1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Março de 2021 e também ainda
preliminares para 2020, com última actualização em 10 de Maio de 2021, as
exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +6,2% (+907
milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -5,3% (-1014 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB,
corresponndendo ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido, incluindo a Irlanda do
Norte, excluído), registaram em 2021 um acréscimo de +7,0% (+730 milhões de
Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +4,3% (+177
milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) diminuíram –1,0%
(-138 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -16,2%
(-876 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -42,1% ao situar-se em -2644
milhões de Euros (inferior em 1921 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam reduções de 868 milhões no comércio intracomunitário e de 1053
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações subiu de 76,1%, em 2020, para 85,4%, em 2021.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos
primeiros três meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu, face ao período
homólogo de 2020, de 442 para 333 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a
cotação de Abril).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
9,4% no total das importações em Janeiro-Março de 2021 e 6,2% do lado das
exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe
de 85,4%, no comércio global, para 88,4%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,0%
do total (71,4% em 2020), cresceram +7,0%, contribuindo com +5,0 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +6,2%. As exportações para o espaço
extracomunitário (28,0% do total em Janeiro-Março de 2021 e 28,6% em 2020), cresceram
+4,3%, contribuindo com +1,2 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos das exportações no 1º trimestre de 2021 foram a Espanha (26,0%%),
a França (13,8%), a Alemanha (11,2%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,3%),
os EUA (5,0%), a Itália (4,7%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos
(1,9%), a Polónia (1,4%), Angola (1,3%), China, Brasi, Suécia e China (1,1%
cada), destinos que representaram 80,1% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de –12,2% (‑27,2
milhões de Euros), envolvendo 7 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções
os grupos “Material de transporte terrestre“ (+2,4 milhões de Euros), “Químicos”
(+2,1 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,0 milhões) e
“Têxteis e vestuário” (+53 mil Euros).
A
principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de
produtos “Agro-alimentares” (-24 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+6,2%) pertenceram a Espanha (+2,3 p.p.), à França (+1,4
p.p.), a Marrocos (+0,9 p.p.), à Itália (+0,5 p.p.), à China e aos Países
Baixos (+0,4 p.p. cada). Os maiores contributos negativos couberam às Provisões
de Bordo para países comunitários e também para países terceiros (-0,6 p.p.
cada), ao Brasil (-0,3 p.p.), à Irlanda, a Angola e ao Reino Unido incluindo a
Irlanda do Norte (-0,2 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram na Espanha, França, Itália e Países Baixos. Os maiores decréscimos
couberam às Provisões de Bordo, Irlanda, Áustria, Eslovénia e Suécia.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os de Marrocos, de Gibraltar, do Japão
e da China.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Provisões de Bordo, do Brasil,
de Angola, do Reino Unido, dos Emiratos, de Ceuta e Taiwan.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Março de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 75,0% do total (71,8% em 2020), registaram um decréscimo de ‑1,0%
e contribuíram com -0,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑5,3%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑16,2%,
representando 25,0% do total em 2021 (28,2% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’
global de -4,6 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,1% do
Total) e a Alemanha (14,2%). Seguiram-se a França (6,9%) os Países Baixos (5,5%),
a Itália (5,0%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,3%), os EUA e a
Polónia (2,2% cada), e a Nigéria (1,8%). Estes países representaram, no seu
conjunto, 79,5% das importações totais.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no 1º trimestre de 2021 (‑5,3%) destacaram-se os da Federação
Russa, (+0,8 p.p.), da Polónia e da Espanha (+0,5 p.p. cada) e da China (+0,4
p.p.).
Os maiores contributos negativos
couberam ao Reino Unido (‑1,7 p.p.), a França (-1,4 p.p.), a Angola (-1,2
p.p.), ao Brasil (-1,1 p.p.), à Guiné Equatorial (-0,9 p.p.) e à Argélia (‑0,7
p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Março de 2021, os maiores saldos
positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+883 milhões de
Euros) e ao Reino Unido (+584 milhões). Seguiram-se os EUA (+371 milhões), Marrocos
(+236 milhões), e Angola (+190 milhões). O maior défice, a grande
distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1790 milhões de Euros), seguida
da Alemanha (-838 milhões), da China (‑633 milhões), dos Países Baixos (‑391
milhões) e da Nigéria (-318 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações, no período
em análise, representando 83,2% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,9% do Total e TVH de
+8,2%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(14,6% e +9,1%), “Químicos” (13,3% e +11,3%), “Agro-alimentares” (12,1% e +2,8%), “Minérios e metais” (9,9%
e +17,3%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e +7,1%) e “Têxteis e vestuário”
(8,6% e +2,9%).
Os decréscimos,
face ao período homólogo do ano anterior, verificaram-se nos grupos “Madeira,
cortiça e papel” (-43 milhões de Euros), “Energéticos” (-19 milhões)
e “Calçado, peles e couros” (-40 milhões).
5.2 – Importações
Os grupos
de produtos com maior peso nas importações, representando 84,0% do total, foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (19,9% do Total e TVH +9,3%), “Químicos” (19,5% e +4,5%), “Agro-alimentares”
(14,5% e -2,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,4% e -12,9%), “Energéticos”
(9,4% e -26,1%) “Minérios e metais” (9,3%
e +7,5%).
À
excepção do grupo “Químicos” (+5 milhões de Euros), “Minérios e
metais” (+117 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+306
milhões), em todos os restantes se verificaram decréscimos, cabendo os mais
significativos aos grupos “Energéticos” (-596 milhões), “Material
de transporte terrestre e partes” (-306 milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (-232 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-214 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª
posição, precedida da Roménia, Reino Unido, França, Brasil e Suíça).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,8%), a
Alemanha (11,2%), o Reino Unido (5,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,7%), os Países
Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,9%) e a Polónia (1,4%). Estes dez
países representaram 75,6% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 32,1% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida da
Nigéria e do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar,
depois dos Alemanha, EUA, França e Singapura).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (14,2%), a
França (6,9%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,0%), a China (4,4%), a Bélgica
(2,9%), o Brasil (2,3%), os EUA e a Polónia (2,2% cada). Estes dez países
cobriram 77,7% das importações totais.
Alcochete, 11 de Maio de 2021.
ANEXO
Sem comentários:
Enviar um comentário