terça-feira, 11 de outubro de 2022

Comércio Internacional de mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Agosto 2022

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Agosto de 2022

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Agosto de 2021 e 2022, respectivamente em versão já definitiva e em versão preliminar com última actualização em 10 de Outubro de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +25,9% (+10  647 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +37,7% (+19 619 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Agosto de 2022 um acréscimo de +24,3% (+7 111 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +29,7% (+3 535 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +26,1% (+10 076 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +71,3%  (+9 543 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +82,7% ao situar-se em -19 825 milhões de Euros (superior em 8 972 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 2 965 milhões no comércio intracomunitário e de 6 007 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,1%, em 2021, para 72,3%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Agosto de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2021, de 402 para 750 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Setembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 18,3% no total das importações em 2022 e 9,1% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio global, de 72,3% para 80,4%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Agosto, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,2% do Total, cresceram +24,3%, contribuindo com +17,1 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +25,9%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,8% do Total), cresceram +29,7%, contribuindo com +8,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (259%), a França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,0%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,6%) e a Polónia (1,3%), destinos que representaram 74,9% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 50,8% nas nossas exportações (+299,8 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+75,0 milhões), “Agro-alimentares” (+63,1 milhões), Químicos (+47,9 milhões), “Produtos acabados diversos” (+34,6 milhões), “Minérios e metais” (+30,0 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+20,5 milhões), “Têxteis e vestuário” (+8,3 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+6,8 milhões), “Energéticos” (5,1%), “Calçado, peles e couros” (+4,3 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+4,2 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+25,9%) pertenceram a Espanha (+9,3 p.p.), aos EUA (+3,2 p.p.), à Alemanha (+2,7 p.p.), à França (+2,3 p.p.), às Provisões de Bordo Extra-UE (1,5 p.p.), aos Países Baixos (+1,3 p.p.), à Itália (+1,1 p.p.), ao Reino Unido/Irl NT (+0,9 p.p.) â Turquia (+0,5 p.p.) e à Suécia (+0,4 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,4 p.p.), ao Japão e à China (-0,1 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Provisões de Bordo, Suécia, Irlanda, Bélgica, Polónia, Eslováquia, República Checa e Dinamarca. Entre os decréscimos destacou-se Malta.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Reino Unido/Irlanda NT, Angola e Turquia, seguidos do Panamá, Brasil, Suíça, Canadá. Noruega, Israel, Argentina, África do Sul, Cabo Verde, Arábia Saudita e Catar.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Rússia, Japão, China e Vietname.

3.2 - Importações

Em 2022, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 68,0% do total, registaram um acréscimo de +26,1% e contribuíram com +19,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +37,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +71,3%, representando 32,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +18,3 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (31,7% do Total) e a Alemanha (10,9%).

Seguiram-se a França (5,8%), a China (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a Itália e o Brasil (4,5% cada), os EUA (3,3%) a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (2,0%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 75,7% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+37,7%) destacou-se o da Espanha, (+10,9 p.p.), seguida do Brasil (+3,0 p.p.), da China e EUA (+2,3 p.p. cada), da Alemanha (+2,0 p.p.), dos Países Baixos (+1,3 p.p.), da Bélgica (+1,2 p.p.), da França (+1,1 p.p.) e da Itália (+1,0 p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Ucrânia (‑0,04 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária (não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Nos primeiros oito meses de 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2218 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1791 milhões), aos EUA (+1281 milhões), a Angola (+452 milhões) e a Gibraltar (+360 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-9294 milhões de Euros), seguida da China (-3121 milhões), do Brasil (-2614 milhões), da Alemanha (‑2202 milhões) e da Nigéria (-1442 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).

No período de Janeiro a Agosto de 2022, todos os grupos registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,4% do Total e +1771 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,0% e +788 milhões), “Agro-alimentares” (12,5% e +1226 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,3% e +648 milhões), “Minérios e metais” (10,8% e +1232 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos” (9,1% e +2245 milhões), “Produtos acabados diversos” (9,0% e +702 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,2% e +614 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,9% e +1027 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +324 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,6% e +70 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Em 2022, no período em análise, foi também positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Energéticos” (18,3% e +7625 milhões), “Químicos” (17,1% e +2285 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,9% e +1628 milhões), “Agro-alimentares” (13,9% e +2202 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,6% e +1788 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (8,9% e +1220 milhões), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +764 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e +961 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +670 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +405 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +71 milhões de Euros). 


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Agosto de 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, Irlanda, França e EUA).


Seguiram-se no “ranking” a França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,0%), o Reino Unido/Irl NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,7%) e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,6%).

Estes dez destinos representaram 75,3% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,7% do total.

A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha, EUA, Brasil, Canadá e França).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (10,9%), a França (5,8%), a China (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a Itália e o Brasil (4,5% cada), os EUA (3,3%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (2,0%). Estes dez países cobriram 75,7% das importações totais.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022                        face a 2021, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 11 de Outubro de 2022.


ANEXO





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