro a Agosto de 2019, totalizando 99,6% (99,4% no ano anterior), incidiram
nas “Obras de carpintaria para construções” (17,1% do total), na “Lenha,
estilhas, partículas e desperdícios de madeira” (17,1%), nos “Paínéis de
partículas de madeira ou matérias lenhosas mesmo aglomeradas” (14,2%) e “Painéis
de fibras e matérias lenhosas” (13,8%).
Com
peso inferior a dois dígitos, seguiram-se a “Madeira, serrada, cortada ou
desenrolada com espessura superior a 6mm” (9,5%), a “Madeira em bruto
mesmo descascada ou esquadriada” (6,5%), os “Caixotes, caixas, grades,
barricas, paletes e outros” (6,2%), as “Folhas de madeira para folheados
e contraplacados, ou madeira serrada com até 6mm de espessura, já aparelhada de
alguma forma” (4,5%), as “Outras obras de madeira, como cabides,
bobinas, fósforos, etc.” (3,0%), a “Madeira perfilada, aplainada ou
malhetes” (1,6%), os “Barris, cubas, balsas, dornas, selhas e outros”
(1,4%), o “Carvão vegetal, mesmo aglomerado” (1,4%), as “Armações e
cabos de ferramentas escovas e vassouras, formas para calçado e outros”
(1,0%), a “Madeira contraplacada, compensada ou folheada” (0,9%), a “Madeira
marchetada, incrustada, estojos e semelhantes, objectos de ornamentação e
outros artigos de madeira excepto móveis” (0,8%) e os “Artefactos de
madeira para mesa ou cozinha” (0,5%).
No
período de Janeiro a Agosto de 2019 as exportações com destino ao espaço
Intra-comunitário pesaram 82,2% do total dos fornecimentos de Madeira e suas
obras (79,7% em igual período do ano anterior).
O
principal destino, a grande distância dos restantes, foi ainda a Espanha, com 39,7%
do total (37,9% em2018).
4 – Cortiça e suas obras
4.1 – Balança Comercial
De
2014 a 2018 e período de Janeiro a Agosto de 2019, a Balança Comercial dos
produtos da cortiça e suas obras foi fortemente ‘superavitária’, com
saldos anuais sucessivamente crescentes (+706,8 milhões de Euros em 2014 e +843,9
milhões em 2014), saldo que nos primeiros oito meses de 2019 se situou em
+607,7 milhões de Euros.
O ritmo de ‘crescimento’ anual
das importações e das exportações deste conjunto de produtos entre 2014 e 2018,
face ao valor que detinham em 2014 (2014=100), foi sustentadamente crescente em
ambas as vertentes, mas mais acentuado do lado das importações.
A maior diferença operou-se em
2018, com as importações a atingirem 162,9%, contra 126,4% nas exportações.
4.2 – Importação
No
quadro e gráfico seguintes encontram-se relacionados os produtos importados,
definidos a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.
Nos
primeiros oito meses de 2019, os principais produtos importados incidiram na “Cortiça
natural em bruto, triturada, granulada e desperdícios” (67,8%), com
destaque para a cortiça apenas limpa à superfície ou nos bordos, e nas “Obras
de cortiça natural” (16,2%), principalmente rolhas cilíndricas.
Seguiram-se
a “Cortiça natural sem crosta ou simplesmente esquadriada ou em cubos, chapas,
folhas, tiras e esboços para rolhas” (8,5%) e a “Cortiça aglomerada com
ou sem aglutinantes e suas obras” (7,5%), principalmente rolhas.
No
período de Janeiro a Agosto de 2019 as importações com origem no espaço
Intra-comunitário pesaram 79,5% no total das aquisições de Cortiça e suas obras
(84,3% em igual período do ano anterior).
O
principal fornecedor, a grande distância dos restantes, foi a Espanha, com
66,0% do total (71,1% em2018).
4.3 – Exportação
Seguiram-se
a “Cortiça natural em bruto, triturada, granulada e desperdícios”
(9,0%), principalmente desperdícios, e com apenas 0,1% do total a “Cortiça
natural sem crosta ou simplesmente esquadriada ou em cubos, chapas, folhas,
tiras e esboços para rolhas”.
No
período de Janeiro a Agosto de 2019 as exportações com destino ao espaço
Intra-comunitário pesaram 61,8% no total dos fornecimentos de Cortiça e suas
obras (72,1% no ano anterior).
Os
principais destinos foram a França (18,0%), os EUA (16,8%9, a Espanha (15,7%),
a Itália (9,7%) e a Alemanha (7,5%).
5 – Índices de variação homóloga em Valor, Volume e Preço
Neste trabalho, os índices de
preço de Paasche correspondem aos que foram calculados oportunamente a
partir das primeiras versões dos dados publicados pelo INE. A experiência
mostra que não se registam alterações sensíveis no cálculo dos índices de preço
a partir de versões posteriores.
Já os índices de volume sofrem alterações por vezes importantes, uma vez que para o seu cálculo os índices de preço são utilizados como deflatores dos correspondentes índices de valor, estes em geral superiores aos iniciais.
Já os índices de volume sofrem alterações por vezes importantes, uma vez que para o seu cálculo os índices de preço são utilizados como deflatores dos correspondentes índices de valor, estes em geral superiores aos iniciais.
Por este motivo, para o
cálculo dos índices aqui apresentados, foram utilizadas, para os índices de
Valor, as versões que nesta data se encontram disponiveis na base de dados do
INE, já definitivas para os anos de 2014 a 2017, provisórias para 2018 e
preliminares para 2019, com última actualização em 10-10-2019.
No quadro seguinte constam os
índices de Valor, Volume e Preço das importações e exportações para os anos de 2015 a 2018 e 1º Semestre de 2019.
Alcochete,
19 de Outubro de 2019.
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