sexta-feira, 17 de março de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro de 2023


Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro de 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o mês de Janeiro de 2022 e 2023, em versões preliminares com última actualização em 13 de Março de 2023, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +14,5% (+813 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +10,3% (+785 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram em Janeiro de 2022 um acréscimo de +10,7% (+443 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +25,0% (+369 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +14,9% (+776 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +0,4%  (+9 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -1,4% ao situar-se em -1963 milhões de Euros (inferior em 27 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 333 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 360 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,8%, em 2022, para 76,6%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em Janeiro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao mesmo mês de 2022, de 543 para 594 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Fevereiro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 13,6% no total das importações em 2023 e 7,9% nas exportações, em 2023 o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 76,6%, no comércio global, para 81,3%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em Janeiro de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,3% do Total, cresceram +10,7% contribuindo com +7,9 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +14,5%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,7% do Total), cresceram +25,0%, contribuindo com +6,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (26,4%), a França (13,6%), a Alemanha (10,8%), os EUA (5,4%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,3%), os Países Baixos (4,3%), a Itália (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (2,0%) e Brasil (1,6%), destinos que representaram 74,8% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou em Janeiro de 2023 um aumento de 38,1% nas nossas exportações (+36,0 milhões de Euros), envolvendo acréscimos nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+15,2 milhões), “Minérios e metais” (+6,6 milhões), Químicos (+5,3 milhões), “Agro-alimentares” (+3,7 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (+1,5 milhões), “Energéticos” (+1,2), “Material de transporte terrestre e partes” (+607 mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (+363 mil Euros).

Registaram-se decréscimos nos grupos “Têxteis e vestuário” (-593 mil Euros) e “Madeira, cortiça e papel” (-150 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+14,5%) pertenceram a Espanha (+2,3 p.p.), à França (+1,7 p.p.), à Alemanha (+1,5 p.p.). aos EUA (1,2 p.p.), ao Brasil (1,0 p.p.), às Provisões de Bordo Intra-UE (0,7 p.p.), a Angola (0,6 p.p.), e às Provisões de Bordo para Países Terceiros e Turquia (0,4 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Gibraltar (-0,6 p.p.) e à Finlândia (-0,1 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, França, Alemanha, Provisões de Bordo, Países Baixos, Bélgica, Suécia e Polónia.

Os maiores decréscimos ocorreram com a Finlândia e Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, o Brasil, o Japão, Angola, o Panamá, Provisões de Bordo, a Argélia, a África do Sul e a Turquia.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Gibraltar, Catar, Moçambique e Argentina.

3.2 - Importações

Em Janeiro de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 71,5% do total, registaram um acréscimo de +14,9% e contribuíram com +10,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +10,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo mês um acréscimo de +0,4%, representando 28,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (32,4% do Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (6,0%), dos Países Baixos (5,5%), da China (5,0%), da Itália (4,5%), do Brasil (3,9%), dos EUA (3,4%), da Bélgica (3,1%) e da Polónia (2,0%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,1% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+10,3%) destacou-se o da Espanha, (+4,1 p.p.), seguida do Brasil (+2,1 p.p.), dos Países Baixos (+1,5 p.p.), da Alemanha (+1,4 p.p.), da França (+0,8 p.p.), da Itália e da Polónia (+0,6 p.p. cada) e da Suécia e Reino Unido (+0,4 p.p. cada).

O principal contributo negativo incidiu na Nigéria (‑1,2 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, em Janeiro de 2022 e 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em Janeiro de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+315 milhões de Euros), ao Reino Unido (+173 milhões), aos EUA (+63 milhões), a Angola (+49 milhões) e a Marrocos (+44 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1027 milhões de Euros), seguida da China (-362 milhões), da Alemanha (‑280 milhões), do Brasil (-218 milhões) e dos Países Baixos (-192 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2023 (ver ANEXO).

Em Janeiro de 2023, à excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, todos os restantes registaram acréscimos nas exportações face a 2022.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,2% e +226 milhões face a 2022), “Agro-alimentares” (13,5% e +151 milhões), “Químicos” (12,9% e +35 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,0% e +56 milhões) e “Minérios e metais” (10,0% e 42 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,9% e +108 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,2% e +25 milhões), “Energéticos” (7,9% e +76 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,7% e +63 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,4% e +34 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e -3 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022, no período em análise, à excepção dos grupos “Minérios e metais” e “Aeronaves, embarcações e partes” foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao ano anterior, nos restantes grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,5% e +122 milhões de Euros), “Químicos” (17,5% e +55 milhões), “Agro-alimentares” (14,2% e +204 milhões de Euros), “Energéticos” (13,6 % e +76 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,4% e +302 milhões). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,2% e -73 milhões), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +46 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,2% e +12 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e +28 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +22 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e +8 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro de 2023 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, França, Suíça e Angola).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,6%), a Alemanha (10,8%), os EUA (5,4%), o Reino Unido/Irl NT e os Países Baixos (4,3% cada), a Itália (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (2,0%) e o Brasil (1,6%).

Estes dez destinos representaram 74,8% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,4% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois do Canadá, EUA e França).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (6,6%), os Países Baixos (5,5%), a China (5,0%), a Itália (4,5%), o Brasil (3,9%), os EUA (3,4%), a Bélgica (3,1%) e a Polónia (2,0%). Estes dez países cobriram 78,1% das importações totais.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                       face a 2022, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 17 de Março de 2023.

ANEXO



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