1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Março de 2021 e 2022, com última
actualização em 10 de Maio de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em
valor, em termos homólogos, +18,2% (+2803 milhões de Euros), a par de um
aumento das importações de +36,8% (+6684 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +140,3% ao situar-se em -6646
milhões de Euros (superior em 3881 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 1712 milhões no comércio intracomunitário e de 2168
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 84,8%, em 2021, para 73,3%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De
Janeiro a Março de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 351 para 639 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
15,7% no total das importações em 2022 e 7,7% do lado das exportações, o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 73,3%, no
comércio global, para 80,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Março, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 73,1% do Total, cresceram +20,2%, contribuindo com +14,5 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +20,2%. As exportações para o espaço
extracomunitário (26,9% do Total), cresceram +13,2%, contribuindo com +3,7 p.p.
para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,6%),
a França (13,6%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,8%), a Itália (4,6%), os Países
Baixos (4,4%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,3%), a Bélgica (2,5%), a
Polónia (1,5%) e a Suécia (1,2%), destinos que representaram 75,7% do total
das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 54,3%
nas nossas exportações (+106,9 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos
dez dos onze grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+27,0
milhões), “Agro-alimentares” (+25,1 milhões), “Produtos acabados
diversos” (+23,1 milhões), Químicos (+13,7 milhões), “Minérios e
metais” (+9,5 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+3,4 milhões), “Têxteis
e vestuário” (+2,4 milhões), “Energéticos” (+2,2 milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (555 mil Euros) e “Calçado, peles e couros”
(+442 mil Euros).
A excepção incidiu no grupo “Material
de transporte terrestre e partes” (-537 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+18,2%) pertenceram a Espanha (+5,4 p.p.), à França
(+2,3 p.p.), à Alemanha (+2,1 p.p.), aos EUA (+1,8 p.p.), aos Países Baixos
(+1,3 p.p.), às Provisões de Bordo Extra (+0,8 p.p.), à Itália (+0,7 p.p.), à
Bélgica (+0,5 p.p.), e à Turquia (+0,4 p.p.). Os maiores contributos
negativos couberam a Marrocos (-0,78 p.p.), ao Japão (-0,50 p.p.), ao
Brasil (-0,33 p.p.) e a Angola (-0,18 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, França, Alemanha, Países Baixos, Itália, Bélgica, Provisões
de Bordo, Polómia, Suécia, Finlândia, Irlanda, Áustria, Rep. Checa, Lituânia e Eslováquia.
O maior decréscimo coube a Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Angola, Panamá, Turquia, Noruega, Catar, Canadá,
Israel, Argentina, Suíça, Brasil e Coreia do Sul.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Gibraltar, Austrália, Reino Unido, e Vietname.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 70,8% do total, registaram um acréscimo de +28,9% e contribuíram
com +21,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +36,8%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +60,6%, representando 29,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +15,1 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,4% do
Total) e a Alemanha (11,8%).
Seguiram-se
a França (6,4%), os Países Baixos (5,0%), a China (4,8%), a Itália (4,7%), os
EUA (3,6%), o Brasil (3,4%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (1,8%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 77,0% do total das importações.
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos Países Terceiros entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Nos primeiros três meses de 2022, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+888 milhões de Euros) e ao
Reino Unido (+542 milhões). Seguiram-se Angola (+208 milhões), os EUA (+147
milhões) e Marrocos (+105 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-3213 milhões de Euros), seguida da China (-1042 milhões), da Alemanha
(‑898 milhões), do Brasil (‑666 milhões) e da Nigéria (-446 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
No
período de Janeiro a Março de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material
de transporte terrestre e partes” registaram acréscimos nas exportações
face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (13,6% do Total e
+427 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,2% e +158 milhões), “Agro-alimentares” (12,6% e +404 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,7% e -161 milhões),
“Minérios e metais” (11,4% e +556 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,3% e +197 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,7%
e +263 milhões), “Energéticos” (7,7% e +463 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,7% e +348 milhões), “Calçado, peles e couros”
(3,3% e +131 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,7% e +18
milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face
ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,3% e +1017 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,9% e +607 milhões), “Energéticos” (15,7% e +2196 milhões), “Agro-alimentares” (13,3% e +656 milhões), “Minérios e metais” (10,0%
e +818 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (9,3% e 261 milhões de Euros), “Produtos acabados
diversos” (5,5% e +226 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,2% e +445
milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e +251 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (1,7% e +148 milhões) e “Aeronaves, embarcações e
partes” (0,8% e +58 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no perído de Janeiro a Março de 2022 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,6% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida dos EUA, Brasil, França e
Irlanda).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,6%), a
Alemanha (11,1%), os EUA (5,8%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,4%), o
Reino Unido (4,3%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,7%) e a Polónia (1,5%).
Estes dez
países representaram 76,1% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,4% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha,
EUA, Canadá, França e Brasil).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a
França (6,4%), os Países Baixos (5,0%), a China (4,8%), a Itália (4,7%), os EUA
(3,6%), o Brasil (3,4%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (1,8%). Estes dez países
cobriram 77,0% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Maio de 2022.
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