quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro-Novembro 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro-Novembro 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Novembro de 2022, em versão definitiva, e de 2023, em versão preliminar, com última actualização em 9 de Janeiro de 2024, as exportações de mercadorias em 2023 decresceram, em termos homólogos, -1,1% (-770 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -4,0% (-4000 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -0,8% (-422 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido também ‑1,6% (-348 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +3,5% (+2454 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -20,7% (-6454 milhões de Euros).

O défice comercial externo (Fob-Cif), -11,4% face a 2022, situou-se em -24995 milhões de Euros (inferior em 3230 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2876 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 6106 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 72,0%, em 2022, para 74,2%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Novembro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 748 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 588 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,7% no total das importações em 2023 e 6,5% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe em 2023 de 74,2%, no comércio global, para 78,5%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,7% do Total, decresceram -0,8%, contribuindo com -0,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de -1,1%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,3% do Total), decresceram -1,6%, com um contributo de -0,5 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (13,2%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,3%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,6%) e as Provisões de Bordo P.Terceiros (1,5%), que representaram 74,5% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -10,1% nas nossas exportações (-132,2 milhões de Euros).

Os maiores decréscimos ocorreram nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (‑70,9 milhões de Euros), Químicos (-37,8 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (‑21,4 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-13,0 milhões), seguidos de “Têxteis e vestuário” (-4,9 milhões), “Calçado, peles e couros” (-2,8 milhões), “Minérios e metais” (-1,5 milhões) e “Energéticos” (-289 mi Euros).

Os acréscimos incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+10,7 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+9,2 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+488 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (-1,1%) pertenceram à França (+0,7 p.p.), a Marrocos (+0,4 p.p.), à China (+0,2 p.p.), e ao Brasil, Bélgica, Roménia, Suécia, Polónia, Rep. Checa e Provisões de Bordo Intra (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Espanha (-0,7 p.p.), aos Países Baixos (-0,5 p.p.), aos EUA e Gibraltar (-0,3 p.p. cada), e à Itália, Prov. Bordo para Terceiros, Reino Unido/Irl NT e Angola (-0,2 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em França, seguidos dos da Bélgica, Roménia, Suécia, Polónia, República Checa, Provisões de Bordo e Eslováquia. Os maiores decréscimos ocorreram com a Espanha, Países Baixos, Itália, Dinamarca, Irlanda, Lituânia, Finlândia e Alemanha.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Japão, a China, os Emiratos Árabes Unidos, o Brasil, a Austrália, a Suíça e Singapura.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os dos EUA, de Gibraltar, das Provisões de Bordo, do Reino Unido, de Angola, de Israel, da Argentina, do Panamá, da Noruega e da África do Sul.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Novembro de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +3,5% e contribuíram com +2,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -4,0%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -20,7% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -6,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,7% do Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (6,9%), dos Países Baixos (5,4%), da China e Itália (5,0% cada), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Polónia (1,9%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,3% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-4,0%), destacaram-se os da Irlanda (+0,8 p.p.), da França e da Espanha, (+0,6 p.p.), da Alemanha (+0,3 p.p.), da Polónia (+0,2 p.p.), seguidos da Países Baixos, Ucrânia e Suíça, (+0,1 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,1 p.p.), Brasil (-0,9 p.p.), Nigéria (-0,5 p.p.), Azerbaijão e China (-0,4 p.p. cada), Federação Russa e Turquia (-0,3 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Novembro de 2023 e de 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Novembro de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2739 milhões de Euros), aos EUA (+2429 milhões), ao Reino Unido (+2343 milhões), a Angola (+992 milhões) e a Marrocos (+486 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-14065 milhões de Euros), seguida da China (-4124 milhões), da Alemanha (‑3407 milhões), dos Países Baixos (-2648 milhões) e do Brasil (-2434 milhões).



5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

No período de Janeiro-Novembro de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do Total e +839 milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (13,7% e +554 milhões), “Químicos” (13,5% e -408 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e +668 milhões) e “Minérios e metais” (10,2% e -330 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,9% e +493 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,7% e -263 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -705 milhões), “Energéticos” (6,5% e -1414 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,1% e -93 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -9 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023 os grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,9% do Total e +321 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,4% e -476 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +901 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e +2263 milhões) e “Energéticos” (11,7% e ‑5839 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,0% e -923 milhões de Euros),  “Produtos acabados diversos” (6,0% e +192 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -293 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -355 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e -39 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e -53 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição, depois das Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,3%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,6%) e Provisões de Bordo P.Terceiros (1,5%).

Estes dez destinos representaram 74,5% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,7% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha, da França, do Brasil e dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (6,9%), os Países Baixos (5,4%), a China e a Itália (5,0% cada), o Brasil (3,5%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,2%) e a Polónia (1,9%).

Estes dez países cobriram 78,3% da importação total.

 

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                        face a 2022, por meses homólogos não acumulados




Alcochete, 11 de Janeiro de 2024.

 

ANEXO



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