De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Junho de 2021 e 2022, respectivamente em versão ja
definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Agosto de 2022,
as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +24,5% (+7657
milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +36,6% (+14188
milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +86,5% ao situar-se em -14076
milhões de Euros (superior em 6530 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 2271 milhões no comércio intracomunitário e de 4259
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 80,5%, em 2021, para 73,4%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro
a Junho de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 382 para 716 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Julho).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
17,3% no total das importações em 2022 e 8,7% do lado das exportações, o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no
comércio global, de 73,4% para 81,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Junho, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 71,1% do Total, cresceram +23,4%, contribuindo com +16,8 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +24,5%. As exportações para o espaço extracomunitário
(28,9% do Total), cresceram +27,4%, contribuindo com +7,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,0%),
a França (12,7%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,1%), a Itália e o Reino Unido
incl. Irlanda NT (4,6% cada), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), as
Provisões de Bordo para Países Terceiros e a Polónia (1,4% cada), destinos que representaram
75,2% do total das exportações.
Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 52,8% nas nossas exportações (+220,8 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+52,7 milhões), “Agro-alimentares” (+45,4 milhões), Químicos (+33,3 milhões), “Produtos acabados diversos” (+31,4 milhões), “Minérios e metais” (+22,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+15,5 milhões), “Têxteis e vestuário” (+6,0 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+4,1 milhões), “Energéticos” (+4,0 milhões), “Calçado, peles e couros” (+3,7 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,0 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+24,5%) pertenceram a Espanha (+6,0 p.p.), aos EUA
(+3,7 p.p.), à Alemanha (+2,5 p.p.), à França (+2,3 p.p.), às Provisões de
Bordo Extra-UE (1,2 p.p.), aos Países Baixos e Itália (+1,2 p.p. cada), à Suécia
e Reino Unido/Irl NT (0,5 p.p. cada). Os maiores contributos negativos
couberam a Marrocos (-0,5 p.p.), ao Japão (‑0,3 p.p.) e à China (+0,1 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália, seguidos das Provisões
de Bordo, Suécia, Irlanda, Bélgica, Polónia, Eslováquia, Áustria e Finlândia. O
maior decréscimo coube a Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Angola, R.Unido, Turquia e Panamá, seguidos
do Brasil, Noruega, Suíça, Israel, Canadá e Cabo Verde.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, China, Rússia, Austrália e Vietname.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 69,2% do total, registaram um acréscimo de +25,8% e contribuíram
com +19,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +36,6%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +69,2%, representando 30,8% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +17,2 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,0% do
Total) e a Alemanha (11,3%).
Seguiram-se
a França (5,9%), os Países Baixos (4,9%), a China e a Itália (4,7% cada), o
Brasil (4,6%), os EUA (3,5%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (1,8%).
Estes países representaram, no seu conjunto, 76,5% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+36,6%)
destacou-se o da Espanha, (+11,0 p.p.), seguida do Brasil (3,3 p.p.), dos EUA
(+2,8 p.p.), da China e da Alemanha (+2,1 p.p. cada), dos Países Baixos e da
Bélgica (+1,2 p.p. cada), da Itália e da França (+1,0 p.p. cada) e da Índia (+0,8
p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Ucrânia (‑0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária
(não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros,
entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Nos primeiros seis meses de 2022, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1814 milhões de Euros), ao
Reino Unido (+1246 milhões), aos EUA (+925 milhões), a Gibraltar (+253 milhões)
e a Angola (+206 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-6841 milhões de Euros), seguida da China (-2156 milhões), do Brasil
(-2049 milhões), da Alemanha (‑1738 milhões) e dos Países Baixos (-997 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).
No
período de Janeiro a Junho de 2022, todos os grupos registaram acréscimos nas
exportações face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,5% do Total e
+1353 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (12,8% e +407 milhões), “Agro-alimentares” (12,3% e +888 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,6% e +240 milhões), “Minérios e
metais” (11,2% e +1104 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,1% e +498 milhões), “Energéticos” (8,7% e +1578
milhões), “Têxteis e vestuário” (8,2% e +504 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,8% e +767 milhões), “Calçado, peles e couros”
(3,1% e +273 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,7% e +43
milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi também positiva a taxa de variação homóloga em
valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de
produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(17,7% e +1927 milhões de Euros), “Energéticos”
(17,3% e +5469 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,0% e +962 milhões), “Agro-alimentares” (13,6% e +1436 milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,8% e +1406 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(9,1% e +756 milhões), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +578
milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +746 milhões), Madeira,
cortiça e papel” (3,3% e +520 milhões), “Calçado, peles e couros”
(1,7% e +296 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e +143
milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Junho de 2022 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida da Irlanda, Brasil, EUA e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,7%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (7,1%), a Itália e o Reino Unido/Irl NT (4,6% cada), os
Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%) e as Provisões de Bordo Extra-UE
(1,3%).
Estes dez
destinos representaram 75,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,0% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha,
EUA, Brasil, Canadá e França).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,3%), a
França (5,9%), os Países Baixos (4,9%), a China e a Itália (4,7% cada), o
Brasil (4,6%), os EUA (3,5%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (1,8%). Estes dez
países cobriram 76,5% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 11 de Agosto de 2022.
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