1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Fevereiro de 2022 e 2023, em versões preliminares com
última actualização em 10 de Abril de 2023, as exportações de mercadorias aumentaram
em valor, em termos homólogos, +10,3% (+1195 milhões de Euros), a par de um
aumento das importações de +8,6% (+1366 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos
códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +7,4% (+627 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +18,4% (+568 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +14,6% (+1616 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -5,3% (-250 milhões de Euros).
O défice comercial externo (Fob-Cif) cresceu +4,0% ao situar-se em -4399
milhões de Euros (superior em 171 milhões ao do ano anterior), a que
correspondeu um agravamento de 990 milhões no comércio intracomunitário e uma
redução de 819 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura
(Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,2%, em 2022, para 74,4%,
em 2023.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Fevereiro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto foi
idêntico ao do mesmo período do ano anterior, respectivamente 588 e
586 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Março).
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em Janeiro-Fevereiro de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,3% do Total, cresceram +7,4% contribuindo com +5,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +10,3%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,7% do Total), cresceram +18,4%, contribuindo com +4,9 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (26,2%),
a França (13,5%), a Alemanha (10,9%), os EUA (5,1%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,6%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,6%),
Angola (1,9%) e Brasil (1,5%), que representaram 74,4% do total.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou em Janeiro-Fevereiro de 2023 um aumento de 23,2%
nas nossas exportações (+46,9 milhões de Euros), envolvendo acréscimos nos
grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+21,3 milhões), Químicos
(+9,1 milhões), “Minérios e metais” (+8,0 milhões), “Aeronaves, embarcações
e partes” (+3,8 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(+3,3 milhões), “Energéticos” (+1,4 milhões), “Têxteis e vestuário”
(+716 mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (+313 mil Euros).
Registaram-se
decréscimos nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (-500 mil Euros),
“Produtos acabados diversos” (-380 mil Euros) e “Agro-alimentares”
(-107 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+10,3%) pertenceram a Espanha (+1,8 p.p.), à
Alemanha (+1,3 p.p.), à França e ao Reino Unido (+0,8 p.p. cada), ao Brasil
(0,6 p.p.), à Turquia e Provisões de Bordo, tanto Intra como Extracomunitárias
(0,5 p.p. cada), a Angola (0,4 p.p.) e à Bélgica (+0,3 p.p.).
Os maiores
contributos negativos couberam aos Países Baixos, Gibraltar e Dinamarca (-0,1
p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Provisões de Bordo, Bélgica, Suécia, Polónia e Eslováquia.
Os maiores decréscimos ocorreram com os Países Baixos e Dinamarca.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se o Reino Unido, o Brasil, a Argélia, o Japão, a Turquia, as
Provisões de Bordo, Angola, a Austrália e a África do Sul.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os do Panamá, do Catar, da Argentina e de Gibraltar.
3.2 - Importações
Em Janeiro-Fevereiro
de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,8% do
total, registaram um acréscimo de +14,6% e contribuíram com +10,2 p.p. para uma
taxa de variação homóloga global de +8,6%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -5,3%, representando 26,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -1,6 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (32,8% do
Total), seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,0%), dos Países Baixos (5,1%),
da China e da Itália (4,7% cada), do Brasil (3,7%), da Bélgica (3,0%), dos EUA (2,7%),
e da Irlanda (2,3%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 77,9% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+10,3%) destacou-se o da Espanha, (+3,4 p.p.), seguida da Irlanda
(+1,9 p.p.), da Alemanha (+1,3 p.p.), da França (+1,2 p.p.), do Brasil (+0,9
p.p.), dos Países Baixos (+0,6 p.p.), da Polónia e da Itália (0,5 p.p. cada) e
do Reino Unido (+0,4 p.p.).
Os
principais contributos negativos incidiram na Nigéria (‑1,5 p.p.), na
Federação Russa (-1,1 p.p.) e no Azerbaijão e EUA (-0,8 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a
Fevereiro de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em Janeiro-Fevereiro de 2023, os maiores saldos positivos da balança
comercial (Fob-Cif) couberam à França (+512 milhões de Euros), ao Reino Unido
(+391 milhões), aos EUA (+194 milhões), a Angola (+165 milhões) e a Israel (+72
milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-2280 milhões de Euros), seguida da China (-699 milhões), da Alemanha
(‑630 milhões), do Brasil (-452 milhões) e dos Países Baixos (-376 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2023 face ao ano anterior (ver ANEXO).
Em
Janeiro-Fevereiro de 2023, à excepção do grupo “Energéticos”, todos os restantes
registaram acréscimos nas exportações face a 2022.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,9% e +378 milhões face a 2022), “Agro-alimentares” (13,2% e +219
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +255
milhões) “Químicos” (12,7% e +43 milhões), e “Minérios e metais” (10,1% e 36 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7% e +167 milhões), “Têxteis
e vestuário” (8,1% e +10 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,5% e
+82 milhões), “Energéticos” (7,3% e -37 milhões),
“Calçado, peles e couros” (3,3% e +38 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,5% e +4 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2023,
no período em análise, à excepção dos grupos “Energéticos” e “Têxteis
e vestuário” e “Minérios e metais”, foi positiva a taxa de variação
homóloga em valor, face ao ano anterior, nos restantes grupos de produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,6% e +278 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,3% e +277 milhões), “Agro-alimentares” (13,4% e +420 milhões), “Energéticos” (12,3 % e -359 milhões),
“Material de transporte terrestre e
partes” (11,6% e +545 milhões) e “Minérios e metais” (9,2% e -57 milhões).
Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (5,7% e +96 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -20 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +27 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,9% e +51 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,1% e +106 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Fevereiro de 2023 a primeira
posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Calçado, peles e couros”
(4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida do Brasil, França, Suíça e Angola).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,5%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (5,1%), o Reino Unido/Irl NT (4,6%), a Itália (4,1%), os
Países Baixos (4,0% cada), a Bélgica (2,6%), Angola (1,9%) e o Brasil (1,5%). Estes
dez destinos representaram 74,4% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,8% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da
Alemanha e Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a
França (7,0%), os Países Baixos (5,1%), a China e Itália (4,7%), o Brasil (3,7%),
a Bélgica (3,0%), os EUA (2,7%) e a Irlanda
(2,3%).
Estes dez
países cobriram 77,9% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
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