1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Agosto de 2022 em versão definitiva e de 2023 em
versão preliminar, com última actualização em 10 de Outubro, as exportações de
mercadorias em 2023 aumentaram, em termos homólogos, +0,3% (+156 milhões de
Euros), a par de um decréscimo das importações de -2,7% (-1930 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores correspondentes aos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um
acréscimo de +0,5% (+168 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros decrescido -0,1% (-12 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +5,4% (+2641 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -20,0% (-4571 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -10,5% face a 2022, situou-se em -17819 milhões de
Euros (inferior em 2086 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 2473 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 4558 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 72,3%, em 2022, para 74,5%, em 2023.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Agosto de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 750 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 545 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Setembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,9% no total das importações em 2023 e 6,8% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2023 sobe de 74,5%, no
comércio global, para 78,8%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,4%
do Total, cresceram +0,5%, contribuindo com +0,3 pontos percentuais (p.p.) para
uma taxa de ‘crescimento’ global de +0,3%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,6% do Total), decresceram
-0,1%, com contributo praticamente nulo para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,6%),
a França (13,3%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,4%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,6%),
Angola (1,7%) e a Polónia (1,5%), que representaram 74,4% do total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido,
registou no período em análise um aumento de +1,2% nas nossas exportações (+10,3
milhões de Euros).
Ocorreram
decréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (-25,2
milhões de Euros), “Madeira, cortiça e papel” (-14,4 milhões), Químicos
(-7,7 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,6 milhões), “Calçado,
peles e couros” (-2,3 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-2,0
milhões).
Os acréscimos
incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+45,3
milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+9,8
milhões), “Minérios e metais” (+7,0 milhões), “Energéticos” (+2,7
milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+574 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+0,3%) pertenceram à França (+1,0 p.p.), a Marrocos (+0,5
p.p.), à Bélgica (+0,3 p.p.), à China (+0,2 p.p.) e à Polónia, Turquia, Roménia,
Alemanha, Brasil e Eslováquia (+0,1 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam aos EUA (-0,59 p.p.), aos Países Baixos
(-0,43 p.p.) e à Espanha (-0,36 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em França, seguidos dos da Bélgica, Polónia, Roménia, Alemanha, Eslováquia,
República Checa, Provisões de Bordo, Suécia, Bulgária e Hungria. Os maiores decréscimos
ocorreram com os Países Baixos, Espanha, Itália, Dinamarca, Irlanda, Finlândia e
Lituânia.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Japão, os Emiratos Árabes Unidos, a China,
a Austrália, a Turquia, o Brasil, a Suíça, a Ucrânia e o Vietname.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os dos EUA, de Gibraltar, das Provisões de Bordo, do Panamá, do
Reino Unido, da Argentina, da Noruega, de Israel e do Catar.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Agosto de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 73,9% do total, registaram um acréscimo de +5,4% e
contribuíram com +3,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -2,7%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -20,0% representando 26,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -6,4 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,5% do
Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (6,7%), dos Países Baixos (5,3%),
da China (5,0%), da Itália (4,9%), do Brasil (3,7%), da Bélgica (3,1%), dos EUA
(2,3%) e da Polónia (2,0%).
Estes países representaram, no seu conjunto, 78,1% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (-2,7%) destacou-se o da Espanha, (+1,2 p.p.), seguido dos da Irlanda (+0,9
p.p.), da França (+0,7 p.p.), da Alemanha (+0,5 p.p.), da Polónia (+0,3 p.p.),
e da Rep. Checa, Ucrânia, Suíça, Países Baixos e Roménia (0,1 p.p. cada).
Os
principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,0 p.p.), na
Nigéria (-0,9 p.p.), no Brasil (-0,8 p.p.) e no Azerbaijão (-0,5 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Agosto
de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Agosto de 2023, os maiores saldos positivos
da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2193 milhões de Euros), aos
EUA (+1685 milhões), ao Reino Unido (+1649 milhões), a Angola (+722 milhões) e a
Marrocos (+388 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-10121 milhões de Euros), seguida da China (-2939 milhões), da
Alemanha (‑2423 milhões), do Brasil (-1984 milhões) e dos Países Baixos (-1756 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
No
período de Janeiro-Agosto de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura
foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,2% do Total e +1034 milhões de
Euros face ao ano anterior), “Químicos” (13,5% e -399 milhões), “Agro-alimentares”
(13,3% e +406 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,8%
e +851 milhões) e “Minérios e metais” (10,2% e -300
milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e +452 milhões), “Têxteis
e vestuário” (7,7% e -227 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (6,9% e -459 milhões), “Energéticos”
(6,8% e -1179 milhões), “Calçado, peles e
couros” (3,2% e -2 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,6% e -21 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
Em 2023 os
grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,6% do Total e +701 milhões de Euros face ao ano
anterior), “Químicos” (17,4% e -129 milhões), “Agro-alimentares”
(15,5% e +886 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,0% e +1962 milhões) e “Energéticos” (11,9 % e -4683 milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -507 milhões
de Euros), “Produtos acabados
diversos” (6,0% e +240 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -158 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,1%
e -132 milhões), “Calçado, peles e couros”
(1,8% e +35 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e -145 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira
posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,6% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das
Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado,
peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,3%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (6,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,1%),
os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,7%) e a Polónia (1,5%).
Estes dez destinos representaram 74,4% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,5% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da
Alemanha, dos EUA e do Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a
França (6,7%), os Países Baixos (5,3%), a China (5,0%), a Itália (4,9%), o
Brasil (3,7%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,3%) e a Polónia (2,0%).
Estes dez países cobriram 78,1% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 14 de Outubro de 2023.
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