1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para Janeiro de 2022 e 2021, com última actualização em 11 de
Março de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos
homólogos, +22,2% (+1024 milhões de Euros), a par de um aumento das importações
de +37,5% (+2065 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram em Janeiro de 2022 um
acréscimo de +21,8% (+742 milhões de Euros), tendo as exportações para os
países terceiros aumentado +23,6% (+282 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +79,7% (+1055 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +115,9% ao situar-se em -1939
milhões de Euros (superior em 1041 milhões ao do ano anterior), a que
correspondeu um agravamento de 1036 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo
de 903 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura
(Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 83,7%, em 2021, para 74,4%,
em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em Janeiro
de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 310 para 543 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já o
câmbio de Fevreiro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
14,0% no total das importações em 2022 e 7,7% do lado das exportações, o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 74,4%, no
comércio global, para 79,8%.
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022,
as exportações para a UE (expedições), que representaram 73,8% do Total, cresceram
+21,8%, contribuindo com +16,1 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’
global de +22,2%. As exportações para
o espaço extracomunitário (26,2% do Total), cresceram +23,6%, contribuindo com +6,1
p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (27,9%),
a França (13,8%), a Alemanha (10,9%), os EUA (5,0%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,6%), os Países Baixos (4,5%), a Itália (4,3%), a Bélgica (2,5%),
a Polónia (1,4%), e a Suécia (1,1%), destinos que representaram 76,1% do total
das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de 89,4% nas nossas
exportações (+44,8 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos nove dos onze
grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,6 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+10,8 milhões), “Agro-alimentares” (+10,4
milhões), Químicos (+5,2 milhões), “Minérios e metais” (+4,5
milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+2,5 milhões), “Têxteis e
vestuário” (1,2 milhões), “Energéticos” (936 mil Euros) e “Calçado,
peles e couros” (+219 mil Euros). As excepções incidiram nos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (-2,0 milhões de Euros) e “Material de transporte
terrestre e partes“ (-610 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+22,2%) pertenceram a Espanha (+6,9 p.p.), à França
(+2,8 p.p.), à Alemanha (+2,2 p.p.), aos Países Baixos (+1,7 p.p.), aos EUA
(+1,2 p.p.), às Provisões de Bordo Extra (0,8 p.p.), à Bélgica (0,4 p.p.) e à
Itália e Israel (0,3 p.p. cada)
Os maiores
contributos negativos couberam a Angola (-0,61 p.p.), ao Brasil (-0,48
p.p.), ao Japão (-0,25 p.p.) e a Marrocos (-0,22 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, França, Alemanha, Países Baixos, Provisões de Bordo, Bélgica,
Itália, Polónia e Irlanda. Os maiores decréscimos couberam a Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Angola, Provisões de Bordo, Gibraltar, Catar, Israel,
Noruega, Turquia, Coreia do Sul, Moçambique, Suíça, Jordânia, Trinidad e
Tobago, e Reino Unido.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os do Japão, Marrocos, Vietname e Austrália.
3.2 - Importações
Em Janeiro
de 2022, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 68,6%
do total, registaram um acréscimo de +24,2% e contribuíram com +18,4 p.p. para
uma taxa de variação homóloga global de +37,5%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +79,7%, representando 31,4% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +19,2 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (31,6% do
Total) e a Alemanha (11,4%).
Seguiram-se
a França (6,5%), a China (5,9%), os Países Baixos (4,7%), os EUA (4,4%), a
Itália (4,2%), a Bélgica (3,1%), o Brasil (2,1%), e a Turquia (1,9%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 75,8% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+37,5%)
destacou-se o da Espanha, (+10,5 p.p.), seguida dos EUA (+3,6 p.p.), da China
(+3,2 p.p.), da Alemanha (2,0%) da Índia e da França (1,8% cada), da Bélgica
(+1,4 p.p), da Turquia e da Itália (1,0% cada). (+1,0 p.p.). Os principais contributos
negativos incidiram na Dinamarca (-0,5 p.p.) e na Polónia (‑0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros entre 2020 e 2021.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em Janeiro de 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial
(Fob-Cif) couberam à França (+285 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+188 milhões).
Seguiram-se Angola (+92 milhões), Gibraltar (+36 milhões) e Marrocos (+32
milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-815 milhões de Euros), seguida da China (-398 milhões), da Alemanha (‑248
milhões), da Índia (‑128 milhões) e do Azerbaijão (-124 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em Janeiro
de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material de transporte terrestre e
partes” e “Aeronaves embarcações e partes” registaram acréscimos nas
exportações face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,1% do Total e
+189,8 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,5% e +89,7 milhões), “Agro-alimentares” (12,6% e -25,6 milhões),
“Minérios e metais” (10,8% e +157,3 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,3% e +75,8 milhões), “Têxteis e vestuário”
(8,9% e +92,2 milhões), “Energéticos” (7,7% e +168,2 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,7% e +112,2 milhões), “Calçado, peles e couros”
(3,3% e +29,2 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,6% e -8,8 milhões
de Euros).
5.2 – Importações
Em
Janeiro de 2022 foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao mês
homólogo do ano anterior, de todos os grupos de produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,8% e +355 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,5% e +212 milhões), “Energéticos” (14,0% e +329 milhões), “Agro-alimentares” (13,1% e +165 milhões), “Minérios e metais” (11,1%
e +329 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (8,8% e +52 milhões de Euros), “Produtos acabados
diversos” (5,7% e +94 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,4% e +147
milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e +73 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (1,6% e +34 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,7% e +38 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro de 2022 a primeira posição em
8 dos 11 grupos de produtos com 27,9% do total, ocorrendo as excepções nos
grupos “Calçado, peles e couros” (4ª
posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª
posição, precedida do Irlanda, França e Brasil).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,8%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (5,0%), o Reino Unido (4,6%), os Países Baixos (4,5%),
a Itália (4,3%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,7%) e Polónia (1,4%).
Estes dez
países representaram 76,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,6% do total.
A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da Canadá e da França).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,4%), a
França (6,5%), a China (6,5%), os Países Baixos (4,7%), os EUA (4,4%), a Itália
(4,2%), a Bélgica (3,1%), o Brasil (2,1%), e a Turquia (1,9%).
Estes dez
países cobriram 75,8% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 31 de Março de 2022.
ANEXO
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