1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Dezembro de 2021 e definitivos
para 2020, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2022, as exportações de
mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +18,1% (+9 719 milhões de
Euros), a par de um aumento das importações de +21,1% (+14 372 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Dezembro de 2021
um acréscimo de +18,2% (+6 982 milhões de Euros), tendo as exportações para os
países terceiros aumentado +17,8% (+2 738 milhões). Por sua vez, as importações
com origem na UE (chegadas) aumentaram +18,3% (+9 823 milhões de Euros), com as
originárias dos países terceiros a crescerem +26,4% (+4 549 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +32,3% ao situar-se em -19 041
milhões de Euros (superior em 4 653 milhões ao do ano anterior), a que
correspondeu um agravamento de 2 842 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo
de 1 811 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura
(Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 78,9%, em 2020, para 76,9%,
em 2021.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2021 o valor médio de
importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 295 para
433 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,6% no total das importações em 2021 e 5,7% do lado das exportações, o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 76,9%, no
comércio global, para 82,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2021,
as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,4% do Total, cresceram
+18,2%, contribuindo com +13,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’
global de +18,1%. As exportações para
o espaço extracomunitário (28,6% do Total), cresceram +17,8%, contribuindo com +5,1
p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a
Espanha (26,7%), a França (13,1%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,6%), o Reino
Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a
Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Polónia (1,4%), destinos que representaram 75,5%
do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise um aumento de 9,4% nas nossas exportações (+81,8
milhões de Euros), envolvendo os acréscimos oito dos onze grupos de
produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+45,2 milhões), Químicos (+11,5
milhões) “Produtos acabados diversos” (+10,8 milhões), “Minérios e
metais” (+9,5 milhões), “Madeira,
cortiça e papel” (+7,9 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes”
(+5,2 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“ (+1,8
milhões) e “Calçado, peles e couros” (+451 mil Euros). As excepções
incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-9,5 milhões de Euros), “Têxteis
e vestuário” (-269 mil Euros) e “Energéticos” (-707 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+18,1%) pertenceram a Espanha (+6,1 p.p.), à França
(+1,9 p.p.), aos EUA (+1,6 p.p.), à Alemanha (+1,2 p.p.), à Itália e Países
Baixos (+0,9 p.p. cada) e à Bélgica (+0,7 p.p.).
Os maiores contributos negativos couberam à Irlanda (-0,13 p.p.), à Roménia (-0,07 p.p.) e à Áustria (-0,06 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica,
Polónia, Finlândia, Suécia, Rep. Checa, Hungria e Bulgária. Os maiores
decréscimos couberam à Irlanda, à Roménia e à Áustria.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, o Reino Unido/Irl NT, Marrocos, Gibraltar, as Provisões
de Bordo, a China, Angola, a Noruega, Israel, a África do Sul, a Austrália, o
México, a Turquia, a Tunísia, o Japão e a Argélia.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça, do Brasil e do Ghana.
3.2 - Importações
Em de 2021,
as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,6% do total,
registaram um acréscimo de +19,3% e contribuíram com +14,4 p.p. para uma taxa
de variação homóloga global de +21,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +26,4%, representando 26,4% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +6,7 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,8% do
Total) e a Alemanha (12,5%).
Seguiram-se
a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,7%), a
Bélgica e o Brasil (3,1% cada), os EUA (2,4%) e a Polónia (1,8%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 77,5% do total das importações.
Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2021 (+21,1%) destacou-se o da Espanha, (+73 p.p.), seguida da Alemanha (+1,8 p.p.), do Brasil (+1,4 p.p), da China (+1,2 p.p.), dos EUA (1,1 p.p.) e dos Países Baixos (+1,0 p.p.).
Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,5 p.p.), na Arábia Saudita (-0,14 p.p.) e na Dinamarca (-0,06 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros entre 2020 e 2021.
4 – Saldos da Balança Comercial
No ano de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam à França (+2 806 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+2 353 milhões).
Seguiram-se os EUA (+1 556 milhões), Angola (+872 milhões) e Marrocos (+603
milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-10 101 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-3 306 milhões), da China
(‑3 203 milhões), dos Países Baixos (‑1 937 milhões) e do Brasil (-1 838
milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2020
haviam-se registado quebras face ao ano anterior em todos os grupos de produtos
à excepção de “Agro-alimentares”. Em 2021, todos os grupos, à excepção de
“Aeronaves embarcações e partes” (0,5% do Total e -127 milhões de Euros)
registaram acréscimos nas exportações face a 2020, sendo os que detiveram maior
peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e
partes” (14,3% do Total e +1186 milhões de Euros), “Químicos” (13,8%
e +1703 milhões), “Agro-alimentares”
(13,2% e +933 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,7% e +551 milhões) e “Minérios e
metais” (10,9% e +1872 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,5% e +5889 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,7%
e +786 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,5% e +779 milhões), “Energéticos”
(5,7% e +1151 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,2% e +259 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
Nas
importações, em 2020, haviam-se registado quebras face ao ano anterior em todos
os grupos de produtos. Em 2021 o único grupo de produtos em que se registou um
decréscimo em valor face a 2020 foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com
um peso de 0,7% na estrutura (‑443 milhões de Euros).
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(19,0% e +3 178 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (18,4% e +1 950 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +1 207 milhões), “Energéticos” (11,6% e +3 692 milhões), “Minérios e metais” (9,8%
e +2 420 milhões) e “Material de
transporte terrestre e partes” (9,7% e +619 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +629 milhões), “Têxteis
e vestuário” (5,3% e +487 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2%
e +512 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +122 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª
posição, precedida do Brasil, França e Reino Unido.
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,1%), a
Alemanha (11,0%), os EUA (5,6%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Polónia (1,4%).
Estes dez
países representaram 75,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,8% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e
das Ilhas Virgens Britânicas).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (12,5%), a
França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,7%), a
Bélgica e o Brasil (3,1%), os EUA (2,4%) e a Polónia (1,8%).
Estes dez
países cobriram 77,5% das importações totais.
Alcochete, 11 de Fevereiro de 2022.
ANEXO
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