1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Fevereiro de 2021 e 2022, com última actualização em 8 de Abril de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +21,4% (+2051 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +40,2% (+4510 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +150,0% ao situar-se em -4100
milhões de Euros (superior em 2460 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 990 milhões no comércio intracomunitário e de 1469
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 85,4%, em 2021, para 73,9%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De
janeiro a Fevereiro de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 332 para 588 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já o
câmbio de Março).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
15,7% no total das importações em 2022 e 8,3% do lado das exportações, o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 73,9%, no
comércio global, para 80,5%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Fevereiro, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 73,4% do Total, cresceram +22,5%, contribuindo com +16,4 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +21,4%. As exportações para o espaço
extracomunitário (26,6% do Total), cresceram +18,5%, contribuindo com +5,0 p.p.
para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (27,2%),
a França (14,0%), a Alemanha (10,8%), os EUA (5,5%), os Países Baixos (4,6%), a
Itália (4,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,3%), a Bélgica (2,5%), a
Polónia (1,4%), e a Suécia (1,3%), destinos que representaram 75,1% do total
das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de 77,3% nas nossas
exportações (+88,1 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos dez dos onze
grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+24,8 milhões), “Agro-alimentares”
(+22,0 milhões), “Produtos acabados diversos” (+19,6 milhões), Químicos
(+9,7 milhões), “Minérios e metais” (+7,3 milhões), “Madeira,
cortiça e papel” (+2,6 milhões), “Energéticos” (+1,8 milhões), “Têxteis
e vestuário” (+1,2 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“
(+490 mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (+473 mil Euros). A excepção
incidiu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,9 milhões de
Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+21,4%) pertenceram a Espanha (+6,1 p.p.), à França
(+3,2 p.p.), à Alemanha (+2,1 p.p.), aos EUA (+2,0 p.p.), aos Países Baixos
(+1,7 p.p.), às Provisões de Bordo Extra (+0,8 p.p.), à Bélgica (+0,6 p.p.), à
Itália (+0,5 p.p.) e à Suécia (+0,3 p.p.). Os maiores contributos negativos
couberam a Marrocos (-0,73 p.p.), ao Japão (-0,42 p.p.), ao Brasil (-0,37 p.p.)
e a Angola (-0,32 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, França, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Itália, Provisões
de Bordo, Suécia, Polónia, Irlanda e Grécia. O maior decréscimo coube a
Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Angola, Provisões de Bordo, Panamá, Catar, Turquia,
Noruega, Israel, Canadá, Argentina, Suíça, Costa do Marfim e México.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Vietname e Austrália.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 69,9% do total, registaram um acréscimo de +30,3% e contribuíram
com +22,8 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +40,2%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +70,0%, representando 30,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +17,4 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,1% do
Total) e a Alemanha (11,6%).
Seguiram-se
a França (6,4%), os Países Baixos (5,1%), a China (5,0%), a Itália (4,5%), os
EUA (3,7%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (2,9%), e a Nigéria (1,8%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 76,3% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+40,2%)
destacou-se o da Espanha, (+12,7 p.p.), seguida dos EUA (+2,6 p.p.), do Brasil
e da China (+2,5 p.p. cada), da Alemanha (+2,3 p.p.), da França (+2,0 p.p.) e
dos Países Baixos e Azerbaijão (+1,7 p.p. cada). Os principais contributos
negativos incidiram na Ucrânia (-0,2 p.p.) e na Dinamarca (‑0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos Países Terceiros entre 2020 e 2021.
4 – Saldos da Balança Comercial
Nos primeiros dois meses de 2022, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+620 milhões de Euros) e ao
Reino Unido (+373 milhões). Seguiram-se Angola (+197 milhões), Marrocos (+83
milhões) e o Panamá +67 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-1880 milhões de Euros), seguida da China (-693 milhões), da Alemanha
(‑560 milhões), o Brasil (‑387 milhões) e dos Países Baixos (-276 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
No
período de Janeiro a Fevereiro de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material
de transporte terrestre e partes” registaram acréscimos nas exportações
face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (13,6% do Total e
+341 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,2% e +127 milhões), “Agro-alimentares” (12,6% e +282 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,9% e -54 milhões),
“Minérios e metais” (10,9% e +335 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,3% e +150 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,8%
e +193 milhões), “Energéticos” (8,3% e +364 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,6% e +230 milhões), “Calçado, peles e couros”
(3,3% e +80 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,5% e +3
milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face
ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,6% e +731 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,7% e +393 milhões), “Energéticos” (15,7% e +1385 milhões), “Agro-alimentares” (13,0% e +431 milhões), “Minérios e metais” (10,4%
e +616 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no perído de Janeiro a Fevereiro de 2022
a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 27,2% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Irlanda, Brasil e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (14,0%), a
Alemanha (10,8%), os EUA (5,5%), os Países Baixos (4,6%), a Itália (4,5%), o
Reino Unido (4,3%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,7%) e Polónia (1,4%).
Estes dez países representaram 76,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,1% do total. A única excepção foi o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (4º lugar, depois da Canadá, dos EUA e da França).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a
França (6,4%), os Países Baixos (5,1%), a China (5,0%), a Itália (4,5%), os EUA
(3,7%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (2,9%) e a Nigéria (1,8%). Estes dez países
cobriram 76,3% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
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