quinta-feira, 20 de maio de 2021

Índices do Comércio Internacional - Janeiro a Março 2021/2020

 

Comércio internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Março 2021/2020)

                                                    ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

No presente trabalho apresentam-se indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias calculados para o 1º Trimestre de 2021, face ao homólogo de 2020.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE) em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em 10 de Maio de 2021.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados preliminares disponíveis, no 1º Trimestre de 2021 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -42,1% face ao perído homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 76,1% para 85,4%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um decréscimo em valor de -5,3%, terão registado uma quebra em volume de -2,2% e um decréscimo em preço de ‑3,1%. Por sua vez, o aumento em valor de +6,2% verificado nas exportações terá resultado de um acréscimo em volume de +6,3%, com o preço a decair ligeiramente (–0,1%).

Excluindo os produtos “Energéticos do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2021 situa-se em -1,9 mil milhões de Euros, contra -2,6 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe de 85,4%, em termos globais, para 88,4%. De acordo com os dados disponíveis as importações, excluindo “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de -2,5%, -0,8% e -1,7%. Por sua vez, as exportações terão averbado um acréscimo em valor de +6,8%, em resultado um aumento em volume de +6,7%, com o preço a aumentar +0,1%.

Em 2021, o saldo da balança comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 43,3% das exportações e 26,8% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (19,9% em 2021 e 17,2% em 2020),  “Químicos” (19,5% e 17,7%), “Agro-alimentares” (14,5% e 14,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,4% e 12,4%). Seguiram-se os grupos de produtos “Energéticos” (9,4% e 12,0%), ”Minérios e metais” (9,3% e 8,2%), “Produtos acabados diversos” (6,2% e 5,9%), “Têxteis e vestuário” (4,6% e 5,4%), “Madeira, cortiça e papel” (3,1% nos dois anos), “Calçado, peles e couros” (1,5% e 2,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e 2,0%).


O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço, registou em 2021 uma taxa de variação homóloga em Valor negativa (--61,2%), sendo também negativa esta taxa em outros sete grupos de produtos, incidindo as mais acentuadas em "Calçado, peles e couros" (-31,3%),  Energéticos” (-26,1%), “Têxteis e vestuário” (‑20,6%) e “Material de transporte terrestre” (-12,9%). 


Foram negativas, em seis dos grupos, as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores decréscimos no “Calçado, peles e couros” (‑28,8%), nos “Têxteis e vestuário” (-17,2%), nos “Energéticos” (-13,2%) e no “Material de transporte terrestre e partes” (-11,1%).

Na óptica do preço verificou-se algum crescimento apenas nos grupos “Minérios e metais” (+4,5%) e “Químicos” (+1,8%). A principal quebra coube ao grupo “Energéticos” (-14,9%).

5 – Exportações

Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,9% e 14,6% em 2020), “Máquinas aparelhos e partes” (14,6% e 14,2%), “Químicos” (13,3% e 12,7%), “Agro-alimentares” (12,1% e 12,5%), “Minérios e metais” (9,9% e 8,9%) e “Produtos acabados diversos” (9,8% e 9,7%). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (8,6% e 8,9%), “Madeira, cortiça e papel” (6,9% e 7,6%), “Energéticos” (6,2% e 6,7%), “Calçado, peles e couros” (3,1% e 3,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e 0,5% em 2020.


À excepção dos grupos “Calçado, peles e couros” (‑7,7%), “Madeira, cortiça e papel” (‑3,9%) e “Energéticos” (-1,9%), verificaram-se acréscimos em valor, face ao ano anterior, nos restantes grupos de produtos.

 Os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Minérios e metais” (+17,3%), “Químicos” (+11,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+9,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (+8,3%) e “Produtos acabados diversos” (+7,1%).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (+2,9%) e “Agro-alimentares” (+2,8%).

No grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se um acréscimo em valor de +6,5%.

Em volume, à excepção dos grupos “Calçado, peles e couros” (-8,3%) e “Madeira, cortiça e papel” (-0,7%), verificaram-se acréscimos nos restantes, com destaque para os grupos “Produtos acabados diversos” (+13,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,7%), “Minérios e metais” (+10,6%) e “Químicos” (+10,3%). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+4,9%), “Têxteis e vestuário” (+4,4%), “Agro-alimentares” (+1,6%) e “Energéticos” (+1,1%).

No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas exportações dos grupos “Minérios e metais” (+6,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (+3,3%), “Agro-alimentares” (+1,2%), “Químicos” (+1,0%) e “Calçado, peles e couros” (+0,6%).

Os descidas incidiram nos grupos “Produtos acabados diversos” (-5,2%), “Madeira, cortiça e papel” (‑3,2%), “Energéticos” (‑3,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,3%), e “Têxteis e vestuário” (-1,4%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro seguinte, a representatividade das amostras globais de cada uma das vertentes comerciais, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18 000 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada, foi da ordem dos 90%.


.Alcochete, 20 de Maio de 2021.     


ANEXO




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