Comércio Externo da Guiné Equatorial2017-2021ePortugal - Guiné Equatorial2018-2022
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1 - Introdução
Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio externo
de mercadorias da Guiné Equatorial face ao mundo, entre 2017 e 2021, com
base em dados estatísticos de fonte “International Trade Centre” (ITC),
calculados a partir de dados reportados pelos parceiros comerciais do país (mirror
data).
Analisa-se
em seguida a evolução do comércio internacional de Portugal com a Guiné Equatorial ao longo do período
2018-2022, com base em dados preliminares de fonte “Instituto Nacional de
Estatística de Portugal” (INE), com última actualização em 13 de Março de
2023.
A Guiné Equatorial foi admitida na “Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP) em 2014, de que fora ‘observador
associado’ desde 2006.
Foram fundadores desta Comunidade, em 1986, o
Brasil, Cabo Verde, a Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe,
sendo em 2002 admitido também Timor-Leste.
A CPLP tem entre os seus objectivos, no
âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias
estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio
internacional de bens e serviços entre os seus membros.
À parte trocas comerciais principalmente com
Portugal, Brasil, Angola e São Tomé e Príncipe, o comércio da Guiné Equatorial com
os restantes membros da CPLP é muito reduzido ou mesmo nulo.
2 – Comércio
externo da Guiné-Equatorial
O ritmo de evolução anual em valor das importações da
Guiné Equatorial a partir de 2017, após uma aceleração até 2020, aproximou-se em
2021 do nível de 2017. Por sua vez, o ritmo das exportações foi tendencialmente
decrescente entre 2018 e 2020, reaproximando-se também em 2021 do nível de 2017.
2.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial da Guiné Equatorial está
fortemente dependente da evolução da exportação de petróleo bruto e também gás,
produtos que representam praticamente a totalidade da exportação.
Ao longo do período 2017-2021 a Balança Comercial
de mercadorias (Fob-Cif) foi solidamente favorável à Guiné Equatorial.
Com saldos positivos entre 3,7 e 4,7 mil milhões de Euros nos primeiros três
anos, o saldo registou em 2020 uma acentuada quebra para 1,7 mil milhões,
recuperando significativamente em 2021, ao situar-se em 3,5 mil milhões de
Euros.
Em 2021 as importações decresceram -24,1% face ao
ano anterior e as exportações aumentaram +55,1%, o que conduziu a um aumento do
saldo em +106,4%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a
situar-se em 519,1%.
2.2 – Importações por Grupos de Produtos
Em 2021 os grupos se produtos dominantes (ver em
ANEXO definição do conteúdo considerado a dois dígitos da NC/SH) foram: “Agro-alimentares”
(26,9% do Total em 2021 e 19,8% em 2020), seguido dos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (24,1% e33,7%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(15,2% e 14,8%) e “Químicos” (10,3% e 7,2%).
Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Minérios
e metais” (8,4% e 10,7%), “Produtos acabados diversos” (4,1% e
4,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (3,3% e 3,0%), “Têxteis
e vestuário” (1,9% e 1,5%), “Madeira, cortiça e papel” (1,2% em cada
um dos anos) e 1,2%), “Energéticos” (0,8% e 0,6%) e “Calçado, peles e
couros” (0,7% e 0,6% em 2020).
Da figura seguinte constam, por Grupos de Produtos,
os principais produtos importados em 2020 e 2021, desagregados a dois dígitos
da Nomenclatura.
2.3 – Exportações por Grupos de Produtos
As principais exportações da Guiné Equatorial
incidiram em sua grande parte no grupo de produtos “Energéticos” (89,9%
em 2021 e 90,2% em 2020).
A grande distância alinharam-se depois os grupos “Químicos”
(7,5% e 5,8%) e “Madeira, cortiça e papel” (2,0 e 2,7%).
O conjunto dos restantes grupos de produtos representou
apenas 0,7% do Total em 2021 e 1,2% em 2022, tendo sido nulas as exportações de
“Calçado, peles e couros”.
Da figura seguinte constam, por Grupos de Produtos,
os principais produtos exportados em 2020 e 2021, desagregados a dois dígitos
da Nomenclatura.
2.4 – Principais mercados do Comércio Externo da
Guiné Equatorial
Na figura seguinte relacionam-se os quinze principais
mercados de origem e de destino das importações e exportações da Guiné
Equatorial em 2020 e 2021.
Em 2021 as principais origens das importações incidiram em Espanha (19,4%),
seguida da China (12,4%), do Gabão (12,1%) e da Nigéria (11,7%).
Entre as restantes origens alinham-se depois os EUA
(5,2%), o Reino Unido (4,1%), os Países Baixos (3,7%), a Turquia (3,4%), os
Emiratos Árabes Unidos (2,6%), a Itália (2,4%), a Alemanha e a França (2,1%
cada), a Bélgica (1,9%), o Brasil (1,6%) e a Indonésia (1,5%).
No mesmo ano Portugal terá representado apenas 0,7%
do Total.
Nas exportações predominaram a China (23,5%
do Total), a Índia (16,5%) e a Espanha (15,5%).
Seguiram-se a Coreia do Sul (7,1%), os Países
Baixos (5,8%), os EUA (5,5%), o Japão (3,1%), Singapura e a Indonésia (2,9%
cada), o Chile 2,6%, Portugal (2,5%), a França (2,4%), a Itália (2,3%), a
Lituânia (1,5% e a Tailândia (1,4%).
3 – Comércio
de Portugal com a Guiné Equatorial (2018-2022)
3.1 – Balança
Comercial
Em 2022, as importações portuguesas com origem na
Guiné Equatorial, num valor de 347,3 milhões de Euros, registaram um aumento de
+212,1% face ao ano anterior e as exportações, num valor de 7,8 milhões de
Euros, um acréscimo de +23,5%, situando-se o grau de cobertura das importações
pelas exportações em escassos 2,2%.
3.2 –
Importações por Grupos de Produtos
Em 2022 as principais importações portuguesas com
origem na Guiné Equatorial centraram-se no grupo de produtos “Energéticos”,
principalmente gás natural e propano liquefeitos e também petróleo bruto,
produtos que representaram quase a totalidade das importações.
3.3 – Exportações
por Grupos de Produtos
Em 2022 as principais exportações centraram-se no
grupo “Agro-alimentares” (66,4% em 2022 e 31,5% em 2021), seguidas dos
grupos “Químicos” (11,3% e 30,2%), “Produtos acabados diversos”
(8,4% e 11,6%) “Máquinas, aparelhos e partes” (6,7% e 4,0%), “Madeira,
cortiça e papel” (2,9% e 3,3%), “Material de transporte terrestre e
partes” (2,9% e 0,1%) e “Minérios e metais” (1,3% e 17,2%).
Da figura seguinte constam, por grupos de produtos,
os principais produtos desagregados a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC2).
ANEXO
Alcochete, 18 de Março de 2023.
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