Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Maio 2024)
De acordo
com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período
de Janeiro a Maio de 2023 em versão definitiva, e de 2024 em versão preliminar,
com última actualização em 10 de Julho de 2024, as exportações de mercadorias em
2024 decresceram, em termos homólogos, -0,4% (-131 milhões de Euros), a par de um
decréscimo das importações de -1,9% (-861 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações
para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais
27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -0,2% (-58 milhões
de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo
de -0,8% (-74 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas)
decresceram -2,2% (-716 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram
-1,3% (145 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -6,5% face a 2023, situou-se em -10420 milhões de
Euros (inferior em 729 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam desagravamentos
de 658 milhões no comércio intracomunitário e de 71 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 75,0%, em 2023, para 76,2%, em 2024.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Maio de 2024 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 577 Euros/Ton, no mesmo período de 2023, para 597 Euros/Ton.
Para
além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em
dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes
da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês
de Junho).
Se excluirmos do total das
importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,7% no total das
importações em 2024 e 7,4% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,2% no comércio global, para 79,0%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2024, no período em
análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,9% do Total,
decresceram -0,2%, contribuindo com -0,2 pontos percentuais (p.p.) para uma
taxa de ‘crescimento’ global de -0,4%.
As exportações para o espaço extracomunitário, 29,1% do Total, decresceram
-0,8%, contribuindo com uma taxa negativa de -0,2 p.p. para a taxa de variação
global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,3%), a França (12,9%), a Alemanha
(11,5%), os EUA (6,6%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,8%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,5%),
países que representaram 74,9% do Total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -33,3% nas nossas exportações (-196,8 milhões de
Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+704 mil Euros) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (+489 mil Euros), ocorreram decréscimos em
todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos
grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-67,0 milhões de Euros), “Agro-alimentares”
(‑33,6 milhões), Químicos (-32,7 milhões), “Produtos acabados
diversos” (-30,9 milhões) e “Minérios e metais” (-21,0 milhões de
Euros). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,1 milhões),
“Material de transporte terrestre e partes” (-2,6 milhões), “Têxteis
e vestuário” (-2,5 milhões), e “Calçado, peles e couros” (-1,6
milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de
variação homóloga de -0,4 p.p. couberam a Angola e França (-0,6 p.p.cada), à
Turquia (-0,4 p.p.), à Espanha e Países Baixos (-0,3 p.p. cada), à Irlanda,
China e Eslováquia (-0,2 p.p. cada) e a Israel e Provisões de Bordo Intra-UE
(-0,1 p.p. cada).
Os maiores contributos positivos pertenceram à
Alemanha (+0,5 p.p.), ao Brasil , EUA, Finlândia e Gibraltar (+0,3 p.p. cada),
à Itália e Reino Unido/Irl NT (+0,2 p.p. cada), e à Rep. Checa e Marrocos (+0,1
p.p. cada).
Os
maiores acréscimos nas expedições
para o espaço comunitário incidiram na
Alemanha, Finlândia, Itália, República Checa, Dinamarca, Bélgica, Polónia,
Hungria e Grécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Espanha,
Países Baixos, Irlanda, Eslováquia, Provisões de Bordo, Lituânia e Roménia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se o Brasil, os EUA, Gibraltar, o Reino Unido/Irl.NT, o Egipto,
Marrocos, o Vietname, a Ucrânia e Ceuta.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Angola, da Turquia, da China, do
Japão, da África do Sul, de Israel, da Argélia, do Panamá, da Noruega e da
Arábia Saudita.
3.2 – Importações
Em 2024 as
chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,1% do total,
registaram um decréscimo de -2,2% e contribuíram com -1,6 p.p. para uma taxa de
variação homóloga global de -1,9%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -1,3% representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -0,3 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,7% do
Total), seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,0%), dos Países Baixos e da Itália
(5,2% cada), da China (4,6%), do Brasil (3,6%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%)
e da Polónia (1,8%).
Estes países representaram, no seu conjunto, 77,1% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise
(-1,7%), destacaram-se os da Argélia (+0,5 p,p,), da Nigéria (+0,4 p.p.), do
Azerbaijão, Turquia e Arábia Saudita (+0,3 p.p. cada), da Áustria (+0,2 p.p.), e da Itália, Marrocos, França e Roménia (+0,1
p.p. cada). Os principais contributos negativos incidiram em Espanha
(-1,2 p.p.), na Irlanda (-0,6 p.p.), nos EUA, Polónia e Brasil (-0,3 p.p.cada),
na China e P.Baixos (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores
acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária
(chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Maio de 2024 e
2023.
4 – Saldos da Balança Comercial
No
período de Janeiro a Maio de 2024, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1260 milhões), a França (+1228
milhões) e ao Reino Unido (+1097
milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-5863 milhões de Euros), seguida da China (-1750 milhões), da Alemanha
(‑1326 milhões), dos Países Baixos (-1147 milhões) e do Brasil (-1078 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2024,
os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,7% do Total e -94 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares”
(14,1% e +427 milhões), “Químicos” (13,3% e -262
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e -64 milhões), “Minérios e metais” (10,1% e -97 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,6%
e ‑48 milhões de Euros).
Seguiram-se os grupos “Energéticos”
(7,4% e +252 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,3% e -144 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9%
e -50 milhões), “Calçado, peles e couros”
(2,7% e -91 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,7% e +39
milhões de Euros).
5.2 – Importações
No
período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações
foram “Máquinas, aparelhos e partes”
(18,1% e +153 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,3% e -485 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +65 milhões),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,9% e +272 milhões), “Energéticos”
(10,7% e -585 milhões) e “Minérios e metais” (9,0%
e -153 milhões de Euros).
Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (6,0% e valor praticamente nulo), “Têxteis e
vestuário” (4,8% e -112 milhões), Madeira,
cortiça e papel” (2,9% e -114 milhões),“Calçado,
peles e couros” (1,8% e valor praticamente nulo) e “Aeronaves.
Embarcações e partes” (0,9% e +99 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino,
a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,3%
do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição,
depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição,
depois da França e da Alemanha), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil França,
EUA e Ucrânia.
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,9%), a
Alemanha (11,5%), os EUA (6,6%), o Reino Unido e Irl NT (4,8%), a Itália (4,5%),
os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,5%).
Estes dez destinos representaram
74,9% da exportação total.
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 33,4% do total.
As excepções foram os grupos “Energéticos”
(2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º
lugar, depois da Áustria, França e Malta).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a
França (7,0%), os Países Baixos e Itália
(5,2% cada), a China (4,6%), o Brasil (3,6%), a Bélgica (3,1%), o EUA (2,2%) e
a Polónia (1,8%).
Estes dez países cobriram 77,1% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024 face a 2023, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 13 de Julho de 2024.
ANEXO
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