domingo, 12 de outubro de 2025

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro-Agosto 2025

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Agosto de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Agosto de 2025 (versão preliminar com última actualização em 10 de Outubro de 2025) e de 2024 (versão definitiva), as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +0,4% (+236 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +6,0% (+4182 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +1,9% (+710 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -3,1% (-475 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +9,4% (+4842 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -3,6 % (-660 milhões de Euros). 


O défice comercial externo (Fob-Cif), +22,8% face a 2024, situou-se em -21 239 milhões de Euros (superior em 3 947 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 4 132 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 185 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 75,4% em 2024, para 71,4% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Agosto o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 593 Euros/Ton, em 2024, para 505 Euros/Ton, em 2025.


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Setembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,1% no total das importações em 2025 e 5,7% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 71,4% no comércio global, para 74,1%.


2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,8% do Total, cresceram +1.9%, contribuindo com +1,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +0,4%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 28,2% do Total, decresceram em valor -3,1%, com um contributo negativo de -0,9 p.p. para o crescimento global.


Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,9%), a Alemanha (13,6%), a França (12,0%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,5%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e a as Prov.Bordo para Países Terceiros (1,4%), destinos que representaram 75,9% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +5,8% nas nossas exportações com este destino (+38,7 milhões de Euros).

Por Grupos de Produtos ocorreram acréscimos em “Produtos acabados diversos” (+27,9 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+12,5 milhões), “Minérios e metais” (9,7 milhões de Euros), Químicos (+4,0 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+3,6 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+67 mil Euros).

Os decréscimos incidiram em “Material de transporte terrestre e partes” (-5,2 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-5,1 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,9 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,8 milhões), e “Energéticos” (-2,0 milhões de Euros).


Entre os principais destinos, o maior contributo positivo para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+0,4%) pertenceu à Alemanha (+1,2 p.p.), seguida da Espanha (+0,5 p.p.), da Turquia (+0,3 p.p.) e Irlanda, Hungria, Canadá, Angola, Roménia e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam aos EUA (-0,6 p.p.), à Finlândia e Argélia (-0,3 p.p. cada), à França e Brasil (-0,2 p.p. cada), e a Marrocos, Gibraltar, Provisões de Bordo Intra-UE e Provisões de Bordo para Países Terceiros (0,1 p.p. cada).


Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda, Hungria, Roménia e Dinamarca. Os principais decréscimos couberam à Finlândia, França, Provisões de Bordo e Grécia.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, Ucrânia, Panamá, Taiwan, Canadá, Angola, Egipto, Noruega e China.

Entre os decréscimos evidenciaram-se os EUA, seguidos da Argélia, Brasil, Marrocos, Moçambique, Gibraltar, Austrália, Provisões de Bordo, Argentina e Rússia.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Agosto de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 75,9% do total, registaram um acréscimo de +9,4% e contribuíram com +6,9 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +6,0%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -3,6% representando 24,1% do total, com um contributo negativo para o ‘crescimento’ global de -0,9 p.p..

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total) seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,3%), dos Países Baixos (5,9%), da Itália (5,0%), da China (4,9%), da Irlanda (3,8%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%) e dos EUA (2,1%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,7% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+6,0%), destacaram-se a Irlanda (+2,2 p.p.), a Espanha (+1,5 p.p.), a Alemanha (+1,1 p.p.), os Países Baixos (+1,0 p.p.), a França (+0,6 p.p.), a Bélgica (0,4%) a China (+0,3 p.p.) e a Hungria e Turquia (+0,2 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram no Brasil (-0,6 p.p.), na Noruega e Arábia Saudita (-0,4 p.p.cada), na Nigéria (-0,3 p.p.) e no Azerbaijão, Índia, Áustria e Japão (-0,2 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor nas importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.




4 – Saldos da Balança Comercial        

No período em análise de 2025, os maiores saldos positivos da balança (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1894 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1503 milhões), à França (+972 milhões), a Angola (+542 milhões) e a Marrocos (+324 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-10071 milhões de Euros), seguida da China (-3223 milhões), dos Países Baixos (-2543 milhões), da Irlanda (-2426 milhões) e da Alemanha (-1514 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (16,1% do Total e +599 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,3% e +465 milhões), “Agro-alimentares” (14,3% e +70 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,2% e +312 milhões), “Minérios e metais” (9,7% e -117 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,1% e -180 milhões). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,2% e -1,0 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,6% e -145 milhões), “Energéticos” (5,7% e -856 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e +14 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +72 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,9% do Total e +2621 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% e +109 milhões), “Agro-alimentares” (16,1% e +932 milhões) e“Material de transporte terrestre e partes” (12,8% e +1117 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos” (9,1% e -1119 milhões), “Minérios e metais” (8,6% e +107 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,1% e +351 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,9% e +198 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +41 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +51 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e -226 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (13,6%), a França (12,0%), os EUA (6,5%), o Reino Unido/Irl NT (4,5%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,4%).

Estes dez destinos representaram 75,9% da exportação total.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois do Brasil, Alemanha e EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (7,3%), os Países Baixos (5,9%), a Itália (5,0%), a China (4,9%), a Irlanda (3,8%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,8%) e os EUA (2,1%).

Estes dez países cobriram 78,7% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                       face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 12 de Outubro de 2025.


ANEXO


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