segunda-feira, 17 de abril de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Fevereiro de 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Fevereiro de 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Fevereiro de 2022 e 2023, em versões preliminares com última actualização em 10 de Abril de 2023, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +10,3% (+1195 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +8,6% (+1366 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +7,4% (+627 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +18,4% (+568 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +14,6% (+1616 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -5,3% (-250 milhões de Euros).

O défice comercial externo (Fob-Cif) cresceu +4,0% ao situar-se em -4399 milhões de Euros (superior em 171 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 990 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 819 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,2%, em 2022, para 74,4%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Fevereiro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto foi idêntico ao do mesmo período do ano anterior, respectivamente 588 e 586 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Março).


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 12,3% no total das importações em 2023 e 7,3% nas exportações, em 2023 o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 74,4%, no comércio global, para 78,7%.


2 – Evolução mensal




3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em Janeiro-Fevereiro de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,3% do Total, cresceram +7,4% contribuindo com +5,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +10,3%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,7% do Total), cresceram +18,4%, contribuindo com +4,9 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (26,2%), a França (13,5%), a Alemanha (10,9%), os EUA (5,1%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,6%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,9%) e Brasil (1,5%), que representaram 74,4% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou em Janeiro-Fevereiro de 2023 um aumento de 23,2% nas nossas exportações (+46,9 milhões de Euros), envolvendo acréscimos nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+21,3 milhões), Químicos (+9,1 milhões), “Minérios e metais” (+8,0 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+3,8 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+3,3 milhões), “Energéticos” (+1,4 milhões), “Têxteis e vestuário” (+716 mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (+313 mil Euros). 

Registaram-se decréscimos nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (-500 mil Euros), “Produtos acabados diversos” (-380 mil Euros) e “Agro-alimentares” (-107 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+10,3%) pertenceram a Espanha (+1,8 p.p.), à Alemanha (+1,3 p.p.), à França e ao Reino Unido (+0,8 p.p. cada), ao Brasil (0,6 p.p.), à Turquia e Provisões de Bordo, tanto Intra como Extracomunitárias (0,5 p.p. cada), a Angola (0,4 p.p.) e à Bélgica (+0,3 p.p.).

Os maiores contributos negativos couberam aos Países Baixos, Gibraltar e Dinamarca (-0,1 p.p. cada). 


Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Provisões de Bordo, Bélgica, Suécia, Polónia e Eslováquia. 

Os maiores decréscimos ocorreram com os Países Baixos e Dinamarca.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se o Reino Unido, o Brasil, a Argélia, o Japão, a Turquia, as Provisões de Bordo, Angola, a Austrália e a África do Sul.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Panamá, do Catar, da Argentina e de Gibraltar.

3.2 - Importações

Em Janeiro-Fevereiro de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,8% do total, registaram um acréscimo de +14,6% e contribuíram com +10,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +8,6%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -5,3%, representando 26,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -1,6 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (32,8% do Total), seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,0%), dos Países Baixos (5,1%), da China e da Itália (4,7% cada), do Brasil (3,7%), da Bélgica (3,0%), dos EUA (2,7%), e da Irlanda (2,3%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,9% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+10,3%) destacou-se o da Espanha, (+3,4 p.p.), seguida da Irlanda (+1,9 p.p.), da Alemanha (+1,3 p.p.), da França (+1,2 p.p.), do Brasil (+0,9 p.p.), dos Países Baixos (+0,6 p.p.), da Polónia e da Itália (0,5 p.p. cada) e do Reino Unido (+0,4 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram na Nigéria (‑1,5 p.p.), na Federação Russa (-1,1 p.p.) e no Azerbaijão e EUA (-0,8 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Fevereiro de 2023 e de 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em Janeiro-Fevereiro de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+512 milhões de Euros), ao Reino Unido (+391 milhões), aos EUA (+194 milhões), a Angola (+165 milhões) e a Israel (+72 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2280 milhões de Euros), seguida da China (-699 milhões), da Alemanha (‑630 milhões), do Brasil (-452 milhões) e dos Países Baixos (-376 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2023 face ao ano anterior (ver ANEXO).

Em Janeiro-Fevereiro de 2023, à excepção do grupo “Energéticos”, todos os restantes registaram acréscimos nas exportações face a 2022.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,9% e +378 milhões face a 2022), “Agro-alimentares” (13,2% e +219 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +255 milhões) “Químicos” (12,7% e +43 milhões), e “Minérios e metais” (10,1% e 36 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7% e +167 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,1% e +10 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,5% e +82 milhões), “Energéticos” (7,3% e -37 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,3% e +38 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e +4 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023, no período em análise, à excepção dos grupos “Energéticos” e “Têxteis e vestuário” e “Minérios e metais”, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao ano anterior, nos restantes grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,6% e +278 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% e +277 milhões), “Agro-alimentares” (13,4% e +420 milhões), “Energéticos” (12,3 % e -359 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,6% e +545 milhões) e “Minérios e metais” (9,2% e -57 milhões). 

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (5,7% e +96 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -20 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +27 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,9% e +51 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,1% e +106 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Fevereiro de 2023 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, França, Suíça e Angola).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,5%), a Alemanha (10,9%), os EUA (5,1%), o Reino Unido/Irl NT (4,6%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (4,0% cada), a Bélgica (2,6%), Angola (1,9%) e o Brasil (1,5%). Estes dez destinos representaram 74,4% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,8% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da Alemanha e Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (7,0%), os Países Baixos (5,1%), a China e Itália (4,7%), o Brasil (3,7%), a Bélgica (3,0%), os EUA (2,7%)  e a Irlanda (2,3%).

Estes dez países cobriram 77,9% das importações totais.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                        face a 2022, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 17 de Abril de 2023.

 

ANEXO




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