Comércio Internacional
de Bens de Equipamento
(Janeiro a Novembro de 2018-2019)
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1 - Nota
introdutória
Pretende-se neste
trabalho analisar a evolução recente do comércio internacional português de
Bens de Equipamento, com alguma desagregação do tipo de produtos envolvidos. Os
Bens de Equipamento, necessários para a produção de outros tipos de bens, porque
incorporam tecnologias mais sofisticadas do que os restantes, têm maior valor
acrescentado, sendo importante a análise da evolução das suas exportações. Por
outro lado, a evolução das importações deste tipo de bens, em particular os
destinados à manutenção de máquinas e equipamentos industriais, ampliações e
criação de novas indústrias ou aquisição de material de transporte adequado, está
directamente relacionada com a capacidade produtiva do país, e logo
também com a dinâmica das exportações.
Utilizaram-se dados estatísticos
divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE) para
o período de Janeiro a Novembro de 2018 e 2019, provisórios para 2018 e
preliminares para 2019, com última actualização em 9 de Janeiro de 2020.
Os Bens de Equipamento aqui
considerados envolvem os códigos 41 (Máquinas e outros bens de capital, excepto
material de transporte) e 521 (Material de transporte para fins industriais), constantes
da Classificação por Grandes Categorias Económicas, Revisão-3 (CGCE-Rev3). Nos
quadros que se seguem os produtos que os integram encontram-se descritos como
“Ex” (parte de) a dois e quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, a
partir de uma tabela de correspondência a oito dígitos.
2 - Balança
Comercial dos Bens de Equipamento
Nos primeiros onze
meses de 2019 a Balança Comercial de Bens de Equipamento foi deficitária, tendo
o saldo negativo aumentado cerca de 1,7 mil milhões de Euros face a 2018, na
sequência de um aumento de +29,9% nas importações, contra +14,0% nas
exportações, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer
de 67,9% para 59,5%.
Em 2019, no período
em análise, os Bens de Equipamento representaram 14,2% do Total das
importações e 11,4% nas exportações.
3 –Exportações
de Bens de Equipamento por agrupamentos de produtos
No periodo em análise
de 2019, mais de 50% das exportações de Bens de Equipamento reportaram-se a “Máquinas
e aparelhos”, quer “mecânicos” (32,8%)
quer “eléctricos” (18,6%).
Seguiram-se os “Aparelhos ópticos, de
medida, de precisão ou médicos” (18,6%) e os “Veículos para dez ou mais
passageiros, de mercadorias, tractores e reboques” (16,3%).
Com menor expressão
alinharam-se depois os agrupamentos “Aeronaves” (5,4%), “Obras de
ferro, reservatórios e recipientes para gases” (3,2%) e “Mobiliário
diversos, como para dentistas, hospitais e escritório, entre outros”
(3,1%).
Em quadro em anexo (Anexo-1),
pode observar-se a desagregação a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada de
todos os agrupamentos de produtos considerados como “Ex” da NC, com uma
representatividade superior a 70% em todos os casos.
4 – Importações
de Bens de Equipamento por agrupamentos de produtos
Nos primeiros onze
meses de 2019 cerca de 1/3 das importações de Bens de Equipamento incidiram em “Máquinas
e aparelhos mecânicos”.
Entre os principais
agrupamentos de produtos, seguiram-se as importações de “Aeronaves”
(25,5% do Total), com um fortíssimo acréscimo face a igual período do ano
anterior (+2,1 mil milhões de Euros), de “Máquinas e aparelhos eléctricos”
(18,3%), de “Veículos para dez ou mais passageiros, de mercadorias, tractores
e reboques” (10,6%) e de “Aparelhos ópticos, de medida, de precisão ou
médicos” (8,5%).
Entre os restantes
agrupamentos de produtos, de referir as “Obras de ferro, reservatórios e
recipientes para gases” (1,3%), “Mobiliário diverso, como para dentistas,
hospitais e escritório, entre outros” (1,3%), as “Máquinas de jogos, de
casino, carrocéis, baloiços e outros” (0,6%) e as “Ferramentas e
objectos diversos em metais comuns” (0,6%)
No Anexo-2,
à semelhança das exportações, pode observar-se a desagregação de todos
os agrupamentos de produtos considerados, a quatro dígitos da Nomenclatura
Combinada.
5 – Mercados de origem e de destino das importações e das
exportações
de Bens de Equipamento
Em 2019, no período
de Janeiro a Novembro, 87,2% das importações de Bens de Equipamento tiveram
origem no espaço Intra-UE (28). Por sua vez, no mesmo período, 74,6% das
exportações tiveram a Comunidade por destino.
Os principais
mercados de origem, no conjunto das áreas intra e extra comunitárias, foram a
França (24,9% do Total), a Espanha (20,2%), a Alemanha (16,1%), os Países
Baixos (7,6%) e a Itália (6,3%). Seguiram-se a China (3,7%), o Reino Unido
(2,8%) e os EUA (2,5) e a Bélgica (2,0%).
Na vertente das
exportações destacaram-se a Alemanha (16,5%), a França (15,7%) a Espanha
(15,6%) e o Reino Unido (9,0%). Seguiram-se o Canadá (4,9%), os EUA (4,5%),
Angola (3,2%), os Países Baixos (2,9%), a Eslováquia (2,3%) e a Itália (2,2%).
Alcochete,
2 de Fevereiro de 2020.
ANEXO-1
ANEXO-2
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