1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Novembro de 2022, em versão definitiva, e de 2023, em
versão preliminar, com última actualização em 9 de Janeiro de 2024, as
exportações de mercadorias em 2023 decresceram, em termos homólogos, -1,1% (-770
milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -4,0% (-4000
milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -0,8% (-422 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido também ‑1,6% (-348 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +3,5% (+2454 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -20,7% (-6454 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -11,4% face a 2022, situou-se em -24995 milhões de
Euros (inferior em 3230 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 2876 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 6106 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 72,0%, em 2022, para 74,2%, em 2023.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Novembro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu
de 748 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 588 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,7% no total das importações em 2023 e 6,5% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe em 2023 de 74,2%, no
comércio global, para 78,5%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,7%
do Total, decresceram -0,8%, contribuindo com -0,6 pontos percentuais (p.p.)
para uma taxa de ‘crescimento’ global de -1,1%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,3% do Total), decresceram
-1,6%, com um contributo de -0,5 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (13,2%), a Alemanha (11,0%),
os EUA (6,3%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,3%), os
Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,6%) e as Provisões de Bordo
P.Terceiros (1,5%), que representaram 74,5% do total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido,
registou no período em análise um decréscimo de -10,1% nas nossas exportações (-132,2
milhões de Euros).
Os
maiores decréscimos ocorreram nos grupos de produtos “Agro-alimentares”
(‑70,9 milhões de Euros), Químicos (-37,8 milhões), “Madeira, cortiça
e papel” (‑21,4 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-13,0
milhões), seguidos de “Têxteis e vestuário” (-4,9 milhões), “Calçado,
peles e couros” (-2,8 milhões), “Minérios e metais” (-1,5 milhões) e
“Energéticos” (-289 mi Euros).
Os acréscimos
incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+10,7
milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+9,2
milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+488 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (-1,1%) pertenceram à França (+0,7 p.p.), a Marrocos (+0,4
p.p.), à China (+0,2 p.p.), e ao Brasil, Bélgica, Roménia, Suécia, Polónia, Rep.
Checa e Provisões de Bordo Intra (+0,1 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam a Espanha (-0,7 p.p.), aos Países Baixos
(-0,5 p.p.), aos EUA e Gibraltar (-0,3 p.p. cada), e à Itália, Prov. Bordo para
Terceiros, Reino Unido/Irl NT e Angola (-0,2 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em França, seguidos dos da Bélgica, Roménia, Suécia, Polónia, República
Checa, Provisões de Bordo e Eslováquia. Os maiores decréscimos ocorreram
com a Espanha, Países Baixos, Itália, Dinamarca, Irlanda, Lituânia, Finlândia e
Alemanha.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Japão, a China, os Emiratos Árabes Unidos,
o Brasil, a Austrália, a Suíça e Singapura.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os dos EUA, de Gibraltar, das Provisões de Bordo, do Reino
Unido, de Angola, de Israel, da Argentina, do Panamá, da Noruega e da África do
Sul.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Novembro de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +3,5% e
contribuíram com +2,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -4,0%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -20,7% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -6,4 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,7% do
Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (6,9%), dos Países Baixos (5,4%),
da China e Itália (5,0% cada), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%)
e da Polónia (1,9%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,3% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (-4,0%), destacaram-se os da Irlanda (+0,8 p.p.), da França e da Espanha,
(+0,6 p.p.), da Alemanha (+0,3 p.p.), da Polónia (+0,2 p.p.), seguidos da
Países Baixos, Ucrânia e Suíça, (+0,1 p.p. cada).
Os
principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,1 p.p.), Brasil
(-0,9 p.p.), Nigéria (-0,5 p.p.), Azerbaijão e China (-0,4 p.p. cada),
Federação Russa e Turquia (-0,3 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de
Janeiro a Novembro de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Novembro de 2023, os maiores saldos positivos
da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2739 milhões de Euros), aos
EUA (+2429 milhões), ao Reino Unido (+2343 milhões), a Angola (+992 milhões) e a
Marrocos (+486 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-14065 milhões de Euros), seguida da China (-4124 milhões), da Alemanha (‑3407 milhões), dos Países Baixos (-2648 milhões) e do Brasil (-2434 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
No
período de Janeiro-Novembro de 2023, os grupos que detiveram maior peso na
estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do Total e +839
milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares”
(13,7% e +554 milhões), “Químicos” (13,5% e -408
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e +668
milhões) e “Minérios e metais” (10,2% e -330 milhões
de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,9% e +493 milhões), “Têxteis
e vestuário” (7,7% e -263 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (6,9% e -705 milhões), “Energéticos”
(6,5% e -1414 milhões), “Calçado, peles e
couros” (3,1% e -93 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,6% e -9 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
Em 2023 os
grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,9% do Total e +321 milhões de Euros face ao ano
anterior), “Químicos” (17,4% e -476 milhões), “Agro-alimentares”
(15,6% e +901 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,9% e +2263 milhões) e “Energéticos” (11,7% e ‑5839 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,0% e -923 milhões
de Euros), “Produtos acabados
diversos” (6,0% e +192 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -293 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0%
e -355 milhões), “Calçado, peles e couros”
(1,7% e -39 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8% e -53 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira
posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição, depois das Provisões de
Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha
(11,0%), os EUA (6,3%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países
Baixos (3,5%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,6%) e Provisões de Bordo P.Terceiros
(1,5%).
Estes dez destinos representaram 74,5% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,7% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha,
da França, do Brasil e dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a
França (6,9%), os Países Baixos (5,4%), a China e a Itália (5,0% cada), o
Brasil (3,5%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,2%) e a Polónia (1,9%).
Estes dez
países cobriram 78,3% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 11 de Janeiro de 2024.
ANEXO
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