sábado, 13 de julho de 2024

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Maio 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Maio 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2023 em versão definitiva, e de 2024 em versão preliminar, com última actualização em 10 de Julho de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 decresceram, em termos homólogos, -0,4% (-131 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -1,9% (-861 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -0,2% (-58 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo de -0,8% (-74 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) decresceram -2,2% (-716 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -1,3% (145 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -6,5% face a 2023, situou-se em -10420 milhões de Euros (inferior em 729 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam desagravamentos de 658 milhões no comércio intracomunitário e de 71 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,0%, em 2023, para 76,2%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Maio de 2024 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 577 Euros/Ton, no mesmo período de 2023, para 597 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Junho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,7% no total das importações em 2024 e 7,4% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,2% no comércio global, para 79,0%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,9% do Total, decresceram -0,2%, contribuindo com -0,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de -0,4%. As exportações para o espaço extracomunitário, 29,1% do Total, decresceram -0,8%, contribuindo com uma taxa negativa de -0,2 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,3%), a França (12,9%), a Alemanha (11,5%), os EUA (6,6%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,8%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,5%), países que representaram 74,9% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -33,3% nas nossas exportações (-196,8 milhões de Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+704 mil Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+489 mil Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-67,0 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (‑33,6 milhões), Químicos (-32,7 milhões), “Produtos acabados diversos” (-30,9 milhões) e “Minérios e metais” (-21,0 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,1 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,6 milhões), “Têxteis e vestuário” (-2,5 milhões), e “Calçado, peles e couros” (-1,6 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de -0,4 p.p. couberam a Angola e França (-0,6 p.p.cada), à Turquia (-0,4 p.p.), à Espanha e Países Baixos (-0,3 p.p. cada), à Irlanda, China e Eslováquia (-0,2 p.p. cada) e a Israel e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+0,5 p.p.), ao Brasil , EUA, Finlândia e Gibraltar (+0,3 p.p. cada), à Itália e Reino Unido/Irl NT (+0,2 p.p. cada), e à Rep. Checa e Marrocos (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Finlândia, Itália, República Checa, Dinamarca, Bélgica, Polónia, Hungria e Grécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Espanha, Países Baixos, Irlanda, Eslováquia, Provisões de Bordo, Lituânia e Roménia. 


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se o Brasil, os EUA, Gibraltar, o Reino Unido/Irl.NT, o Egipto, Marrocos, o Vietname, a Ucrânia e Ceuta.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Angola, da Turquia, da China, do Japão, da África do Sul, de Israel, da Argélia, do Panamá, da Noruega e da Arábia Saudita.

3.2 – Importações

Em 2024 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,1% do total, registaram um decréscimo de -2,2% e contribuíram com -1,6 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -1,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -1,3% representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -0,3 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,7% do Total), seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,0%), dos Países Baixos e da Itália (5,2% cada), da China (4,6%), do Brasil (3,6%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Polónia (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,1% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-1,7%), destacaram-se os da Argélia (+0,5 p,p,), da Nigéria (+0,4 p.p.), do Azerbaijão, Turquia e Arábia Saudita (+0,3 p.p. cada), da Áustria (+0,2 p.p.),  e da Itália, Marrocos, França e Roménia (+0,1 p.p. cada). Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-1,2 p.p.), na Irlanda (-0,6 p.p.), nos EUA, Polónia e Brasil (-0,3 p.p.cada), na China e P.Baixos (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Maio de 2024 e 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Maio de 2024, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1260 milhões), a França (+1228 milhões) e  ao Reino Unido (+1097 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5863 milhões de Euros), seguida da China (-1750 milhões), da Alemanha (‑1326 milhões), dos Países Baixos (-1147 milhões) e do Brasil (-1078 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e -94 milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (14,1% e +427 milhões), “Químicos” (13,3% e -262 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e -64 milhões), “Minérios e metais” (10,1% e -97 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,6% e ‑48 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,4% e +252 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,3% e -144 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -50 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,7% e -91 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes (0,7% e +39 milhões de Euros).

5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,1% e +153 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,3% e -485 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +65 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,9% e +272 milhões), “Energéticos” (10,7% e -585 milhões) e “Minérios e metais” (9,0% e -153 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,0% e valor praticamente nulo), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -112 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,9% e -114 milhões),“Calçado, peles e couros” (1,8% e valor praticamente nulo) e “Aeronaves. Embarcações e partes” (0,9% e +99 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil França, EUA e Ucrânia.

Seguiram-se no “ranking” a França (12,9%), a Alemanha (11,5%), os EUA (6,6%), o Reino Unido e Irl NT (4,8%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,5%).

Estes dez destinos representaram 74,9% da exportação total.

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 33,4% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Áustria, França e Malta).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (7,0%), os Países Baixos  e Itália (5,2% cada), a China (4,6%), o Brasil (3,6%), a Bélgica (3,1%), o EUA (2,2%) e a Polónia (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,1% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                       face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Julho de 2024.

ANEXO




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