Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Agosto de 2019
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 10 de Outubro de 2019, no período
de Janeiro a Agosto de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +2,1%,
face ao período homólogo de 2018 (+811 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +7,4% (+3660 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +3,4% (+996 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros
decrescido -2,0% (-185 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de
mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +8,8%
(+3302 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros
a crescerem +2,9% (+358 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+25,9%, ao situar-se em -13 830 milhões de Euros (um acréscimo de 2849 milhões
de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2307 milhões no
comércio intracomunitário e de 542 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações desceu de 77,9%, em 2018, para 74,1%, em 2019.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. No período em análise, o valor médio unitário de importação do
petróleo em 2019 praticamente que estabilizou face ao mesmo período em 2018,
respectivamente 439 Euros/Ton e 435 Euros/Ton.
Para além da variação da
cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da
cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da
evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,7% e 11,4%
do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 7,6% e 5,9% na
vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe, em 2019, de 74,1% para 78,7%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Agosto de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 76,8% do total (75,9% no ano anterior), cresceram
em valor +3,4%, contribuindo com +2,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +2,1%. As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,2% do total em
2019 (24,1% em 2018), decresceram -2,0%, contribuindo negativamente para o
crescimento (-0,5 p.p.).
Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%),
França (13,1%), Alemanha (12,0%), o Reino Unido (6,0%), os EUA (5,2%), a Itália
(4,6%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%), a Polónia (1,4%),
Marrocos (1,2%), o Brasil (1,2%), as Provisões de Bordo Extra-EU, Marrocos e
Suíça (1,1% cada), destinos que representaram 79,9% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –18,8% em 2019 no período em análise (-189,6 milhões de Euros),
envolvendo dez dos onze grupos de produtos.
As
maiores descidas incidiram nos
grupos “Agro-alimentares” (‑75,4 milhões
de Euros), “Químicos” (‑44,9 milhões),
“Máquinas, aparelhos e partes” (-26,5
milhões) e “Produtos acabados diversos”
(‑20,7 milhões). O único acréscimo verificou-se no grupo “Têxteis e
vestuário” (+371 mil Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+2,1%), couberam à França, Alemanha e Itália
(+0,6 p.p. cada), seguidos do Canadá (+0,4 p.p.). O maior contributo negativo pertenceu a Angola (-0,5 p.p.).
Os maiores acréscimos, em Euros,
nas expedições para o espaço comunitário
no período de Janeiro a Agosto de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália,
em França e na Alemanha, seguidos dos Países Baixos, da Finlândia, da Grécia,
da Irlanda e das Provisões de Bordo. Os maiores
decréscimos couberam a Espanha e ao Reino Unido.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
no Canadá, Turquia, Egipto, Provisõs de Bordo e Suíça, seguidos do México, da
Noruega, dos Emiratos, de Cabo Verde, da Índia e de Singapura. Os maiores decréscimos couberam a Angola e
à Tunísia, seguidos da Argentina, do Brasil, de Gibraltar, de Marrocos, da
China, da Austrália, da Argélia e de Taiwan.
3.2 - Importações
De Janeiro
a Agosto de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram
76,1% do total (75,1% em 2018), registaram um acréscimo de +8,8% e contribuíram
com +6,6 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,4%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +2,9%,
representando 23,9% do total em 2019 (24,9% em 2018), com um contributo para o
crescimento global de +0,7 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações no período em análise, em 2019, foram a
Espanha (29,9%), a Alemanha (13,3%) e a França (10,2%). Seguiram-se a Itália
(5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino
Unido (2,6%), os EUA (1,9%), a Rússia (1,7%) e a Angola (1,3%), países que representaram
no seu conjunto 77,7% das importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros oito
meses de 2019 (+7,4%) destacam-se a França (+3,5 p.p.), a Espanha (+1,0 p.p.), a
China (+0,9 p.p.), a Alemanha (+0,6 p.p.), os EUA e a Bélgica (+0,4 p.p. cada),
seguidos da Arábia Saudita e do Reino Unido (+0,3 p.p. cada), e da Polónia,
Argélia, Turquia e Rússia (+0,2 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-1,0 p.p.), à Guiné
Equatorial (-0,4 p.p.) e ao Azerbaijão, Brasil e Suécia (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança
comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1012 milhões de Euros) e ao Reino Unido
(+992 milhões). Seguiram-se Marrocos (+325 milhões), Canadá (+287 milhões) e
Suíça (+242 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6201
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2337 milhões), da China (-1581
milhões), dos Países Baixos (-1160 milhões) e da Itália (‑868 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias no período de Janeiro a Agosto de 2019, representando 81,5% do
total, foram “Material de transporte
terrestre e partes” (15,0% e TVH +13,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7% do total e TVH -2,0%), “Químicos” (12,7% e TVH +8,4%), “Agro-alimentares” (11,8% e TVH +2,2%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e TVH
+6,0%), “Minérios e metais” (9,5% e
TVH -1,3%) e
“Têxteis e vestuário” (9,1% e TVH -0,9%).
O maior
contributo para o acréscimo global de +951 milhões de Euros, face ao ano
anterior, coube ao grupo “Material de
transporte terrestre e partes”, com +647 milhões de Euros, seguido do grupo
“Químicos” (+393 milhões).
As
exportações decresceram em cinco dos grupos, com destaque para os “Energéticos” (‑607 milhões de Euros) e “Máquinas,
aparelhos e partes” (-109 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em Janeiro-Agosto
de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,4%
do total, foram “Máquinas, aparelhos e
partes” (17,6%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,6%), “Químicos” (16,2% do total e TVH +6,8%),
“Agro-alimentares” (14,0% e TVH +2,6%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,2% e TVH +5,5%) e “Energéticos”
(11,4% e TVH -3,4%).
À
excepção dos grupos “Energéticos” e “Calçado,
peles e couros”, em que se registaram quebras respectivamente de -231 e -10
milhões de Euros, em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações,
tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+1597
milhões), “Máquinas, aparelhos e partes”
(+823 milhões) e “Químicos” (+552 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 24,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(3ª posição depois dos EUA e Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha
e dos Países Baixos), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida pelo
Canadá, Brasil, Reino Unido, França e Finlândia).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,1%), a
Alemanha (12,0%), o Reino Unido (6,0%), os EUA (5,2%), a Itália (4,6%), os
Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,4%). Estes
dez países cobriram 75,4% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez
dos onze grupos de produtos, com 29,9% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a
França (10,2%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,7%), a
Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,7%).
Estes dez
países cobriram 76,3% das importações totais.
Alcochete, 12 de Outubroo de 2019.
Excelente Walter, como sempre. Informação muito bem sistematizada e de fácil consulta.
ResponderEliminarÂngela