Comércio Externo do Brasil2017-2021ePortugal - Brasil2018-2022
(disponível para download >> aqui )
1 - Introdução
Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio externo
de mercadorias do Brasil face ao mundo, entre 2017 e 2021, com
base em dados de fonte ’International Trade Centre’ (ITC) calculados a
partir de dados do “Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior do Brasil”, e de Portugal com o
Brasil ao longo do período 2018-2022, com base em dados de fonte “Instituto
Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2021 e
preliminar para 2022, com última actualização em 12 de Março de 2023.
2 – Comércio Externo
do Brasil (2017-2021)
2.1 – Balança
Comercial
Neste período, o ritmo de evolução
anual das importações manteve-se sempre acima do nível de 2017 (2017=100). Tendo
subido até 2019 (118,7), decaiu em 2020 (104,4), para aumentar acentuadamente em
2021 (139,0). Por sua vez, o ritmo das exportações, que aumentara em 2018 face
ao ano anterior (105,4), decaiu em 2019 (103,8), para em 2020 se situar abaixo
do nível inicial (95,1), subindo significativamente no ano seguinte (123,2).
2.2 – Mercados de origem das importações e destino das exportações
Os principais parceiros
comerciais do Brasil em 2021, em ambas as vertentes, foram a China e os EUA,
com respectivamente 21,7% e 18,1% do Total das importações e 31,3% e 11,2% das
exportações. Portugal ocupou nesse ano a 42ª posição nas importações (0,4% do
Total) e o 23º lugar nas exportações (0,9%).
A par de Portugal, o Brasil foi um dos fundadores
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), criada
durante a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo realizada em Lisboa em 1996,
sendo os restantes países fundadores Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e S. Tomé e Príncipe. Em 2002, no decorrer da cimeira de Brasília,
foi a vez de ser integrado Timor-Leste e mais recentemente, em 2014, na cimeira
de Dili, a Guiné-Equatorial, que fora ‘observador associado’ desde 2006.
Esta Comunidade tem entre os seus objectivos, no
âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas
e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de
bens e serviços entre os seus membros.
Do quadro seguinte consta o valor das importações e
exportações brasileiras efectuadas em 2021 relativamente a cada um dos países
que integram a CPLP.
Em 2021 Portugal ocupou a primeira posição em cada
uma das vertentes comerciais, com 83,3% do Total dos parceiros do Brasil na CPLP
nas importações e 84,3% nas exportações, seguido de Angola, com respectivamente
16,5% e 13,0%.
2.3 –
Importações no Brasil por Grupos de Produtos
O conjunto dos produtos do ‘Sistema Harmonizado’,
constantes da base de dados do “International Trade Centre” (ITC) aqui
utilizada, foram agregados em onze Grupos de Produtos (ver definição do
conteúdo de cada grupo em Anexo).
Por Grupos de Produtos, em 2021, face ao ano anterior, verificou-se um significativo
acréscimo das importações brasileiras de +33,3% (+46,3 mil milhões de Euros),
extensivo a todos os grupos de produtos à excepção de “Aeronaves,
embarcações e partes” (-2,8 mil milhões de Euros).
Os maiores acréscimos, em Euros, incidiram nos
grupos “Químicos” (+16,0 mil milhões), “Energéticos” (+12,1 mil
milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+8,5 mil milhões), “Minérios
e metais” (+ 5,7 mil milhões) e “Material de transporte terrestre e
partes” (+3,6 mil milhões).
Em 2021 Portugal pesou 0,4% no Total das
importações brasileiras, tendo as maiores quotas incidido nos grupos “Agro-alimentares”
(3,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3,1%).
2.4 – Exportações do Brasil por Grupos de Produtos
Na vertente das exportações registou-se um acréscimo de
+29,5% em 2021 face ao ano anterior (+54,1 mil milhões de Euros).
Os principais aumentos, em
Euros, verificaram-se nos grupos “Minérios e metais” (+21,9 mil
milhões), “Agro-alimentares” (+11,2 mil milhões) e “Energéticos” (+10,6 mil milhões).
Em 2021 Portugal pesou 0,9% no
Total das exportações brasileiras, tendo a maior quota incidido no grupo de
produtos “Energéticos” (4,5%).
3 – Comércio de Portugal com o Brasil (2018-2022)
No período de 2018 a 2022 as importações
portuguesas de mercadorias com origem no Brasil cresceram sustentadamente, em
particular em 2022, ano em que atingiram 454,9% face ao nível de 2018.
Por sua vez as exportações, tendo decrescido
sucessivamente entre 2018 e 2021, ultrapassaram em 2022 o nível de 2018,
atingindo 113,8%.
3.1 – Balança Comercial (2018-2022)
A Balança Comercial de Portugal com o Brasil
registou saldos negativos sucessivamente mais volumosos entre 2018 e 2022, saltando
respectivamente de -197 milhões de Euros para -3,7 mil milhões em 2022.
Este
forte aumento do défice nos últimos anos ficou a dever-se, como se poderá ver
mais adiante, não só ao forte incremento das importações de produtos “Energéticos”,
designadamente petróleo bruto, mas também de “Agro-alimentares”,
principalmente milho.
Por
sua vez as exportações, após registarem quebras sucessivas a partir de 2018,
ano em que se situaram em 808 milhões de Euros, averbaram um acréscimo de
+30,0% em 2022 face ao ano anterior, atingindo 919 milhões de Euros.
Face
a este comportamento, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações,
decresceu, em quebras sucessivas, de 80,4% em 2018 para 20,1% em 2022.
3.2 – Importações por grupos de produtos
Numa análise por
grupos de produtos, nos últimos dois anos as principais importações portuguesas
com origem no Brasil incidiram nos grupos de produtos “Energéticos”
(59,2% do Total em 2022 e 61,3% em 2021) e “Agro-alimentares” (22,1% e
23,6% respectivamente).
Seguiram-se os
grupos “Minérios e metais” (7,4% e 4,4%) e “Madeira, cortiça e papel”
(5,3% e 5,6%).
Na figura
seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos
importados do Brasil em 2021 e 2022, desagregados a dois dígitos da
Nomenclatura (Capítulos).
3.3 – Exportações por grupos de
produtos
As principais
exportações em 2022 couberam ao grupo de produtos “Agro-alimentares” (55,3%
do Total em 2021 e 57,5% em 2022), com destaque para os vinhos e azeite de
oliveira.
Seguiram-se, a
grande distância, os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (13,8% em
2022 e 9,0% em 2021), principalmente aeronaves, “Máquinas, aparelhos e
partes” (7,7% e 8,1%), muito diversificadas, “Químicos” (4,9% e
7,0%), com destaque para plásticos, borracha, produtos farmacêuticos,
perfumaria e cosmética, tintas, vernizes, adubos e fertilizantes, entre outros,
“Produtos acabados diversos” (4,7% em ambos os anos), como mós de pedra,
abrasivos, pedra de cantaria, vidro e suas obras, aparelhos de precisão,
cerâmica e mobiliário, “Minérios e metais” (4,5% e 5,8%), como ferro e
suas obras, minérios de zinco, ferramentas e artigos de bijutaria, “Energéticos”
(3,9% e 2,0%), designadamente gasóleo, “Têxteis e vestuário” (2,3% e
2,5%), principalmente tecidos impregnados, artigos têxteis de uso técnico,
fibras sintéticas e artificiais, cordoaria e tecidos de malha, “Madeira,
cortiça e papel” (1,4% e 1,5%), principalmente cortiça aglomerada e em
bruto, “Material de transporte terrestre e partes” (1,3% e 2,0%),
com destaque para as partes e acessórios
de veículos automóveis, e “Calçado, peles e couros” (0,1% em 2022 e
exportação nula em 2021).
Da
figura seguinte constam, por grupos de produtos, os principais produtos
importados do Brasil em 2021 e 2022, desagregados a dois dígitos da
Nomenclatura (Capítulos).
ANEXO
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