sábado, 18 de março de 2023

Comércio Externo da Guiné Equatorial e Portugal-Guiné Equatorial (2018-2022)

 

Comércio Externo da Guiné Equatorial
2017-2021
e
Portugal - Guiné Equatorial
2018-2022

                                                       (disponível para download  >> aqui )


1 - Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio externo de mercadorias da Guiné Equatorial face ao mundo, entre 2017 e 2021, com base em dados estatísticos de fonte “International Trade Centre” (ITC), calculados a partir de dados reportados pelos parceiros comerciais do país (mirror data).

Analisa-se em seguida a evolução do comércio internacional de Portugal com a Guiné Equatorial ao longo do período 2018-2022, com base em dados preliminares de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), com última actualização em 13 de Março de 2023.

A Guiné Equatorial foi admitida na “Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP) em 2014, de que fora ‘observador associado’ desde 2006.

Foram fundadores desta Comunidade, em 1986, o Brasil, Cabo Verde, a Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, sendo em 2002 admitido também Timor-Leste.

A CPLP tem entre os seus objectivos, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus membros.

À parte trocas comerciais principalmente com Portugal, Brasil, Angola e São Tomé e Príncipe, o comércio da Guiné Equatorial com os restantes membros da CPLP é muito reduzido ou mesmo nulo.

2 – Comércio externo da Guiné-Equatorial

O ritmo de evolução anual em valor das importações da Guiné Equatorial a partir de 2017, após uma aceleração até 2020, aproximou-se em 2021 do nível de 2017. Por sua vez, o ritmo das exportações foi tendencialmente decrescente entre 2018 e 2020, reaproximando-se também em 2021 do nível de 2017. 

2.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial da Guiné Equatorial está fortemente dependente da evolução da exportação de petróleo bruto e também gás, produtos que representam praticamente a totalidade da exportação.

Ao longo do período 2017-2021 a Balança Comercial de mercadorias (Fob-Cif) foi solidamente favorável à Guiné Equatorial. Com saldos positivos entre 3,7 e 4,7 mil milhões de Euros nos primeiros três anos, o saldo registou em 2020 uma acentuada quebra para 1,7 mil milhões, recuperando significativamente em 2021, ao situar-se em 3,5 mil milhões de Euros.

Em 2021 as importações decresceram -24,1% face ao ano anterior e as exportações aumentaram +55,1%, o que conduziu a um aumento do saldo em +106,4%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 519,1%.

2.2 – Importações por Grupos de Produtos

Em 2021 os grupos se produtos dominantes (ver em ANEXO definição do conteúdo considerado a dois dígitos da NC/SH) foram: “Agro-alimentares” (26,9% do Total em 2021 e 19,8% em 2020), seguido dos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (24,1% e33,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,2% e 14,8%) e “Químicos” (10,3% e 7,2%).

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Minérios e metais” (8,4% e 10,7%), “Produtos acabados diversos” (4,1% e 4,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (3,3% e 3,0%), “Têxteis e vestuário” (1,9% e 1,5%), “Madeira, cortiça e papel” (1,2% em cada um dos anos) e 1,2%), “Energéticos” (0,8% e 0,6%) e “Calçado, peles e couros” (0,7% e 0,6% em 2020). 

Da figura seguinte constam, por Grupos de Produtos, os principais produtos importados em 2020 e 2021, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura.

2.3 – Exportações por Grupos de Produtos

As principais exportações da Guiné Equatorial incidiram em sua grande parte no grupo de produtos “Energéticos” (89,9% em 2021 e 90,2% em 2020).

A grande distância alinharam-se depois os grupos “Químicos” (7,5% e 5,8%) e “Madeira, cortiça e papel” (2,0 e 2,7%).

O conjunto dos restantes grupos de produtos representou apenas 0,7% do Total em 2021 e 1,2% em 2022, tendo sido nulas as exportações de “Calçado, peles e couros”.

Da figura seguinte constam, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados em 2020 e 2021, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura.

2.4 – Principais mercados do Comércio Externo                                               da Guiné Equatorial

Na figura seguinte relacionam-se os quinze principais mercados de origem e de destino das importações e exportações da Guiné Equatorial em 2020 e 2021.

Em 2021 as principais origens das importações incidiram em Espanha (19,4%), seguida da China (12,4%), do Gabão (12,1%) e da Nigéria (11,7%).

Entre as restantes origens alinham-se depois os EUA (5,2%), o Reino Unido (4,1%), os Países Baixos (3,7%), a Turquia (3,4%), os Emiratos Árabes Unidos (2,6%), a Itália (2,4%), a Alemanha e a França (2,1% cada), a Bélgica (1,9%), o Brasil (1,6%) e a Indonésia (1,5%).

No mesmo ano Portugal terá representado apenas 0,7% do Total.

Nas exportações predominaram a China (23,5% do Total), a Índia (16,5%) e a Espanha (15,5%).

Seguiram-se a Coreia do Sul (7,1%), os Países Baixos (5,8%), os EUA (5,5%), o Japão (3,1%), Singapura e a Indonésia (2,9% cada), o Chile 2,6%, Portugal (2,5%), a França (2,4%), a Itália (2,3%), a Lituânia (1,5% e a Tailândia (1,4%).

3 – Comércio de Portugal com a Guiné Equatorial (2018-2022)

3.1 – Balança Comercial

Em 2022, as importações portuguesas com origem na Guiné Equatorial, num valor de 347,3 milhões de Euros, registaram um aumento de +212,1% face ao ano anterior e as exportações, num valor de 7,8 milhões de Euros, um acréscimo de +23,5%, situando-se o grau de cobertura das importações pelas exportações em escassos 2,2%.

3.2 – Importações por Grupos de Produtos

Em 2022 as principais importações portuguesas com origem na Guiné Equatorial centraram-se no grupo de produtos “Energéticos”, principalmente gás natural e propano liquefeitos e também petróleo bruto, produtos que representaram quase a totalidade das importações. 

3.3 – Exportações por Grupos de Produtos

Em 2022 as principais exportações centraram-se no grupo “Agro-alimentares” (66,4% em 2022 e 31,5% em 2021), seguidas dos grupos “Químicos” (11,3% e 30,2%), “Produtos acabados diversos” (8,4% e 11,6%) “Máquinas, aparelhos e partes” (6,7% e 4,0%), “Madeira, cortiça e papel” (2,9% e 3,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (2,9% e 0,1%) e “Minérios e metais” (1,3% e 17,2%). 

Da figura seguinte constam, por grupos de produtos, os principais produtos desagregados a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC2).

ANEXO



Alcochete, 18 de Março de 2023.


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