Importação e exportaçãode produtos daMadeira, Cortiça, e suas obras(2017-2021 e 1º Semestre 2021-2022)
1 - Introdução
Analisa-se neste trabalho a evolução da importação
e exportação do conjunto dos produtos da “Madeira, cortiça, e suas obras”
(excluindo o mobiliário de madeira e obras de espartaria e cestaria) no período
de 2017 a 2021 (versões definitivas) e 1º Semestre de 2021 e 2022 (versão
preliminar para 2022, com última actualização em 09-09-2022), a partir de dados
de base do Instituto Nacional de Estatística (INE).
No período em análise as importações deste conjunto
de produtos pesaram em média 1,3% nas importações globais e 3,0% nas
exportações.
De acordo com dados de base do International Trade
Centre (ITC), consentâneos com os do INE no caso de Portugal, em 2021 o nosso
país ocupou a 30ª posição na importação mundial de Madeira (0,6% do total),
sendo os principais importadores os EUA (18,7%) e a China (12,7%), e a 3ª
posição na importação de Cortiça (10,9%), precedido da França (15,9%) e dos EUA
(14,7%).
Na vertente da Exportação Portugal ocupou a 37ª
posição no âmbito da Madeira (0,5%), sendo os principais fornecedores o Canadá
(12,1%) e a China (10,0%), e a 1ª posição na exportação mundial de Cortiça
(60,9%), seguido da Espanha (18,5%) e da França (5,5%).
No 1º Semestre de 2022, nas importações portuguesas predominaram os produtos da Madeira (96,7% do total do conjunto) e na vertente
das exportações as produtos da Cortiça (55,7%).
2 - Balança Comercial do conjunto da Madeira e
Cortiça
A Balança Comercial do conjunto destes produtos ao
longo do último quinquénio e 1º Semestre de 2022 foi favorável a Portugal,
tendo o défice no sector da Madeira sido anulado pelo saldo positivo da lado da
Cortiça, como se verá adiante.
Passa-se a analisar,
separadamente, a evolução das importações e das exportações dos produtos da
Madeira e dos produtos da Cortiça.
3 – Madeira e suas obras
3.1 – Balança Comercial
Ao longo do último
quinquénio e no 1º Semestre de 2022 a Balança Comercial dos produtos da Madeira
foi deficitária, tendo ocorrido o maior défice em 2021 (-195 milhões de
Euros). No primeiro Semestre de 2022 o défice atingiu -166 milhões de Euros,
contra -59 milhões no Semestre homólogo do ano anterior. O grau de cobertura
das importações pelas exportações, que no 1º Semestre de 2021 se situara em
86,6%, desceu para 75,7% em 2022.
3.2 – Importação
No quadro seguinte
encontram-se relacionados, a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, os principais produtos importados no período
em análise, que pesaram mais de 95% do Total em cada um dos anos.
O produto dominante ao
longo do último quinquénio e 1º Semestre de 2022 foi a “Madeira em bruto”,
que neste semestre atingiu 162,9 milhões de Euros, seguida da “Lenha,
estilhas, desperdícios e resíduos” (98,8 milhões) e dos “Painéis de
fibras mesmo aglomeradas” (93,2 milhões).
Os principais mercados de
origem das importações de Madeira no 1º Semestre de 2022 foram a Espanha (40,4%
e 51,1% no semestre homólogo de 2021) e o Brasil (17,1% e 10,3%, respectivamente).
3.3 – Exportação
Os principais produtos da
Madeira, definidos a 4 dígitos da NC, exportados no período em análise, que
pesaram mais de 90% do Total em cada um dos anos, constam do quadro seguinte.
Destacaram-se, no 1º Semestre de 2022, os “Painéis de fibras mesmo
aglomeradas” (93,9 milhões de Euros), os “Painéis de partículas”
(85,6 milhões), e as “Obras de marcenaria e carpintaria para construções” (84,8
milhões).
Os principais mercados de destino foram a Espanha
(45,7% e 42,5% no semestre homólogo), a França (9,9% e 11,1%), o Reino
Unido/Irl NT (9,8% e 11,7%) e os Países Baixos (4,3% e 5,6%).
4 – Cortiça e suas obras
4.1 – Balança Comercial
No período em análise a Balança Comercial portuguesa
dos produtos da Cortiça foi favorável, tendo o seu saldo, ao longo do último
quinquénio, oscilado entre 813 milhões de Euros em 2017 e 931 milhões em 2021.
No 1º Semestre de 2022 o saldo foi de 649 milhões
de Euros, contra 495 milhões no semestre homólogo do ano anterior.
4.2 – Importação
O principal produto
importado no 1º Semestre de 2022 foi a “Cortiça em bruto, garnulada e
desperdícios” (67,2 milhões de Euros).
Seguiram-se as “Obras
de cortiça natural” (15,6 milhões) e a “Cortiça aglomerada e suas obras”
(15,0 milhões de Euros).
O principal mercado de origem das importações de
Cortiça foi a Espanha (69,5% do Total em 2022 e 74,2% no semestre homólogo),
seguida da Itália (9,4% e 8,8%) e de Marrocos (6,9% e 3,6%).
4.3 – Exportação
As principais exportações portuguesas de Cortiça
incidem na “Cortiça aglomerada e suas obras” e nas “Obras de cortiça
natural”, produtos que no 1º Semestre de 2022 averbaram respectivamente
322,4 milhões de Euros e 271,0 milhões.
Entre as obras de Cortiça natutal sobressaem as exportações de rolhas, que no 1º Semestre de 2022 representaram 97,8% do total. Também na área da Cortiça aglomerada prevaleceram as rolhas, com 67,2%, seguidas dos ladrilhos, com 28.3%.
No 1º Semestre de 2022 os principais mercados de destino foram a França (19,8%), a Espanha (16,7%), os EUA (16,3%), a Itália (11,9%) e a Alemanha (6,9%). Com menor peso seguiram-se o Reino Unido/Irl NT (4,0%), o México (2,8%), o Chile (2,0%), a China (2,0%) e a Federação Russa (1,6%).
5 – Índices de variação
homóloga em Valor, Volume e Preço
Segue-se quadro com os índices de Valor, Volume e
Preço calculados para o período em análise.
Os índices de preço de Paasche correspondem
aos índices que foram calculados oportunamente a partir das primeiras versões do
INE para os dados de base de cada um dos anos.
A experiência mostra que não se registam alterações
sensíveis no cálculo dos índices de preço a partir de versões posteriores.
Já os índices de volume sofrem alterações por vezes
importantes, uma vez que para o seu cálculo os índices de preço são utilizados
como deflatores dos correspondentes índices de valor, estes em geral superiores
aos das primeiras versões.
Para o cálculo dos índices aqui apresentados foram
utilizadas, para os índices de Valor, as versões que nesta data se encontram
disponíveis na base de dados do INE, em versão já definitiva para os anos de
2017 a 2021 e preliminar para o primeiro Semestre de 2022, com última actualização
em 09-09-2022.
Alcochete, 4 de Outubro de 2022.
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