De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Julho de 2021 e 2022, respectivamente em versão já definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Setembro de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +25,1% (+9230 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +35,4% (+16275 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Julho de 2022 um
acréscimo de +23,3% (+6141 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +29,6% (+3090 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +24,5% (+8435 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros +67,9% (+7840 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +77,4% ao situar-se em -16144
milhões de Euros (superior em 7045 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 2294 milhões no comércio intracomunitário e de 4750
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 80,2%, em 2021, para 74,0%, em 2022.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Julho de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2021, de 394 para 735 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Agosto).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
17,4% no total das importações em 2022 e 8,8% do lado das exportações, o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no
comércio global, de 74,0% para 81,7%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Julho, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 70,6% do Total, cresceram +23,3%, contribuindo com +16,7 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +25,1%. As exportações para o espaço extracomunitário
(29,4% do Total), cresceram +29,6%, contribuindo com +8,4 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (25,7%),
a França (12,6%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,0%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%),
as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,5%) e a Polónia (1,4%), destinos
que representaram 75,0% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 49,1%
nas nossas exportações (+252,4 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos
todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+62,9
milhões), “Agro-alimentares” (+53,0 milhões), Químicos (+38,2
milhões), “Produtos acabados diversos” (+30,3 milhões), “Minérios e
metais” (+24,8 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+17,2 milhões),
“Têxteis e vestuário” (+7,2 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (+5,6 milhões), “Energéticos” (4,9%), “Aeronaves,
embarcações e partes” (+4,2 milhões) e “Calçado, peles e couros”
(+3,9 milhões) e de Euros).
Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+25,1%) pertenceram a Espanha (+5,8 p.p.), aos EUA (+3,5 p.p.), à Alemanha (+2,6 p.p.), à França (+2,3 p.p.), às Provisões de Bordo Extra-UE (1,4 p.p.), aos Países Baixos e Itália (+1,2 p.p. cada), ao Reino Unido/Irl NT (+0,7 p.p.) e â Turquia e Suécia (+0,5 p.p. cada). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,4 p.p.), ao Japão e à China (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália, seguidos das Provisões
de Bordo, Suécia, Irlanda, Bélgica, Polónia, Eslováquia, Dinamarca e Áustria. O
maior decréscimo coube a Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, R.Unido/Irl NT, Angola e Turquia, seguidos
do Panamá, Brasil, Suíça, Noruega, Canadá, Israel, Cabo Verde e África do Sul.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Rússia, China e Vietname.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 68,8% do total, registaram um acréscimo de +24,5% e contribuíram
com +18,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +35,4%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +67,9%, representando 31,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +17,1 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (31,9% do
Total) e a Alemanha (11,2%).
Seguiram-se
a França (5,9%), os Países Baixos (4,9%), a China (4,8%), a Itália e o Brasil (4,7%
cada), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (1,9%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 76,3% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+35,4%) destacou-se o da Espanha, (+10,5 p.p.), seguida do Brasil (+3,1
p.p.), dos EUA (+2,4 p.p.), da China (+2,3 p.p.), da Alemanha (+1,8 p.p.), dos
Países Baixos e da Bélgica (+1,2 p.p. cada), da França (+1,1 p.p.) e da Itália (+1,0
p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Ucrânia (‑0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária
(não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros,
entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Nos primeiros setemeses de 2022, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2145 milhões de Euros), ao
Reino Unido (+1546 milhões), aos EUA (+1211 milhões), a Angola (+331 milhões) e
a Gibraltar (+306 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8018 milhões de Euros), seguida da China (-2627 milhões), do Brasil (-2412 milhões), da Alemanha (‑1894 milhões) e da Nigéria (-1153 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).
No
período de Janeiro a Julho de 2022, todos os grupos registaram acréscimos nas
exportações face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,4% do Total e
+1624 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (12,9% e +599 milhões), “Agro-alimentares” (12,2% e +1010 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,6% e +460 milhões), “Minérios e
metais” (11,0% e +1181 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,0% e +599 milhões), “Energéticos” (8,8% e +1926
milhões), “Têxteis e vestuário” (8,3% e +572 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,8% e +913 milhões), “Calçado, peles e couros”
(3,2% e +296 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,6% e +50
milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi também positiva a taxa de variação homóloga em
valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de
produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(17,5% e +2068 milhões de Euros), “Energéticos”
(17,4% e +6217 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (15,9% e +1172 milhões), “Agro-alimentares” (13,7% e +1775 milhões de Euros). Seguiram-se os
grupos “Minérios e metais” (9,9% e +1682 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,1% e +915 milhões),
“Produtos acabados diversos” (5,7% e +599 milhões), “Têxteis e
vestuário” (5,1% e +832 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e
+573 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +339 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8% e +104 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Julho de 2022 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,7% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, Irlanda, EUA e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,6%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (7,0%), o Reino Unido/Irl NT (4,7%), a Itália (4,6%), os
Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,7%) e as Provisões de Bordo Extra-UE
(1,5%).
Estes dez
destinos representaram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 31,9% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha,
EUA, Brasil e Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,2%), a
França (5,9%), os Países Baixos (4,9%), a China (4,8%), a Itália e o Brasil
(4,7% cada), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (1,9%). Estes dez
países cobriram 76,3% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Setembro de 2022.
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