De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Agosto de 2021 e 2022, respectivamente em versão já
definitiva e em versão preliminar com última actualização em 10 de Outubro de
2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +25,9%
(+10 647 milhões de Euros), a par de um
aumento das importações de +37,7% (+19 619 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)”
e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a
zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e
Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este
código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Agosto de 2022
um acréscimo de +24,3% (+7 111 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +29,7% (+3 535 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +26,1% (+10 076 milhões) e as originárias
dos Países Terceiros +71,3% (+9 543
milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +82,7% ao situar-se em -19
825 milhões de Euros (superior em 8 972 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 2 965 milhões no comércio intracomunitário e de 6
007 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 79,1%, em 2021, para 72,3%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro
a Agosto de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 402 para 750 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Setembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
18,3% no total das importações em 2022 e 9,1% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio
global, de 72,3% para 80,4%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Agosto, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 70,2% do Total, cresceram +24,3%, contribuindo com +17,1 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +25,9%. As exportações para o espaço extracomunitário
(29,8% do Total), cresceram +29,7%, contribuindo com +8,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (259%), a
França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (7,0%), o Reino Unido incl. Irlanda
NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), as
Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,6%) e a Polónia (1,3%), destinos
que representaram 74,9% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 50,8%
nas nossas exportações (+299,8 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos
todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+75,0
milhões), “Agro-alimentares” (+63,1 milhões), Químicos (+47,9
milhões), “Produtos acabados diversos” (+34,6 milhões), “Minérios e
metais” (+30,0 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+20,5 milhões),
“Têxteis e vestuário” (+8,3 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (+6,8 milhões), “Energéticos” (5,1%), “Calçado,
peles e couros” (+4,3 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(+4,2 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+25,9%) pertenceram a Espanha (+9,3 p.p.), aos EUA
(+3,2 p.p.), à Alemanha (+2,7 p.p.), à França (+2,3 p.p.), às Provisões de
Bordo Extra-UE (1,5 p.p.), aos Países Baixos (+1,3 p.p.), à Itália (+1,1 p.p.),
ao Reino Unido/Irl NT (+0,9 p.p.) â Turquia (+0,5 p.p.) e à Suécia (+0,4 p.p.).
Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,4 p.p.), ao
Japão e à China (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Provisões de
Bordo, Suécia, Irlanda, Bélgica, Polónia, Eslováquia, República Checa e
Dinamarca. Entre os decréscimos destacou-se Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Reino Unido/Irlanda NT, Angola e
Turquia, seguidos do Panamá, Brasil, Suíça, Canadá. Noruega, Israel, Argentina,
África do Sul, Cabo Verde, Arábia Saudita e Catar.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Rússia, Japão, China e Vietname.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 68,0% do total, registaram um acréscimo de +26,1% e contribuíram
com +19,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +37,7%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +71,3%, representando 32,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +18,3 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (31,7% do
Total) e a Alemanha (10,9%).
Seguiram-se
a França (5,8%), a China (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a Itália e o Brasil
(4,5% cada), os EUA (3,3%) a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (2,0%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 75,7% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+37,7%) destacou-se o da Espanha, (+10,9 p.p.), seguida do Brasil (+3,0
p.p.), da China e EUA (+2,3 p.p. cada), da Alemanha (+2,0 p.p.), dos Países
Baixos (+1,3 p.p.), da Bélgica (+1,2 p.p.), da França (+1,1 p.p.) e da Itália (+1,0
p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Ucrânia (‑0,04 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária
(não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros,
entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Nos primeiros oito meses de 2022, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2218 milhões de Euros), ao
Reino Unido (+1791 milhões), aos EUA (+1281 milhões), a Angola (+452 milhões) e
a Gibraltar (+360 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha
(-9294 milhões de Euros), seguida da China (-3121 milhões), do Brasil (-2614
milhões), da Alemanha (‑2202 milhões) e da Nigéria (-1442 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).
No
período de Janeiro a Agosto de 2022, todos os grupos registaram acréscimos nas
exportações face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,4% do Total e
+1771 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,0% e +788 milhões), “Agro-alimentares” (12,5% e +1226 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,3% e +648 milhões), “Minérios e
metais” (10,8% e +1232 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos”
(9,1% e +2245 milhões), “Produtos acabados diversos” (9,0% e +702
milhões), “Têxteis e vestuário” (8,2% e +614 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,9% e +1027 milhões), “Calçado, peles e couros”
(3,2% e +324 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,6% e +70
milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi também positiva a taxa de variação homóloga em
valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de
produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Energéticos”
(18,3% e +7625 milhões), “Químicos” (17,1%
e +2285 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (15,9% e +1628 milhões), “Agro-alimentares” (13,9% e +2202 milhões de Euros). Seguiram-se os
grupos “Minérios e metais” (9,6% e +1788 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (8,9% e +1220 milhões),
“Produtos acabados diversos” (5,7% e +764 milhões), “Têxteis e
vestuário” (5,0% e +961 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e
+670 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +405 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8% e +71 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Agosto de 2022 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, Irlanda, França e EUA).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,4%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (7,0%), o Reino Unido/Irl NT (4,9%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (4,2%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,7%) e as Provisões de Bordo Extra-UE
(1,6%).
Estes dez
destinos representaram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 31,7% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha,
EUA, Brasil, Canadá e França).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (10,9%), a
França (5,8%), a China (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a Itália e o Brasil (4,5%
cada), os EUA (3,3%), a Bélgica (3,1%) e a Nigéria (2,0%). Estes dez países
cobriram 75,7% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 11 de Outubro de 2022.
ANEXO
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