terça-feira, 13 de setembro de 2022

Comércio Internacional de mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Julho 2022

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Julho de 2022

( disponível para download  >> aqui )
1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Julho de 2021 e 2022, respectivamente em versão já definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Setembro de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +25,1% (+9230 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +35,4% (+16275 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Julho de 2022 um acréscimo de +23,3% (+6141 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +29,6% (+3090 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +24,5% (+8435 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +67,9% (+7840 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +77,4% ao situar-se em -16144 milhões de Euros (superior em 7045 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 2294 milhões no comércio intracomunitário e de 4750 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 80,2%, em 2021, para 74,0%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Julho de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2021, de 394 para 735 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Agosto).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 17,4% no total das importações em 2022 e 8,8% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio global, de 74,0% para 81,7%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Julho, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,6% do Total, cresceram +23,3%, contribuindo com +16,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +25,1%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,4% do Total), cresceram +29,6%, contribuindo com +8,4 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (25,7%), a França (12,6%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,0%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,5%) e a Polónia (1,4%), destinos que representaram 75,0% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 49,1% nas nossas exportações (+252,4 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+62,9 milhões), “Agro-alimentares” (+53,0 milhões), Químicos (+38,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (+30,3 milhões), “Minérios e metais” (+24,8 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+17,2 milhões), “Têxteis e vestuário” (+7,2 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+5,6 milhões), “Energéticos” (4,9%), “Aeronaves, embarcações e partes” (+4,2 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+3,9 milhões) e de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+25,1%) pertenceram a Espanha (+5,8 p.p.), aos EUA (+3,5 p.p.), à Alemanha (+2,6 p.p.), à França (+2,3 p.p.), às Provisões de Bordo Extra-UE (1,4 p.p.), aos Países Baixos e Itália (+1,2 p.p. cada), ao Reino Unido/Irl NT (+0,7 p.p.) e â Turquia e Suécia (+0,5 p.p. cada). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,4 p.p.), ao Japão e à China (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália, seguidos das Provisões de Bordo, Suécia, Irlanda, Bélgica, Polónia, Eslováquia, Dinamarca e Áustria. O maior decréscimo coube a Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, R.Unido/Irl NT, Angola e Turquia, seguidos do Panamá, Brasil, Suíça, Noruega, Canadá, Israel, Cabo Verde e África do Sul.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Rússia, China e Vietname.

3.2 - Importações

Em 2022, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 68,8% do total, registaram um acréscimo de +24,5% e contribuíram com +18,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +35,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +67,9%, representando 31,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +17,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (31,9% do Total) e a Alemanha (11,2%).

Seguiram-se a França (5,9%), os Países Baixos (4,9%), a China (4,8%), a Itália e o Brasil (4,7% cada), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (1,9%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 76,3% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+35,4%) destacou-se o da Espanha, (+10,5 p.p.), seguida do Brasil (+3,1 p.p.), dos EUA (+2,4 p.p.), da China (+2,3 p.p.), da Alemanha (+1,8 p.p.), dos Países Baixos e da Bélgica (+1,2 p.p. cada), da França (+1,1 p.p.) e da Itália (+1,0 p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Ucrânia (‑0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária (não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Nos primeiros setemeses de 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2145 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1546 milhões), aos EUA (+1211 milhões), a Angola (+331 milhões) e a Gibraltar (+306 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8018 milhões de Euros), seguida da China (-2627 milhões), do Brasil (-2412 milhões), da Alemanha (‑1894 milhões) e da Nigéria (-1153 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).

No período de Janeiro a Julho de 2022, todos os grupos registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,4% do Total e +1624 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (12,9% e +599 milhões), “Agro-alimentares” (12,2% e +1010 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,6% e +460 milhões), “Minérios e metais” (11,0% e +1181 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,0% e +599 milhões), “Energéticos” (8,8% e +1926 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,3% e +572 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,8% e +913 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +296 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,6% e +50 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022, no período em análise, foi também positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (17,5% e +2068 milhões de Euros), “Energéticos” (17,4% e +6217 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,9% e +1172 milhões), “Agro-alimentares” (13,7% e +1775 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,9% e +1682 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,1% e +915 milhões), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +599 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +832 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +573 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +339 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +104 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Julho de 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, Irlanda, EUA e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,6%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,0%), o Reino Unido/Irl NT (4,7%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,7%) e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,5%).

Estes dez destinos representaram 75,3% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,9% do total.

A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha, EUA, Brasil e Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,2%), a França (5,9%), os Países Baixos (4,9%), a China (4,8%), a Itália e o Brasil (4,7% cada), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (1,9%). Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022                        face a 2021, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 12 de Setembro de 2022.

ANEXO


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