Comércio Externo da Turquia
2020-2024
&
Portugal-Turquia
2020-2024 Janeiro-Maio 2024-2025
(disponível para download >> aqui )
1 – Nota introdutória
Neste trabalho é
feita uma breve análise do Comércio Externo da Turquia ao longo do período 2020-2024,
com base em cálculos do ’International Trade Centre’ (ITC) a partir de
dados de fonte “Turkish Statistical Institute” (TURKSTAT).
Segue-se uma
análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país entre
2020 e 2024 e período de Janeiro a Maio de 2024 e 2025, com base em versões
definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE)
até 2023 e versões preliminares para o período em análise de 2024 e 2025.
2 – Comércio Externo da Turquia (2020-2024)
2.1 – Balança Comercial
Entre os anos 2020 e 2024 a Balança Comercial da
Turquia foi deficitária, com o saldo a situar-se entre -39 mil milhões de Euros,
em 2021, e -105 mil milhões em 2022. Em 2024 as importações decresceram -5,0%
face ao ano anterior e as exportações aumentaram +2,4%, com o défice a
situar-se em -76 mil milhões de Euros, e com um grau de cobertura das
importações pelas exportações de 76,1%, contra 70,6% no ano anterior.
O ritmo de crescimento anual das exportações face ao
valor que detinham em 2020, que em 2021 havia suplantado o das importações, manteve-se
abaixo do ritmo destas até 2024, ano em que destas se aproximou.
2.2 – Importação
Em 2024, numa
análise das importações de mercadorias por grupos de produtos (definição do
conteúdo dos grupos em Anexo), as principais importações na Turquia
incidiram nos grupos “Minérios e metais” (20,6% e 22,1% no ano anterior),
“Máquinas, aparelhos e partes” (19,4% e 19,0%, respectivamente), “Energéticos”
(19,1% em ambos os anos) e “Químicos” (14,2%) e 13,7%). Seguiram-se
os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,3% e 9,0%), “Agro-alimentares”
(6,3% e 6,6%), “Produtos acabados diversos” (3,7% e 3,4%), “Têxteis e
vestuário” (3,6% e 3,4%), “Madeira, cortiça e papel” (1,6% nos dois
anos), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5% e 1,4%) e “Calçado,
peles e couros” (0,8% e 0,7%).
De acordo com os dados do ITC, em 2024 as importações
turcas com origem em Portugal terão totalizado 0,4% do Total (1,3 milhões
de Euros), cabendo os maiores pesos relativos aos grupos de produtos “Madeira,
cortiça e papel” (3,9% do grupo), “Calçado, peles e couros” (1,5%), “Material
de transporte terrestre e partes” (1,1%), “Têxteis e vestuário” (0,8%),
“Produtos acabados diversos” (0,7%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,5%
do grupo).
2.3 – Exportação
Em 2024 as principais exportações de mercadorias da Turquia
incidiram no grupo de produtos “Minérios e metais” (18,7% com 18,8% em 2023), “Maquinas, aparelhos e partes” (16,0%
e 15,9% respectivamente), “Material de transporte terrestre e partes”
(12,6% e 12,2%). “Agro-alimentares” (12,4% e 12,1%), “Têxteis e
vestuário” (12,3% e 12,9%) e “Químicos” (10,9% nos dois anos).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (6,4% e 6,2% em 2023), “Energéticos”
(6,3% e 6,4%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,9% nos dois anos), “Madeira,
cortiça e papel” (1,8% em ambos os anos), e “Calçado, peles e couros”
(0,7% e 0,8%).
De acordo com os dados disponíveis, em 2024 as exportações
da Turquia para Portugal terão totalizado 1,5 milhões de Euros (0,6% do
Total), cabendo os maiores pesos relativos aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (1,1%), “Calçado, peles e couros”
(0,9%), “Têxteis e vestuário” (0,8%), “Químicos” (0,8%) e “Minérios
e metais” (0,6%).
2.4 – Principais mercados
Em 2024 o principal mercado de origem das importações
na Turquia foi a China (13,1% do Total), seguida da Rússia (12,8%). Alinharam-se
depois, entre os principais, a Alemanha (7,9%), a Itália (5,6%), um conjunto de
países não especificados (5,2%), os EUA (4,7%) e a França (3,6%).
Do lado das exportações salientou-se a Alemanha (8,3%
do Total), seguida dos EUA (6,2%), do Reino Unido (5,8%), do Iraque (5,0%), da
Itália (4,9%), da França (3,8%) e da Espanha (3,7%).
Portugal, como já foi referido, terá pesado 0,4% nas importações e 0,6% nas exportações em 2024.
3 – Comércio de Portugal com a Turquia (2020-2024 e Janeiro-Maio 2024-2025)
3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com o Turquia foi
deficitária entre 2020 e 2024, bem como no período de Janeiro a Maio de 2024-2025.
Nos primeiros cinco meses de 2025, face ao mesmo período
do ano anterior, as importações aumentaram +14,3% e as exportações +30,5%, com
um défice de -343,2 milhões de Euros e um grau de cobertura das importações
pelas exportações a subir de 46,2%, em 2024, para 52,7%, em 2025.
Como se pode observar na figura seguinte, face ao
nível que detinham em 2020, o ritmo de ‘crescimento’ das exportações
manteve-se abaixo do das importações até 2022, tendo-o mesmo ultrapassado
ligeiramente em 2023, para desacelerar acentuadamente em 2024.
3.2
– Importação
Numa análise por grupos de produtos (composição
dos grupos em Anexo), as principais importações portuguesas com origem na Turquia
no período de Janeiro a Maio de 2025 incidiram nos grupos “Material de
transporte terrestre e partes” (15,4% e 21,9% em 2024), centrado
em automóveis de passageiros, veículos para mais de 10 pessoas, partes e
acessórios de veículos automóveis diversos, veículos para o transporte de
mercadorias e tractores, “Minérios e metais” (19,7% e 17,1%),
principalmente laminados planos de ferro ou aço, chapas e tiras de alumínio, construções e
suas partes em ferro ou aço, e fios, perfis e obras diversas de ferro ou aço,
entre muitas outras, “Têxteis e vestuário” (15,9% e 16,0%), com
destaque para os fios de algodão, “Máquinas, aparelhos e partes”
(13,5% e 14,6%), muito diversificadas, com destaque para os fios e cabos
eléctricos isolados, aparelhos de ar condicionado, aparelhos eléctricos de
aquecimento, refrigeradores e congeladores, transformadores e conversores
eléctricos, máquinas de lavar louça ou roupa, motores e máquinas motrizes, e “Químicos”
(11,3% e 17,1%), como carbonatos, artefactos de plástico para
apetrechamento de construções, poliésteres e resinas em formas primárias,
hidrocarbonetos cíclicos, chapas e folhas de plástico, polímeros de estireno e
etileno, amoníaco e pneus novos de borracha, entre muitos outros.
Com pesos inferiores a dois dígitos seguiram-se os
grupos “Energéticos” (6,8% e 3,5%), “Produtos acabados
diversos” (2,9% e 3,5%), “Agro-alimentares” (2,1% e 3,4%),
“Calçado, peles e couros” (1,1% e 1,2%), “Madeira, cortiça
e papel” (1,2% e 1,7%), tendo sido praticamente nulas as importações de
“Aeronaves, embarcações e partes”.
Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos
desagregados pelos principais Capítulos
da Nomenclatura (NC2/SH2) que os integram.
3.3
– Exportação
Nos primeiros cinco meses de 2025 as principais
exportações para a Turquia couberam aos grupos de produtos “Material de
transporte terrestre e partes” (46,9% e 21,6% em igual período de 2024),
com destaque para os automóveis de passageiros e partes e peças de veículos
automóveis, e “Madeira, cortiça e papel” (22,3% e 32,1%), como
papel e cartão, pastas de papel, cortiça aglomerada e suas obras.
Seguiram-se os grupos “Químicos” (8,8%
e 12,5%), principalmente pneus novos, colofónias e ácidos resínicos, polímeros
de etileno e de cloreto de vinilo, colas e adesivos, tintas e vernizes e obras
de plástico, “Máquinas, aparelhos e partes” (7,0% e 8,7%), muito
diversificadas, como aparelhos para tratamento de matérias por mudança de
temperatura, acumuladores eléctricos, fios e cabos eléctricos, partes de
motores de pistão, radares e aparelhos de radionavegação, motores e geradores
eléctricos, aparelhos eléctricos para interrupção, seccionamento e protecção,
máquinas motrizes, quadros eléctricos e máquinas de elevação de carga, “Minérios
e metais” (5,2% e 7,3%), como barras
de ferro ou aço, areias naturais, talheres, guarnições, ferragens e semelhantes
em metais comuns, fios de aço em rolos e estanho em formas brutas, entre
outros, “Têxteis e vestuário” (3,9% e 5,6%), com destaque para os
tecidos impregnados ou revestidos com plástico, cordéis, cordas e cabos, fios
de fibras sintéticas, tecidos de lã, de fibras sintéticas, de linho, de malha
ou de algodão, chapéus e roupas de cama, “Produtos
acabados diversos” (2,7% e 3,0%), muito diversificados, principalmente
abrasivos, assentos excepto para medicina, fechos de correr, pedras naturais,
aparelhos de controlo automático e equipamentos diversos para desporto, entre
muitos outros, “Calçado, peles e couros” (3,3% e 3,2%), em sua
grande parte obras de couro ou reconstruído, “Agro-alimentares”
(1,3% e 1,4%), como bagaços e resíduos da extracção do óleo de soja, arroz,
farinhas, pós e ‘pellets’, vinhos, café e produtos à base de cereais, “Energéticos”
(0,1% e 2,6%), designadamente hulhas em 2025 e óleos de petróleo em 2024, e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,1% e
0,9%), essencialmente embarcações de recreio ou desporto.
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