sábado, 12 de outubro de 2019

Série mensal - Jan-Agosto - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Agosto de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Outubro de 2019, no período de Janeiro a Agosto de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +2,1%, face ao período homólogo de 2018 (+811 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,4% (+3660 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +3,4% (+996 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decrescido -2,0% (-185 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +8,8% (+3302 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +2,9% (+358 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +25,9%, ao situar-se em -13 830 milhões de Euros (um acréscimo de 2849 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2307 milhões no comércio intracomunitário e de 542 milhões no extracomunitário). Em termos globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 77,9%, em 2018, para 74,1%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. No período em análise, o valor médio unitário de importação do petróleo em 2019 praticamente que estabilizou face ao mesmo período em 2018, respectivamente 439 Euros/Ton e 435 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,7% e 11,4% do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 7,6% e 5,9% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 74,1% para 78,7%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Agosto de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,8% do total (75,9% no ano anterior), cresceram em valor +3,4%, contribuindo com +2,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +2,1%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,2% do total em 2019 (24,1% em 2018), decresceram -2,0%, contribuindo negativamente para o crescimento (-0,5 p.p.).

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%), França (13,1%), Alemanha (12,0%), o Reino Unido (6,0%), os EUA (5,2%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%), a Polónia (1,4%), Marrocos (1,2%), o Brasil (1,2%), as Provisões de Bordo Extra-EU, Marrocos e Suíça (1,1% cada), destinos que representaram 79,9% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –18,8% em 2019 no período em análise (-189,6 milhões de Euros), envolvendo dez dos onze grupos de produtos.
As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑75,4 milhões de Euros), “Químicos” (‑44,9 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-26,5 milhões) e “Produtos acabados diversos” (‑20,7 milhões). O único acréscimo verificou-se no grupo “Têxteis e vestuário” (+371 mil Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+2,1%), couberam à França, Alemanha e Itália (+0,6 p.p. cada), seguidos do Canadá (+0,4 p.p.). O maior contributo negativo pertenceu a Angola (-0,5 p.p.).

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período de Janeiro a Agosto de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália, em França e na Alemanha, seguidos dos Países Baixos, da Finlândia, da Grécia, da Irlanda e das Provisões de Bordo. Os maiores decréscimos couberam a Espanha e ao Reino Unido.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram no Canadá, Turquia, Egipto, Provisõs de Bordo e Suíça, seguidos do México, da Noruega, dos Emiratos, de Cabo Verde, da Índia e de Singapura. Os maiores decréscimos couberam a Angola e à Tunísia, seguidos da Argentina, do Brasil, de Gibraltar, de Marrocos, da China, da Austrália, da Argélia e de Taiwan.

3.2 - Importações
De Janeiro a Agosto de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,1% do total (75,1% em 2018), registaram um acréscimo de +8,8% e contribuíram com +6,6 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +2,9%, representando 23,9% do total em 2019 (24,9% em 2018), com um contributo para o crescimento global de +0,7 p.p..
Os principais mercados de origem das importações no período em análise, em 2019, foram a Espanha (29,9%), a Alemanha (13,3%) e a França (10,2%). Seguiram-se a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%), a Rússia (1,7%) e a Angola (1,3%), países que representaram no seu conjunto 77,7% das importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros oito meses de 2019 (+7,4%) destacam-se a França (+3,5 p.p.), a Espanha (+1,0 p.p.), a China (+0,9 p.p.), a Alemanha (+0,6 p.p.), os EUA e a Bélgica (+0,4 p.p. cada), seguidos da Arábia Saudita e do Reino Unido (+0,3 p.p. cada), e da Polónia, Argélia, Turquia e Rússia (+0,2 p.p. cada). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-1,0 p.p.), à Guiné Equatorial (-0,4 p.p.) e ao Azerbaijão, Brasil e Suécia (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.



4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1012 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+992 milhões). Seguiram-se Marrocos (+325 milhões), Canadá (+287 milhões) e Suíça (+242 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6201 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2337 milhões), da China (-1581 milhões), dos Países Baixos (-1160 milhões) e da Itália (‑868 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias no período de Janeiro a Agosto de 2019, representando 81,5% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,0% e TVH +13,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7% do total e TVH -2,0%),  “Químicos” (12,7% e TVH +8,4%), “Agro-alimentares” (11,8% e TVH +2,2%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e TVH +6,0%), “Minérios e metais” (9,5% e TVH -1,3%) e “Têxteis e vestuário” (9,1% e TVH -0,9%).
O maior contributo para o acréscimo global de +951 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +647 milhões de Euros, seguido do grupo “Químicos” (+393 milhões).
As exportações decresceram em cinco dos grupos, com destaque para os “Energéticos” (‑607 milhões de Euros) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-109 milhões de Euros).

5.2 – Importações
Em Janeiro-Agosto de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,6%), “Químicos” (16,2% do total e TVH +6,8%), “Agro-alimentares” (14,0% e TVH +2,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,2% e TVH +5,5%) e “Energéticos” (11,4% e TVH -3,4%).
À excepção dos grupos “Energéticos” e “Calçado, peles e couros”, em que se registaram quebras respectivamente de -231 e -10 milhões de Euros, em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+1597 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+823 milhões) e “Químicos” (+552 milhões). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição depois dos EUA e Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida pelo Canadá, Brasil, Reino Unido, França e Finlândia).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (6,0%), os EUA (5,2%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países cobriram 75,4% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 29,9% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a França (10,2%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,7%).
Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais. 

Alcochete, 12 de Outubroo de 2019.


1 comentário:

  1. Excelente Walter, como sempre. Informação muito bem sistematizada e de fácil consulta.
    Ângela

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