domingo, 15 de outubro de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Agosto de 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Agosto de 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Agosto de 2022 em versão definitiva e de 2023 em versão preliminar, com última actualização em 10 de Outubro, as exportações de mercadorias em 2023 aumentaram, em termos homólogos, +0,3% (+156 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -2,7% (-1930 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores correspondentes aos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +0,5% (+168 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -0,1% (-12 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +5,4% (+2641 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -20,0% (-4571 milhões de Euros). 


O défice comercial externo (Fob-Cif), -10,5% face a 2022, situou-se em -17819 milhões de Euros (inferior em 2086 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2473 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 4558 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 72,3%, em 2022, para 74,5%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Agosto de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 750 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 545 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Setembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,9% no total das importações em 2023 e 6,8% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2023 sobe de 74,5%, no comércio global, para 78,8%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,4% do Total, cresceram +0,5%, contribuindo com +0,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +0,3%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,6% do Total), decresceram -0,1%, com contributo praticamente nulo para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,6%), a França (13,3%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,4%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,7%) e a Polónia (1,5%), que representaram 74,4% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +1,2% nas nossas exportações (+10,3 milhões de Euros).

Ocorreram decréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (-25,2 milhões de Euros), “Madeira, cortiça e papel” (-14,4 milhões), Químicos (-7,7 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,6 milhões), “Calçado, peles e couros” (-2,3 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-2,0 milhões).

Os acréscimos incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+45,3 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+9,8 milhões), “Minérios e metais” (+7,0 milhões), “Energéticos” (+2,7 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+574 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+0,3%) pertenceram à França (+1,0 p.p.), a Marrocos (+0,5 p.p.), à Bélgica (+0,3 p.p.), à China (+0,2 p.p.) e à Polónia, Turquia, Roménia, Alemanha, Brasil e Eslováquia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam aos EUA (-0,59 p.p.), aos Países Baixos (-0,43 p.p.) e à Espanha (-0,36 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em França, seguidos dos da Bélgica, Polónia, Roménia, Alemanha, Eslováquia, República Checa, Provisões de Bordo, Suécia, Bulgária e Hungria. Os maiores decréscimos ocorreram com os Países Baixos, Espanha, Itália, Dinamarca, Irlanda, Finlândia e Lituânia.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Japão, os Emiratos Árabes Unidos, a China, a Austrália, a Turquia, o Brasil, a Suíça, a Ucrânia e o Vietname.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os dos EUA, de Gibraltar, das Provisões de Bordo, do Panamá, do Reino Unido, da Argentina, da Noruega, de Israel e do Catar.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Agosto de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,9% do total, registaram um acréscimo de +5,4% e contribuíram com +3,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -2,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -20,0% representando 26,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -6,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,5% do Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (6,7%), dos Países Baixos (5,3%), da China (5,0%), da Itália (4,9%), do Brasil (3,7%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,3%) e da Polónia (2,0%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,1% do total das importações.


Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-2,7%) destacou-se o da Espanha, (+1,2 p.p.), seguido dos da Irlanda (+0,9 p.p.), da França (+0,7 p.p.), da Alemanha (+0,5 p.p.), da Polónia (+0,3 p.p.), e da Rep. Checa, Ucrânia, Suíça, Países Baixos e Roménia (0,1 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,0 p.p.), na Nigéria (-0,9 p.p.), no Brasil (-0,8 p.p.) e no Azerbaijão (-0,5 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Agosto de 2023 e de 2022.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Agosto de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2193 milhões de Euros), aos EUA (+1685 milhões), ao Reino Unido (+1649 milhões), a Angola (+722 milhões) e a Marrocos (+388 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-10121 milhões de Euros), seguida da China (-2939 milhões), da Alemanha (‑2423 milhões), do Brasil (-1984 milhões) e dos Países Baixos (-1756 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

No período de Janeiro-Agosto de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,2% do Total e +1034 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (13,5% e -399 milhões), “Agro-alimentares” (13,3% e +406 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,8% e +851 milhões) e “Minérios e metais” (10,2% e -300 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e +452 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,7% e -227 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -459 milhões), “Energéticos” (6,8% e -1179 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e -2 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -21 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023 os grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6% do Total e +701 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,4% e -129 milhões), “Agro-alimentares” (15,5% e +886 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,0% e +1962 milhões) e “Energéticos” (11,9 % e -4683 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -507 milhões de Euros),  “Produtos acabados diversos” (6,0% e +240 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -158 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,1% e -132 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +35 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e -145 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,3%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,7%) e a Polónia (1,5%).

Estes dez destinos representaram 74,4% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,5% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Alemanha, dos EUA e do Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (6,7%), os Países Baixos (5,3%), a China (5,0%), a Itália (4,9%), o Brasil (3,7%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,3%) e a Polónia (2,0%).

Estes dez países cobriram 78,1% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                      face a 2022, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 14 de Outubro de 2023.

 

ANEXO






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