Comércio internacional de mercadoriasTaxas de variação homólogaem Valor, Volume e Preçopor Grupos e Subgrupos de produtos(Janeiro-Março 2021/2020)
( disponível para download >> aqui )
1 - Nota
introdutória
No presente trabalho apresentam-se
indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações
portuguesas de mercadorias calculados para o 1º Trimestre de 2021, face ao homólogo
de 2020.
Para o cálculo dos índices
de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas
às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram
agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o
cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de
dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística
(INE) em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em
10 de Maio de 2021.
2 – Nota
metodológica
O método utilizado para o
cálculo dos índices de preço de Paasche
aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do
comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados
para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua
vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes
comerciais.
Os índices de preço de cada
subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com
base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações
pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um
intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise
crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas
que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de
um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode
vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se
à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso
relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo
a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na
proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.
3 – Balança
Comercial
De acordo com os dados preliminares
disponíveis, no 1º Trimestre de 2021 o défice da balança comercial de
mercadorias decresceu -42,1% face ao perído homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura
das importações pelas exportações a aumentar de 76,1% para 85,4%.
As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes
do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com
um decréscimo em valor de -5,3%, terão registado uma quebra em volume de -2,2% e
um decréscimo em preço de ‑3,1%. Por sua vez, o aumento em valor de +6,2% verificado
nas exportações terá resultado de um
acréscimo em volume de +6,3%, com o preço a decair ligeiramente (–0,1%).
Excluindo os produtos “Energéticos”
do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em
2021 situa-se em -1,9 mil milhões de Euros, contra -2,6 mil milhões em termos
globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe
de 85,4%, em termos globais, para 88,4%. De acordo com os dados disponíveis as importações, excluindo “Energéticos”, terão registado taxas de variação
em valor, volume e preço respectivamente de -2,5%, -0,8% e -1,7%. Por sua vez, as exportações terão averbado um acréscimo em valor de +6,8%, em resultado
um aumento em volume de +6,7%, com o preço a aumentar +0,1%.
Em 2021, o saldo da balança
comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que
representaram 43,3% das exportações e 26,8% das importações totais,
designadamente “Madeira, cortiça e papel”,
“Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte terrestre
e partes” e “Produtos acabados diversos”.
4 –
Importações
No período em análise, os grupos
de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (19,9% em
2021 e 17,2% em 2020), “Químicos”
(19,5% e 17,7%), “Agro-alimentares” (14,5%
e 14,1%) e “Material de transporte
terrestre e partes” (11,4% e 12,4%). Seguiram-se os grupos de produtos “Energéticos” (9,4% e 12,0%), ”Minérios e metais” (9,3% e 8,2%), “Produtos acabados diversos” (6,2% e 5,9%),
“Têxteis e vestuário” (4,6% e 5,4%), “Madeira, cortiça e papel” (3,1% nos dois anos),
“Calçado, peles e couros” (1,5% e
2,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,8% e 2,0%).
O
grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados
índices de preço, registou em 2021 uma taxa de variação homóloga em Valor
negativa (--61,2%), sendo também negativa esta taxa em outros sete grupos de
produtos, incidindo as mais acentuadas em "Calçado, peles e couros"
(-31,3%), “Energéticos” (-26,1%), “Têxteis
e vestuário” (‑20,6%) e “Material de transporte terrestre” (-12,9%).
Foram negativas, em seis
dos grupos, as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores decréscimos
no “Calçado, peles e couros” (‑28,8%), nos “Têxteis e vestuário”
(-17,2%), nos “Energéticos” (-13,2%) e no “Material de transporte
terrestre e partes” (-11,1%).
Na óptica do preço verificou-se algum crescimento apenas
nos grupos “Minérios e metais” (+4,5%) e “Químicos” (+1,8%). A
principal quebra coube ao grupo “Energéticos” (-14,9%).
5 –
Exportações
Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,9% e 14,6% em 2020), “Máquinas aparelhos e partes” (14,6% e 14,2%), “Químicos” (13,3% e 12,7%), “Agro-alimentares” (12,1% e 12,5%), “Minérios e metais” (9,9% e 8,9%) e “Produtos acabados diversos” (9,8% e 9,7%). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (8,6% e 8,9%), “Madeira, cortiça e papel” (6,9% e 7,6%), “Energéticos” (6,2% e 6,7%), “Calçado, peles e couros” (3,1% e 3,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e 0,5% em 2020.
À excepção dos grupos “Calçado, peles e couros” (‑7,7%), “Madeira, cortiça e papel” (‑3,9%)
e “Energéticos” (-1,9%), verificaram-se
acréscimos em valor, face ao ano anterior,
nos restantes grupos de produtos.
Os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Minérios e metais” (+17,3%), “Químicos” (+11,3%),
“Máquinas, aparelhos e partes” (+9,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (+8,3%) e “Produtos acabados diversos” (+7,1%).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário” (+2,9%) e “Agro-alimentares” (+2,8%).
No grupo “Aeronaves,
embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à
semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se
um acréscimo em valor de +6,5%.
Em volume, à excepção dos grupos “Calçado, peles e couros”
(-8,3%) e “Madeira, cortiça e papel”
(-0,7%), verificaram-se acréscimos nos restantes, com destaque para os
grupos “Produtos acabados diversos” (+13,0%), “Máquinas, aparelhos e
partes” (+11,7%), “Minérios e metais” (+10,6%) e “Químicos”
(+10,3%). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes”
(+4,9%), “Têxteis e vestuário” (+4,4%), “Agro-alimentares”
(+1,6%) e “Energéticos” (+1,1%).
No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas
exportações dos grupos “Minérios e metais”
(+6,1%), “Material de transporte terrestre
e partes” (+3,3%), “Agro-alimentares” (+1,2%), “Químicos” (+1,0%)
e “Calçado, peles e couros” (+0,6%).
Os descidas incidiram nos grupos “Produtos acabados diversos” (-5,2%),
“Madeira, cortiça e papel” (‑3,2%), “Energéticos” (‑3,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,3%), e
“Têxteis e vestuário” (-1,4%).
6 –
Representatividade das amostras
Como se pode observar no quadro seguinte, a representatividade das amostras globais de cada uma das vertentes comerciais, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18 000 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada, foi da ordem dos 90%.
.Alcochete, 20 de Maio de 2021.
ANEXO
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