segunda-feira, 11 de abril de 2022

Comércio Internacional de mercadorias- Série mensal Jan-Fev 2021-2022

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Fevereiro de 2022

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Fevereiro de 2021 e 2022, com última actualização em 8 de Abril de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +21,4% (+2051 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +40,2% (+4510 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Fevereiro de 2022 um acréscimo de +22,5% (+1568 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +18,5% (+482 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +30,3% (+2559 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +70,0% (+1951 milhões).

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +150,0% ao situar-se em -4100 milhões de Euros (superior em 2460 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 990 milhões no comércio intracomunitário e de 1469 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 85,4%, em 2021, para 73,9%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De janeiro a Fevereiro de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2021, de 332 para 588 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já o câmbio de Março).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 15,7% no total das importações em 2022 e 8,3% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 73,9%, no comércio global, para 80,5%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Fevereiro, as exportações para a UE (expedições), que representaram 73,4% do Total, cresceram +22,5%, contribuindo com +16,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +21,4%. As exportações para o espaço extracomunitário (26,6% do Total), cresceram +18,5%, contribuindo com +5,0 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (27,2%), a França (14,0%), a Alemanha (10,8%), os EUA (5,5%), os Países Baixos (4,6%), a Itália (4,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,3%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,4%), e a Suécia (1,3%), destinos que representaram 75,1% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de 77,3% nas nossas exportações (+88,1 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos dez dos onze grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+24,8 milhões), “Agro-alimentares” (+22,0 milhões), “Produtos acabados diversos” (+19,6 milhões), Químicos (+9,7 milhões), “Minérios e metais” (+7,3 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+2,6 milhões), “Energéticos” (+1,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (+1,2 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“ (+490 mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (+473 mil Euros). A excepção incidiu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,9 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+21,4%) pertenceram a Espanha (+6,1 p.p.), à França (+3,2 p.p.), à Alemanha (+2,1 p.p.), aos EUA (+2,0 p.p.), aos Países Baixos (+1,7 p.p.), às Provisões de Bordo Extra (+0,8 p.p.), à Bélgica (+0,6 p.p.), à Itália (+0,5 p.p.) e à Suécia (+0,3 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,73 p.p.), ao Japão (-0,42 p.p.), ao Brasil (-0,37 p.p.) e a Angola (-0,32 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, França, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Itália, Provisões de Bordo, Suécia, Polónia, Irlanda e Grécia. O maior decréscimo coube a Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Angola, Provisões de Bordo, Panamá, Catar, Turquia, Noruega, Israel, Canadá, Argentina, Suíça, Costa do Marfim e México.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Vietname e Austrália.

3.2 - Importações

Em 2022, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 69,9% do total, registaram um acréscimo de +30,3% e contribuíram com +22,8 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +40,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +70,0%, representando 30,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +17,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,1% do Total) e a Alemanha (11,6%).

Seguiram-se a França (6,4%), os Países Baixos (5,1%), a China (5,0%), a Itália (4,5%), os EUA (3,7%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (2,9%), e a Nigéria (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 76,3% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+40,2%) destacou-se o da Espanha, (+12,7 p.p.), seguida dos EUA (+2,6 p.p.), do Brasil e da China (+2,5 p.p. cada), da Alemanha (+2,3 p.p.), da França (+2,0 p.p.) e dos Países Baixos e Azerbaijão (+1,7 p.p. cada). Os principais contributos negativos incidiram na Ucrânia (-0,2 p.p.) e na Dinamarca (‑0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros entre 2020 e 2021.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Nos primeiros dois meses de 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+620 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+373 milhões). Seguiram-se Angola (+197 milhões), Marrocos (+83 milhões) e o Panamá  +67 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1880 milhões de Euros), seguida da China (-693 milhões), da Alemanha (‑560 milhões), o Brasil (‑387 milhões) e dos Países Baixos (-276 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

No período de Janeiro a Fevereiro de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material de transporte terrestre e partes” registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (13,6% do Total e +341 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,2% e +127 milhões), “Agro-alimentares” (12,6% e +282 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e -54 milhões), “Minérios e metais” (10,9% e +335 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,3% e +150 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,8% e +193 milhões), “Energéticos” (8,3% e +364 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,6% e +230 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,3% e +80 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,5% e +3 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022, no período em análise, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,6% e +731 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,7% e +393 milhões), “Energéticos” (15,7% e +1385 milhões), “Agro-alimentares” (13,0% e +431 milhões), “Minérios e metais” (10,4% e +616 milhões).

Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,3% e 176 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +204 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +282 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e +165 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +82 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e +43 milhões).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no perído de Janeiro a Fevereiro de 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 27,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Irlanda, Brasil e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (14,0%), a Alemanha (10,8%), os EUA (5,5%), os Países Baixos (4,6%), a Itália (4,5%), o Reino Unido (4,3%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,7%) e Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 76,5% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,1% do total. A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Canadá, dos EUA e da França).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (6,4%), os Países Baixos (5,1%), a China (5,0%), a Itália (4,5%), os EUA (3,7%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (2,9%) e a Nigéria (1,8%). Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022                        face a 2021, por meses homólogos não acumulados

Alcochete, 11 de Abril de 2022.

 

ANEXO


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