Comércio Externo da Argélia&Portugal-Argélia
(2017-2021 e Janeiro-Agosto 2021-2022)
1 – Introdução
As importações anuais portuguesas de mercadorias com
origem na Argélia evoluíram de forma irregular desde o início do século. Por
sua vez as exportações com aquele destino, tendo crescido entre 2000 e 2007 de
25 para 80 milhões em 2007, continuaram a aumentar, sustentadamente até 2014,
alcançando 588 milhões de Euros. Iniciaram-se então decréscimos sucessivos até 160
milhões em 2020, invertendo-se a tendência no ano seguinte, com 204 milhões de
Euros.
Neste trabalho, após uma breve análise do Comércio Externo da Argélia, com base em dados de fonte ’International Trade Centre’ (ITC) para os últimos cinco anos, estimados para os últimos quatro com base em dados declarados pelos seus parceiros comerciais (mirror data), analisa-se a evolução do nosso Comércio Internacional com este país no período de 2017 a 2021, com base em versões do INE já definitivas, e Janeiro a Agosto de 2021 e 2022, este último ano em versão ainda preliminar, com última actualização em 10 de Outubro de 2022.
2 – Comércio Externo da Argélia
Neste trabalho, após uma breve análise do Comércio Externo
da Argélia, com base em dados de fonte ’International Trade Centre’ (ITC) para
os últimos cinco anos, estimados para os últimos quatro com base em dados
declarados pelos seus parceiros comerciais (mirror data),
analisa-se a evolução do nosso Comércio Internacional com
este país no período de 2017 a 2021, com base em versões já definitivas, e
Janeiro a Agosto de 2021 e 2022, com este último ano em versão ainda
preliminar, com última actualização em 10 de Outubro de 2022.
2 – Comércio Externo da Argélia
A Balança Comercial da Argélia face ao mundo foi
deficitária entre 2017 e 2020.
De acordo com os dados disponíveis, após um grau de
cobertura das importações pelas exportações superior a 85% em 2018 e 2019, este
parâmetro, na sequência de uma quebra acentuada das exportações, desceu para
64,9% em 2020.
Em 2021 o saldo da Balança tornou-se positivo,
tendo o grau de cobertura subido para 107,1%.
A Balança Comercial da Argélia é fortemente
dependente da evolução em volume e preço dos produtos do grupo “Energéticos”,
designadamente petróleo bruto, gás propano liquefeito e óleos de petróleo, os principais produtos
da exportação argelina, que pesam em valor mais de 80% na exportação global.
Em 2021 as exportações de “Energéticos”
pesaram 88,3% no Total (89,8% em 2020). Seguiram-se os grupos de produtos “Químicos”
(6,4% e 6,1%), principalmente adubos, fertilizantes e fosfatos de cálcio, “Minérios
e metais” (3,3% e 1,0/), centrado nos produtos do ferro e do aço, e “Agro-alimentares”
(1,2% e 2,2%), como açúcares, frutas, peixe, crustáceos, moluscos, oleaginosas
e óleos, entre outros.
A partir de dados de base de fonte INE para as
importações portuguesas com origem na Argélia (em valores Cif), foram
calculados os correspondentes valores (Fob), por aplicação de um factor fixo
(Fob=Cif x 0,9533), que serviram de base para o cálculo aproximado das quotas
de Portugal nas exportações argelinas, por grupos de produtos, constantes
do quadro anterior.
Em 2021, a quota de Portugal na exportação global
da Argélia terá sido de 0,8%, tendo as maiores percentagens incidido nos grupos
de produtos “Calçado, peles e couros” (19,8%), “Têxteis e vestuário”
(11,2%), “Madeira, cortiça e papel” (9,5%), “Químicos” (3,8%) e “Máquinas,
aparelhos e partes” (1,7%).
Nas importações, mais diversificadas, destacou-se
nos últimos dois anos o grupo de produtos “Agro-alimentares” (26,9% do
Total em 2021 e 24,0% em 2020), constituído principalmente por cereais, leite e
lacticínios, gorduras e óleos, açúcares e produtos de confeitaria.
Seguiram-se, entre os principais, os grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (19,3% e 19,5%), tanto máquinas e aparelhos mecânicos
com eléctricas, “Químicos” (17,1% e 17,0%), principalmente plástico e
suas obras e produtos farmacêuticos, “Produtos acabados diversos” (10,1%
e 12,0%), como aparelhos ópticos, de fotografia, medida e precisão, mobiliário,
produtos cerâmicos, vidro e suas obras, entre outros, e “Minérios e metais”
(9,9% e 11,1%), com os produtos do ferro e aço em destaque.
Em 2021, a quota de
Portugal na importação global da Argélia terá sido de 0,7%, tendo as
maiores percentagens incidido nos grupos de produtos “Madeira cortiça e
papel” (7,2%), “Químicos” (0,9%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(0,8%), “Têxteis e vestuário” (0,5%) e “Minérios e metais”
(0,4%).
3 – Comércio de Portugal com a Argélia
3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com a Argélia é
deficitária. Incidindo as principais importações em produtos “Energéticos”,
sujeitos a variações acentuadas de preço, o saldo da Balança depende fortemente
do seu comportamento.
Nos primeiros oito meses de 2022, face ao mesmo
período do ano anterior, o valor das importações cresceu +284,2%, na sequência não
só do aumento do preço mas também das quantidades importadas de produtos
energéticos.
Com as exportações a aumentarem apenas +14,0%, o
saldo da Balança Comercial saltou de -24 para -435 milhões de Euros, tendo o
grau de cobertura das importações pelas exportações descido de 83,8% para apenas
24,9%.
3.2 – Importações
As importações com origem na Argélia incidem
principalmente no grupo de produtos “Energéticos”, designadamente
petróleo bruto e também gás propano liquefeito, tendo representado 83,7% do
Total nos primeiros oito meses de 2022 (64,1% em 2021). Seguiram-se os produtos
do grupo “Químicos”, com destaque para o amoníaco anidro, adubos e fertilizantes
(13,7% em 2022 e 30,0% em 2021).
3.3 – Exportações
Ao logo da última década, as exportações anuais
foram tendencialmente crescentes nos grupos de produtos “Madeira, cortiça e
papel”, “Químicos” e “Têxteis e vestuário”, praticamente
estacionárias no grupo “Agro-alimentares” e tendencialmente decrescentes nos
restantes (ver Anexo-1).
No período de Janeiro a Agosto de 2022 as
exportações de “Madeira, cortiça e papel” representaram 45,1% do Total
(30,6% em 2021). Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (21,0%
e 23,8%, respectivamente), “Químicos” (16,0% e 20,0%), “Minérios e
metais” (7,3% e 5,9%), “Têxteis e vestuário” (4,1% e 3,5%), “Produtos
acabados diversos” (3,5% e 3,1%) e “Material de transporte terrestre e
partes” (0,7% em cada um dos anos).
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