Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Dezembro de 2019
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 7 de Fevereiro de 2020, no período
de Janeiro a Dezembro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor
+3,6%, face ao período homólogo de 2018 (+2100 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +6,6% (+4942 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +4,5% (+2001 milhões de Euros), tendo as exportações para os países
terceiros crescido +0,7% (+99 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de
mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +7,5%
(+4278 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a
crescerem +3,6% (+664 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+16,2% ao situar-se em -20 399 milhões de Euros (um acréscimo de 2842 milhões
de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2277 milhões no
comércio intracomunitário e de 6565 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações desceu de 76,7%, em 2018, para 74,6%, em 2019.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2019,
o valor
médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2018, de 452 para 433
Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,0% e 11,3%
do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 6,8% e 6,1% na
vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe, em 2019, de 74,6% para 79,0%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2019,
as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,8% do
total (76,1% no ano anterior), cresceram em valor +4,5%, contribuindo com +3,5 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +3,6%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,2% do total em
2019 (23,9% em 2018), cresceram +0,7%, contribuindo com +0,2 p.p. para o
crescimento global.
Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,9%),
a França (13,0%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália
(4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%),
países que representaram 75,1% do total das exportações em 2019.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor nas exportações de –18,1% em 2019 (-274 milhões de Euros), envolvendo a
totalidade dos grupos de produtos.
As
maiores descidas incidiram nos
grupos “Agro-alimentares” (‑87,8 milhões
de Euros), “Químicos” (‑61,6 milhões),
“Máquinas, aparelhos e partes” (-48,1
milhões), “Produtos acabados diversos”
(‑32,6 milhões) e “Minérios e metais” (-18,0 milhões de Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+3,6%), couberam à Alemanha (+0,9 p.p.),
à França (+0,8 p.p.) e ao Canadá, Espanha e Itália e (+0,4 p.p. cada).
Seguiram-se os EUA (0,3 p.p.), os Países Baixos e a Turquia (0,2 p.p. cada) e a
Bélgica e a Irlanda (0,1 p.p. cada).
O maior contributo
negativo coube a Angola (-0,5 p.p.), seguida do Brasil e da China (‑0,1
p.p. cada).
Os maiores acréscimos, em Euros,
nas expedições para o espaço comunitário
no período de Janeiro a Dezembro de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na
Alemanha, em França, na Espanha e na Itália, seguidos dos Países Baixos, da Bélgica,
da Irlanda, da Grécia, da República Checa, da Roménia, da Finlândia, da Eslovénia,
da Eslováquia, da Hungria e da Polónia. Os maiores
decréscimos couberam à Lituânia e ao Reino Unido.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
com o Canadá, os EUA, a Turquia e o Egipto. Seguiram-se as Provisões de Bordo e
a Suíça.
Os maiores decréscimos
couberam a Angola e à Tunísia, seguidos da Argentina, da Argélia, do Brasil, da
China, de Gibraltar e da Austrália.
3.2 - Importações
Em 2019 as
chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,4% do total (75,8%
em 2018), registaram um acréscimo de +7,5% e contribuíram com +5,7 p.p. para
uma taxa de crescimento global de +6,6%.
As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +3,6%, representando 23,6% do total em 2019 (24,2% em 2018), com um contributo para o crescimento global de +0,9 p.p.. Os principais mercados de origem das importações em 2019, foram a Espanha (30,4%), a Alemanha (13,3%) e a França (9,8%). Seguiram-se a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,2% das importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações em 2019 (+6,6%) destacam-se
a França (+2,8 p.p.), a Espanha (+1,0 p.p.), a China (+0,8 p.p.), a Nigéria
(+0,6 p.p.), a Alemanha e a Bélgica (+0,4 p.p. cada), a Argélia, o Reino Unido e
a Polónia (+0,3 p.p. cada), e a Índia (+0,2 p.p.).
Por sua vez, os maiores contributos
negativos couberam à Rússia (-0,3 p.p.) e ao Azerbaijão (-0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam ao Reino Unido (+1536 milhões de Euros) e aos EUA (+1518 milhões). Seguiram-se
Marrocos (+514 milhões), o Canadá (+469 milhões) e a Suíça (+336 milhões). O
maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-9525
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑3535 milhões), da China (-2349
milhões), dos Países Baixos (-1591 milhões) e da Itália (‑1429 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias em 2019, representando 81,7% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,0% e TVH +14,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,0%
do total e TVH +1,1%), “Químicos” (12,5%
e TVH +5,1%), “Agro-alimentares” (12,2%
e TVH +2,8%), “Produtos acabados
diversos” (9,8% e TVH +7,5%), “Minérios
e metais” (9,3% e TVH -1,3%) e “Têxteis e vestuário” (8,9% e TVH (‑0,8%). O maior
contributo para o acréscimo global de +2100 milhões de Euros, face a 2018,
coube ao grupo “Material de transporte terrestre
e partes”, com +1158 milhões de Euros, seguido dos grupos “Produtos
acabados diversos” (+411 milhões), “Químicos” (+361 milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (+336 milhões) e “Agro-alimentares” (+200
milhões). Ocorreram decréscimos em quatro dos grupos: “Energéticos”, “Minérios
e metais” “Calçado, peles e couros” e “Têxteis e vestuário”, com
destaque para o primeiro (‑310 milhões
de Euros).
5.2 – Importações
Em 2019,
os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,5% do total, foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,9%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +7,3%), “Químicos” (15,9% do total e TVH +47%),
“Agro-alimentares” (14,1% e TVH +2,4%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,3% e TVH +6,7%) e “Energéticos”
(11,3% e TVH +0,4%).
À
excepção do grupo “Minérios e metais”,
em que se registou uma quebra de -42 milhões de Euros, em todos os restantes se
verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos,
em Euros, nos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (+2035 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (+978milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(+619 milhões) e “Químicos” (+578 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 24,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(2ª posição depois dos EUA), “Calçado,
peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha, “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (7ª posição, antecedida pelo Canadá, Brasil, Reino
Unido, França, EUA e Finlândia).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,0%), a
Alemanha (12,0%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%). Estes
dez países cobriram 75,1% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez
dos onze grupos de produtos, com 30,4% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a
França (9,8%), a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a
Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,4%).
Estes dez
países cobriram 76,2% das importações totais.
Alcochete, 9 de Fevereiro de 2020.
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