domingo, 27 de julho de 2025

Comércio Externo da Turquia 2020-24 e Portugal-Turquia 2020-24 e Jan-Maio 2024-25

 

Comércio Externo da Turquia

2020-2024

&

Portugal-Turquia

                  2020-2024                    Janeiro-Maio 2024-2025

                                      (disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória

Neste trabalho é feita uma breve análise do Comércio Externo da Turquia ao longo do período 2020-2024, com base em cálculos do ’International Trade Centre’ (ITC) a partir de dados de fonte “Turkish Statistical Institute” (TURKSTAT).

Segue-se uma análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país entre 2020 e 2024 e período de Janeiro a Maio de 2024 e 2025, com base em versões definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE) até 2023 e versões preliminares para o período em análise de 2024 e 2025.

2 – Comércio Externo da Turquia (2020-2024)

2.1 – Balança Comercial

Entre os anos 2020 e 2024 a Balança Comercial da Turquia foi deficitária, com o saldo a situar-se entre -39 mil milhões de Euros, em 2021, e -105 mil milhões em 2022. Em 2024 as importações decresceram -5,0% face ao ano anterior e as exportações aumentaram +2,4%, com o défice a situar-se em -76 mil milhões de Euros, e com um grau de cobertura das importações pelas exportações de 76,1%, contra 70,6% no ano anterior.

O ritmo de crescimento anual das exportações face ao valor que detinham em 2020, que em 2021 havia suplantado o das importações, manteve-se abaixo do ritmo destas até 2024, ano em que destas se aproximou.


2.2 – Importação                         

Em 2024, numa análise das importações de mercadorias por grupos de produtos (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), as principais importações na Turquia incidiram nos grupos “Minérios e metais” (20,6% e 22,1% no ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,4% e 19,0%, respectivamente), “Energéticos” (19,1% em ambos os anos) e “Químicos” (14,2%) e 13,7%). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,3% e 9,0%), “Agro-alimentares” (6,3% e 6,6%), “Produtos acabados diversos” (3,7% e 3,4%), “Têxteis e vestuário” (3,6% e 3,4%), “Madeira, cortiça e papel” (1,6% nos dois anos), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5% e 1,4%) e “Calçado, peles e couros” (0,8% e 0,7%).

De acordo com os dados do ITC, em 2024 as importações turcas com origem em Portugal terão totalizado 0,4% do Total (1,3 milhões de Euros), cabendo os maiores pesos relativos aos grupos de produtos “Madeira, cortiça e papel” (3,9% do grupo), “Calçado, peles e couros” (1,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (1,1%), “Têxteis e vestuário” (0,8%), “Produtos acabados diversos” (0,7%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,5% do grupo).

2.3 – Exportação

Em 2024 as principais exportações de mercadorias da Turquia incidiram no grupo de produtos “Minérios e metais (18,7% com 18,8% em 2023), “Maquinas, aparelhos e partes” (16,0% e 15,9% respectivamente), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e 12,2%). “Agro-alimentares” (12,4% e 12,1%), “Têxteis e vestuário” (12,3% e 12,9%) e “Químicos” (10,9% nos dois anos).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,4% e 6,2% em 2023), “Energéticos” (6,3% e 6,4%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,9% nos dois anos), “Madeira, cortiça e papel” (1,8% em ambos os anos), e “Calçado, peles e couros” (0,7% e 0,8%).

De acordo com os dados disponíveis, em 2024 as exportações da Turquia para Portugal terão totalizado 1,5 milhões de Euros (0,6% do Total), cabendo os maiores pesos relativos aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (1,1%), “Calçado, peles e couros” (0,9%), “Têxteis e vestuário” (0,8%), “Químicos” (0,8%) e “Minérios e metais” (0,6%). 

2.4 – Principais mercados


Em 2024 o principal mercado de origem das importações na Turquia foi a China (13,1% do Total), seguida da Rússia (12,8%). Alinharam-se depois, entre os principais, a Alemanha (7,9%), a Itália (5,6%), um conjunto de países não especificados (5,2%), os EUA (4,7%) e a França (3,6%).

Do lado das exportações salientou-se a Alemanha (8,3% do Total), seguida dos EUA (6,2%), do Reino Unido (5,8%), do Iraque (5,0%), da Itália (4,9%), da França (3,8%) e da Espanha (3,7%).

Portugal, como já foi referido, terá pesado 0,4% nas importações e 0,6% nas exportações em 2024.

3 – Comércio de Portugal com a Turquia                                                        (2020-2024 e Janeiro-Maio 2024-2025)

3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com o Turquia foi deficitária entre 2020 e 2024, bem como no período de Janeiro a Maio de 2024-2025.

Nos primeiros cinco meses de 2025, face ao mesmo período do ano anterior, as importações aumentaram +14,3% e as exportações +30,5%, com um défice de -343,2 milhões de Euros e um grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 46,2%, em 2024, para 52,7%, em 2025.

Como se pode observar na figura seguinte, face ao nível que detinham em 2020, o ritmo de ‘crescimento’ das exportações manteve-se abaixo do das importações até 2022, tendo-o mesmo ultrapassado ligeiramente em 2023, para desacelerar acentuadamente em 2024.

3.2 – Importação

Numa análise por grupos de produtos (composição dos grupos em Anexo), as principais importações portuguesas com origem na Turquia no período de Janeiro a Maio de 2025 incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (15,4% e 21,9% em 2024), centrado em automóveis de passageiros, veículos para mais de 10 pessoas, partes e acessórios de veículos automóveis diversos, veículos para o transporte de mercadorias e tractores, “Minérios e metais” (19,7% e 17,1%), principalmente laminados planos de ferro ou aço,  chapas e tiras de alumínio, construções e suas partes em ferro ou aço, e fios, perfis e obras diversas de ferro ou aço, entre muitas outras, “Têxteis e vestuário” (15,9% e 16,0%), com destaque para os fios de algodão, “Máquinas, aparelhos e partes” (13,5% e 14,6%), muito diversificadas, com destaque para os fios e cabos eléctricos isolados, aparelhos de ar condicionado, aparelhos eléctricos de aquecimento, refrigeradores e congeladores, transformadores e conversores eléctricos, máquinas de lavar louça ou roupa, motores e máquinas motrizes, e “Químicos” (11,3% e 17,1%), como carbonatos, artefactos de plástico para apetrechamento de construções, poliésteres e resinas em formas primárias, hidrocarbonetos cíclicos, chapas e folhas de plástico, polímeros de estireno e etileno, amoníaco e pneus novos de borracha, entre muitos outros.

Com pesos inferiores a dois dígitos seguiram-se os grupos “Energéticos” (6,8% e 3,5%), “Produtos acabados diversos” (2,9% e 3,5%), “Agro-alimentares” (2,1% e 3,4%), “Calçado, peles e couros” (1,1% e 1,2%), “Madeira, cortiça e papel” (1,2% e 1,7%), tendo sido praticamente nulas as importações de “Aeronaves, embarcações e partes”.

Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos desagregados pelos principais  Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2) que os integram.


3.3 – Exportação

Nos primeiros cinco meses de 2025 as principais exportações para a Turquia couberam aos grupos de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (46,9% e 21,6% em igual período de 2024), com destaque para os automóveis de passageiros e partes e peças de veículos automóveis, e “Madeira, cortiça e papel” (22,3% e 32,1%), como papel e cartão, pastas de papel, cortiça aglomerada e suas obras.

Seguiram-se os grupos “Químicos” (8,8% e 12,5%), principalmente pneus novos, colofónias e ácidos resínicos, polímeros de etileno e de cloreto de vinilo, colas e adesivos, tintas e vernizes e obras de plástico, “Máquinas, aparelhos e partes” (7,0% e 8,7%), muito diversificadas, como aparelhos para tratamento de matérias por mudança de temperatura, acumuladores eléctricos, fios e cabos eléctricos, partes de motores de pistão, radares e aparelhos de radionavegação, motores e geradores eléctricos, aparelhos eléctricos para interrupção, seccionamento e protecção, máquinas motrizes, quadros eléctricos e máquinas de elevação de carga, “Minérios e metais” (5,2% e 7,3%), como barras de ferro ou aço, areias naturais, talheres, guarnições, ferragens e semelhantes em metais comuns, fios de aço em rolos e estanho em formas brutas, entre outros, “Têxteis e vestuário” (3,9% e 5,6%), com destaque para os tecidos impregnados ou revestidos com plástico, cordéis, cordas e cabos, fios de fibras sintéticas, tecidos de lã, de fibras sintéticas, de linho, de malha ou de algodão, chapéus e roupas de cama, “Produtos acabados diversos” (2,7% e 3,0%), muito diversificados, principalmente abrasivos, assentos excepto para medicina, fechos de correr, pedras naturais, aparelhos de controlo automático e equipamentos diversos para desporto, entre muitos outros, “Calçado, peles e couros” (3,3% e 3,2%), em sua grande parte obras de couro ou reconstruído, “Agro-alimentares” (1,3% e 1,4%), como bagaços e resíduos da extracção do óleo de soja, arroz, farinhas, pós e ‘pellets’, vinhos, café e produtos à base de cereais, “Energéticos” (0,1% e 2,6%), designadamente hulhas em 2025 e óleos de petróleo em 2024, e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1%  e 0,9%), essencialmente embarcações de recreio ou desporto.

Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos desagregados pelos principais  Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2) que os integram.

 

ANEXO



Alcochete, 19 de Julho de 2025.


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