domingo, 20 de outubro de 2019

Import/Export produtos Madeira e Cortiça - 2014-2018 e Jan-Ago 2018-2019


Importação e exportação de produtos
da Madeira, Cortiça e suas obras
(2014-2018 e Janeiro-Agosto 2018-2019)
( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória
Neste trabalho pretendeu-se analisar a evolução recente da importação e da exportação do conjunto dos produtos da “Madeira, cortiça, e suas obras” (excluindo o mobiliário de madeira) que, desde 2014, pesou em média 1,3% nas importações globais e 3,1% nas exportações.
São aqui utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), definitivos para o período de 2014 a 2017, provisórios para 2018 e preliminares para 2019, com última actualização em 10-10-2019.

2 – Balança Comercial
No quadro seguinte pode observar-se a evolução da Balança Comercial do conjunto destes produtos no último quinquénio e no período de Janeiro a Agosto de 2018 e 2019.
Nos primeiros oito meses de 2019 as importações cresceram em valor +4,0% (+25,7 milhões de Euros) e as exportações +3,9% (+45,1 milhões), com o saldo positivo a aumentar +3,8% (+19,4 milhões de Euros) e o elevado grau de cobertura das importações pelas exportações a manter-se praticamente estável.


O ritmo de ‘crescimento’ anual das importações deste conjunto de produtos entre 2014 e 2018 (2014=100), sustentadamente crescente, atingiu 133,6% em 2018.
As exportações, após terem aumentado em 2015 face ao ano anterior, decresceram ligeiramente em 2016, para recuperarem sucessivamente a partir de então, atingindo 110,5% em 2018.

Na figura seguinte consta o peso relativo percentual dos produtos da “Madeira e suas obras”, excluindo mobiliário, e dos produtos da “Cortiça e suas obras”, nas importações e nas exportações deste conjunto de produtos no período de Janeiro a Agosto de 2019.

Passa-se a analisar, separadamente, as importações e as exportações dos produtos da Madeira e dos produtos da Cortiça, e suas respectivas obras. 

3 – Madeira e suas obras

3.1 – Balança Comercial
De 2014 a 2018 e período de Janeiro a Agosto de 2019, a Balança Comercial dos produtos da madeira e suas obras tornou-se deficitária a partir de 2016, inclusive, tendo registado saldos negativos de -124,4 milhões de Euros, em 2018, e de -78,0 milhões no período de Janeiro a Agosto de 2019. O grau de cobertura das importações pelas exportações, que em 2014 era de 116,4%, desceu para 84,0% em 2018, situando-se em 85,9% nos primeiros oito meses de 2019.

O ritmo de ‘crescimento’ anual das importações deste conjunto de produtos entre 2014 e 2018 (2014=100), foi sustentadamente crescente do lado das importações, atingindo 127,1% em 2018. Por sua vez o ritmo das exportações manteve-se sempre abaixo do nível que detinham em 2014, decrescendo até 2017 (86,4%), tendo recuperado um pouco em 2018 (91,7%).


3.2 – Importação
No quadro seguinte encontram-se relacionados os produtos importados, definidos a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.
Nos primeiros oito meses de 2019, os principais produtos totalizaram 97,7% destas importações (igual peso no ano anterior), incidindo maioritariamente na “Madeira em bruto mesmo descascada ou esquadriada” (17,3% do total), na “Lenha, estilhas, partículas e desperdícios de madeira” (17,1%), nos “Painéis de fibras e matérias lenhosas” (13,5%), na “Madeira, serrada, cortada ou desenrolada com espessura superior a 6mm” (11,2%).
Com peso inferior a dois dígitos, seguiram-se os “Paínéis de partículas de madeira ou matérias lenhosas mesmo aglomeradas” (9,3%), as “Obras de carpintaria para construções” (5,8%), a “Madeira contraplacada, compensada ou folheada” (5,6%), as “Outras obras de madeira, como cabides, bobinas, fósforos, etc.” (3,8%), a “Madeira perfilada, aplainada ou malhetes” (3,4%), as “Folhas de madeira para folheados e contraplacados, ou madeira serrada com até 6mm de espessura, já aparelhada de alguma forma” (3,3%), os “Caixotes, caixas, grades, barricas, paletes e outros” (2,7%), o “Carvão vegetal, mesmo aglomerado” (2,0%), os “Artefactos de madeira para mesa ou cozinha” (1,7%), e a “Madeira marchetada, incrustada, estojos e semelhantes, objectos de ornamentação e outros artigos de madeira excepto móveis” (0,9%). 




No período de Janeiro a Agosto de 2019 as importações de Madeira e suas obras com origem no espaço Intra-comunitário pesaram 68,0% do total (72,1% em igual período do ano anterior). 


O principal fornecedor, a grande distância dos restantes, foi a Espanha, com 45,1% do total (45,9% em2018). Seguiram-se o Uruguai (14,3%), a França (6,7%), o Brasil (4,3%) e os EUA (3,3%).


3.3 – Exportação
Os principais produtos exportados de Janeiro a Agosto de 2019, totalizando 99,6% (99,4% no ano anterior), incidiram nas “Obras de carpintaria para construções” (17,1% do total), na “Lenha, estilhas, partículas e desperdícios de madeira” (17,1%), nos “Paínéis de partículas de madeira ou matérias lenhosas mesmo aglomeradas” (14,2%) e “Painéis de fibras e matérias lenhosas” (13,8%).
Com peso inferior a dois dígitos, seguiram-se a “Madeira, serrada, cortada ou desenrolada com espessura superior a 6mm” (9,5%), a “Madeira em bruto mesmo descascada ou esquadriada” (6,5%), os “Caixotes, caixas, grades, barricas, paletes e outros” (6,2%), as “Folhas de madeira para folheados e contraplacados, ou madeira serrada com até 6mm de espessura, já aparelhada de alguma forma” (4,5%), as “Outras obras de madeira, como cabides, bobinas, fósforos, etc.” (3,0%), a “Madeira perfilada, aplainada ou malhetes” (1,6%), os “Barris, cubas, balsas, dornas, selhas e outros” (1,4%), o “Carvão vegetal, mesmo aglomerado” (1,4%), as “Armações e cabos de ferramentas escovas e vassouras, formas para calçado e outros” (1,0%), a “Madeira contraplacada, compensada ou folheada” (0,9%), a “Madeira marchetada, incrustada, estojos e semelhantes, objectos de ornamentação e outros artigos de madeira excepto móveis” (0,8%) e os “Artefactos de madeira para mesa ou cozinha” (0,5%).






No período de Janeiro a Agosto de 2019 as exportações com destino ao espaço Intra-comunitário pesaram 82,2% do total dos fornecimentos de Madeira e suas obras (79,7% em igual período do ano anterior).
O principal destino, a grande distância dos restantes, foi ainda a Espanha, com 39,7% do total (37,9% em2018).



4 – Cortiça e suas obras

4.1 – Balança Comercial
De 2014 a 2018 e período de Janeiro a Agosto de 2019, a Balança Comercial dos produtos da cortiça e suas obras foi fortemente ‘superavitária’, com saldos anuais sucessivamente crescentes (+706,8 milhões de Euros em 2014 e +843,9 milhões em 2014), saldo que nos primeiros oito meses de 2019 se situou em +607,7 milhões de Euros. 


O ritmo de ‘crescimento’ anual das importações e das exportações deste conjunto de produtos entre 2014 e 2018, face ao valor que detinham em 2014 (2014=100), foi sustentadamente crescente em ambas as vertentes, mas mais acentuado do lado das importações.
A maior diferença operou-se em 2018, com as importações a atingirem 162,9%, contra 126,4% nas exportações. 


4.2 – Importação
No quadro e gráfico seguintes encontram-se relacionados os produtos importados, definidos a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada. 





Nos primeiros oito meses de 2019, os principais produtos importados incidiram na “Cortiça natural em bruto, triturada, granulada e desperdícios” (67,8%), com destaque para a cortiça apenas limpa à superfície ou nos bordos, e nas “Obras de cortiça natural” (16,2%), principalmente rolhas cilíndricas.
Seguiram-se a “Cortiça natural sem crosta ou simplesmente esquadriada ou em cubos, chapas, folhas, tiras e esboços para rolhas” (8,5%) e a “Cortiça aglomerada com ou sem aglutinantes e suas obras” (7,5%), principalmente rolhas. 

No período de Janeiro a Agosto de 2019 as importações com origem no espaço Intra-comunitário pesaram 79,5% no total das aquisições de Cortiça e suas obras (84,3% em igual período do ano anterior).
O principal fornecedor, a grande distância dos restantes, foi a Espanha, com 66,0% do total (71,1% em2018).

4.3 – Exportação 







No período de Janeiro a Agosto de 2009, os principais produtos exportados incidiram na “Cortiça aglomerada com ou sem aglutinantes e suas obras” (47,4%), principalmente rolhas e ladrilhos, cubos, blocos, chapas, folhas, tiras, cilindros e discos, e nas “Obras de cortiça natural” (43,5%), principalmente rolhas.
Seguiram-se a “Cortiça natural em bruto, triturada, granulada e desperdícios” (9,0%), principalmente desperdícios, e com apenas 0,1% do total a “Cortiça natural sem crosta ou simplesmente esquadriada ou em cubos, chapas, folhas, tiras e esboços para rolhas”.




No período de Janeiro a Agosto de 2019 as exportações com destino ao espaço Intra-comunitário pesaram 61,8% no total dos fornecimentos de Cortiça e suas obras (72,1% no ano anterior).
Os principais destinos foram a França (18,0%), os EUA (16,8%9, a Espanha (15,7%), a Itália (9,7%) e a Alemanha (7,5%).
5 – Índices de variação homóloga em Valor, Volume e Preço
Neste trabalho, os índices de preço de Paasche correspondem aos que foram calculados oportunamente a partir das primeiras versões dos dados publicados pelo INE. A experiência mostra que não se registam alterações sensíveis no cálculo dos índices de preço a partir de versões posteriores. 
Já os índices de volume sofrem alterações por vezes importantes, uma vez que para o seu cálculo os índices de preço são utilizados como deflatores dos correspondentes índices de valor, estes em geral superiores aos iniciais.
Por este motivo, para o cálculo dos índices aqui apresentados, foram utilizadas, para os índices de Valor, as versões que nesta data se encontram disponiveis na base de dados do INE, já definitivas para os anos de 2014 a 2017, provisórias para 2018 e preliminares para 2019, com última actualização em 10-10-2019.

No quadro seguinte constam os índices de Valor, Volume e Preço das importações e exportações para os anos de 2015 a 2018 e 1º Semestre de 2019.


Alcochete, 19 de Outubro de 2019.




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